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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O MARKETING DE EMBOSCADA

LEIA TAMBÉM:

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. Galeria de Eventos

O MARKETING DE EMBOSCADA

 (Texto de Daniel Portillo Serrano. Palestrante, Consultor e Professor. Bacharel em Comunicação Social com ênfase em Marketing Pela Universidade Anhembi Morumbi, e pós graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Ibero-Americano - Unibero, Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Paulista - UNIP. É consultor de Marketing e Comportamento do Consumidor e editor dos sitesPortal do Marketing e Portal da Psique . Tem atuado como principal executivo de Vendas e Marketing em diversas empresas do ramo Eletroeletrônico, Telecomunicações e Informática. É professor de Marketing, Administração, Estratégia, Comportamento do Consumidor e Planejamento em cursos universitários de graduação e pós-graduação). 

O Marketing de emboscada ou Marketing por emboscada é uma estratégia em que empresas, produtos ou serviços se associam a um determinado evento esportivo, cultural, musical ou social, buscando ser associados a tal evento sem, no entanto, serem patrocinadores ou terem gastos oficiais. Isso faz com que o público associe determinada empresa a um evento, sem no entanto essa empresa ser, realmente, patrocinadora do evento.

Existem diversos tipos de ações que podem ser consideradas estratégias de Marketing de Emboscada: Uma classificação clássica é separar as ações diretas das indiretas. 

Consideram-se ações diretas as estratégias falsas ou intencionais de um patrocinador que usa, por eemplo um símbolo de um evento em uma campanha, sem, na verdade, ser patrocinador deste evento, levando o público a crer, erroneamente que ambos estão associados. 

A este caso se utiliza a denominação De Emboscada Predatória

Outra forma é a de se associar a um evento que não tem patrocinadores, mas leva o público a crer que a empresa é o patrocinador oficial. Outros casos comuns de ações diretas compreendem o uso não autorizado de símbolos, marcas ou logotipos de grandes eventos associados a marcas de empresas que não patrocinam tal evento.

Muitas vezes, um patrocinador oficial, mesmo pagando, comete o Marketing de emboscada, quando faz um uso maior daquilo que efetivamente poderia utilizar. Uma empresa, por exemplo, pode ter uma cota de patrocínio que a autoriza apenas a por um banner em determinado evento, mas mesmo assim, faz uso exagerado dos símbolos de tal evento. A esse caso o mercado denomina Emboscada de Grau.

Podem também ocorrer ações indiretas de Marketing de emboscada.

A principal é a denominada Emboscada por associação que compreende a utilização de símbolos do evento quando a empresa, na verdade não possui o direito de usá-los. Há diversas leis que já regulam o assunto, inclusive, no Brasil, a Lei Geral da Copa (veja abaixo). 

Outra forma (também prevista na Lei Geral da Copa) é a Intrusão ou a distração. O que a princípio pode parecer uma campanha ou aproveitamento ingênuo de espaço também incorre em crime. 

Trata-se de utilizar as instalações ou redondezas de um evento para fazer anúncios ostensivos de uma marca. Mesmo não fazendo alusão direta ao evento, o público incorre no erro de associar tal marca ao evento.

A insurgência é outra forma. Trata-se de colocar carros, Blitzes, displays ou stands próximos a eventos.

Muitas vezes a emboscada não se refere diretamente ao evento, mas uma das ações pode ser a criação de um evento paralelo, próximo ao evento principal, dando ideia ao público que os dois eventos se relacionam. A isso se chama de propriedade paralela.

Em eventos esportivos é muito comum o Marketing de Emboscada Incidental. Trata-se de chamar a atenção do público a uma determinada marca sem estar relacionada, efetivamente ao evento. 

Um exemplo clássico é o das chuteiras dos jogadores de futebol, que normalmente não são das marcas patrocinadoras do evento, mas buscam chamar a atenção do público com cores berrantes e com as marcas proeminentes.

