(Por Philip Moss, sócio-diretor
da Chá das 5, produtora especializada em vídeos corporativos – www.chadas5.com.br)
-_
Com o bombardeio de vídeos nos dias atuais que vemos na
Internet, somado aos blockbusters de Hollywood, a computação gráfica raramente
surpreende.
São poucos os trabalhos que mostram algo realmente bem feito
ou fora do usual. A tecnologia nos filmes, por si só, já saturou.
Uma forma interessante e ainda relevante de usá-la é
complementando a filmagem para deixá-la ainda mais realista.
É o efeito que engana o espectador em um bom sentido, que
deixa a pessoa na dúvida se o que está vendo aconteceu de fato, ou se trata-se
de montagem, como no vídeo em que o Ronaldinho Gaúcho chuta a bola no travessão
repetidamente, sem deixá-la entrar no gol.
Ou até mesmo quando se sabe que é um recurso visual, mas não
é possível apontar o que é tecnologia ou como foi utilizada.
Para que isso seja possível, é necessário ter ampla noção de
técnica de produção. Filmar da forma mais correta possível, tanto no que diz
respeito à sequência de imagem quanto ao aspecto estético – de cor e luz –, é
fundamental para que o complemento com a computação gráfica torne-se
convincente.
A tecnologia deve ser vista como um suporte para viabilizar a
produção, para dar vida a algo que foi filmado em um cenário criado
artesanalmente.
Com a computação gráfica, é possível filmar de qualquer
jeito, sem ajustes de luz e posicionamento, e “salvar” na pós-produção,
inserindo iluminação ou até mesmo alterando totalmente a cor.
Mas esse processo tem um custo muito maior com equipamento e
profissionais, que são pagos por hora, além de demandar maior tempo. O valor
gasto, ao final, pode ultrapassar o orçamento de uma filmagem realizada da
forma correta desde o início. E mais, o resultado dificilmente fica igual.
Durante a produção, é importante tentar visualizar como
ficará depois de pronto e, para isso, consertar o que for possível ainda no set
de filmagem, a fim de evitar surpresas desagradáveis na hora de incluir um
objeto ou até mesmo o personagem por meio do computador.
A tecnologia deve ser um suporte, e não o principal. Ela pode
salvar a produção, mas quando a filmagem é bem produzida, aplicando todas as
técnicas de vanguarda dentro dos parâmetros corretos, o resultado é
escancaradamente melhor. (Philip
Moss é sócio-diretor da Chá das 5, produtora especializada em vídeos
corporativos – www.chadas5.com.br)
O FILÓSOFO E AS
EXPERIÊNCIAS COM DROGAS
Um dos mais
importantes pensadores alemães do século XX, Walter Benjamin tornou-se
referência para diversas áreas do pensamento contemporâneo, especialmente por
seus estudos sobre mito, linguagem, alegoria e suas reflexões sobre literatura,
arte, sociedade e filosofia da história.
Benjamin abordou
tais temas a partir de diversos ângulos, muitas vezes interrogando o próprio
estatuto da linguagem filosófica, conceitual e argumentativa, fazendo entrar
nela aquilo que não cabia no conceito.
Por isso, seu estilo
ensaístico se vale de procedimentos que o aproxima da literatura e da poesia.
Nessa direção, produziu dois conjuntos de textos, agora lançadas em edição
única pela Autêntica Editora, com tradução de João Barrento: “Imagens de
pensamento – Sobre o haxixe e outras drogas”.
Imagens de pensamento traz ao leitor um conjunto de textos que foram publicados em
jornais e revistas alemães e suíços, que tratam de reflexões sobre cidades
europeias, sobre o método de trabalho de Benjamin, além de análises sobre o
momento que vivia a Europa.
Destacam-se ainda os aforismos sobre
sonhos, recordações, memória. Os textos dessa coletânea foram escritos
paralelamente a outros de Rua de mão única e de Infância
berlinense, lançados pela Autêntica Editora em volume único, em 2013. O
título da coletânea remete a um dos textos presentes na obra.
Já em Sobre o haxixe e outras drogas,
publicado originalmente no Frankfurter Zeitung de 4 de dezembro de
1932, Walter Benjamin apresenta um meticuloso estudo, como um protocolo
clínico, acerca de suas experiências com o uso do haxixe e de outras drogas.
Composto pelos textos “Haxixe em Marselha”
e “Protocolos de experiências com drogas”, trata-se do esforço de Benjamim de
narrar e de pensar suas experiências com haxixe, mescalina e ópio, feitas entre
1927 e 1934, em que participaram também o filósofo Ernst Bloch e os médicos
Ernst Joël e Fritz Fränkel. O segundo traz outros protocolos, a partir de
outras experiências, além de alguns desenhos de sua autoria resultantes dessas experiências.
