1.
Manifestações param o País e colocam marcas em
alerta
As ruas das principais cidades do Brasil foram tomadas pelas maiores manifestações populares desde a redemocratização do País na década de 1980.
As ruas das principais cidades do Brasil foram tomadas pelas maiores manifestações populares desde a redemocratização do País na década de 1980.
Com bandeiras e
motivações diversas, os brasileiros mostraram que, apesar das conquistas
sociais recentes, não estão satisfeitos com a qualidade da infraestrutura e dos
serviços à sua disposição e com a atuação da mídia.
A postura mais
crítica e exigente das pessoas impôs novos desafios às marcas e instituições, e
evidenciou o amadurecimento do consumidor, impulsionado pela cultura digital.
Expressões como
atacar o mercado e abordar o público-alvo, características do marketing de
guerra, devem dar lugar, gradativamente, a iniciativas que façam o consumidor
chamar as marcas a fazer parte de suas vidas.
Em uma nova era de
transparência, muito mais do que vender produtos e serviços, empresas agora
devem se concentrar em oferecer soluções para o desenvolvimento e o bem-estar
social.
2.
As incertezas que rondam a Copa do Mundo
A contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2014 está tão dramática quanto a mais emocionante partida de futebol. O acidente na Arena Corinthians, em São Paulo, que vitimou dois operários no final de novembro, foi mais uma adversidade enfrentada pelo Comitê Organizador Local (COL) e pela Fifa, que agora luta contra o atraso no cronograma de entrega dos estádios.
A contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2014 está tão dramática quanto a mais emocionante partida de futebol. O acidente na Arena Corinthians, em São Paulo, que vitimou dois operários no final de novembro, foi mais uma adversidade enfrentada pelo Comitê Organizador Local (COL) e pela Fifa, que agora luta contra o atraso no cronograma de entrega dos estádios.
Balão de ensaio do
Mundial, a Copa das Confederações foi alvo de muitos protestos durante as
manifestações que tomaram conta do País.
Materiais de ativação
dos patrocinadores foram atacados, o que motivou reuniões entre os anunciantes
e a Fifa, que temem a repetição das cenas em 2014.
O secretário da
entidade, Jérôme Valcke admitiu, em dezembro, que a substituição do Brasil como
país-sede para o Mundial de 2014 chegou a ser cogitada pela cúpula da Fifa.
Apesar do clima de
dúvida em torno do sucesso do evento, a torcida superou as expectativas dos
organizadores. Apenas na primeira fase de venda, 889.305 bilhetes foram
comercializados, número recorde para essa etapa, superando os 652.521 tíquetes
vendidos no mesmo período para a Copa de 2006, na Alemanha.
3.
O agitado mercado de telecomunicações
Acostumado a frequentar as listas do Procon pelo alto índice de queixas dos consumidores, o setor de telecomunicações virou pauta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dois casos que podem mexer com as principais forças do ranking de telecomunicações nos próximos anos.
Acostumado a frequentar as listas do Procon pelo alto índice de queixas dos consumidores, o setor de telecomunicações virou pauta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dois casos que podem mexer com as principais forças do ranking de telecomunicações nos próximos anos.
Em outubro, Oi e
Portugal Telecom informaram ao mercado que pretendem formalizar a fusão das
empresas, dando origem à CorpCo, com sede no Brasil, mantendo as marcas
comerciais sob as quais operam em diferentes países.
O Cade ainda precisa dar
seu aval. Em dezembro, o órgão colocou condições para a aprovação da saída da
Portugal Telecom do capital da Vivo, informada ao mercado há três anos.
Ou a Telefónica busca
um novo sócio estrangeiro — e que não atue no setor no País — para ocupar a participação
da Portugal Telecom (50%) ou deve abrir mão de sua participação na TIM.
A Telefónica é sócia
na controladora da TIM na Itália, a Telco, e tem um acordo para, em janeiro,
assumir a gestão da holding que mantém com a Telecom Italia.
A decisão do Cade tem
como objetivo evitar que uma única companhia tenha 100% do controle da marca
Vivo e amplie a sua influência de maneira relevante na TIM, concentrando boa
parte do mercado.
4.
Em ano ruim para os shows, Rock in Rio mostra força
O desaquecimento da economia somado ao excesso de oferta de eventos obrigou vários players do mercado de entretenimento a readequar seus planos de negócios.
O desaquecimento da economia somado ao excesso de oferta de eventos obrigou vários players do mercado de entretenimento a readequar seus planos de negócios.
O exemplo mais
emblemático é o da Geo Eventos, das Organizações Globo. Lançada em 2010 com
investimento de R$ 250 milhões, fechou as portas em dezembro.
Pioneiro no setor, o
Rock in Rio sai fortalecido desse período conturbado. Além do sucesso comercial
da edição 2013 — esgotando as entradas após poucas horas de comercialização via
internet e envolvendo o patrocínio em diferentes níveis de investimento de nada
menos do que 70 marcas e mais de 600 produtos licenciados —, o festival criado
por Roberto Medida ganhou um novo sócio para desbravar o mercado
norte-americano.
A SFX, produtora
mundial de eventos ao vivo e de conteúdo de entretenimento digital, que tem o
WPP como um dos seus sócios, agora é dona de 50% do Rock in Rio. A participação
da IMX, de Eike Batista, foi reduzida — nenhuma das partes envolvidas no
negócio confirmou em quanto.
5.
Um mundo cada vez mais mobile
A era digital e a mobilidade são uma realidade há tempos, mas não param de surpreender. O número de assinaturas de telefonia celular chegará a quase sete bilhões até o final de 2013, segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
A era digital e a mobilidade são uma realidade há tempos, mas não param de surpreender. O número de assinaturas de telefonia celular chegará a quase sete bilhões até o final de 2013, segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
O dado significa
quase uma linha por habitante do planeta Terra. De acordo com a Organização das
Nações Unidas (ONU), o mundo tem aproximadamente 7,2 bilhões de pessoas. Ou
seja: a penetração mundial do setor será de mais de 96%.
Por outro lado, 2,7
bilhões de pessoas — 39% da população global — navegarão pela internet em 2013.
No Brasil, já são 105 milhões de internautas.
Num País cada vez
mais conectado, a mobilidade também cresce. As vendas de tablets superaram as
de notebooks pela primeira vez no mês de agosto, segundo dados da consultoria
IDC.
No período, foram
comercializados 597 mil notebooks e 627 mil tablets, além de 441 mil desktops.
O Brasil deve encerrar 2013 com 7,2 milhões de tablets (alta de 120%) e 14,1
milhões de computadores (queda de 9%) vendidos.
6.
Papa Francisco, o fenômeno pop que agitou o Rio de
Janeiro
Eleito papa em 13 de março de 2013, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio vem quebrando paradigmas. Começou homenageando Francisco — o santo da cidade italiana de Assis, que nasceu abastado, mas decidiu dedicar a vida aos pobres.
