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e Publicidade
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leitura: das livrarias ao McDonald’s
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calcula tempo gasto no Facebook
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criam Fundo de Doações
. SUTIÃ SÓ ABRE SE A MULHER SENTIR AMOR VERDADEIRO
(tONY cOELHO, NO pROMOVIEW)
Existe a ilusão de que o nosso mercado
é o único a sofrer as agruras do desrespeito e das colocações espúrias de
alguns clientes, em especial em concorrências.
Ledo engano. O mercado publicitário vem sentindo na pele o que dá a
falta de união e as “facilidades” que algumas pseudo agências dão para
conseguir pegar jobs e agradar clientes.
A mais recente ocasionou um documento da Fenapro aos sindicatos, para
ser repassado às agências filiadas de todo Brasil, no sentido de que elas não
participem da licitação aberta pelo Comitê Organizador dos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, para contratação de agência de
publicidade.
A razão é, no mínimo, ultrajante. O
Comitê finge não entender o trabalho de uma agência de publicidade e propaganda
e tenta se dar bem, fazendo uma licitação onde ganha duas vezes: consegue uma
agência capaz de fazer sua comunicação e um patrocinador ao mesmo tempo.
Não entendeu? É que o edital do Comitê Organizador determina que a
agência vencedora do certame terá que comprar, pelo preço mínimo recomendado de
R$ 5 milhões (que baratinho, né!), uma cota-serviço de patrocínio, a qual dará
direito à agência de explorar, em benefício próprio, o uso dos direitos de
propriedade do evento, e, ao mesmo tempo, prestar os serviços de comunicação.
Você viu que legal? O Comitê determina
que quem ganhar a licitação TEM que comprar uma cota de patrocínio mínima de
cinco milhões e ainda terá a HONRA de prestar serviços de comunicação para o
comitê.
Ou seja, a agência, além de fazer o seu
trabalho, também irá comercializar a cota de patrocínio que COMPROU, a fim de
se capitalizar. Ou seja, o Comitê está a procura uma agência que faça seu
trabalho de vendas.
Se ninguém fizer nada, amanhã, uma
empresa de cervejas poderá fazer uma licitação na qual determinará que o
vencedor deva comprar um milhão da sua principal marca para revendê-la depois.
Tá, você pensou. Que absurdo! Não é?
Pois saiba que nós passamos há muito tempo por coisas do tipo. Como os clientes
que se capitalizam às nossas custas, pois realizamos seus eventos, colocando
dinheiro na frente, e, na maioria das vezes, recebendo Deus sabe quantos meses
depois.
Não paramos de cometer suicídio de
mercado. No afã de mantermos vivas nossas agências,aceitamos reduzir nossa taxa
de gerenciamento, não cobrar criação, estender prazos de pagamento, reduzir
estruturas já enxutas, contratar fornecedores “meia boca” para baratear as
coisas para os clientes.
No Rio de Janeiro, o mercado naufragou
com o fim de inúmeras agências de porte que seguiram esse caminho.
Surgiram, e surgem, todos os dias,
agências de fundo de quintal baratinhas que atendem clientes que antes não as
teriam em seu grupo de fornecedores.
Compras e suprimentos fizeram um
desfavor à comunicação de suas empresas.
Eu pensei que São Paulo fosse resistir
a isso. Afinal, o nível de profissionalização paulista é muito maior. Mas o que
vem acontecendo lá é mais uma crônica de nova morte anunciada.
Enquanto no Rio, as agências são
abertas por qualquer um, pessoas que nem sabem o que é evento, ação, produção
ou criação. Em São Paulo, não. Lá, o problema é que quem tem aberto as novas
agências são profissionais altamente qualificados.
Pra quem não entendeu, explico, e essa
é uma percepção minha, que sei que muita gente compartilha. Quando um grande
profissional abria uma agência, o fazia para ganhar muito e crescer.
Hoje, o faz para ter custo baixo e
levar o cliente das grandes agências de onde saiu, com o ideia de que, com o
tempo, vai ganhar muito.
