Não é novidade que o m-commerce ainda está dando os primeiros passos no Brasil, ainda que em ritmo acelerado. De acordo com a E-bit, certificadora de lojas online, as compras feitas por meio de dispositivos móveis equivaleram a 3,6% do total de transações realizadas no comércio eletrônico em junho deste ano, contra 1,6% no mesmo período anterior. Além das vendas, há uma peça-chave que deverá fazer o celular virar o jogo nos próximos anos: os jovens até 25 anos, também conhecidos como “nativos digitais”.
O estudo “Jovem Mobile.br”, realizado
pela Mobi.life / E.life Group, a pedido da Pagtel, identificou que 52% dos
jovens, independentemente da classe social, já realizaram alguma compra por
meio de celular ou tablet – geralmente a compra de bens virtuais, como
aplicativos, conteúdo e recarga de celular. Trata-se de um tipo de compra mais
primária, mas que em muitos casos representa a porta de entrada para o
m-commerce. Mais do que isso: 72% dos entrevistados apontaram que pretendem
fazer alguma transação num futuro próximo.
Os dados levantados no estudo nos fornecem pistas valiosas de como este
mercado deverá se comportar no futuro. Por terem nascido em um mundo digital e
interconectado, os jovens são menos receosos na hora de realizar uma compra
pela internet, o que torna o cenário muito mais fértil para as compras pelo
celular do que entre os consumidores mais velhos. Além disso, os jovens já
demonstram entender o conceito de pagar pelo celular, mas ainda não foram
totalmente convencidos a usar mais o smartphone do que o cartão de plástico
para fazer compras.
Com isso, para trazer os jovens para o time do m-commerce, é preciso
vencer algumas barreiras. A usabilidade é a primeira delas: 38% dos
entrevistados acham difícil comprar pelo celular, afinal muitos sites mobile
disponíveis não tem design responsivo, a internet móvel trava e ainda por cima
os cadastros são demorados e complexos. Estas dificuldades fazem com que este
jovem ultraconectado (e ultra-ansioso, é bom ressaltar) ainda prefira usar o
computador para fazer compras ao invés do celular, por exemplo.
Em segundo lugar vem a segurança, apontada por 28% dos jovens como o
principal motivo para não comprar pelo celular. É um número relativamente
baixo, o que se deve ao fato deste público já fazer compras pela internet
naturalmente, logo não há tanto receio de colocar os dados do cartão de crédito
em uma loja online. Além disso, é interessante notar que na parte
qualitativa da pesquisa apareceram referências ao e-commerce, como os selos de
segurança e certificações digitais apresentadas nas lojas virtuais. Isso
demonstra que comunicar os padrões
Vencidas estas duas barreiras – relacionadas à experiência do usuário
-, ainda é necessário lembrar que o mobile em alguns casos não gera
necessariamente conveniência ao consumidor, como ocorreu com o e-commerce, que
“virtualizou” o comércio. Comprar um livro ou uma peça de roupa pelo celular
talvez não seja tão urgente, são coisas podem esperar para serem adquiridos na
loja física ou pela internet. Neste sentido, categorias que dependam da
agilidade e tenham “senso de urgência” provavelmente terão mais sucesso nesta
fase inicial do m-commerce, como é o caso de bens virtuais (aplicativos,
recarga de celular, conteúdo), ingressos, corridas de taxi e micropagamentos.
Criada a cultura de m-commerce, é provável que o restante do varejo se
beneficie da ferramenta.
A revolução comportamental em andamento caminha junto com uma maior
acessibilidade aos smartphones, que por sua vez não teriam o mesmo alcance sem
a relativa popularização da internet móvel. Já do ponto de vista jurídico, a
criação de um marco regulatório pelo Governo Federal para os pagamentos móveis
neste ano é igualmente importante para que as compras pelo celular tenham
qualidade. Com isso, o cenário futuro para o m-commerce começa a clarear e as
oportunidades cada vez mais concreta(Felipe Lessa,
diretor de marketing e produtos
da Pagtel, no Adnews)
A DIFERENÇA ENTRE
PROPAGANDA E CONTENT MARKETING
O princípio básico de content marketing é a geração de conteúdo com
foco na geração de resultados — como aumento de vendas, retenção de clientes,
força da marca etc.
É nesse ponto que content marketing pode ser confundido com campanha
publicitária. Afinal, a lógica é a mesma.
O que nos confunde ainda mais é o fato de muitos cases de content
marketing terem perfil mais próximo de publicidade do que de conteúdo
propriamente dito.
Afinal, content marketing é compartilhamento de conhecimento,
propaganda ou ambos? Fiz essa a pergunta a Joe Pulizzi, fundador e CEO do
Content Marketing Institute, dos Estados Unidos, e autor de três dos principais
livros sobre o tema.
Veja a seguir a resposta dele:
“Se você analisar algumas propagandas que existem, há muitas que contam
histórias. Mas isso não significa que são content marketing.
Quando um vídeo ganha efeito viral ou um anúncio está na televisão e
também online, acho fantástico. Como profissionais de content marketing, não
somos contra o uso de propaganda de forma alguma.
Mas um dos pilares de content marketing diz respeito a consistência. Se
nos vemos como publishers e como empresas de mídia, temos de ter certeza da
consistência da mensagem que queremos criar.
Não queremos ver content marketing como uma campanha. Se você enxerga
content marketing como uma campanha, significa que haverá uma data de
encerramento.
E se há uma data de encerramento, não se trata de uma abordagem de
content marketing para o seu negócio porque o que queremos no longo prazo é nos
tornarmos os experts, líderes em informação, para nossos consumidores. Para
fazer isso, é preciso gerar conteúdo todo dia, ou toda semana, ou todo mês, ou
qualquer que seja a periodicidade.
Então, eu diria que, sim, há espaço para propaganda. E, quando a
propaganda é inteligente, não é content marketing, mas funciona muito bem.
No entanto, para content marketing, temos de ter uma abordagem
consistente de distribuição do conteúdo por qualquer que seja o canal, e não
apenas encarar tudo isso como propaganda.
Eu diria, ainda, que você pode adotar content marketing e conseguir
mais audiência por meio de propaganda. Esta é uma abordagem interessante. Mas
eu não diria que propaganda é necessariamente content marketing.”
Acompanhe abaixo a conversa, gravada por Skype:
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