Outra forma que não pode ser punida por lei é a utilização de campanhas em determinados momentos, onde ocorram eventos. Assim, mesmo sem citar o evento, as marcas acabam se associando a tais eventos.

A cada Copa do Mundo, a expressão “Marketing de emboscada” vem à tona com mais força. Com os custos proibitivos de se tornar um patrocinador oficial de grandes eventos, pequenas empresas tentam se aproveitar dos momentos para associar seus nomes aos eventos, ganhando assim fama e exposição. O problema, no entanto, é que esse tipo de ação é ilegal, muitas vezes prevista em leis. A Lei Geral da Copa no Brasil, por exemplo, deixa clara uma pena de 3 meses a um ano para empresas ou pessoas que façam uso de tal técnica. Na Seção IV - Dos Crimes Relacionados aos Eventos, O artigo 18 do projeto afirmar literalmente:

Marketing de Emboscada por Associação

Art. 18. Divulgar marcas, produtos ou serviços, com o fim de alcançar vantagem econômica ou publicitária, por meio de associação direta ou indireta com os Eventos ou Símbolos Oficiais, sem autorização da FIFA ou de pessoa por ela indicada, induzindo terceiros a acreditar que tais marcas, produtos ou serviços são aprovados, autorizados ou endossados pela FIFA:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, sem autorização da FIFA ou de pessoa por ela indicada, vincular o uso de ingressos, convites ou qualquer espécie de autorização de acesso aos Eventos a ações de publicidade ou atividades comerciais, com o intuito de obter vantagem econômica.” (Lei Geral da Copa que Dispõe sobre as medidas relativas à Copa das Confederações FIFA de 2013 e à Copa do Mundo FIFA de 2014, que serão realizadas no Brasil.)"


Já o artigo seguinte afirma:

Marketing de Emboscada por Intrusão

Art. 19. Expor marcas, negócios, estabelecimentos, produtos, serviços ou praticar atividade promocional não autorizados pela FIFA ou por pessoa por ela indicada, atraindo de qualquer forma a atenção pública nos Locais Oficiais dos Eventos, com o fim de obter vantagem econômica ou publicitária:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.”


Assim fica claro entender que qualquer tentativa de utilizar o ambiente próximo a estádios, arquibancadas, espaços oficiais ou outros relacionados ao evento, para promover marcas, empresas ou serviços que não constem do rol dos patrocinadores oficiais, será considerado crime pela Lei Geral da Copa.

Em muitos eventos houve a tentativa de se burlar tal sistema, mas poucas foram as penalidades realmente impostas aos infratores. 

Desde pessoas segurando placas de concorrentes nas numeradas até belas mulheres utilizando as cores de cervejas concorrentes à oficial”, inúmeros casos foram mostrados pela imprensa como formas criativas de utilizar eventos para promover marcas sem pagar o patrocínio oficial. Mas, o que era considerado criativo até há alguns anos atrás, está passando a ser crime cada vez mais. E a criatividade excessiva será punida aos olhos da lei. Mais uma derrota da criatividade.

BRASIL E ARGENTINA: RESPOSTAS DAS CENTRAIS SINDICAIS AOS EMPREGADOS

(Texto de José Tadeu Arantes, distribuído pela Agência FAPESP))

Os índices de desemprego no Brasil e na Argentina alcançaram patamares elevados no final dos anos 1990 e início da década de 2000, superando aqui os 12% e chegando lá a mais de 20%, em 2002.

Na época, no entanto, a reação a esse quadro social foi bem diferente nas duas nações, de acordo com um estudo publicado em livro.

Enquanto os desempregados argentinos se organizaram em escala nacional, realizando piquetes que paralisaram estradas, pontes e avenidas e tornando-se um dos principais protagonistas da onda de protestos que sacudiu o país, os desempregados brasileiros responderam à situação de forma menos enfática, aponta o livro Sindicalismo e desempregados: um estudo comparativo das centrais sindicais do Brasil e Argentina (1990-2002), de Davisson Cangussu de Souza, publicado recentemente com apoio da FAPESP.

