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domingo, 9 de fevereiro de 2014

DOMINGO É DIA DE AUDITORIA




 
AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO

AS PALAVRAS

“O Pesquisador precisa ser educado para aceitar o erro e conviver com a incerteza. O conhecimento decorre da ação e, muitas vezes, é em pleno desenvolvimento de uma pesquisa que percebemos o        eu deveríamos ter feito para uma melhor compreensão dos fatos”. (Alfredo Carmo)  

TEMPESTADE À VISTA

1.   Uma vez por ano eu ia, com minha mãe e minhas irmãs, a S. Paulo, visitar tios e primos que viviam na Vila Matilde. A gente chegava, eu logo me juntava com outros garotos da mesma idade, e íamos nadar em um riozinho da região.

(Aquilo não era novidade pra mim. Na minha terra, em Cachoeira Paulista, eu fazia isso no Pocinho da Volta, onde várias gerações de cachoeirenses também se banharam).

Naquele ano tinha chovido muito. O riozinho estava cheio, mas eu, meu primo Eli e mais três garotos não quisemos saber. Chegamos lá, e começamos a nos preparar para nadar.

Em fui o primeiro. Tirei rapidamente a roupa, pulei nágua. Pelado mesmo. Aí, percebi que aquele rio, normalmente calmo, estava em franca ebulição. Mas era tarde. Eu já tinha me atirado nele.

Apesar dos meus esforços, a torrente me levava de camburão. De vez em quando eu conseguia botar a cabeça pra fora, e gritava, mas meus colegas achavam que eu estava brincando. E riam.

Enfim, uma cerca me salvou. Havia sido arrancada pelas águas. Dela sobrou somente um fio de arame farpado. Foi o através dele que me safei.

Instintivamente, agarrei-me nele. E pouco me importando se as farpas penetravam nas minhas mãos fui, como um artista de circo, me pendurando nele até a margem. Só então meus colegas, vendo-me estendido no chão, mãos sangrando, exausto, deitado na beira do rio, perceberam o que  me havia acontecido.

2.   2014 não vai ser um ano fácil. Carnaval, Semana Santa, Copa do Mundo, eleições, vão deixar o rio dos negócios repletos de inundações. Exigirão, de anunciantes e agências, senso de oportunidade,  muita imaginação. E, provavelmente, esforços extras.

3.   Vai ser necessário que de um lado e de outro sejam tomadas medidas capazes de evitar eventuais tormentas.

De lado das agências, uma cuidadosa análise dos seus métodos de trabalho.  Não é preciso adivinhar para saber, que nessa hora verificarão quanto elas  perdem com retrabalhos, por exemplo. E quanto dinheiro vai para o ralo nesse vai-e-vem Cliente-Agência-Cliente. Se buscarem as causas, verão que a principal delas se chama brief.

Brief mal passado, mal escrito, mal compreendido, mal checado.

4.   E se a agência for mais fundo compreenderá que lhe faltaram iniciativas capazes de contribuir com o  desenvolvimento dos negócios dos Clientes. Para tanto é preciso gastar a solados sapatos, esfregar a barriga no balcão, abrir os dois ouvidos, prestar a atenção no ambiente, informa-se sobre o que vem por aí, conversar com o consumidor  O que por alguma razão, os profissionais que trabalham para ela se inibiram ou foram inibidos de ir adiante. Ou não foram preparados para esse novo momento.
“O cliente quer assim”, alguém vai dizer.
5.   Outro dia vi uma agência defender, junto ao Cliente, a necessidade de uma pesquisa.
“Não precisa”, disse o Cliente, sei tudo o que o público pensa. E o que ele quer.”
A agência tirou o time e fez uma campanha igualzinha os outras.

Certa vez uma empresa de Jaraguá do Sul contratou uma consultoria. Tinha sérios problemas de imagem e venda.

Os consultores fizeram uma pesquisa interna e constataram, horrorizados, que o púbico interno da empresa, diretoria inclusive, não tinham o menor conhecimento dela.

Apresentaram um diagnóstico ao presidente ed propuseram um plano de ação.

“Isso não me interessa empregado não tem de saber nada da empresa, e a areade venda tem de se limitar a vender, sentenciou o o presidente.

A Empresa não existe mais. Foi engolida por uma enxurrada de surpresas desagradáveis.

Em uma reunião da área de marketing de uma empresa, alguém, depois de analisar o plano de mídia, arriscou:

Tem um novo meio aí que, pelo que sei, está dando excelentes resultados.”

O diretor da área foi curto e grosso:

É muito caro”. E mudou de assunto.