O livro integra a Coleção Filô, série
FILÔBENJAMIN, elaborada para publicar uma série de obras do pensador alemão.
A série já conta com outras três obras de
Walter Benjamin: O clássico Origem do drama trágico alemão,
tese de livre-docência do filósofo, que oferece uma chave interpretativa para o
drama trágico alemão e fornece uma espécie de epistemologia do ensaio; O anjo da história,
um compilado de dez ensaios com reflexões referentes a diversos temas, como
sociedade e política, o conceito de história e sua filosofia, uma revisão da
tradição, o uso do poder como forma de violência, a luta de classes, entre
outros; e Rua de mão única – Infância
berlinense: 1900, que apresenta textos que transformaram a
produção de Walter Benjamin, pelo fato de que o filósofo passou a analisar seus
temas e objetos de estudo sob a perspectiva das grandes cidades modernas e da
rememoração, dando início a um ambicioso projeto de elaborar uma filosofia da
história centrada na crítica dos fetiches e mitos específicos da
cultura capitalista.
Sobre o autor
- Filósofo, ensaísta, crítico literário e
tradutor, Walter Benjamin escreveu peças para rádio, além de artigos para
diversos jornais e revistas literárias.
Colaborou com a Zeitschrift für
Sozialforschung, revista do Instituto de Pesquisa Social (que mais tarde
ficou conhecido como “Escola de Frankfurt”). Alemão, filho de judeus, precisou
deixar seu país em 1933, rumo à Paris, onde ficou até a invasão nazista.
Em 1940, fugiu ilegalmente para a Espanha
e, na cidade de Portbou, Catalunha, se suicidou para não ser capturado pela
Gestapo. Walter Benjamin deixou vasta e brilhante obra literária, além de ter
contribuído enormemente com a teoria estética, a filosofia, o pensamento
político e a história.
Sobre o
tradutor - João
Barrento licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa (1964) e em 1986 tornou-se professor de Literatura Alemã
e Comparada. Já publicou cerca de vinte.
Como editor e tradutor, é responsável por
algumas das mais importantes publicações de autores alemães para o português,
com destaque para Goethe (9 volumes, 1991-1993), Robert Musil (8 volumes, desde
2005) e Walter Benjamin (7 volumes, desde 2004). Suas traduções lhe renderam
diversos prêmios, como Calouste Gulbenkian da Academia das Ciências (Tradução
de Poesia, 1979); Grande Prêmio de Tradução (1993 e 1999); Prêmio de Tradução
Científica e Técnica da União Latina (2005); Prêmio de Tradução do Ministério
da Cultura da Áustria (2010); além da Cruz de Mérito Alemã (1991) e da Medalha
Goethe (1998), entre outros. Para a Autêntica Editora, traduziu O anjo da história
e Origem do drama trágico alemão,
de Walter Benjamin,Ideia de prosa, de
Giorgio Agamben, e Rua de mão única – Infância
berlinense:1900.
FEIRAS E EVENTOS MOVIMENTAM MERCADO DE FORNECEDORES
Esta
semana marca o início da temporada das grandes feiras de negócios, exposições e
congressos em São Paulo em 2014, com a abertura da quarta edição da São Paulo
Prêt-à-Porter – Feira Internacional de Negócios para Indústria de Moda,
Confecções e Acessórios, no Expo Center Norte, e da 41ª Couromoda - Feira
Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda, no Anhembi.
Até
o final do ano, a capital paulista receberá mais de 800 eventos corporativos,
de todos os portes, atraindo um público profissional estimado de 8 milhões de
visitantes.
Protagonistas
nesta indústria, as empresas que atuam na montagem de estandes e demais
serviços de infraestrutura acompanharam o avanço do calendário de feiras de
negócios e eventos na capital paulista e registraram bons resultados, sobretudo
na última década.
Hoje,
distribuídos em 20 segmentos específicos, os fornecedores que preparam e montam
os encontros corporativos em São Paulo somam um faturamento de mais de R$ 1,5
bilhão, de acordo com a pesquisa “Avaliação do Impacto das Feiras de Negócios
na Cidade de São Paulo”, elaborada pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas, em parceria com UBRAFE, SINDIPROM/SP e SINDIEVENTOS-SP/RJ.
"As empresas prestadoras de serviços para feiras de negócios e eventos corporativos atravessaram um intenso processo de profissionalização.”
"As empresas prestadoras de serviços para feiras de negócios e eventos corporativos atravessaram um intenso processo de profissionalização.”