Nada contra a pessoa, mas a questão é
que com o passar do tempo, o cliente, o mesmo que talvez tenha colocado na
cabeça dele a ideia de abrir a agência, fará o mesmo com um funcionário seu,
que abrirá uma agência de menor custo ainda. Assim, em pouco tempo, teremos o
mesmo problema do Rio.
Longe de querer crucificar ou julgar
quem quer que seja, estou imaginando quem ganha com isso. Se o melhor não seria
termos um mercado forte, unido, capaz de pagar salários significativos e justos
e de tornar associados os grandes profissionais.
Desconheço mercado forte com empresas
fracas e que cobram pouco. Desconheço um mercado de profissionais de ponta, no
qual estes não sejam reconhecidos como tal, tanto pelas empresas em que
trabalham quanto pelos clientes para quem trabalham, que fazem de tudo para
melhor remunerá-los.
Ninguém quer perder grandes
profissionais. Em grandes mercados, cooptar é burrice.
No desespero e na ilusão de conquistar
quem os trai, agências e profissionais estão matando nosso mercado.
Precisamos estar unidos. Como unidas
são as agências de publicidade e propaganda (pelo menos eram até pouco tempo).
Não podemos, com o intuito de ganhar mais, cobrar menos que o justo – e é isso
que estamos fazendo hoje.
Pode ser que minhas previsões
pessimistas estejam erradas. Aceito controvérsias. Se estiverem, ótimo, ficarei
feliz em estar errado.
Mas, se não estiverem, espero que nunca
aconteça de sermos chamados para um concorrência na qual uma cláusula (ou
cláusulas) determine quem serão os produtores e os fornecedores a serem
contratados e o valor que nós, agências, devemos investir no cliente para, em
caso de vitória, termos a honra de fazer o seu evento.
Achou esquisito? Pois saiba que, pelo
menos, as duas primeiras já acontecem.
Até quando?
#CPBR7: BIG DATA E PUBLICIDADE
(Por Leonardo Araujo – Direto da
Campus Party 2014. No Adnews)
O Big Data foi a pauta em painel da Campus Party 2014
ocorrido na tarde de terça-feira (28). O bate-papo contou com a presença de
Marco Gomes, fundador da boo-box, Ricardo Cappra, cientista de dados e Tati
Tosi, pesquisadora digital.
O que é Big Data?
O assunto ainda gera questões. Tanto que Cappra, que fez
parte da equipe de Obama em suas duas campanhas, utilizou o início de sua
explanação para esclarecer as dúvidas.
A economia moderna, segundo o cientista, conseguiu
entender que poderia hackear os dados disponíveis na web e utilizá-los de forma
inteligente.
“Muita gente se pergunta por que o Google gastou um
bilhão no Waze. (...) O Google não comprou um software, comprou os dados
contidos nele”, exemplifica, citando o aplicativo para motoristas que possui
informações sobre mais de 40 milhões de usuários.
Em resumo, Big Data é a capacidade de transformar os
dados em resultado. O que os tweets sobre certo assunto dizem sobre um
candidato X, por exemplo? O que o comportamento de celulares da marca Y dentro
do Shopping Z mostra? O estudo e a análise destes dados é o Big Data.
E a publicidade?
O grande exemplo do painel foi a própria boo-box, do
Marco Gomes. A empresa do jovem empresário utiliza exatamente o Big Data para
direcionar anúncios de maneira que não haja dispersão.
O termo designa
aquele anúncio que não é para você, mas que você está vendo. Marco exemplifica
dizendo que um dia estava vendo TV e um trecho do comercial do Banco do Brasil
dizia:
“Você que é funcionário público e aposentado...”, sendo que o rapaz não
é nem uma coisa nem outra.
“Na boo-box a gente acaba com o grande problema da mídia
que é o chamado matar mosca com canhão”, brinca.
Durante a palestra, ele detalhou a operação da empresa.
“A boo-box alcança 60 milhões de pessoas no Brasil todo
mês.
Praticamente 6 em cada 10 usuários conectados”, diz.
