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ECONOMIA DEIXA ANUNCIANTES CAUTELOSOS
Os
indicadores da atividade econômica, como a nova alta da inflação e o
crescimento moderado da economia, colocaram o mercado em estado de atenção
neste início de 2014.
Agências
têm acompanhado o comportamento da economia e falam de clientes “atentos”. O
IPCA, índice oficial que mede a alta dos preços, subiu 5,91% em 2013.
Este
é o quarto ano em que a inflação fica distante da meta, fixada em 4,5% pelo
governo. O resultado são preços pressionados, menor poder de compra e atividade
econômica arrefecida.
Elson
Telles, economista do Itaú, grifa que a inflação preocupa por estar em
tendência de alta ao longo dos últimos anos.
“A
inflação tem se mantido em torno de 6% há bastante tempo e, quanto mais tempo
permanece nesse patamar, mais difícil fica de derrubar. É um valor muito menor
do que foi no passado, mas está mais alto que nos outros países e acima da meta
do governo”, pontua.
No
consumo, os sinais são de desaceleração. Balanço da Serasa Experian mostrou que
as compras entre os dias 18 e 24 de dezembro cresceram 2,7%, o menor índice
para o período de Natal desde que a pesquisa começou, em 2003.
Dados
da Anfavea (associação das montadoras) do início de janeiro mostram que, pela
primeira vez em uma década, a venda de automóveis caiu. O licenciamento de
carros novos retraiu 0,9% em 2013 e é esperado que em 2014 cresça somente 1,1%.
Somados à alta da inflação, a falta de confiança do consumidor,
o encarecimento do crédito e o aumento do endividamento também contribuem para
o recuo no consumo.
O número de famílias endividadas cresceu 7,5% em 2013 ante 2012,
segundo balanço da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo), divulgado no início do mês. A taxa básica de juros está em 10,5%.
Desde abril do ano passado, o Banco Central tem elevado a Selic,
numa forma de conter a demanda e arrefecer a inflação.
“Está havendo um resfriamento. Além dos indicadores econômicos,
as famílias estão endividadas. A renda que poderiam estar usando em novas
aquisições está sendo alocada para pagar prestações. O consumidor está
reordenando o bolso, o que naturalmente impacta o consumo”, aponta Otto Nogami,
professor de economia do Insper, instituto de ensino.
Celina Ramalho, professora de macroeconomia da FGV, observa um
esgotamento na aquisição de bens. “O consumidor já atendeu em grande parte à
demanda reprimida que tinha, e os itens de consumo demoram agora para ser
renovados. Isso gerou um resfriamento muito grande no varejo. A população está
vendo a tendência de alta dos preços, combinada com o amadurecimento do
consumidor, que já adquiriu os itens que desejava”, analisa.
A retirada de estímulos dados pelo governo para determinados
setores da indústria, como desonerações tributárias, também deve pesar no ano
de 2014 para o Brasil, observa Telles. “Estamos no momento de reversão de
estímulos e isso dificulta o consumo”.
Alerta
Dentro das agências ainda não foram feitas revisões nos
planejamentos do ano, mas executivos do alto escalão observam de perto a
evolução da atividade econômica.
“Precisamos ficar atentos
a uma eventual curva de desaceleração da economia que possa afetar o negócio
dos nossos clientes”, afirma Marcio Toscani, CFO (Chief Financial Officer) da
Leo Burnett Tailor Made, que atende empresas como Fiat, Samsung e Carrefour.
“Estamos trabalhando junto com eles para que a inflação tenha
impacto mínimo nos preços”, explica.
Para José Eustachio, CEO da Talent, além dos índices da
economia, a falta de confiança do consumidor e a incerteza do empresariado é o
que mais tem pesado neste início de ano.
“É claro que 2,5% de crescimento [previsão para 2013] não é o
que queremos. Mas também não estamos passando pelo pior”, pondera.
Ainda assim, a agência, que atende empresas como Net, Santander,
Ipiranga e Alpargatas, vê um sentimento de “cautela” na sua carteira de
clientes.
“O humor de nossos clientes é de observação. É de buscar ter um
diagnóstico mais consistente do que faremos nos próximos meses. Mas não tenho
nenhum cliente assustado”, observa.
Como alento, as agências têm eventos pontuais, como a Copa do
Mundo, em junho, e as Eleições, em outubro, que devem movimentar algumas
categorias de produtos específicas, como eletroeletrônicos, e puxar para cima
os aportes em mídia.
“Acreditamos que o consumo em 2014 tende a ficar comedido. Mas o
ano não será negativo”, projeta Hugo Rodrigues, COO e CCO das agências Publicis
no Brasil.
Os
analistas, contudo, mostram-se céticos sobre o real impacto da competição na
economia.
“A
Copa vai parar o país por um mês e temos eleições em outubro, o que faz de 2014
um ano curto. Esses fatores tendem a refrear a atividade econômica. A tendência
é que empresários, diante do cenário de incerteza, posterguem investimentos
para 2015”, avalia Nogomi, do Insper.