“Nesta
atividade, todos os detalhes devem ser rigorosamente verificados para que, de
fato, haja um ambiente favorável ao encontro da cadeia produtiva com os seus
canais de distribuição e aos negócios", afirma Jorge Alves de Souza,
presidente do SINDIPROM/SP - Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e
Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Estado de São Paulo, que representa
mais de 7 mil empresas de exhibit marketing de São Paulo.
Anualmente,
a atividade de promoção comercial tem um impacto positivo de cerca de R$ 16,3
bilhões na cidade de São Paulo, ainda de acordo com o estudo divulgado pela
FIPE.
A
estimativa é de que a atividade de promoção comercial gere cerca de 120 mil
postos de trabalho todos os anos em na capital paulista, pólo das feiras de
negócios do Mercosul.
Entre
estes profissionais estão agentes de segurança, copeiras, cozinheiros, DJs,
equipes de limpeza, fotógrafos, garçons, tradutores, modelos, motoristas,
músicos, recepcionistas, relações-públicas e empresas transitarias, entre
dezenas de outros.
Vale
lembrar que uma grande feira de negócios no Anhembi, maior centro de exposições
de São Paulo, por exemplo, demanda mais de 1 mil profissionais apenas das áreas
de limpeza, manutenção e segurança.
IMPOSTOS E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DIFICULTAM
CRESCIMENTO
A elevada carga tributária e a falta de
trabalhadores qualificados têm sido a principal queixa dos executivos
brasileiros para ampliar o número de contratações de profissionais.
É o que revela recente levantamento
realizado pela Page Personnel, uma das maiores empresas globais de recrutamento
especializado em profissionais de suporte à gestão e primeira gerência.
De acordo com o estudo Fatos e
Expectativas Regionais 2013 da companhia, a maioria das empresas pretende
contratar mais trabalhadores ao longo deste ano, mas apontam a falta de mão de
obra qualificada e encargos tributários como maiores obstáculos a esse
investimento.
A pesquisa foi realizada em dezembro de
2012 e janeiro de 2013 com 850 respondentes das regiões Sul, Sudeste e Nordeste
do Brasil. Participaram do levantamento analistas, coordenadores, gerentes, diretores
e CEOs de diversas empresas e setores.
“Os executivos consultados apontam os
impostos como um dos vilões para a contratação de novos trabalhadores. Outro
ponto que encabeça a lista dos obstáculos é a falta de profissionais
qualificados. A combinação desses dois elementos muitas vezes freia a abertura
de novos postos de trabalho”, explica Gil Van Delft, diretor geral da Page
Personnel.
O levantamento investigou junto a
diferentes empresas das regiões Sul, Nordeste e Sudeste quais eram os
principais obstáculos ao crescimento de cada região.
No Sudeste, as maiores queixas
apontadas foram encargos tributários (66,5%), falta de mão de obra qualificada
(41,1%) e baixa produtividade dos trabalhadores (24,4%).
Na região Sul, os fatores listados
aparecem na mesma ordem do verificado no Sudeste, exceto para os percentuais:
58,6%, 53,4% e 27,6%, respectivamente. Já no Nordeste, a falta de mão de obra
qualificada é o principal entrave ao crescimento (66,7%), seguido de baixa
produtividade (45,8%) e impostos (41,7%).
O estudo também procurou saber dos
executivos quais eram as principais carências apresentadas pelos profissionais
da região onde atuam.
Os representantes consultados no
Nordeste apontaram a falta de conhecimento técnico (70,8%), proatividade
(37,5%) e comunicação/postura (33,3%) como maiores deficiências técnicas e
comportamentais dos trabalhadores daquela área.
No Sudeste, foram listadas como
déficits profissionais a ausência de conhecimento técnico (48,3%), proatividade
(42,6%) e visão estratégica (37,8%) como grandes desafios a serem superados
pelos trabalhadores desse território.
No caso do Sul, os representantes das
indústrias indicaram o conhecimento técnico (43,1%), visão estratégica (37,9%),
proatividade e domínio de um segundo idioma (31%) entre as principais
deficiências dos trabalhadores da região.
“Apesar dos obstáculos ao crescimento,
ainda há espaço para novas contratações. Muitas empresas têm se queixado
constantemente da falta de mão de obra adequada no Brasil. Há uma dissonância
entre o que o mercado espera tecnicamente desses trabalhadores e o que a grande
maioria deles tem a oferecer”, analisa Gil.
Em todas as regiões pesquisadas, a
maioria dos executivos mostrou-se otimista em relação à expansão das operações
e ao aumento do quadro de funcionários.
Quando questionados sobre a
possibilidade de expandir as operações em 2013, o maior índice foi verificado
no Nordeste (96%), seguido pelo Sudeste (87%) e Sul (86%). Para o aumento do
quadro de funcionários, a maior expectativa foi encontrada no Nordeste (79%)
junto com Sudeste e Sul, ambos com 71%.