O empresário lembra que não possui o nome ou e-mail
dessas pessoas, mas sabe detalhes de seus hábitos de consumo e comportamento na
web. Quais sites visitam, com que frequência, etc. Assim, consegue direcionar
melhor a publicidade.
Retratos de nosso tempo
Para Tati Tosi, um dos motivos para o Big Data estar em
voga é que vivemos numa sociedade que gosta da exposição.
“Vivemos uma realidade altamente Big Brother, tanto para
o bem como para o mal”, analisa.
Segundo a pesquisadora, momentos “altamente íntimos” têm
se tornado público.
“O universo dos relacionamentos está mudando, hoje a
gente se quantifica em apps”, reflete.
O problema da privacidade
E não dá para falar de Big Data sem citar a privacidade.
Se grandes marcas estão analisando a atividade de internautas para obter
resultados diversos, elas estão erradas? É preciso ter calma na hora de
criticar.
“Se você não é o cliente, você é o produto, uma regra
simples do mundo online”, lembra Gomes.
Cappra recorda que todos os usuários de redes sociais
tiveram que aceitar os termos de uso das redes que utiliza. E neles, as
empresas deixam claro quais dados irão utilizar. Você está usando a plataforma,
mas o Google, por exemplo, está vendendo seus dados.
E você concordou com isso.
“Vocês estão pagando estes serviços através dos dados que
vocês estão colocando lá dentro”, diz Cappra.
Marco ressalta que a discussão sobre privacidade, muitas
vezes, “pega para Cristo” as empresas erradas.
“É comum que as pessoas queiram cortar a privacidade
online eliminando os cookies do computador”, explica o empresário.
Isso, segundo Gomes, não vai resolver o problema, já que
sua foto e seu e-mail, por exemplo, vão continuar no Facebook.
Sobre o futuro, Tati diz que o cientista de dados será
procurado cada vez mais. “Ele é altamente necessário. Quem vai ganhar em
competitividade é aquele que já está aplicando [o Big Data] na sua empresa”,
explica.
As lições de Bruce
Dickinson
Nada de “Scream for me, Campus Party!” ou pulinhos pelo
palco. Não. O Bruce Dickinson que palestrou hoje na #Cpbr7 é diferente.
O
vocalista da banda Iron Maiden exibiu sua faceta empreendedora.
Apresentado por Marco Gomes, da boo-box, vestindo uma
calça e uma camisa social e falando para uma platéia que, por incrível que
pareça, usava mais camisetas de bandas como Black Sabbath, Metallica e AC/DC do
que as peças em homenagem ao Mario Bros. (coisa rara numa Campus Party), Bruce
iniciou sua explanação comentando sobre as diferenças entre consumidores e fãs.
“Um consumidor sempre tem a escolha”, explica.
Bruce diz que as marcas precisam se espelhar nas bandas.
No momento de crise do mercado fonográfico, no início da
década de 2000, membros da indústria começaram a taxar os fãs como
consumidores.
Como? Quem baixasse música era taxado de criminoso.
“Eles diziam ‘Os nossos fãs estão roubando nossa música
porque eles nos amam. Cadeia neles!’. Isso não faz sentido”, explica Bruce.
Já as bandas – em sua maioria – descobriram que o
fato do fã baixar sua música não significava que ele odiava sua obra, é
exatamente o contrário.
É aí que mora a diferença. As grandes empresas, segundo
Bruce, devem criar fãs e não consumidores, como as gravadoras fizeram.
Mas o vocalista alerta. “Se a gente vende uma camiseta do
Iron Maiden que cai aos pedaços quando você usa, nossos fãs rapidamente se
tornam consumidores”, exemplifica. É preciso cuidado com sua marca.
“O mundo dos negócios é igual à vida no oceano. Peixe tem
guelras, eles conseguem ficar na água e respirar tranquilamente, nadando sem
pressa. Tubarões, por outro lado, não tem guelras, eles precisam se mover, do
contrário eles se afogam. Quanto mais se mexem, maiores ficam e precisam comer.
O que eles comem? O peixe, que estava lá parado. Esse é o mundo dos negócios,
quer você goste ou não. Se você ficar parado, alguém vai te comer”, elucida
Bruce.