Eleito papa em 13 de março de 2013, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio vem quebrando paradigmas. Começou homenageando Francisco — o santo da cidade italiana de Assis, que nasceu abastado, mas decidiu dedicar a vida aos pobres.
O primeiro papa
latino-americano também usa linguagem simples para se comunicar com os fiéis, o
que os brasileiros puderam confirmar com o uso de expressões populares como
“vamos botar água no feijão”, durante sua visita ao País, a primeira viagem
internacional de seu pontificado, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude,
ocorrida em julho, no Rio de Janeiro.
O evento mobilizou
multidões, com direito a visitantes internacionais. Avesso à ostentação, em
seus deslocamentos, o papa Francisco substituiu carros de luxo por modelos mais
populares: no Vaticano, adotou um Ford Focus e em sua estada no Brasil se
locomoveu com um Fiat Idea.
Francisco também tem
chamado a atenção pela busca em promover reformas na Igreja — uma tentativa de
construir novas marcas para a instituição milenar. Em dezembro, foi apontado a
Pessoa do Ano pela revista Time.
7.
A nova onda internacional do varejo no Brasil
Gigantes do varejo mundial voltaram a aportar em solo brasileiro em 2013. Uma das inaugurações mais badaladas foi a da norte-americana Gap. Conhecida nos EUA pela moda casual, mas de qualidade e com preços acessíveis, no Brasil a rede inaugurou sua primeira loja num shopping de luxo, o JK Iguatemi, em São Paulo.
Gigantes do varejo mundial voltaram a aportar em solo brasileiro em 2013. Uma das inaugurações mais badaladas foi a da norte-americana Gap. Conhecida nos EUA pela moda casual, mas de qualidade e com preços acessíveis, no Brasil a rede inaugurou sua primeira loja num shopping de luxo, o JK Iguatemi, em São Paulo.
A empresa promete, no
entanto, atender consumidores das classes A a C. Também norte-americana, a
Forever 21 confirmou sua vinda ao País, mas ainda não divulgou a data de
inauguração da loja no shopping Morumbi.
Já a espanhola
Desigual abriu a primeira unidade em outubro no shopping Higienópolis e tem um
plano agressivo de inaugurar no País outras 50 lojas em quatro anos.
No setor de
tecnologia, a Apple finaliza a estruturação da primeira — e aguardada — Apple Store
no Brasil, que será inaugurada no Village Mall, no Rio de Janeiro. A data ainda
não foi oficializada, mas deve acontecer no início de 2014. A contratação da
equipe seria o fator de atraso no início da operação.
8. Mercado de streaming sobe o som
Depois de sofrer as consequências por tentar nadar contra a maré da
digitalização, o mercado fonográfico começa a reencontrar seu caminho com os
serviços de streaming de música.
Segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, os formatos
digitais movimentam valores próximos dos US$ 6 bilhões. O streaming representa
20% desse mercado e é o formato que mais cresce (em 2012, a alta foi de 44%).
O setor segue em ritmo frenético: em 2013, a francesa Deezer recebeu da
Access Industries aporte de US$ 130 milhões e a sueca Spotify — avaliada em US$
3 bilhões e prestes a entrar no mercado brasileiro, sob o comando de Gustavo
Diament, ex-Claro e Nextel — também divulgou um investimento de US$ 100
milhões.
Já a Rdio, presente em 31 países, tem escolhido o caminho das parcerias
para crescer, assumindo, por exemplo, o posto de player de música no projeto
Red Bull Stratos.
No Brasil, a empresa também trabalha com as gravadoras Som Livre,
Deckdisk e Biscoito Fino. E mais: o portal Terra trouxe de volta a marca
Napster, dentro de uma grande reformulação do Sonora, a Apple lançou o iRadio e
o Twitter lançou o aplicativo #Music, conectado às principais plataformas de
streaming.
9.
Novo Critério Brasil fica para 2015
Previsto para entrar em vigor já em 1º de janeiro de 2014, o Novo Critério de Classificação Econômica Brasil só deve ser adotado pelo mercado da comunicação em 2015.
Previsto para entrar em vigor já em 1º de janeiro de 2014, o Novo Critério de Classificação Econômica Brasil só deve ser adotado pelo mercado da comunicação em 2015.
A Associação
Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep) alegou que a análise dos resultados
dos grandes estudos contínuos do mercado mostrou a necessidade de ajustes
pontuais no modelo.
O objetivo da
atualização da metodologia é aprimorar a segmentação da população em classes
econômicas para fins relativos ao consumo, como análise do poder de compra de
grupos homogêneos de pessoas, o que ajudaria a definir públicos-alvos mais
fieis a diferentes mercados de produtos de massa e também os preços dos
anúncios na mídia.
A base para os
estudos, antes restrita a grandes áreas metropolitanas, passa a ter abrangência
nacional, por tomar como base a Pesquisa de Orçamentos Familiares, do IBGE.
Outras diferenças
para o critério em vigor são a substituição da renda declarada por variáveis
indicadoras de renda permanente e inclusão de dados como composição familiar,
porte dos municípios e região como parâmetros para a comparação de padrões de
consumo.
10.
A onipresença do big data
Um dos temas mais debatidos no ano, no universo do marketing o big data diz respeito ao enorme volume de dados/informações que os consumidores deixam por onde passam, especialmente no ambiente virtual — o que possibilitaria uma oferta cada vez mais precisa, segmentada e personalizada por parte das empresas.
Um dos temas mais debatidos no ano, no universo do marketing o big data diz respeito ao enorme volume de dados/informações que os consumidores deixam por onde passam, especialmente no ambiente virtual — o que possibilitaria uma oferta cada vez mais precisa, segmentada e personalizada por parte das empresas.
A Ford desenvolveu um
sistema com sensores no cinto e na direção do veículo para detectar se o
motorista está estressado e bloquear o recebimento de chamadas telefônicas e de
SMS.
No Vale do Silício,
estão em testes mecanismos de direcionamento do tipo de publicidade veiculada
na TV, de acordo com o humor da pessoa que aciona o aparelho por comando de
voz.
O interesse pela
expertise em criar insights a partir do caldeirão de dados foi um dos argumentos
do McCann Worldgroup para comprar a E/Ou, agora chamada E/Ou MRM, no Brasil —
onde, de acordo com as estimativas do IDC, o big data irá movimentar US$ 285
milhões em 2013 e mais de US$ 1 bilhão em 2017.
O valor a ser gerado
a partir do volume de informações compartilhado também foi uma das
justificativas oficiais para a fusão entre os grupos Publicis e Omnicom.
. NA COMUNICAÇÃO
1. Megafusão cria Publicis Omnicom
“Uma nova empresa para um novo mundo.” Dessa forma, Maurice Lévy (foto),
CEO do francês Publicis Groupe, apresentou em julho a holding formada a partir
da fusão com o norte-americano Omnicom, dono das redes BBDO, DDB e TBWA.