Segundo Souza, também foi bastante diferenciado o comportamento das principais centrais sindicais dos dois países: a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, no Brasil, e a Confederación General del Trabajo de la República Argentina (CGT) e a Central de Trabajadores de la Argentina (CTA), na Argentina, todas objetos de sua pesquisa.
Professor do curso de graduação e do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no campus de Guarulhos, Souza realizou o estudo que resultou no livro durante seu doutorado, orientado por Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, atualmente professora aposentada da Universidade de São Paulo (USP).

“A tese foi uma continuidade do estudo que havia feito no mestrado, quando analisei a ação de um sindicato específico, o dos metalúrgicos de Campinas e região, diante das demissões em massa”, disse Souza.

“Percebi, no primeiro estudo, que o desempregado é um sujeito político diferente do demitido, sob o ponto de vista da ação sindical. 

O demitido guarda um vínculo com a categoria profissional de origem e sua situação suscita a resposta do sindicato dessa categoria. Já o desempregado fica, por assim dizer, desvinculado”, afirmou.

Segundo Souza, a situação de “desemprego” pode designar alguém que tenha sido demitido há algum tempo, que já tenha transitado por várias categorias ou até mesmo alguém que nunca tenha trabalhado, como é o caso de jovens aspirantes ao mercado de trabalho.

“No doutorado, resolvi me aprofundar no estudo dos desempregados. E me dei conta de que, pelo fato de o desempregado não estar vinculado a nenhuma categoria, eu não poderia enfocar um sindicato específico, mas deveria estudar a ação de uma entidade que pudesse organizar a luta do conjunto dos trabalhadores. Quem cumpre esse papel são as centrais sindicais”, explicou.

A comparação com a Argentina tornou-se uma escolha bastante evidente diante do vulto assumido pelas manifestações dos desempregados naquele país no começo dos anos 2000.

“Como não podiam fazer greve, porque já não estavam inseridos na atividade produtiva, os desempregados faziam piquetes, não nas portas das fábricas, mas nas rodovias, avenidas, pontes, dificultando a circulação das mercadorias”, informou Souza.

O pesquisador buscou comparar, então, a reação das centrais sindicais diante dos desempregados, estudando as duas principais centrais sindicais de cada país, “que tinham políticas muito diferentes em relação a esse segmento”.

Política de requalificação profissional

No caso brasileiro, o estudo constatou que, embora as centrais sindicais tenham se preocupado com a questão do desemprego e em oferecer serviços aos desempregados, não houve, da parte delas, um esforço para promover a organização política dos desempregados.

“Faço uma diferenciação do que seria a luta contra o desemprego e a luta com os desempregados. Porque é possível levantar a bandeira da luta contra o desemprego, construir uma pauta de reivindicações em relação ao tema, mas não necessariamente representar politicamente os trabalhadores desempregados”, disse.

O autor aponta que as centrais sindicais brasileiras ofereceram serviços aos trabalhadores desempregados. O principal foram os cursos de requalificação profissional, baseados na noção de empregabilidade.

“A ideia sustentada pelas centrais era a de que era preciso requalificar os trabalhadores para que pudessem acompanhar as novas exigências do mercado de trabalho.

Essa foi a principal política das centrais sindicais brasileiras em relação aos desempregados. E tal política trazia a marca da época, caracterizada não apenas pela ascensão do pensamento neoliberal e pela reestruturação da produção, mas também por acentuadas mudanças político-ideológicas no movimento sindical”, disse Souza.

Segundo o autor do livro, ocorreu no Brasil, nos anos 1980, a ascensão daquilo que alguns estudiosos denominaram “sindicalismo combativo”. Um sindicalismo que fazia da greve e das manifestações de massa seus principais instrumentos de ação.