O levantamento conseguiu captar quais
áreas receberiam mais investimentos em contratações em 2013. Aparece no topo
das preferências a área de Operações em todas as regiões pesquisadas, diferenciando-se
apenas pelos percentuais: Sudeste (61,7%), Nordeste (57,9%) e Sul (56,1%).
No Nordeste, as outras áreas apontadas
para receber aportes em novos postos de trabalho foram Tecnologia (42,1%),
Vendas (31,6%) e Logística e Finanças (15,8%). Na região Sudeste aparem os
setores de Vendas (37,6%), Tecnologia (21,5%) e Finanças (16,8%). E no Sul
figuram as áreas de Vendas (39%), Tecnologia (26,8%) e Finanças (14,6%).
Profissionais querem melhores salários e mais benefícios
A pesquisa da Page Personnel também
procurou conhecer as prioridades dos candidatos quando procuram uma
oportunidade de emprego.
No Sul, as chances de crescimento
profissional são a primeira opção da lista (80,4%), acompanhada de salário
(73,9%) e ambiente de trabalho (56,5%). Na região Nordeste, aparece no primeiro
lugar o ambiente de trabalho (73,9%), seguido por salário (56,5%) e chances de
crescimento (52,2%). No caso do Sudeste, a primeira opção dos trabalhadores é a
chance de crescimento (74,7%), acompanhada de salário (73,9%) e ambiente de
trabalho (65,5%).
Na hora de procurar um emprego, os
profissionais indicaram os principais problemas das vagas ofertadas no mercado.
Em todas as regiões levantadas, a maioria dos candidatos apontou baixos
salários e falta de plano de carreira como as maiores problemáticas das ofertas
de emprego.
Para os trabalhadores da região Sul,
encabeçaram as reclamações os baixos salários (56,5%), falta de plano de
carreira (43,5%) e benefícios inadequados (28,3%). No Nordeste, liderança para
baixos salários (65,2%) juntamente com falta de plano de carreira (52,2%) e
benefícios inadequados (39,1%). No Sudeste, aparecem baixos salários (52,6%),
falta de plano de carreira (51,5%) e ausência de treinamento (29,4%).
Os candidatos fizeram uma autoavaliação
de suas principais qualidades profissionais e se as consideram adequadas às
necessidades do mercado.
Os trabalhadores da região Sudeste
foram os mais críticos em relação a esse fator e apenas 41.5% afirmam que são
qualificados e se enquadram às exigências de mercado para sua atual função. Os
profissionais da região Sul, questionados sobre este mesmo tema, somaram 67,4%
de respostas positivas e do Nordeste, 69,6%.
Já os que não se enquadram ao que as
empresas exigem lideram os do Sudeste com 57,7%, seguidos pelos do Sul (32,6%)
e Nordeste (30,4%).
“Os candidatos estão de olho nas
oportunidades que ofereçam melhores salários e um plano de carreira adequado.
Eles buscam empresas que ofereçam, além de uma boa remuneração, oportunidade de
crescimento e ambiente de trabalho. As empresas precisam ficar atentas a essas
reivindicações para melhorarem a política de atração e retenção de talentos”,
“Importante ressaltar também que mesmo
com os gaps apresentados pelas empresas em relação aos profissionais das
diferentes regiões, a maiora dos candidatos acredita que está preparada para
exercer suas funções dentro de todas as exigências do mercado. Isto torna o
abismo entre o candidato perfeito e o candidato disponível ainda maior e os
processos seletivos cada vez mais difíceis”, conclui Gil.
A Page Personnel foi fundada há 17 anos
como empresa do Grupo Michael Page responsável pelo recrutamento de
profissionais técnicos e de suporte à gestão.
Possui quatro escritórios no Brasil e
responde por 30% do resultado do Grupo no país, com as unidades Page Personnel,
Page PCD (Pessoas com deficiência), Page Talent (Estágios e Trainees) e Page
Personnel Interim (Temporários e Terceiros) estagiários no
mercadoCinco jogos que
prejudicam a produtividade nas empresas
64% QUETREM MUDAR DE EMPREGO ESTE ANO
A insatisfação
profissional é um tema que, constantemente, ronda a vida dos trabalhadores
brasileiros. Cada um tem seu motivo: salário, clima, relacionamento ruim com o
chefe, se sentir sobrecarregado ou até achar que não tem seu trabalho
reconhecido. Para muitos, o início do ano é uma época propícia para dar um
basta e mudar de emprego.
Diante disso, pesquisa
feita pela Trabalhando.com com 200 profissionais — 53% homens e 47% mulheres
—mostra que a maioria dos entrevistados (60%) diz estar contente com o seu
desempenho e o resultado obtido em 2013.