Entretanto, se você tem fãs, a tendência é que eles te
acompanhem. E para criar fãs, é preciso que seu negócio tenha valor.
“Uma secretária bonita não é algo de valor, é só
bobagem”, diz Bruce. É preciso descobrir onde está o valor daquilo que você
faz. No que o seu negócio é especial.
“No Iron Maiden
nós temos sorte, ninguém pode ser como nós, mas em outros negócios é mais
complicado”, confessa sem falsa modéstia.
E o segredo, segundo o roqueiro, está no relacionamento.
O que quer que você pense que está vendendo, um computador, uma toalha, um
software... Você não está vendendo isso, você está vendendo uma relação com a
pessoa que compra.
Bruce dá o exemplo do carro sem porta. Ou seja, se você
comprar um carro zero e, na primeira vez que dirige o veículo, a porta cair,
não vai querer outro modelo da mesma marca, certo?
“Não é a garantia que conta, é a confiança”. Exemplo?
Bruce cita a Apple. “Especialmente quando começaram, tinham fãs... Mais do que
fãs, era uma religião. Você não comprava um Mac, você se juntava ao culto”,
relembra.
Porém, nos dias de hoje, a Apple, com seus erros recentes
como o Apple Maps, conseguiu que seus fãs pensassem: temos escolha. E eles se
tornaram consumidores.
“Por que todos que conheço compraram iPhones, mas agora
estão pensando em comprar um Samsung?”, questiona ironicamente.
Para Bruce, os seres humanos são, essencialmente, o que
eram há
500 anos. Criaturas sociais, que prezam pelo contato visual. E é isso
que as empresas de hoje precisam entender.
Além disso, é necessário pensar coletivamente e usar a
imaginação.
Citando Einstein, Bruce Dickinson diz que é essencial imaginar as
coisas. “Certa vez, alguém olhou para a lua e disse: ‘Um dia vamos chegar lá’”.
O vocalista deu exemplos de “como pensar fora da caixa”.
Um dos mais recentes foi a cerveja do Iron Maiden. A banda pensou:
“Como vamos atrair aqueles caras que ficam ouvindo nosso
som em casa? Que ficam assistindo nossos shows no Youtube? Que ficam ouvindo
nossas mp3?”.
A resposta veio de outra pergunta: “O que eles consomem
quando fazem tais coisas?” Bebem cerveja. Foi aí que o Iron criou a Trooper, a
cerveja premium da banda.“A ideia nunca foi colocar o rótulo ‘Iron Maiden’ numa
marca já existente”, explica.
Para finalizar, o vocalista da maior banda de heavy metal
do mundo resume seus pensamentos numa frase que chamou a atenção. “Não é sobre
cobiça, é sobre a diversão”.
Telefônica quer
tornar mundo mobile mais aberto
Na palestra intitulada “The Web is dead. Long live the
web”, Domingo, principal executivo de inovação do grupo, relembrou como o
início da navegação da internet nos PCs era algo fechado.
Numa apresentação que foi desde os primórdios do
Netscape, passando pelo domínio do Internet Explorer – que era lançado junto
com o Windows, o sistema operacional que todos tinham -- e chegando ao período
em que o Mozilla Firefox destruiu o monopólio de Bill Gates.
Assim como fez no mundo dos computadores pessoais, a
Fundação Mozilla quer deixar o mundo mobile mais aberto. Como? Com seu recém
lançado Firefox OS, aparelho que conta com um sistema operacional aberto.
Desenvolvido sob HTML5, o sistema operacional quer ser o
pesadelo de Apple e Google. Mas tudo por uma boa causa.
“Competição faz outras plataformas evoluírem, não
queremos conquistar o mundo, queremos criar competição. Quanto mais tivermos
isso, mais inovação será feita”, ressalta.
Já que a Apple e Android não querem que você use um ou
outro sistema operacional, a Fundação Mozilla corre por fora oferecendo uma
versão mais barata de smartphone que, aliás, já é comercializado em 14 países,
inclusive no Brasil.
“Nas redes sociais, 47% das menções feitas sobre o dispositivo
são positivas e 45% são extremamente positivas.