Já nos anos 1990, houve uma mudança na cultura político-ideológica desses sindicatos, que transitaram do “sindicalismo combativo” para o chamado “sindicalismo propositivo”, que passou a priorizar o diálogo, a conciliação, o pacto social entre empregados e patrões.

“Essa orientação tornou-se hegemônica não apenas na Força Sindical, fundada em 1991, mas também na CUT, fundada em 1983.”

“Tanto que ambas terminaram criando, em 1998 e 1999, no auge do período que eu estudo, instrumentos muito parecidos: a Central de Trabalho e Renda, da CUT, e o Centro de Solidariedade ao Trabalhador, da Força Sindical, com o objetivo principal de intermediar a contratação da força de trabalho, funcionando como uma espécie de agência de empregos”, disse Souza.

Crise argentina

Na Argentina, o processo se deu de maneira bastante distinta. O país foi marcado, até o início dos anos 1990, por baixos índices de desemprego e indicadores socioeconômicos bastante superiores à média latino-americana. Era, até então, o país latino-americano com melhores condições econômicas e sociais.

“No início da década de 2000, porém, após os dez anos acumulados pelos dois mandatos presidenciais de Carlos Menem, com sua política econômica pautada pela paridade entre o peso e o dólar americano, a privatização dos serviços públicos e a abertura comercial e financeira, a Argentina mergulhou em uma crise.

De índices de 3% a 4%, o desemprego saltou para patamares de mais de 20% em alguns momentos”, disse Souza.

Foi nesse contexto que surgiu o movimento dos piqueteiros. A CGT – fundada em 1930, que guardava um vínculo histórico com o peronismo, definindo-se, inclusive, como uma central peronista – não propôs nenhuma política de representação dos desempregados.

A CTA, a outra central argentina estudada no livro, foi criada, nos anos 1990, como uma dissidência da CGT, exatamente por discordar da política que estava sendo praticada.

“Surgiu em oposição à política neoliberal de Menem e ao alinhamento da CGT. Iniciou com pouca força, com poucos sindicatos filiados, e cresceu em boa medida pelo fato de organizar e sindicalizar os desempregados.

Diferentemente de outras centrais sindicais, a CTA abriu o seu estatuto para filiar também trabalhadores não sindicalizáveis pela legislação”, disse Souza.

Conforme o pesquisador, a CTA ampliou o conceito de classe trabalhadora, que passou a abarcar todos aqueles que trabalham, isto é, os empregados; aqueles que desejam trabalhar, mas não encontram trabalho, isto é, os desempregados; aqueles que trabalham, mas sem vínculo empregatício, isto é, os informais; e os que trabalharam e já não trabalham, isto é, os aposentados.

Divisor de águas

Uma das teses presentes no livro Sindicalismo e desempregados é a de que a resposta dada à questão dos desempregados tornou-se um divisor de águas entre o “sindicalismo combativo” e o “sindicalismo propositivo”.

“Isso é bastante evidente no tipo de acordo que os principais sindicatos da CUT, como o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, passaram a fazer para evitar as demissões”, disse Souza.

“Se antes a postura sindical diante das demissões era a greve, a paralisação, a contestação, esse posicionamento foi substituído pelo diálogo, pelo entendimento. Foram os chamados acordos tripartites, envolvendo governo, patrões e trabalhadores.”

“Mas esse tipo de acordo, que provocou o rebaixamento salarial, não conseguiu segurar a onda de demissões. O desemprego cresceu do mesmo jeito”, afirmou.

A diferente capacidade de organização dos desempregados no Brasil e na Argentina e a diferente resposta das centrais sindicais à questão dos desempregados decorrem de uma série de fatores, segundo Souza, detalhados no livro. Mas há um que o autor ressalta especialmente e que constitui, por assim dizer, um pano de fundo.

“No Brasil, temos a presença crônica de uma superpopulação relativa, daquilo que Marx chamou de ‘exército industrial de reserva’”, afirmou.