O curioso, porém, é que
mesmo estando satisfeitos com o que fizeram durante o ano passado, os
entrevistados parecem estar descontentes com a empresa ou com seu emprego: 64%
dizem querer mudar de emprego ainda em 2014.
Dos 24% que estão
satisfeitos com o próprio desempenho e querem continuar onde estão, 18% almejam
ser promovidos de cargo e 6% buscam apenas um aumento salarial. Os 12%
restantes, no entanto, querem radicalizar: pretendem mudar de área de atuação,
dentro ou fora da empresa, neste ano.
Para Caio Infante,
diretor-geral da Trabalhando.com, antes de tomar uma decisão radical e pedir
demissão, é importante que o profissional avalie o mercado.
— Pedir demissão por
impulso não é uma boa ideia.
Muitas vezes, os
profissionais reclamam da empresa, do chefe e até das funções que estão
executando, mas não param para avaliar se estão cumprindo corretamente suas
funções.
De acordo com o executivo,
é importante avaliar o todo e entender porque quer mudar de empresa, para não
correr o risco de cometer erros e apenas transferir o problema de lugar. (O
Globo)
BEBIDAS: CONSUMO CAI, PEÇO SOBE
Preços
têm alta generalizada, mas inflação da bebida fora do domicílio é maior do que
no lar
Associação
do setor diz que estabelecimentos só repassam aumentos da indústria, que
produziu menos no ano passado
Cena
comum em dias de calor intenso como o das últimas semanas: bares cheios de
consumidores sedentos por uma cerveja gelada. O tradicional programa de verão
do brasileiro, porém, tem se tornado cada vez mais caro.
Em 2013,
pelo terceiro ano consecutivo, o preço da cerveja subiu acima da inflação. O
IBGE divulga hoje o índice oficial do ano passado, mas os dados até novembro
mostram que a inflação da cerveja foi quase o dobro da geral.
Enquanto
o IPCA avançou 4,9% até novembro, a cerveja subiu 8,9%. Nos bares e nos
restaurantes, a alta foi mais significativa, de 9,7%, invertendo a tendência
dos dois últimos anos, quando a bebida subiu mais nos supermercados do que
nesses locais.
"Há
dois anos, uma garrafa de cerveja no bar estava na faixa de R$ 5. Agora, está
sempre acima de R$ 8 ou R$ 9. É um aumento de quase 100%", observa o
microempresário Marcos Cruz, 33.
Para
Adalberto Viviani, da Concept consultoria, especializada no setor, a percepção
do consumidor está correta: os reajustes, neste ano, foram maiores nos pontos
de venda, que tentaram recompor as margens de lucro com aumento no preço de
bebidas.
"A
situação de pleno emprego elevou o custo da mão de obra e, com a lei seca, os
bares tiveram queda acentuada na frequência. Para compensar, elevaram os
preços."
Dependendo
da região de São Paulo, a frequência nos bares caiu de 10% a 20%, segundo o
diretor da Abrasel-SP (associação de bares e restaurantes), Percival Maricato.
"A situação é preocupante." Ele nega que tenha havido forte aumento
de preço.
"O
que os proprietários fazem, no máximo, é repassar a alta de preço praticada
pela indústria, até porque a concorrência é violenta", diz.
A Ambev,
que tem participação de mercado de aproximadamente 70%, afirma ter elevado os
preços entre 5,5% e 6% no ano passado. Fora do lar, o preço da cerveja subiu
quase 10% até novembro.
"Em
2013, nossa política de preços foi em linha com a inflação, em razão da decisão
do governo de não fazer o aumento de imposto que era previsto para
outubro", diz Nelson Jamel, diretor financeiro.
A queda
no consumo também motivou a decisão da empresa, que agora tenta convencer o
varejo a não aumentar os preços com a esperada retomada da demanda, motivada
pelo calor.
Em
dezembro, a Ambev lançou uma campanha em 500 mil pontos de venda no país,
motivando-os a não promover reajustes durante o verão. "Achamos que era
importante mostrar ao varejo que o aumento de receita pode vir pelo maior
volume, e não por preço. É uma forma de reativar a indústria", diz.
Segundo a
empresa, a adesão à campanha foi total.
CONSUMO
EM QUEDA
A
produção de cerveja caiu 2% no ano passado, segundo dados do Sicobe (sistema de
controle de produção de bebidas da Receita Federal).
O setor
foi afetado pela inflação de alimentos, pelo clima menos favorável e pelo freio
no crescimento da renda, que nos anos anteriores motivou a alta na demanda.
Para
2014, a expectativa é de maior consumo, devido a temperaturas mais altas e à
Copa do Mundo. "Devemos ter um mês de consumo de verão no inverno",
diz Jamel.