Nascia ali a maior empresa de comunicação do mundo, com 130 mil
funcionários e receitas de US$ 23 bilhões, à frente do antigo líder WPP. No
Brasil, o Publicis Omnicom também se torna líder, somando mais de 25 empresas,
sendo 13 agências de publicidade que juntas respondem por aproximadamente 18%
da compra de mídia no País.
Entretanto, a quantidade de agências pode representar um problema e
aumentar ainda mais a complexidade da operação, aprovada em novembro pelo
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Entre as principais
questões operacionais estão o destino da Taterka, que teve 100% de suas ações
adquiridas pela holding francesa, e da DPZ, que está atrás de uma nova
liderança executiva.
A saída poderia ser a fusão entre ambas. Quem parece ter definido sua
situação foi a rede Publicis Worldwide, após a compra de 100% da Talent e QG, e
do apontamento de Roberto Lima, ex-presidente da Vivo, como chairman.
Além de Talent e QG, ele será responsável pelas outras sete agências da
rede no País: Publicis Brasil, Salles Chemistri, AG2, Red Lion, Dialog, Digitas
e Razorfish.
2. Proposta heterodoxa, editorial histórico
Uma proposta heterodoxa do Grupo Pão de Açúcar, e a má repercussão do
caso no mercado, motivaram em agosto desistências de três agências que
participavam da disputa pela conta dos super e hipermercados da holding, o que
inclui as marcas Pão de Açúcar (foto de campanha estrelada por Clarice Falcão)
e Extra.
AlmapBBDO, WMcCann e Neogama/BBH se retiraram da concorrência, que segue
indefinida e disputada por Africa, Havas, Lew’Lara\TBWA, Publicis e Y&R.
As desistências ocorreram após editorial crítico da diretora editorial
de Meio & Mensagem, Regina Augusto. O imbróglio se deve ao fato do Grupo
Pão de Açúcar ter resolvido promover uma venda travestida de concorrência.
Isto porque sua conta é atendida desde 2006 pela house agency PA
Publicidade, que tem custo anual estimado pelo mercado em R$ 35 milhões, e terá
de ser assumida pela “vencedora” da disputa.
O enredo se complica ainda mais com outra concorrência paralela da Via
Varejo, controlada pelo Grupo Pão de Açúcar, e dona das redes Casas Bahia e
Ponto Frio.
Atendida por agências comandadas por Roberto Justus desde fevereiro de
1999, a Casas Bahia foi a maior compradora de mídia do Brasil entre 2003 e 2012
— a expectativa do mercado é a de que seja ultrapassada pela Unilever em 2013.
Além da Y&R, atual detentora da conta, participam Havas, Publicis, Loducca,
Lew’Lara\TBWA e NBS.
3. Adeus a Petrônio Corrêa
Em decorrência de uma parada cardíaca, faleceu no dia 1o de dezembro,
aos 84 anos, Petrônio Corrêa, um dos mais importantes nomes da história do mercado
publicitário brasileiro, e, certamente, seu principal articulador.
Em 1957, ao lado dos sócios Luiz Macedo e Antonio Mafuz, Corrêa fundou a
MPM Propaganda, que ganhou fôlego no Sul, transferiu sua sede para São Paulo em
1965 e, uma década depois, tornou-se a maior agência do País, liderando o
ranking brasileiro por 15 anos até a venda para o Grupo Interpublic em 1991.
Após conquistar sucesso empresarial nas décadas de 1960 e 1970,
dedicou-se nos últimos 30 anos à ativa participação em entidades do mercado,
transformando-se em um dos expoentes da geração que trabalhou pela
profissionalização e valorização da atividade publicitária no Brasil.
Foi presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade
(Abap) entre 1979 e 1981 e participou do grupo que fundou o Conselho Nacional
de Autorregulamentação Publicitária (Conar), tendo sido seu primeiro
presidente, entre 1981 e 1988.
Foi também o primeiro presidente do Conselho Executivo das Normas-Padrão
(Cenp), fundado em 1998, e comandou a entidade por 11 anos.
4. CDN no ABC, Espalhe na MSL
O ano de 2013 ficou marcado por duas importantes transações na área de
relações públicas. A primeira delas aconteceu no começo de setembro quando a
Espalhe, digital com foco em engajamento, teve seu controle acionário comprado
pelo Publicis Groupe.
A partir daí, passou a integrar a rede MSL Worldwide, que já controla no
Brasil a Andreoli. Os sócios Gustavo Fortes, Cleber Martins, Roberta Paixão e
Patricia Albuquerque mantêm a condução da agência adquirida.
Eles se reportam a Paulo Andreoli, chairman da MSL Group na América
Latina. A Fan, assessoria de imprensa pertencente a Espalhe, também foi
incluída no pacote.
Duas semanas depois, o Grupo ABC oficializou a compra de 51% da CDN
(foto). A empresa entrou para a holding com status de terceira maior operação,
atrás de Africa e DM9DDB. O fundador João Rodarte e os demais quatro sócios
executivos continuam à frente da gestão da CDN, segunda no ranking brasileiro
de comunicação corporativa,
Além da sede em São Paulo, mantém escritórios no Rio de Janeiro,
Brasília e Washington, sendo que este último está dedicado ao atendimento à
conta do governo federal, conquistada há cinco anos, cujo contrato se encerra
neste mês.
5. Ogilvy tem desempenho histórico em Cannes
O escritório brasileiro da Ogilvy registrou o melhor desempenho já
alcançado por uma agência brasileira na história do Festival Internacional de
Criatividade de Cannes.
Na 60a edição da principal premiação de publicidade mundial, a agência
conquistou 35 Leões. Entre eles o troféu de Agência do Ano, recebido pelo CEO
Fernando Musa e o vice-presidente nacional de criação Anselmo Ramos (foto), e
dois inéditos Grand Prix para o mercado nacional nas áreas de Titanium, o case
“Retratos da real beleza” para Dove, e Promo & Ativation, com “Fãs imortais”,
para o Sport Club Recife.
Além disso, faturou 16 Leões de Ouro, 4 de Prata e 12 de Bronze. A
Ogilvy respondeu sozinha por um terço da performance brasileira.
O reconhecimento consagra o trabalho que vem sendo feito desde 2008,
quando o escritório brasileiro foi considerado o 47o no ranking criativo da
rede. Cinco anos depois, a sucursal brasileira é considerada a primeira da
lista interna. O ano também foi bom para o Brasil, que quebrou recorde de Leões
em Cannes: foram 115 troféus.
6. União de forças no mercado de agências
O mercado brasileiro vivenciou em 2013 pelo menos quatro significativas
fusões, em diferentes segmentos. A principal delas foi a que uniu NBS e Quê
(foto) e deu origem à maior agência de capital 100% brasileiro. Ambas pertenciam
à holding PPR e estão no mercado há 11 anos.