As pessoas entenderam a importância da web aberta. Se o
mundo mobile fosse aberto, os usuários teriam dez vezes mais inovação do que
temos hoje”, afirma.
E se todo mundo usar o Firefox OS? Ele não se tornará o
monopólio que está tentando combater? “A Fundação Mozilla não possui fins
lucrativos e sempre lutou pela web aberta”, justifica.
O sucesso da empreitada já pode ser visto em países como
Venezuela, onde a penetração de smartphones é baixa e a sede por um aparelho
barato é grande.
E se hoje em dia o monopólio da Microsoft com o IE
acabou, é bom que Apple e Google fiquem de olho no Firefox OS.
INCENTIVO À LEITURA: DAS LIVRARIAS AO McDONALD’S
(Por
Lourdes Magalhães,
presidente da Primavera Editorial. Executiva graduada em matemática pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com mestrado em
Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em
Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da
Pennsylvania, EUA). Com experiência como consultora por 20 anos, a executiva
atua no mercado editorial nacional e internacional desenvolvendo parcerias e
contratos com agentes literários na avaliação de obras para a compra de
direitos autorais, além de participar ativamente de feiras internacionais do
setor. Lourdes Magalhães atuou em editoras consideradas referência).
Como profissional do mercado editorial
tenho acompanhado com especial interesse o amplo debate sobre a real eficácia
de estimular o hábito da leitura via televisão; mais especificamente, via
novela da Globo. E, como cidadã, o tema me interessa exatamente porque o
desfecho dessa iniciativa isolada, partindo de um autor popular e extremamente
bem-sucedido, pode dar origem a um final feliz, daqueles bem açucarados! Diante
de argumentos – tanto contrários quanto favoráveis a Walcyr Carrasco – eis que
leio uma notícia que fornece mais elementos para avaliar o tema.
A imprensa divulgou, no início de janeiro, que dois livros estão
na lista dos itens mais procurados pelo telespectador da TV Globo – lista esta
que conta com produtos de moda e beleza; acessórios; e itens de decoração.
Os dois livros em questão foram recomendados pela atriz Nathalia
Timberg em cenas da personagem Bernarda na novela Amor à Vida.
No folhetim das 21 horas, Walcyr Carrasco insere os livros na
trama como objetos de um merchandising de literatura; um incentivo à leitura
feito por personagens de diferentes núcleos e classes sociais.
Na visão dele, a leitura faz parte da vida cotidiana dos
personagens e funciona como instrumento de interação entre eles.
O carismático quase-vilão Félix (Mateus Solano) já indicou o livro
Sabedoria Judaica, de Arnaldo Niskier; Paulinha (Klara Castanho) leu Dom
Quixote, de Miguel de Cervantes; Michel (Caio Castro),
Solidão no fundo da
agulha, de Ignácio de Loyola Brandão.
Aos mais céticos sobre o uso da televisão para incentivar a
leitura, vale retomar os dados de uma pesquisa importante para o setor livreiro
do Brasil.
Em Retratos da Leitura no Brasil, edição de 2011, vimos que na
questão que indagava quais as atividades de lazer que brasileiros de 15 a 64
anos costumam fazer, 98,5% afirmaram que costumam assistir tevê.
Entre os principais meios de comunicação utilizados pela população para se informar, a televisão reina absoluta no primeiro lugar com 72% da preferência, seguida de rádio com 9%.
Portanto, a pesquisa mostra, claramente, que a televisão pode (e
deve) ser um meio importante da disseminação da importância da leitura.
A questão tem uma outra faceta: a socioeconômica. A ascensão das
classes C, D e E pode, na minha percepção, fazer com que as pessoas “importem”
das classes A e B hábitos como o da leitura.
A baixa renda brasileira tem investido na educação superior dos
filhos; as cotas nas universidades públicas, ao longo dos anos, também
promoverão a ascensão de classes.
Quer mais um exemplo? A mesma pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil aponta que 64% dos entrevistados concordaram com uma afirmação que
associa a leitura ao fato de a pessoa “vencer na vida”; apenas 3% discordam
completamente dessa afirmação.