Viviani,
da Concept, diz que, por ser um ano eleitoral, espera-se aceleração de obras
públicas, o que pode estimular ganhos de renda e o consumo. "A indústria
deve crescer entre 2% e 3%", estima.
Já os
preços podem subir com um novo aumento de tributos previsto para abril. O
tamanho do repasse dependerá da estratégia do setor. (Folha de S. Paulo)
METADE DOS CASAIS PASSA EM BRANCO A NOITE DE NÚPCIAS
Ao
menos em sua primeira noite, a de núpcias: mais de metade dos casais unidos nos
últimos três anos não fez sexo na noite do casamento, diz pesquisa conduzida
pelo instituto inglês The Research Co.
Desses, 24% dizem que o motivo era a bebedeira do noivo. Outros 16% atribuíram a falta de ação ao cansaço da noiva. Já 11% botaram a responsabilidade em crianças, que já tinham antes do enlace, e de quem precisavam cuidar.
A cifra mais triste: 9% declararam ter brigado antes mesmo de a festa chegar ao fim.
O restante estava a caminho da lua de mel na primeira noite ou dançou com convidados até o raiar do sol, diz o estudo.
Achou muito grande a distância entre o sim dito no altar e repetido várias vezes no quarto? Pois outros 17% declararam ter esperado por mais de três dias.
A pesquisa lembra o caso de Sandy. A cantora, que se casou com o músico Lucas Lima em 2008. Acontece que, horas depois da festa, Lima postou alguns recados em seu Twitter, como: “Foi a noite mais incrível da minha vida! A festa estava perfeita; para qualquer lado que olhava só tinha gente legal!!!”.
Houve quem interpretasse a interação virtual como falta do que fazer no mundo real.
“Temos que fazer sexo a noite inteira?”, respondeu a cantora ao site Ego. Não, Sandy, tem gente que não faz nem uma vez. (Folha de S. PaULO)
TWITTER LIDERA RANKING DE MELHORES
EMPRESAS PARA TRABALHAR
O
Twitter, que entrou
recentemente no mercado de capitais, ofereceu as melhores condições de trabalho dos Estados Unidos no
último ano – aponta ranking publicado pela Bloomberg. Entre os itens de avaliação, foram considerados
salários, benefícios e ambiente.
O
Top 11 da agência é dominado pelo setor de internet e tecnologia da informação.
Além do Twitter, há sete representantes do ramo: LinkedIn (2ª melhor empresa); Facebook (4ª);
Guidewire Software (5ª); Interactive Intelligence (6ª); Google (7ª); Orbitz Worldwide (8ª); e Qualcomm (10ª).
As
outras três companhias da relação são da área da indústria química (Eastman
Chemical, a 3ª melhor); de máquinas agrícolas (Deere, a 9ª); e de petróleo (Chevron, empatada na 10ª posição
com a Qualcomm).
As
melhores empresas para trabalhar foram escolhidas pela Bloomberg com
base em informações dadas por funcionários à consultoria Glassdoor, entre 14 de
novembro de 2012 e 12 de novembro de 2013.
Para
serem avaliadas, as companhias precisam ter capital aberto e empregar ao menos
mil pessoas. Foram dadas notas de 1 a 5 aos empregadores. O Twitter alcançou
4,56 pontos, seguido de perto pelo LinkedIn, dono de 4,55 pontos.
NO LIMITE
(Por José Paulo Kupfer) - A alta da inflação medida pelo IPCA, em
dezembro de 2013, bastante acima das projeções de mercado, foi uma antecipação
do ritmo da variação de preços previsto para 2014.
A puxada de novembro para dezembro, que
levou o IPCA a uma variação em 2013 de 5,91%, colocou o índice no nível em que
ele deve, segundo as estimativas correntes, se manter, mês a mês, ao longo
deste ano.
É muito grande a
probabilidade de que a variação do IPCA percorra uma linha no entorno de 6%, em
12 meses, durante todo o ano, podendo ultrapassar o teto da meta no terceiro
trimestre.
O desenho mais
provável da curva do IPCA em 2014 começaria com um ligeiro recuo, em janeiro —
para algo como 5,8% —, retomando já em fevereiro um caminho ascendente no rumo
dos 6%, no qual chegaria em dezembro, depois de superar o pico de 6,5%
justamente às vésperas das eleições.
A resistência da
variação do IPCA nas vizinhanças do teto da meta, reconhecida pelo próprio
Banco Central, em breve nota na qual o presidente Alexandre Tombini comenta o
resultado de 2013, não é o único, mas é um dos principais constrangimentos da
política econômica no ano que se inicia.