O porte da nova operação pode ser verificado pela soma de 380
funcionários nos escritórios do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, e pela
carteira de 40 clientes, que inclui Petrobras, Oi, O Boticário, Coca-Cola (i9 e
Crystal), BRF e BR Distribuidora, entre outros.
O ganho de escala também motivou a fusão entre as promocionais Aktuell,
de Rodrigo Rivellino, e a Mix Brand Experience, de Paulo Giovanni, Celio
Ashcar, Felipe Almeida e Marco Scabia.
Em âmbito global, a criação da rede de branding e ativação Geometry
Global pelo Grupo WPP teve como consequência, no Brasil, a união entre G2
Worldwide e OgilvyAction, com o CEO da primeira, Sérgio Brandão, se mantendo à
frente da nova operação. Também no âmbito do WPP, a união entre a Grey 141 e a
New Energy deu origem a um novo escritório local da Grey, agora sob
administração do Grupo Newcomm, de Roberto Justus.
7. Marketing esportivo e entretenimento sofrem
abalos
Passada a Copa das Confederações e iniciado o trabalho de ativação para
a Copa do Mundo, o mercado de agências de marketing esportivo cresceu muito
menos do que se previa quando o Brasil virou alvo de cobiça por ganhar o
direito de sediar tais eventos e a Olimpíada de 2016.
Agências de marketing esportivo como Traffic, Koch Tavares e Brunoro
Sport Business ocupam espaço similar ao que tinham antes. Dessas, pelo menos
duas fizeram movimentos visando uma possível expansão do mercado.
Entretanto, já foi desfeita a sociedade entre a Brunoro e a Sport
Strategy. No início deste ano, a Koch Tavares firmou joint venture com o Grupo
Newcomm para lançar a New Match.
O setor de grandes show e entretenimento também não teve um ano bom em
2013. A Geo Eventos, das Organizações Globo, até então responsável pelo
Lollapalooza, encerra atividade neste fim de ano.
O festival passa a ser organizado em 2014 pela Time For Fun, empresa que
até o terceiro trimestre vinha divulgando resultados poucos satisfatórios. Já a
XYZ Live, do Grupo ABC, reduziu sua equipe de 140 para 40 funcionários e se
focou em apenas dois segmentos: marketing esportivo e shows.
As áreas de conhecimento, moda e cultura foram abandonadas por falta de
rentabilidade. O único evento que alcançou o sucesso esperado foi o Rock in
Rio.
8. DPZ sem o “P”
Aos 78 anos, morreu vítima de câncer no dia 6 de setembro, o catalão
naturalizado brasileiro Francesc Petit, um dos principais diretores de arte da
história da propaganda brasileira.
A notícia trouxe consternação a um mercado que teve muitas de suas
características moldadas pela estética dos traços elegantes e das cores fortes
do seu trabalho. Multitalentoso, foi diretor de arte, pintor, desenhista,
cartazista, cenógrafo e publicitário.
Mas foi como empresário que Petit conseguiu deixar seu maior legado. Ao
lado de Roberto Duailibi e José Zaragoza, ajudou a construir a agência que foi
o berço da revolução criativa brasileira nos anos 1970 e 1980.
A DPZ, que completou 45 anos no dia 1o de julho, imprimiu um senso
estético e de qualidade à publicidade brasileira e tornou-se um verdadeiro
celeiro de talentos.
Até o final do ano, o controle total da agência deverá estar nas mãos do
Publicis Groupe, que em julho de 2011 adquiriu 70% da empresa. Petit é autor de
livros, entre os quais Faça Logo uma Marca, sobre marcas famosas criadas por
ele, como as do banco Itaú, da Sadia e da companhia aérea Gol.
Durante os 14 anos em que fez dupla com Washington Olivetto, surgiram
campanhas inesquecíveis, como as do Garoto Bombril, o personagem mais longevo
da história da publicidade brasileira.
9. Fischer enfrenta crise com novo sócio
Cinco anos depois de retomar o controle total das agências integrantes
do Grupo Totalcom, o publicitário e empresário Eduardo Fischer vendeu novamente
parte das empresas para um sócio investidor.
Em agosto, anunciou o repasse para a Trindade Investimentos de cerca de
25% da Fischer e outras três empresas de sua holding, que operam de forma
integrada na TOD (Total On Demand): One Stop, Alquimia e Prêmios Online.
A busca do aporte se deve às
perdas decorrentes da incursão no ramo do entretenimento, no qual investiu na
marca SWU; ao insucesso da arrastada negociação de venda do controle acionário
da Fischer para a japonesa Dentsu no ano passado; e a crise de perda de
executivos-chave e contas importantes como as de Caixa, Ricardo Eletro, Assim,
Mat Inset, Minuano, Friboi e Kaiser.
10. Anunciantes e produtoras em choque
Duas das principais entidades do mercado publicitário, a Associação
Brasileira de Anunciantes (ABA) e a Associação Brasileira da Produção de Obras
Audiovisuais (Apro) entraram em choque em 2013 por diversas questões.
O tom das discussões foi duro dos dois lados e expressões como “formação
de cartel” e “coação” acirraram o desentendimento. No caso mais recente, em
novembro, a ABA reclamou da posição da Apro de se colocar como responsável pelo
controle e cobrança dos direitos patrimoniais sobre a obra audiovisual — e
insinuou formação de cartel, com o estabelecimento de um preço único de 10%
sobre o valor da produção.
Além disso, afirmou que tais direitos pertencem ao próprio anunciante.
Em resposta, a Apro disse que os clientes, por terem poder de compra, querem
coagir as produtoras a aceitar condições que poderiam causar danos irreparáveis
ao setor.
Além disso, a associação das produtoras diz ter amparo legal para ser a
responsável pelos direitos. A questão pode ir parar na Justiça.
Em junho, as entidades já haviam brigado por causa da implantação do
sistema de streaming — que permite o envio de comerciais das agências para as
emissoras de forma digital. A ABA acusou as produtoras de boicotarem o sistema
— as cópias físicas representam receita para elas.
.
NA MÍDIA
1.
Revoluções da Abril
Roberto Civita morreu em 26 de maio de 2013, aos 76 anos. Presidente do conselho e principal líder do Grupo Abril nos últimos 20 anos, seu falecimento marcou um dos períodos mais agitados da história recente da empresa.
Roberto Civita morreu em 26 de maio de 2013, aos 76 anos. Presidente do conselho e principal líder do Grupo Abril nos últimos 20 anos, seu falecimento marcou um dos períodos mais agitados da história recente da empresa.
Após a nomeação de
seu filho, Giancarlo, à presidência em seu lugar, seguiu-se uma intensa
movimentação nas diretorias.
Todas as áreas da
Abril Mídia ficaram submetidas ao presidente Fábio Barbosa. Mudanças nas
unidades cortaram 70 cargos, a maioria executivos, mas fortaleceram diretores
como Thaís Chede, Helena Bagnoli e Cláudia Vassalo e trouxeram de volta Rogério
Gabriel Comprido para comandar as segmentadas.