6.   Existem verdades que, infelizmente, a maioria dos anunciantes, especialmente os de médio e pequeno porte, não quer acreditar:

a)   O que eles pensam não é, necessariamente, o que o consumidor pensa.
b)  O consumidor mudou e muda contínua e rapidamente.
c)    O consumidor é o dono do produto – e sabe disso.
d)  Ou o anunciante confia na agência ou é melhor dispensá-la. Se confiar, ouça o que ela diz.
e)    Uma agência bem remunerada rende mais e melhor.
f)     Ao encurtar a remuneração da agência o Cliente retira o exigênio dela. Que, para sobreviver, é obrigada a, ao mesmo tempo, enxugar a equipe e buscar novos Clientes. Isto significa menos dedicação, menos ideias para o desenvolvimento dos negócios do Cliente. Trocando em miúdos: pague bem, mas exija ideias novas.
g)   Não trate sua agência como um fornecedor qualquer. Ela é sua parceira, inclusive nos momentos difíceis, e precisa estar preparada e estimulada para esses momentos.
7.   Insisto: o rio de novidades chegou e está aumentando. Se a agências e clientes não souberem nadar neles, vão passar grandes aspuros. Terão de se agarrar em algum arame farpado se não quiserem se afogar.

CIRCULANDO NA INTERNET

  ACORDA   BRASIL

A farra bilionária dos vigaristas que forjaram o conto da Copa vai acabar acordando a multidão de brasileiros lesados

Augusto Nunes
Alguma alma caridosa precisa contar ao neurônio solitário que toda obra física de grande porte é complexa. Se construir estádios fosse simples, como disse Dilma Rousseff no encontro na Suiça com Joseph Blatter, as arenas prometidas há seis anos estariam prontas. E a presidente da República não precisaria submeter-se às humilhantes cobranças do presidente da Fifa.
Enquanto se explica com os gringos que exploram o futebol mundial, a supergerente de araque finge que não tem de explicar-se com os nativos lesados pelos farsantes que forjaram o conto da Copa. O que dirá aos pagadores de impostos forçados a bancar a farra multibilionária — anabolizada pela irresponsabilidade do BNDES — promovida pelo Planalto em parceria com governadores, prefeitos, cartolas e empresários de estimação?
A reconstituição do golpe atesta que os trapaceiros nem esperaram pela oficialização da escolha do anfitrião do Mundial. A abertura de mais uma versão da ópera dos malandros ocorreu em 15 de junho de 2007: numa celebração no Planalto, Lula aprovou com sorrisos cúmplices e movimentos verticais da cabeça o palavrório de Ricardo Teixeira, ainda no comando da CBF: “A Copa do Mundo é um evento privado. O papel do governo não é de investir, mas de ser facilitador e indutor”.
Quatro meses mais tarde, o embusteiro reincidiu no Rio: “Faço questão absoluta de garantir que a Copa de 2014 será uma Copa em que o poder público nada gastará em atividades desportivas”. Em 4 de dezembro de 2007, depois de avisar que falava em nome de Lula, o ministro do Esporte, Orlando Silva, avalizou as promessas do parceiro hoje homiziado em Miami, a um oceano de distância do camburão.
“Os estádios para a Copa do Mundo serão construídos com dinheiro privado”, disse o ministro que também se transformaria em caso de polícia. “Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios”. Conversa de 171, sabe-se hoje. Oficialmente, o governo federal confessa ter enterrado R$ 4 bilhões nas arenas superfaturadas. O desperdício real foi bem maior e muito mais obsceno, provará a abertura da caixa preta da Copa da Roubalheira.
As maracutaias não contabilizadas continuam à espera da ofensiva dos políticos ditos oposicionistas, das reações vigorosas dos brasileiros que não capitulam nem se juntam à manada, das ações do Ministério Público e da mão pesada da Justiça. Entre tantas bandalheiras, é preciso investigar com urgência, por exemplo, a origem e o destino do dinheiro que saiu pelo ralo da reforma do Maracanã ou da construção do Itaquerão.
As duas obras deveriam custariam cerca de R$ 500 milhões cada uma. A primeira passou com folga de R$ 1 bilhão. A segunda está chegando lá, o que fará do novo estádio do Corinthians o fruto mais lucrativo da dobradinha formada pela Odebrecht e por Lula. Pai do colosso, o ex-presidente que virou camelô de empreiteira envolveu nos trabalhos de parto a mãe do PAC, o BNDES, o governo estadual e a prefeitura de São Paulo, fora o resto. Quem ganhou quanto?
A cinco meses do jogo de abertura, o colapso do projeto em execução no estádio do Atlético Paranaense informa que os espertalhões perdulários ignoram limites. Irritado com o que viu por lá na última inspeção, o secretário-geral Jerôme Walcke avisou que a arena de Curitiba seria excluída do mapa da Copa se o ritmo das obras não passasse a obedecer ao padrão Fifa. Imediatamente, o orçamento subiu de R$ 265 milhões para R$ 319 milhões. O salto de 20% será coberto pelos cofres públicos, que já financiaram 85% do que se gastou.
A festança dos vigaristas vai acabar acordando as multidões que, em junho passado, impuseram aos farristas algumas semanas de insônia e medo. Milhões de brasileiros têm sido tratados como se fossem todos patriotas de galinheiro ou otários profissionais. A Copa que seria o grande tiro eleitoreiro de Lula pode acertar o pé de Dilma Rousseff.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/a-gastanca-na-arena-de-curitiba-e-a-jogada-mais-recente-dos-vigaristas-que-se-juntaram-para-a-aplicacao-do-conto-da-copa/

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