São muitos os “trade
offs” numa economia que bateu no limite. Uma ação da política monetária que
moderasse as altas dos juros, com vistas a uma desvalorização mais acentuada do
real, por exemplo, ajudaria a melhorar a competitividade da indústria,
aumentando produção, exportações e investimentos, mas esbarraria na resistência
da inflação em níveis próximos do teto da meta.
A nota do BC, que
atribui a resistência inflacionária acima do esperado, entre outros motivos, “à
depreciação cambial dos últimos semestres”, serve mesmo como sinal de que os
juros básicos podem subir acima dos 10,5%/11% previstos pelos analistas.
A medida ajudaria a segurar a taxa de câmbio e
a inflação, mas, no outro lado da moeda, dificultaria a recuperação da
indústria — e, no fim da linha, das contas externas. Essa é uma das mais
cruciais, mas nem de longe a única “escolha de Sofia” da política econômica em
2014.
LAVAGEM INÚTIL
(Celso Ming) - A boa vontade das famílias
brasileiras com a reciclagem de resíduos domésticos pode estar seguindo
caminhos errados.
As instruções para lavar as
embalagens recicláveis antes do descarte e a separação de materiais como vidro,
papel, plástico e metais nas conhecidas lixeiras coloridas incentivam consumo
excessivo de água potável e elevam custos da coleta seletiva.
É nesses termos que
o professor Emílio Eigenheer, da Pós-graduação em Ciência Ambiental da
Universidade Federal Fluminense (UFF), questiona certos procedimentos:
“A que custos se
devem aumentar os índices de reciclagem? A água tratada é um recurso valiosíssimo.
É bobagem esse imaginário de que tudo tem que estar limpinho para ser
reciclado”.
O diretor executivo
da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(Abrelpe), Carlos Silva Filho, explica que não há necessidade de separar ou
higienizar o lixo reciclável, bastando separar os secos dos orgânicos e
garantir que não há resto de alimentos nas embalagens.
ATAQUE
HETERODOXO A MANTEGA E DILMA
(Fernando Dantas - O
economista José Luis Oreiro, keynesiano e desenvolvimentista, quer distância da
política econômica da presidente Dilma Rousseff.
“É um erro falar
em nova matriz econômica, na verdade o tripé foi flexibilizado sem que nenhuma
política coerente fosse colocada no lugar”, ele ataca.
Em publicação de
ontem no seu blog, Oreiro ataca a “contabilidade criativa” e pede a saída do
ministro Guido Mantega, fazendo eco a uma edição passada da The Economist, a
revista conservadora britânica, que também pediu a cabeça do titular da
Fazenda.
A posição de Oreiro,
professor da UFRJ e presidente da Associação Keynesiana Brasileira, ilustra bem
a orfandade da política econômica da presidente, fortemente criticada por
ortodoxos e deserdada por parte do desenvolvimentista que teoricamente gostaria
de agradar.
Para ele, “a
política econômica está presa ao curto prazo, e só reage à última notícia da
imprensa e a algum comentário no Jornal Nacional – é a política da biruta de
aeroporto”.
Citando Sêneca,
Oreiro diz que “quando o marinheiro não sabe para que porto se dirigir, todos
os ventos são desfavoráveis”.
Para o economista,
Dilma e sua equipe econômica fizeram tímidos passos na direção
desenvolvimentista no início do mandato da presidente, mas uma série de erros
crassos comprometeu toda a estratégia.
Ele diferencia os
desenvolvimentistas dos ortodoxos por duas características básicas. Em primeiro
lugar, os primeiros defendem a ideia de que o Estado deve ter um papel
preponderante nos investimentos públicos em infraestrutura.
“Não sou contra
concessões, que podem ajudar, mas o papel principal é do investimento pelo
Estado, e é por isso que sou a favor de metas de poupança pública, e não de
superávit primário”, ele explica.
O segundo ponto, que
considera mais crucial, é o câmbio. Na visão de Oreiro, os ortodoxos acreditam
que o nível do câmbio deve ser deixado a cargo do mercado.
Já para os
desenvolvimentistas, há imperfeições no mercado que tendem a levar à
sobrevalorização em diversas ocasiões.
Assim, o governo
deve ativamente manejar a taxa de câmbio para mantê-la num nível que garanta a
competitividade do País.
Ele acha que o
governo tem condições controlar o câmbio real, com duas condições. A primeira
são controles de capital. A segunda é uma combinação coerente de políticas
monetária, cambial e fiscal.
É em relação a este
segundo item que ele centra suas críticas ao governo Dilma.
Em 2011, segundo
Oreiro, as condições externas e domésticas eram muito propícias a uma virada
desenvolvimentista da política econômica, com desvalorização do câmbio e
redução dos juros. Quando a inflação em 12 meses passou de 7% no segundo
semestre de 2012, porém, o governo recuou.