Em agosto, a Abril
descontinuou quatro títulos — Alfa, Bravo, Lola e Gloss —, demitindo mais 150
pessoas; em outubro, devolveu a marca MTV à Viacom e esvaziou seu prédio em São
Paulo.
Passagens amargas num
ano em que também se comemorou. Três marcas celebraram efemérides robustas: 50
anos de Contigo, 45 de Veja e 40 de Melhores & Maiores, da Exame.
A Abril Educação
comprou a rede Wise Up, o Grupo Espanhol RBA associou-se à Abril Coleções, a
editora lançou a regional Veja Brasília e revistas especiais da Copa, com
circulação de milhões de exemplares.
Sua plataforma de
banca digital, o Iba, se expande em volume e parcerias, e a editora se torna a
casa nacional do Huffington Post, portal informativo internacional que estreia
versão brasileira em janeiro.
Para fechar 2013, a
revista Exame ganhou o prêmio de Mídia Impressa na mesma edição do Caboré em
que Roberto Civita foi homenageado in memoriam, em cerimônia repleta de emoção.
2. Novo comando global
Uma nova era começou para a Rede Globo logo em janeiro ano de 2013. Octávio Florisbal, nome querido pelo mercado, deixou o posto de diretor-geral da empresa após seis anos no comando do grupo de comunicação.
Uma nova era começou para a Rede Globo logo em janeiro ano de 2013. Octávio Florisbal, nome querido pelo mercado, deixou o posto de diretor-geral da empresa após seis anos no comando do grupo de comunicação.
Em seu lugar, assumiu
Carlos Henrique Schroder, que comandava a direção-geral de jornalismo e
esportes.
O executivo estreou o
ano com relevantes modificações nos quadros da empresa: já em janeiro trouxe
Sergio Valente, que deixou a presidência da DM9DDB, para assumir a comunicação
da Globo.
O publicitário montou
sua equipe com nomes fortes do mercado, como Mariana Sá, que deixou a
Lew’Lara\TBWA, e Carla Sá, egressa da F/Nazca.
A influência desse
time sobre a identidade visual, vinhetas, ações e campanhas da emissora ficou
evidente no decorrer do ano.
Na área comercial,
Willy Haas, antes diretor-geral de comercialização, passou a responder pela
direção-geral de negócios e comercialização.
A área passou a atuar
junto ao mercado de forma mais ampla, visando apoiar o desenvolvimento do
modelo brasileiro de publicidade.
3.
Adeus ao doutor Ruy
A morte de Ruy Mesquita, um dos últimos representantes da era de ouro dos jornais, acentuou o momento complicado vivenciado pelo Grupo Estado em 2013.
A morte de Ruy Mesquita, um dos últimos representantes da era de ouro dos jornais, acentuou o momento complicado vivenciado pelo Grupo Estado em 2013.
O diretor de opinião
do Estado de S. Paulo e um dos acionistas do grupo faleceu aos 88 anos, em
decorrência de um câncer, e permaneceu frequentando a sede da empresa até o
agravamento da doença.
Mesquita atravessou
seis décadas como jornalista e pertencia à terceira geração da família na
liderança do conglomerado.
Meses antes do
falecimento do executivo, o jornal apresentou um projeto ligeiramente mais
enxuto, com redução estimada em 10% dos custos logísticos e industriais da
publicação, ainda que tenha aumentado o volume de três de seus principais cadernos.
Hoje, a meta do grupo
é superar a fase de transição digital e ganhar fôlego para investimentos
futuros.
Em entrevista a Meio
& Mensagem, Francisco Mesquita Neto, atual diretor presidente e
acionista do Grupo Estado, negou que os ativos do jornal estivessem sendo
negociados com a Infoglobo, boato que tem circulado no mercado — o grupo Itaú
Unibanco seria outro interessado.
4. Mobiliário urbano
volta a São Paulo
Relógios de rua, abrigos e pontos de ônibus de São Paulo voltaram a receber publicidade em 2013. Suspensa desde a promulgação da Lei Cidade Limpa pelo prefeito Gilberto Kassab, em 2006, o setor aguardava ansioso o retorno da cidade ao mercado, que poderia ter efeito sobre toda a cadeia.
Relógios de rua, abrigos e pontos de ônibus de São Paulo voltaram a receber publicidade em 2013. Suspensa desde a promulgação da Lei Cidade Limpa pelo prefeito Gilberto Kassab, em 2006, o setor aguardava ansioso o retorno da cidade ao mercado, que poderia ter efeito sobre toda a cadeia.
De fato, segundo o
Projeto Inter-Meios, os investimentos em mídia exterior alcançaram R$ 487
bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 11,51% em comparação com 2012,
impulsionado pelos setores de painéis, que cresceu 48,71%, e mobiliário urbano,
com alta de 29,13%.
Em março, o consórcio
Pra SP divulgou oficialmente a marca Otima, empresa formada por Odebrecht,
Grupo Bandeirantes, Kalítera Engenharia e APMR, como responsável pela venda de
mídia em pontos de ônibus paulistanos pelos próximos 25 anos.
Entre as atribuições
está a substituição de 6,5 mil abrigos e a implantação de mil novos, além de
instalar 12,5 mil totens e conservar as calçadas ao redor, com investimentos em
R$ 636 milhões. A JCDecaux ganhou a licitação para instalar mil relógios de rua
na cidade, pagando R$ 300 milhões pela outorga de 25 anos.
5.
Netflix e a conquista dos VODs
Em fevereiro, quando a Netflix lançou sua primeira produção original, a série House of Cards, seu diretor de conteúdo, Ted Sarandos, disse que a plataforma queria “se tornar a HBO antes que a HBO virasse a Netflix”.
Em fevereiro, quando a Netflix lançou sua primeira produção original, a série House of Cards, seu diretor de conteúdo, Ted Sarandos, disse que a plataforma queria “se tornar a HBO antes que a HBO virasse a Netflix”.
Em abril aconteceu: a
empresa de video on demand (VOD) ultrapassou a programadora em 500 mil
assinantes.
Hoje, 40 milhões de
pessoas em todo o mundo assinam ao Netflix e House of Cards se tornou a
primeira série produzida para internet a ganhar um Emmy.
O Brasil se destaca
entre os 41 mercados da empresa e recebeu o primeiro escritório internacional
da plataforma. Desde sua chegada ao País em setembro de 2011, o serviço
investiu em dublagem e na diversidade de catálogo, fazendo parcerias com produtores
de conteúdo brasileiros.
Também realizou e
lançou uma produção nacional, A Toca, pioneira no mercado latino-americano.
Apesar de despontar, a Netflix concorre num mercado em franca expansão, onde
marcas como Claro, Sony, Globosat e Net também atuam com plataformas VOD.
6.
Só deu porta dos Fundos
De um coletivo focado no humor a uma produtora com roteiros pensados para as marcas, o salto do Porta dos Fundos em 2013 foi gigantesco. O primeiro projeto feito para uma empresa foi ainda em outubro de 2012, com o Spoleto.