“É uma tradição de trabalho informal, de trabalho precário, abastecido pela onda migratória, pelo êxodo rural, pelo deslocamento populacional, principalmente do Nordeste, para os grandes centros urbanos do país. Isso, inclusive, explica o preço da força de trabalho no país. Na Argentina, a classe trabalhadora historicamente ganhou um salário melhor do que no Brasil”, disse.

Essa superpopulação relativa crônica dificulta a construção da identidade coletiva do desempregado, segundo Souza. Isso também explicaria em parte por que a noção de cidadania no Brasil é tão frágil.

“Só é possível construir uma forte identidade de desempregado se existe um estatuto anterior de empregado. O desempregado argentino se sente desempregado.”

“Já uma boa parte do desempregado brasileiro, não. Ele se sente um trabalhador, ‘se vira’, como é costume dizer. Ou então vira sem-terra, porque boa parte dos sem-terra é formada por desempregados urbanos que voltaram ao campo para trabalhar”, disse.

A presença histórica da classe trabalhadora rural no Brasil também é muito forte, de acordo com o pesquisador. Na Argentina, afirmou, a população urbana já havia ultrapassado a rural no Censo de 1914. 

No Brasil, ela só se tornou majoritária nos anos 1960. “Ainda hoje, temos uma população rural que é quase do tamanho da população total da Argentina”, disse Souza.

De acordo com o pesquisador, a organização dos desempregados é devedora das tradições de luta de cada país.

Na Argentina, os principais líderes piqueteiros eram ex-militantes sindicais desempregados que herdaram a tradição organizativa no local de trabalho, mecanismo pouco presente no caso brasileiro.

“É por isso que foi o movimento dos sem-terra, e não os sindicatos, que organizou os desempregados no Brasil”, disse.

Para a orientadora Heloisa Martins, a pesquisa desenvolvida por Souza alcançou um resultado significativo não apenas por abordar um tema – o dos movimentos sindicais na América Latina – sobre o qual há poucos estudos comparativos, mas também por apresentar uma análise sociológica competente.
“Davisson conseguiu juntar o empírico com o teórico de uma maneira bastante articulada, construindo uma explicação sociológica com argumentos sólidos”, disse Martins.

Detalhes: www.finotracoeditora.com.br/livros/SO6824/9788580541212/sindicalismo-e-desempregados-um-estudo-comparativo-das-centrais-sindicais.htmlEspeciais

FÍSICA DE SISTEMAS COMPLEXOS PODE PREVER IMPACTOS DAS MUDANÇAS AMBIENTAIS
(Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP)

 Além da aplicação em áreas como a Engenharia e Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), a Física dos Sistemas Complexos – nos quais cada elemento contribui individualmente para o surgimento de propriedades somente observadas em conjunto – pode ser útil para avaliar os impactos de mudanças ambientais no planeta, como o desmatamento.

A avaliação foi feita por Jan-Michael Rost, pesquisador do Instituto Max-Planck para Física dos Sistemas Complexos, durante uma mesa-redonda sobre sistemas complexos e sustentabilidade, realizada no dia 14 de fevereiro no Hotel Pergamon, em São Paulo.

O encontro foi organizado pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH-SP) e pela Sociedade Max Planck, em parceria com a FAPESP e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), e fez parte de uma programação complementar de atividades da exposição científica Túnel da Ciência Max Planck.

“Os sistemas complexos, como a vida na Terra, estão no limiar entre a ordem e a desordem e levam um determinado tempo para se adaptar a mudanças”, disse Rost.

“Se houver grandes alterações nesses sistemas, como o desmatamento desenfreado de florestas, em um período curto de tempo, e for atravessado o limiar entre a ordem e a desordem, essas mudanças podem ser irreversíveis e colocar em risco a preservação da complexidade e a possibilidade de evolução das espécies”, afirmou o pesquisador.