Então… existe a percepção do poder transformador
da leitura!
E onde entra o McDonald´s? No projeto McLivro Feliz. A rede de
fastfood quer se transformar na maior rede de livrarias do Brasil.
Pode parecer exagero, mas a iniciativa prevê distribuir livros na
compra do McLanche Feliz – serão 10 milhões de exemplares em 2014 a serem
distribuídos em toda a América Latina, sendo que 50% desse montante ficará nas
700 lojas da rede no país, espalhadas em 159 municípios.
Quanto à Primavera Editorial posso disser que minha equipe está
extremamente feliz ao ver todas essas iniciativas e ao participar de tantas
outras.
Somos ativistas entusiastas de iniciativas como o Leitura
Alimenta, parceria com a Livraria da Vila e da Cesta Nobre – que insere livros
nas cestas básicas –; do projeto Livro de Rua, que “liberta” livros nos parques
Villa-Lobos (São Paulo) e Gabriel Chucre
(Carapicuíba) para serem levados por
leitores de todas idades; nas iniciativas do movimento A Corrente do Bem que
nos inspiraram a criar o projeto Escritores do Bem…
Com tantas iniciativas de setores distintos da sociedade, acredito
que estamos construindo, passo a passo, uma sociedade de leitores.
Queremos, na prática, despertar aquela sede defendida por Carlos
Drummond de Andrade: “(…) A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas, por
incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede”. Que o brasileiro
sinta mais sede em 2014!
FERRAMENTA CALCULA TEMPO GASTO NO FACEBOOK
Perante a revolução tecnológica atual, é cada vez mais comum as pessoas
passarem horas entretidas com gadgets e aparelhos eletrônicos e focadas em
redes sociais.
Se o tempo gasto é exagerado ou não é difícil de saber. Porém uma
ferramenta, criada pele revista Time, pode ser muito útil para solucionar esta
questão.
A nova ferramenta é capaz de calcular a quantidade de dias que o
usuário ficou conectado ao Facebook.
Para chegar ao resultado final é preciso colocar a média de quantos
minutos por dia a pessoa passa na rede social e após alguns minutos é revelado
o total de utilização, quantos dias têm o perfil e quantos posts já foram
publicados no feed de notícias.
O TIME’s calculator foi criado para comemorar os 10 anos da rede de
Mark Zuckerberg – que se completarão semana que vem. (Redação
Adnews)
UNIVERSIDADES BRASILEIRAS CRIAM FUNDOS DE DOAÇÕES
(Texto de Elton Alisson, distrribuído
pela Agência FAPESP)
O fundo de doações da Universidade de
Harvard, dos Estados Unidos, ultrapassou recentemente os US$ 31 bilhões.
No Brasil, ao menos
oito instituições de ensino superior e pesquisa estão em processo de criação
desse tipo de fundo patrimonial, baseado em doações de pessoas físicas e
jurídicas, com o objetivo de diminuir a dependência de fontes únicas de
recursos para manter o financiamento de suas atividades de ensino e pesquisa.
A fim de multiplicar
essas experiências no Brasil, no entanto, será preciso mudar a falta de cultura
de investimentos social privado e de filantropia educacional e criar leis que
possibilitem a aplicação em fundos de endowment das
universidades brasileiras com vantagens tributárias.
A avaliação foi feita
por Rui Albuquerque, assessor do reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA), na palestra que proferiu no
dia 23 de janeiro no Simpósio Excellence in Higher
Education, na FAPESP.
“Quanto mais
propostas de fundos de endowment tivermos no Brasil e quanto
mais claro ficar a importância desse tipo de financiamento privado para
pesquisa, maior será o número de exemplos que possibilitarão mudar a falta de
cultura de investimentos sociais privados no país”, disse Albuquerque.
“Se conseguirmos
viabilizar uma nova regulamentação para questões fiscais de aplicação em fundos
de endowment também será possível dar um salto que certamente
permitirá o surgimento de muitas oportunidades de criação de fundos”, avaliou
Albuquerque no evento, que terminou na sexta-feira, dia 24.