De um coletivo focado no humor a uma produtora com roteiros pensados para as marcas, o salto do Porta dos Fundos em 2013 foi gigantesco. O primeiro projeto feito para uma empresa foi ainda em outubro de 2012, com o Spoleto.
O roteiro ironizando
o modelo de atendimento da rede teve mais de sete milhões de views. De lá para
cá, surgiram trabalhos para anunciantes como LG, Fiat, Visa, LG, Itaipava,
Kuat, OLX, Estomazil, Mabel, Pão de Açúcar, Wise Up e Rossi.
Com tantas produções
associadas a marcas, houve quem criticasse o excesso de campanhas. Mas os cases
se sucederam e geraram mais hits, como o vídeo para a Vivo, que beira 5,3
milhões de visualizações.
Hoje, seu canal
principal (são seis ao todo) está entre os mais vistos do YouTube no Brasil,
com mais de seis milhões de pessoas inscritas.
O roteiro mais
popular do grupo, com mais de 12 milhões de views, é Na Lata, em que Fábio
Porchat faz piada com as latas personalizadas da Coca Zero.
Criado em março de
2012, o Porta dos Fundos passou a lucrar apenas em seu quinto mês de
existência. Agora, o grupo possui livros, produtos licenciados e prepara um
longa-metragem e uma série.
7.
Marco civil: conexão instável
O Marco Civil da Internet chegou pela primeira vez à Câmara dos Deputados em 2011 e, desde então, a matéria vai e volta sem nunca ser votada. Em junho, porém, as revelações sobre os acessos da NSA às informações digitais de milhões de pessoas soaram o alerta vermelho do Palácio do Planalto, e Dilma Rousseff deu caráter de urgência ao trâmite da regulamentação digital.
O Marco Civil da Internet chegou pela primeira vez à Câmara dos Deputados em 2011 e, desde então, a matéria vai e volta sem nunca ser votada. Em junho, porém, as revelações sobre os acessos da NSA às informações digitais de milhões de pessoas soaram o alerta vermelho do Palácio do Planalto, e Dilma Rousseff deu caráter de urgência ao trâmite da regulamentação digital.
Isso significava que
outros textos só seriam examinados pela Câmara quando o projeto fosse votado.
Foram incluídos novos tópicos, como a possibilidade de a presidente determinar,
por meio de decreto, que empresas de tecnologia construam em território
nacional estrutura para hospedagem de dados.
Manteve-se a
neutralidade da rede, um dos pontos mais combatidos pelas empresas de telecom,
que assegura ao usuário o direito de acessar qualquer tipo de conteúdo, sendo a
velocidade de conexão sua única limitação.
O relator, Alessandro
Molon (PT-MG) apresentou um texto final em 5 de novembro, mas o esforço não
rendeu: a Câmara voltou a divergir e o Marco foi novamente adiado. Em dezembro
os deputados pediram a retirada do caráter de urgência e disseram que a votação
fica para 2014.
8.
Um novo lar para as AMs
Um decreto assinado por Dilma Rousseff em 7 de novembro autorizou a migração de cerca de 1,8 mil rádios AM para FM.
Um decreto assinado por Dilma Rousseff em 7 de novembro autorizou a migração de cerca de 1,8 mil rádios AM para FM.
A medida representou
uma esperança para um setor que viu sua audiência despencar nos últimos 30
anos, atraída pela qualidade das rádios FM e pela interatividade da internet,
lugares para os quais também se transferiram as verbas publicitárias.
Apesar de não ser
obrigatória, a migração espera atrair a maior parte das AM brasileiras, num
processo que deverá ser conduzido ao longo do próximo ano.
Para seu pleno
sucesso, porém, empresários querem negociar com o governo linhas de crédito
para a troca de equipamentos e a liberação da faixa de 76 a 88 MHz, onde hoje
estão os canais cinco e seis de TV analógica, para realocar emissoras AM em
áreas de alta densidade no espectro.
Os obstáculos, no
entanto, não superam o otimismo do setor, que considerou o decreto um marco na
história da radiodifusão brasileira.
9.
Globo reconhece erro histórico
Em agosto, o jornal O Globo publicou um texto que surpreendeu. No editorial, as Organizações Globo admitiam que seu apoio ao Golpe Militar de 1964 havia sido um erro.
Em agosto, o jornal O Globo publicou um texto que surpreendeu. No editorial, as Organizações Globo admitiam que seu apoio ao Golpe Militar de 1964 havia sido um erro.
O mea-culpa teve ampla
repercussão e foi, posteriormente, reproduzido nos demais veículos do grupo,
sendo lido ao vivo inclusive no Jornal Nacional. A atitude surpreendeu por
quebrar o silêncio mantido pela empresa em relação ao seu comportamento no
período da ditadura, no que seguiu boa parte da grande imprensa brasileira. A
atitude foi considerada uma resposta aos ataques que a Globo sofreu durante as
protestos que tomaram as ruas brasileiras semanas antes, embora esse argumento
não encontre respaldo oficial.
O texto, por outro lado, explicou que a Globo convivia com esse peso de
consciência há tempos e aguardava o momento certo para fazer as pazes com a
sociedade. Se não foram a causa, as manifestações foram, no mínimo, um
argumento poderoso para que o referido momento só chegasse em 2013.
10.
GfK: novo player de audiência
Em breve, o Ibope não estará mais sozinho na medição de audiência televisiva do Brasil: a GfK, gigante alemã do setor de pesquisas, enxergou o potencial de mercado do setor e desde 2012 faz estudos para trazer seu serviço ao País.
Em breve, o Ibope não estará mais sozinho na medição de audiência televisiva do Brasil: a GfK, gigante alemã do setor de pesquisas, enxergou o potencial de mercado do setor e desde 2012 faz estudos para trazer seu serviço ao País.
Ao começar a dialogar
com as redes de TV, a empresa europeia deparou-se com emissoras que, há tempos,
desejavam contar com uma segunda avaliação dos dados que servem como parâmetro
para seus negócios.
Em dezembro, a GfK
fez um acordo de intenções com SBT, Record, Bandeirantes e RedeTV Num primeiro momento, a Globo, líder de
mercado, só observa.
No próximo ano a
amostra de seis mil domicílios deverá ser estruturada em todo o País e
começarão as aferições no Rio de Janeiro e em São Paulo.
E
AGORA, 10 FAT0S PARA ESQUECER
1. A espionagem nada secreta do governo americano
Em 6 de junho, reportagens nos jornais The Guardian e Washington Post revelaram informações sobre o trabalho de espionagem da National Security Agency (NSA), órgão vinculado ao Ministério da Defesa americano.
Em 6 de junho, reportagens nos jornais The Guardian e Washington Post revelaram informações sobre o trabalho de espionagem da National Security Agency (NSA), órgão vinculado ao Ministério da Defesa americano.