De acordo com Rost, os sistemas complexos começaram a chamar a atenção dos cientistas nos anos 1950.

A fim de estudá-los, porém, não era possível utilizar as duas grandes teorias que revolucionaram a Física no século 20: a da Relatividade, estabelecida por Albert Einstein (1879-1955), e da mecânica quântica, desenvolvida pelo físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976) e outros cientistas.

“Isso porque essas teorias podem ser aplicadas apenas a sistemas fechados, como os motores, que não sofrem interferência do meio externo e nos quais as reações de equilíbrio, ocorridas em seu interior, são reversíveis”, afirmou Rost.

Por essa razão, segundo ele, essas teorias não são suficientes para estudar sistemas abertos, como máquinas dotadas de inteligência artificial e as espécies de vida na Terra, que interagem com o meio ambiente, são adaptativas e cujas reações podem ser irreversíveis.

Por isso, elas deram lugar a teorias relacionadas à Física dos sistemas complexos, como a do caos e a da dinâmica não linear, mais apropriadas para essa finalidade.

“Essas últimas teorias tiveram um desenvolvimento espetacular nas últimas décadas, paralelamente às da mecânica clássica”, afirmou Rost.

“Hoje já se reconhece que os sistemas não são fechados, mas se relacionam com o exterior e podem apresentar reações desproporcionais à ação que sofreram. É nisso que a Engenharia se baseia atualmente para desenvolver produtos e equipamentos”, afirmou.

Categorias de sistemas complexos

De acordo com Rost, os sistemas complexos podem ser divididos em quatro categorias que se diferenciam pelo tempo de reação a uma determinada ação sofrida. A primeira delas é a dos sistemas complexos estáticos, que reagem instantaneamente a uma ação.

A segunda é a de sistemas adaptativos, como a capacidade de farejamento dos cães. Ao ser colocado na direção de uma trilha de rastros deixados por uma pessoa perdida em uma mata, por exemplo, os cães farejadores fazem movimentos de ziguezague.

Isso porque, segundo Rost, esses animais possuem um sistema de farejamento adaptativo. Isto é, ao sentir um determinado cheiro em um local, a sensibilidade olfativa do animal àquele odor diminui drasticamente e ele perde a capacidade de identificá-lo.

Ao sair do rastro em que estava, o animal recupera rapidamente a sensibilidade olfativa ao odor e é capaz de identificá-lo em uma próxima pegada. “O limiar da percepção olfativa desses animais é adaptado constantemente”, afirmou Rost.

A terceira categoria de sistemas complexos é a de sistemas autônomos, que utilizam a evolução como um sistema de adaptação e é impossível prever como será a reação a uma determinada mudança.

Já a última categoria é a de sistemas evolucionários ou transgeracionais, em que se inserem os seres humanos e outras espécies de vida na Terra, e na qual a reação a uma determinada alteração em seus sistemas de vida demora muito tempo para acontecer, afirmou Rost.

“Os sistemas transgeracionais recebem estímulos durante a vida toda e a reação de uma determinada geração não é comparável com a anterior”, disse o pesquisador.

“Tentar prever o tempo que um determinado sistema transgeracional, como a humanidade, leva para reagir a uma ação, como as mudanças ambientais, pode ser útil para assegurar a sustentabilidade do planeta”, avaliou Rost.

HAND, AGORA ÓRGÃO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA DA MÃO

(Texto de Noêmia Lopes, distribuído pela Agência FAPESP)

 Desde dezembro de 2013, o periódico Hand, editado pela American Association for Hand Surgery(AAHS), é o órgão oficial de divulgação científica da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM).

“Além da própria American Association, somente a sociedade brasileira tem a Hand como órgão oficial. Isso, em primeiro lugar, reflete o reconhecimento externo à excelente qualidade da pesquisa feita no Brasil na área de cirurgia da mão”, afirmou Carlos Henrique Fernandes, secretário geral da SBCM e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) à Agência FAPESP.