Ele acha que a
política fiscal deveria ter sido apertada nos dois primeiros anos do mandato de
Dilma, e teria sido absolutamente necessário um movimento mais forte de
desindexação da economia. Esta política de desindexação teria de enfrentar a
questão espinhosa do reajuste do salário mínimo.
Oreiro é contra o
reajuste pela inflação passada, e considera esdrúxula e extremamente
prejudicial a regra consagrada por Dilma de correção pelo INPC mais o PIB de
dois anos antes.
Para ele, isso criou
um mecanismo de superindexação, que alimenta as pressões inflacionárias,
principalmente do setor de serviços. Além disso, é um dos esteios do forte
aumento salarial dos últimos anos, bem acima do ritmo de aumento da
produtividade, o que está asfixiando os produtores nacionais, especialmente de
produtos industriais.
A proposta do
economista é de que o salário mínimo seja reajustado pela meta da inflação
(centro, de 4,5%) mais alguma medida de aumento de produtividade da economia,
que seja acordada por governo, patrões e sindicatos.
Na visão de Oreiro,
como o governo não conseguiu colocar o câmbio real num nível competitivo,
resolveu ajudar a indústria com desonerações tributárias, algumas com relação
custo-benefício discutível. Agora, naturalmente, colhe uma queda de arrecadação
que está criando problemas fiscais.
Para o economista,
um política verdadeiramente keynesiana, caso quisesse criar impulso fiscal,
anunciaria uma redução explícita do superávit primário e explicaria o
propósito.
“Este governo faz
discurso de austeridade, mas usa manobras fiscais porque não consegue fazer o
superávit primário por causa das desonerações. Isso não é nova matriz
econômica, isso não é nada”.
FINS E MEIOS
(Por Elton Simões. Mora no Canadá. Formado em Direito (PUC);
Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de
Conflitos (University of Victoria). E-mail: esimoes@uvic.ca)- Não resisto a um
documentário. É sempre uma oportunidade de aprender algo novo, adotar perspectivas
diferentes. Aprender, enfim.
Apesar disso,
documentários podem ser poderosos veículos para a desilusão. É assim no
documentário “The Armstrong Lie”.
Conhecer de perto
ídolos é experimento quase sempre destinado à frustração. De perto, realmente,
ninguém é normal.
Do topo do sucesso,
a sensação deve ser de poder, invencibilidade, impunidade. Para quem esta no
topo, tudo parece possível diante da multidão de admiradores cega aos seus
defeitos. Até que a vida equaliza realidade e percepção.
Em 2009, Lance
Armstrong estava no topo do mundo. Personagem principal de historia bela,
épica, improvável.
Sete vezes ganhador
do Tour de France; sobrevivente de câncer, ativista engajado que arrecadou mais
de US$600 milhões para combate ao câncer.
Sem dúvida, ajudou
muita gente, defendeu causas nobres, criou uma narrativa de herói. Achava-se (e
talvez um dia tenha mesmo sido) inatacável.
Toda a narrativa,
entretanto, estava baseada em uma mentira. Lance Armstrong usava doping. No
começo, ninguém queria acreditar.
Acreditar seria
negar a trajetória do ídolo e admitir o engodo. Lance Armstrong olhava para os
olhos das pessoas ou das câmeras e negava. Era o que bastava. Afinal, não se
contradiz um ídolo.
A verdade,
entretanto, gritava até que foi ouvida. Curiosamente, o governo dos EUA foi o
primeiro ente a se interessar no aprofundamento e esclarecimento dos fatos.
Afinal de contas, o
U.S. Postal Services, (empresa estatal americana de correios) patrocinava a
equipe do ciclista. Dinheiro público, portanto, estava sendo usado e, portanto,
o assunto deveria necessariamente ser investigado. Foi o que fizeram.
Lance Armstrong se
defendeu com argumentos conhecidos. O primeiro dos quais é que ele fez o que
todos faziam. E, se todos fazem, não poderia haver punição.
Mas, se este
relativismo moral vira regra, apodrecem os valores. Tudo, no longo prazo, tende
a piorar.
O segundo
argumento, que também soa mais familiar do que gostaríamos, é que suas ações,
embora utilizando meios ilegais, beneficiaram muita gente. Os fins, portanto,
justificariam os meios. Outro relativismo moral perigoso.
O caso de Lance
Armstrong seguiu o mesmo roteiro argumentos, e lógica de tantos outros casos.
No fundo, relativismo moral
é somente um atalho para garantir impunidade. Não se julgam pessoas, mas sim,
atos. E estes, não podem ser relativizados.
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