O vazamento, articulado graças ao
contato dos jornalistas Glenn Greenwald e Laura Poitras com o ex-analista de
inteligência Edward Snowden, se destacou pela falta de limites do nível de
invasão da agência americana.
Os meios interceptados eram variados:
telefones fixos, celulares, mensagens de fax, contas de e-mails, chats, redes
sociais, ligações em VoIP, históricos de navegação, arquivos na nuvem, CPUs e
até mesmo videogames.
Os alvos também foram amplos, de
diplomatas a pessoas comuns, passando por autoridades como a presidente Dilma
Rousseff e executivos da Petrobras. México, Alemanha, China, nações árabes e países
da América Central foram outras vítimas do monitoramento. Agências de aliados
americanos, como Canadá e Reino Unido, também estavam associados ao esquema.
Sobrou também para as empresas de
tecnologia como Facebook, Google e Apple, obrigadas a ceder informações dos
usuários de seus serviços em condições ainda não esclarecidas.
A maior parte dos 200 mil documentos
vazados até dezembro de 2013 referia-se aos três últimos anos, embora o
Guardian afirme que só foi publicado 1% de todas as informações coletadas por
Snowden.
2. A emboscada do Iron
Maiden à Heineken
São 28 anos de história, 1.120 atrações, 1.070 horas de música e mais de US$ 495 milhões investidos na marca Rock in Rio, mas a 13a edição, realizada no Brasil em 2013, apresentou um fato inédito: marketing de emboscada de um artista.
São 28 anos de história, 1.120 atrações, 1.070 horas de música e mais de US$ 495 milhões investidos na marca Rock in Rio, mas a 13a edição, realizada no Brasil em 2013, apresentou um fato inédito: marketing de emboscada de um artista.
No encerramento do
show do Iron Maiden, o vocalista Bruce Dickinson soltou a pérola “a cerveja
servida aqui é tão ruim que tive de trazer a minha” enquanto mostrava uma
garrafa de Trooper, cerveja lançada neste ano pelo grupo inglês.
Além de caçoar da
Heineken, que pagou R$ 23 milhões para patrocinar o evento, a banda impulsionou
o lançamento do rótulo no País — a importadora On Trade trouxe o produto da
cervejaria inglesa Robinson’s para o Brasil em agosto, um mês antes do
festival.
O inusitado
merchandising mostrou que não são apenas nos grandes eventos esportivos, como
Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, que organizadores e patrocinadores devem ficar
alertas à concorrência.
3.
Ficou feio para os artistas
Lutar com palavras é a luta mais vã, ensinou Carlos Drummond de Andrade. Esse trecho do poema “O lutador” poderia embalar a polêmica luta contra as biografias que artistas estão travando contra escritores. A briga não é recente.
Lutar com palavras é a luta mais vã, ensinou Carlos Drummond de Andrade. Esse trecho do poema “O lutador” poderia embalar a polêmica luta contra as biografias que artistas estão travando contra escritores. A briga não é recente.
Em 2007, Roberto
Carlos proibiu o livro Roberto Carlos em Detalhes, do jornalista Paulo César de
Araújo, por meio de ação na Justiça. A justificativa: invasão de privacidade.
Em 2012, a Associação
Nacional dos Editores de Livros entrou com ação contra artigo do Código Civil
que acaba por obrigar a autorização prévia das biografias. A entidade alega inconstitucionalidade.
Em outubro passado, a
associação Procure Saber, formada por artistas como Caetano Veloso e Chico
Buarque, fez novas defesas da determinação de autorização, mas foram conduzidas
de modo questionável por Paula Lavigne, presidente do grupo.
Além disso, Chico
Buarque escreveu, em artigo, que jamais dera entrevista a Araújo, material que
fazia parte do livro proibido.
O jornalista
comprovou, com um vídeo, que a entrevista de fato acontecera. O músico se
desculpou, mas a crise de imagem já estava instalada.
Roberto Carlos tentou
intervir, colocando seus advogados à frente da discussão. Um artigo de Caetano,
no entanto, levou o Rei a sair da associação. O Supremo Tribunal Federal ainda
não se pronunciou a respeito da questão de inconstitucionalidade alegada pelos
escritores.
4. O Projeto de Lei da Família
Margarina
Segue em trâmite na Câmara dos Deputados, aguardando designação do relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), um projeto de lei (5921/2001) que regulamenta a publicidade infantil e obriga as marcas a utilizarem apenas modelos tradicionais de núcleo familiar em seus anúncios.
Segue em trâmite na Câmara dos Deputados, aguardando designação do relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), um projeto de lei (5921/2001) que regulamenta a publicidade infantil e obriga as marcas a utilizarem apenas modelos tradicionais de núcleo familiar em seus anúncios.
De acordo com o
parágrafo 4o do artigo 6o do projeto, “a família é a base da sociedade e,
quando exibida na propaganda comercial, institucional ou governamental, deverá
observar a unidade familiar prevista no artigo 226, §3o da Constituição
Federal”.
Na prática, a medida
determina que só poderão aparecer em propagandas famílias formadas por homem e
mulher. Famílias de pais solteiros, que criam seus filhos sozinhos, ou de
homossexuais, formadas por dois homens ou duas mulheres, estariam vetadas pela
norma.
O deputado federal
Jean Wyllys (PSOL/RJ) afirmou que o projeto quer transformar aqueles que não
têm “família de margarina” em sujeitos “sem família alguma”. “Será que essa é a
forma de tornar as pessoas mais tolerantes com o próximo e menos
preconceituosas? Ou será que é apenas uma forma de reforçar os preconceitos e a
intolerância contra crianças sem o nome do pai ou da mãe no documento?”,
questionou, via redes sociais.
5. A capa polêmica da
Rolling Stone
Quem diria que uma grande publicação como a Rolling Stone divulgaria em sua capa um rapaz suspeito de comandar um atentado que matou três pessoas e deixou cerca de 260 feridas?
Quem diria que uma grande publicação como a Rolling Stone divulgaria em sua capa um rapaz suspeito de comandar um atentado que matou três pessoas e deixou cerca de 260 feridas?
O ataque aconteceu
durante a maratona de Boston em abril deste ano. A capa da edição de agosto da
revista, que tem o costume de retratar astros da música e da cultura pop,
causou revolta entre os leitores nos Estados Unidos.
Eles consideraram o
ocorrido uma falta de respeito. O acusado pelo atentado, Dzhokhar Tsarnaev, de
19 anos, ganhou ainda um perfil na mesma edição. Com a chamada “The Bomber”, a
reportagem procurou demonstrar “como um adolescente popular e promissor nos estudos
acabou se tornando um monstro”.
Hostilizada nas redes
sociais ao divulgar a capa, a Rolling Stone disse que durante dois meses a
repórter Janet Reitman, que assina o texto, entrevistou fontes e coletou
informações para construir o perfil de Tsarnaev e que a publicação segue seu
compromisso em realizar uma cobertura jornalística séria sobre relevantes fatos
políticos e culturais.