De acordo com Fernandes, tal reconhecimento é resultado de cinco anos de intercâmbios com a associação americana, com participação mútua em congressos, palestras e cursos.

Em termos práticos, o primeiro desdobramento é a participação de três pesquisadores brasileiros no conselho editorial do periódico – Fernandes, Flavio Faloppa, também da Unifesp, e Rames Mattar Junior, da Universidade de São Paulo (USP).

“Participaremos da definição das regras da revista e da avaliação dos artigos que são publicados nas quatro edições anuais de Hand”, disse Fernandes.

Em segundo lugar, todos os cirurgiões de mão brasileiros ligados à SBCM terão acesso gratuito à edição on-line da revista.

“Trata-se de um fator importante para a atualização permanente por parte dos nossos médicos. E, dessa maneira, esperamos contribuir com o surgimento de novas pesquisas e incentivar a submissão de um maior número de artigos à Hand, acessada no mundo inteiro”, afirmou.

O periódico é indexado em bancos de pesquisa como PubMed, da Biblioteca Americana de Medicina, Scopus, Google Scholar, OCLC, SCImago e Summon by Serial Solutions.

OPORTUNIDADE

FMUSP oferece bolsa de pós-doc na George Washington University

O Programa de Pós-Graduação em Alergia e Imunopatologia, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), oferece uma bolsa de estudos de pós-doutorado na George Washington (GW) University, em Washington, nos Estados Unidos.

A oportunidade é para atuar no projeto “NKT Cells in HIV Infection”, coordenado pelo pesquisador Esper Kallas, do Instituto de Investigação em Imunologia – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (iii-INCT), que tem apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A bolsa, do CNPq, terá duração de 12 meses e as atividades começarão em abril deste ano.

Os candidatos à bolsa devem possuir título de doutor na área da saúde, conhecimentos básicos de Imunologia Humana, produção científica compatível com a área do doutorado e proficiência em língua inglesa.

É desejável também que os interessados possuam conhecimento e prática em citometria de fluxo e em outras técnicas de resposta imune celular, experiência em orientar estudantes de iniciação científica e habilidades em análises de bases de dados.

Para participar da seleção, é necessário encaminhar curriculum vitae, carta de interesse e carta de recomendação aos cuidados de Eleni Arruda, pelo e-mail eleni@lim60.fm.usp.br até 6 de março.

A George Washington University é a maior instituição de ensino superior no Distrito de Columbia, nos Estados Unidos, e possui atualmente mais de 20 mil estudantes de mais de 130 países.


GALERIA DE EVENTOS

Entrepreneurship for Graduate in Chemistry: A Glance for Brazilian Competitiveness, Innovation & Development

Abertas as inscrições para o workshop de empreendedorismo dos programas de pós-graduação em Química e Biotecnologia do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ/Unesp), que ocorrerá nos dias 25 e 26 de fevereiro, em Araraquara.

Intitulado “Entrepreneurship for Graduate in Chemistry: A Glance for Brazilian Competitiveness, Innovation & Development”, o evento será realizado em comemoração às notas da avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) obtidas pelos programas.
Robert Rich, da American Chemical Society, Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP São Carlos), e Sergio Robles Reis Queiroz, coordenador de Pesquisa para Inovação da FAPESP, são alguns dos palestrantes convidados do workshop.


4º Workshop em Microfluídica

O Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) realiza, nos dias 24 e 25 de julho, o 4º Workshop em Microfluídica, que ocorrerá no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.

O evento tem como objetivo promover a cooperação no domínio da microfluídica, reunindo pesquisadores que atuam nessa área multidisciplinar, que envolve Biologia, Medicina, Química, Engenharia de Processos, Transportes, Ciências Ambientais, Microeletrônica, entre outras.

Apresentações de trabalhos de palestrantes convidados, seminários de estudantes e apresentação de painéis com trabalhos científicos dos participantes inscritos estão programados para os dois dias de evento.