Realizado pela FAPESP
em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o encontro teve como
objetivo debater os determinantes da excelência no ensino superior no Brasil e
formular recomendações que poderão embasar políticas públicas.
Segundo Albuquerque,
o ITA, a Escola Politécnica (Poli) e a Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), além da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ,), do
Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, do Instituto Mauá de Tecnologia e da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, estão em processo de criação de fundos de
doações.
O número de
universidades e instituições de pesquisa no Brasil que estão iniciando nessa
seara ainda é baixo em comparação aos Estados Unidos, por exemplo.
“Não estamos
acostumados, no Brasil, com a ideia de doações de interesse público que não têm
um retorno social e financeiro imediato”, avaliou.
Além disso, de acordo
com o pesquisador, há no país um sistema legal e fiscal restritivo, que não
concede vantagens tributárias, como deduções e isenções de impostos, para
doações feitas aos fundos já existentes, como o da Poli.
O fundo de endowment da
instituição, que começou a ser criado em 2011 e tem a meta de angariar R$ 25
milhões em doações, paga hoje em dia aproximadamente dez tipos diferentes de
impostos, como uma empresa convencional.
E qualquer doação
feita ao fundo da instituição é tributada em 4%, independentemente de a
aplicação não ter fins lucrativos, disse Albuquerque.
“É preciso
reorganizar as leis, de modo a permitir a aplicação em fundos de endowmentcom
vantagens tributárias para os doadores e garantir a sobrevivência desses
fundos”, disse Albuquerque.
Proposta de lei
De acordo com
Albuquerque, uma boa notícia é que há uma proposta de lei – número 4643, de
2012 – em análise na Comissão de Educação no Congresso Nacional que propõe a
criação de um fundo patrimonial em cada instituição federal de ensino superior
no país.
O projeto de lei, de
autoria da deputada federal Bruna Furlan (PSDB-SP), também permite a realização
de doações isentas de impostos para esses fundos patrimoniais das instituições
e a dedução de imposto de renda do doador, pessoa física ou jurídica, até o
limite de 12% do imposto devido.
“Esse projeto de lei
foi aprovado em dezembro e recebeu parecer favorável do relator da Comissão de
Educação [o deputado federal Leopoldo Meyer (PSB-PR)]”, disse
Albuquerque. “Por ser uma lei federal, provavelmente, ela terá reflexos nas
legislações estaduais e municipais.”
SUTIÃ SÓ ABRE SE A MULHER SENTIR AMOR VERDADEIRO
A fabricante de
lingerie japonesaRavijour desenvolveu um sutiã cujo fecho só pode ser aberto se a mulher
estiver sentindo amor verdadeiro pelo seu parceiro. E como ele faz isso?
Monitorando a
frequência cardíaca associada a um aplicativo desmartphone.
O divertido aparato vai impedir que os homens mais afoitos
tentem forçosamente rasgar sutiãs por aí. E para as mais indecisas, torna-se
uma forma fácil de descobrir se “é namoro ou amizade”.
Se o sutiã não abre, nem tente dar o próximo passo…
A invenção,
segundo consta e mostra o vídeo a seguir, foi criada com base em experimentos
científicos.
Quando a mulher
fica excitada, é liberado um hormônio que estimula a frequência cardíaca. Um
sensor embutido no sutiã lê este sinal e envia-o para um aplicativo
via Bluetooth que o analisa abrindo ou não a lingerie.
O aplicativo, em
seguida, calcula a “taxa de amor verdadeiro“, com base em
mudanças na frequência cardíaca ao longo do tempo.
Quando a taxa de
amor verdadeiro ultrapassa um determinado valor, o sutiã é aberto
automaticamente. Sim, também ficamos imaginando o que acontece se as damas
descobrem o seu verdadeiro amor no meio de um jantar, ou na rua, na academia…
A invenção pode ser comparada a uma releitura dos contos de
fadas, versão pós-contemporânea: se antes apenas um beijo de verdadeiro amor
poderia despertar a Cinderela, hoje é preciso tocar os seios — mas não
literalmente, claro. (Promoview)