Além das reclamações,
a revista perdeu o apoio de lojistas como Tedeschi Food Shops, CVS, Walgreens,
Roche Bros., Cumberland Farms, Stop & Shop e Shaw’s, as quais afirmaram que
não comercializariam a edição. De acordo com The Boston Globe, a rádio WBOS
ofereceu ingressos de shows para quem jogasse a Rolling Stone em um lixo da
emissora.
6. O ataque à sede do
AfroReggae
Com um trabalho sólido em comunidades cariocas há 20 anos, o Grupo AfroReggae se viu em uma encruzilhada este ano.
Com um trabalho sólido em comunidades cariocas há 20 anos, o Grupo AfroReggae se viu em uma encruzilhada este ano.
Em julho, uma pousada
montada pela ONG, localizada no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, sofreu
um ataque e a sede da organização no mesmo local foi alvo de um incêndio
criminoso e também atingida por tiros de fuzil.
Inicialmente, José
Junior, fundador do AfroReggae e coordenador da ONG, decidiu deixar o local
para preservar a segurança de seus colaboradores e funcionários.
Após uma movimentação
da sociedade, com o apoio de nomes como o apresentador Luciano Huck, a atriz
Cissa Guimarães e o humorista Hélio de La Pena, e o lançamento da campanha
“Somos todos AfroReggae”, que invadiu as redes sociais, Júnior reconsiderou sua
decisão.
Outro ataque, dessa
vez a uma das sedes do grupo na Vila Cruzeiro, foi realizado em agosto. Júnior
declarou em sua página no Twitter que “os atentados fazem parte da estratégia
dos covardes que querem mostrar o que não têm: força”.
7.
PlayStation 4 joga contra o bolso do brasileiro
Quando foi lançado, em novembro, o PlayStation 4 da Sony registrou vendas de um milhão de consoles, somente no primeiro dia, nos Estados Unidos e no Canadá — onde o aparelho custava o equivalente a R$ 839.
Quando foi lançado, em novembro, o PlayStation 4 da Sony registrou vendas de um milhão de consoles, somente no primeiro dia, nos Estados Unidos e no Canadá — onde o aparelho custava o equivalente a R$ 839.
Um consumidor
canadense comprou e quebrou o aparelho em protesto (sem explicar exatamente o
porquê), logo ao sair da loja, mas o gesto certamente não se repetirá no
Brasil, uma vez que o preço do console por aqui é de R$ 4.000, o mais caro do
mundo.
A justificativa da
companhia japonesa é de que a cascata de impostos sobre produtos importados no
País obriga a empresa a praticar o preço exorbitante.
A própria Sony não
espera grandes vendas do PS 4, tanto que não fez nenhuma ação especial para o
lançamento no Brasil, onde o aparelho chegou às lojas em 29 de novembro — sem
jogo nenhum disponível para compra. A Sony anunciou que tem planos de fabricar
o aparelho localmente, mas não especificou quando isso acontecerá.
8. A imprensa
vira vítima dos protestos
Os gritos das manifestações que eclodiram em várias cidades do Brasil neste ano podem ser considerados deveras difusos, mas um alvo foi sempre comum: a imprensa.
Os gritos das manifestações que eclodiram em várias cidades do Brasil neste ano podem ser considerados deveras difusos, mas um alvo foi sempre comum: a imprensa.
A atuação e a
credibilidade das emissoras foram colocadas em xeque durante os protestos. Record
e Globo tiveram carros incendiados, jornalistas do calibre de Caco Barcellos
foram hostilizados e impedidos de cobrir passeatas e a revista Veja foi
queimada em um dos atos.
Em meio a esse
turbulento cenário, um estilo de jornalismo surgiu das ruas: repórteres
infiltrados no meio do povo, dividindo-se entre agentes e narradores daqueles
fatos, tendo a internet como principal canal de distribuição do conteúdo.
Personificada na
agência de notícias Mídia Ninja, essa nova imprensa pode ter seu futuro ainda
incerto, mas conseguiu mostrar que muitos olhos e ouvidos estão cansados
daquilo que sempre foi dito e mostrado pela chamada mídia tradicional — esse
ensinamento não deve ser esquecido.
9. A decepção de Adnet
na Globo
Fazer parte do elenco da Rede Globo é sinônimo de atingir o ápice da carreira para muitos artistas. Assim parecia ser com Marcelo Adnet, anunciado como a grande contratação de 2013 após seduzir os espectadores, com o humor inteligente e a versatilidade que apresentava na MTV.
Fazer parte do elenco da Rede Globo é sinônimo de atingir o ápice da carreira para muitos artistas. Assim parecia ser com Marcelo Adnet, anunciado como a grande contratação de 2013 após seduzir os espectadores, com o humor inteligente e a versatilidade que apresentava na MTV.
O talentoso humorista, no entanto, encerra o ano com a sensação de não
ter mostrado a que veio na grade do canal de maior público do Brasil. Após a
frustrada experiência de protagonizar O Dentista Mascarado — seriado massacrado
pela crítica e decepcionante em audiência —, Adnet ainda estrelou um quadro
para homenagear os 40 anos do Fantástico e fez participações especiais em
outros programas da casa.
Nada, porém, que estivesse à altura da genialidade mostrada na MTV. A
Globo ainda não revelou as missões do artista para 2014. Espera-se, no entanto,
que seja dado a Adnet o espaço certo para mostrar porque é considerado um dos
maiores nomes da nova geração do humor nacional.
10.
Instabilidade volta a rondar grade do SBT
Embora tenha conseguido estabilizar sua grade de programação, o SBT, em alguns momentos deste ano, parece ter voltado aos velhos tempos em que atrações eram tiradas do ar, confundindo o público.
Embora tenha conseguido estabilizar sua grade de programação, o SBT, em alguns momentos deste ano, parece ter voltado aos velhos tempos em que atrações eram tiradas do ar, confundindo o público.
Com receio de perder
audiência após o fim de Carrossel, em julho, a emissora anunciou a reprise da
trama poucos dias depois do último capítulo ter ido ao ar.
A medida não pegou
bem e a promessa foi desfeita na sequência. No mês seguinte, no entanto,
novamente veio a ordem de reprisar a novela da Professora Helena, exibição que
foi posteriormente interrompida por conta da audiência insatisfatória.
Para preencher a
faixa vespertina, foi montado rapidamente um programa jornalístico, que deveria
seguir os moldes do extinto Aqui, Agora.
O programa também não
deu certo e, em nova mudança, foi retirado do ar. As tentativas e experimentos
sempre foram estratégias presentes no DNA do SBT. É necessária, porém, cautela
para não manchar a imagem conquistada no mercado nos últimos anos. (Por Bárbara Sacchitiello, Bruna Molina, Fernando Murad, Igor
Ribeiro, Lena Castellón, Roseani Rocha e Teresa Levin no Meio & Mensagem)
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