Os interessados em submeter trabalhos podem fazer o envio até 22 de junho. As inscrições devem ser realizadas até 6 de julho pela internet.


4º Workshop Internacional: Genômica Aplicada à Pecuária

Apresentar as novas técnicas genômicas utilizadas em diferentes países é um dos objetivos do 4º Workshop Internacional: Genômica Aplicada à Pecuária, que ocorrerá nos dias 13 e 14 de março, na cidade de Araçatuba (SP).

Realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), o evento é direcionado a pesquisadores, estudantes, criadores e profissionais de empresas da área de Genômica e conta com a participação de palestrantes brasileiros e estrangeiros.

No primeiro dia de evento, estão programados minicursos com temas que servirão de base para o conteúdo científico a ser debatido no segundo dia. Uma das palestras previstas é “Defeitos genéticos: Identificação, caracterização e eliminação usando abordagens genômicas”, que será proferida por Johnathan Beever, da University of Illinois, dos Estados Unidos.

Workshop Nature na Unicamp

A Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e a Coordenadoria Geral da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) organizam, entre os dias 18 e 20 de março, o Workshop Nature na Unicamp.

O objetivo do workshop é contribuir para o aumento do impacto da produção científica da instituição, oferecendo aos participantes a oportunidade de conhecer e interagir com o ambiente editorial de uma das publicações científicas mais prestigiadas do mundo.

Destinado preferencialmente a professores e pesquisadores de centros e núcleos da Unicamp, o curso visa atender as áreas biomédicas, ciências exatas e engenharias, nas quais a Nature e as Nature temáticas atuam.

O workshop será todo em inglês e ocorrerá no auditório da Biblioteca Central César Lattes, que fica na Rua Sérgio Buarque de Holanda, 421, Cidade Universitária, em Campinas (SP).
WORKSHOP: Tendências para o Mercado de Certificado de Recebíveis do Agronegócio - CRA



Conteúdo do programa
O investidor “urbano” pode investir no agronegócio e obter maior lucratividade do que em outras aplicações com o CRA, pois existe uma projeção de crescimento deste tipo de emissão em 2014. E outros investidores também, pois é apresenta ótimo desempenho como instrumento de financiamento rural.
Os contratos são em moeda local, tem isenção de IR  e o prazo e taxa de remuneração são atrativos.
Conheça mais sobre as emissões lastreadas em créditos que as empresas do segmento têm a receber com a venda de seus produtos, como cana, etanol e açúcar.
Tópicos discutidos por especialistas:
Desempenho dos novos instrumentos de financiamento rural
Visão do mercado agrícola
O setor de securitização agrícola no Brasil
O mercado de insumos agrícolas: máquinas, equipamentos, armazenagem
Riscos relacionados aos CRA, seus lastros e à oferta
Classificação de risco
Característica da oferta e do CRA
Principais instrumentos da oferta
Projeção do originador x retorno investidor
Captações de recursos fora do sistema bancário
Isenção de imposto de renda
Contratos em moeda local
Prazo e taxa de remuneração
Palestrantes:
Diego Pedalino
Vice President at Santander | Debt Capital Markets
SANTANDER
Renato S.Barros Frascino e Fernando Freitas
Diretores
GAIA AGRO
Nelson Torres
Diretor
SLW CORRETORA de VALORES e CÂMBIO


Informações
Realização:

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Demais informações:

Data: 23 de abril de 2014
Local: São Paulo/SP
Turma fechada
Descontos progressivos para inscrições antecipadas

info@maximatreinamento.com.br
ou 11. 2936-4389 com Fernanda Alencar 

Conheça os projetos InCompany:

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Conheça a Máxima Eventos:
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Palestra
Brindes

Apoio institucional:

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"A nobreza do homem está em sentir gratidão pelas graças recebidas e gravá-las no seu coração."
Mokiti Okada

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