“A
Copa não irá afetar a atividade econômica. É claro que, sem a Copa, as
projeções estariam piores, mas não dá para estimar quantos benefícios ela
poderá trazer”, afirma Telles, do Itaú.
(Propmark)
MASTER CARD MUDA IMAGEM
Em setembro de 2013,
Venkata Rajamannar Madabhushi assumiu o cargo de CMO da MasterCard. Com
experiência nas áreas de marketing e inovação em outras empresas do setor
financeiro, ele chegou em um momento crucial: a companhia trabalha para
mostrar-se uma empresa de tecnologia e não mais apenas de cartões de crédito.
Ele esteve em São Paulo semana passada.
Nesta entrevista,
Raja, como prefere ser chamado, falou sobre as transformações pelas quais a
MasterCard passa e como vai gerenciar o marketing da empresa, que inclui
iniciativas como a campanha "Não tem preço", há 17 anos no ar.
Por que a MasterCard
quer ser compreendida como uma empresa de tecnologia e não de cartões de
crédito?
Se você pensar em uma
companhia de cartões de crédito no sentido clássico do termo, esta seria uma
empresa que de fato dá crédito aos consumidores.
O trabalho dela é
assumir risco quanto aos consumidores, avaliar esse risco e estendê-lo ao
oferecer crédito, pelo que ganham com taxas e juros. Isso é uma empresa de
cartões de crédito.
A MasterCard não é
desse setor. Somos mais como uma ferrovia, cujos trilhos são aproveitados pelos
bancos. Somos uma empresa de tecnologia e redes sofisticadas, e é exatamente
isso que queremos mostrar.
Como você pode
explicar a face tecnológica da empresa?
Vou dar um exemplo.
Quando você passa um cartão MasterCard no ponto de venda, os dados são lidos no
momento da transação e são enviados à operadora da máquina que foi usada.
De lá, vão para o
centro de dados da MasterCard, em St. Louis (EUA), e, então, chegam ao banco
que emitiu o cartão.
O banco aprova a
transação, que volta para a MasterCard, passa novamente pela operadora e
retorna à loja. Tudo isso acontece em menos de seis segundos, foi a MasterCard
que criou essa plataforma incrivelmente poderosa.
O reconhecimento é que
somos uma empresa de tecnologia que está na indústria de cartões de crédito e
serviços financeiros. Acho que essa é a mensagem que queremos passar ao
mercado, pois nós não emitimos cartões, o que é algo totalmente diferente.
Essa mudança é
recente?
Não. Já nos
consideramos uma empresa de tecnologia há pelo menos cinco anos. O que acontece
é uma transformação.
O comportamento do
consumidor está mudando e o digital e o social tomaram o mundo. Em digital,
você tem acesso a coisas que não tinha, é um grande avanço, e isso está levando
a uma revolução das mídias sociais.
E como você fala da
sua marca nesse novo mundo? Você fala sobre seu produto, mas há mais pessoas
que podem falar sobre o seu produto, e a voz delas vale muito mais que a sua.
Como essas
transformações estão acontecendo?
O que queremos é
inovar em várias áreas. Queremos inovar no marketing, queremos inovar na
experiência do consumidor, queremos criar um modelo de engajamento com nossos
consumidores que seja essencial, transparente, genuíno.
Quando olhamos para
uma marca, não tem a ver somente com campanha e marketing, mas como toda a
companhia vive essa marca. Internamente, estamos comunicando todos que precisam
viver essa realidade.
Mas o marketing é o
catalisador que vai fazer essa nova mentalidade se espalhar, tanto dentro como
fora da companhia.
Essas transformações
vão mudar também a forma como os consumidores veem a marca e interagem com ela?
Atualmente nós somos
reconhecidos como uma das marcas mais poderosas do mundo. Segundo o ranking
BrandZ top 100, da Millward Brown, somos a 20ª marca mais valiosa do mundo.
Para a Adweek, somos
uma das 100 mais amadas, e há centenas de milhares delas. Isso é onde estamos
hoje, mas o que queremos é fortalecer a marca e avançar nesses índices.
Queremos ser a marca
que verdadeiramente entende os consumidores e fazer com que eles pensem “a
MasterCard me entende, me valoriza e me surpreende”.
Eles devem ver tudo
isso em ação. Além de veicular as campanhas publicitárias, precisamos de fato
entregar o que prometemos. Uma coisa é a teoria e o conceito, a outra é a
execução, a entrega e a satisfação. Fazemos o trabalho de ponta a ponta.
A MasterCard é uma
empresa importante e de dimensões globais. Como é o processo para fazer essas
mudanças em uma companhia desse porte?
Não é fácil, porque
cada país está em um estágio. Nós queremos que o mundo nos veja como uma face
comum, não queremos ser uma empresa diferente no Brasil, na Índia ou em outros
lugares.
A chave é saber como
conseguir consistência global e ter esse tipo de estrutura será muito
importante. É duro, mas temos soluções tecnológicas, uma grande equipe e
tentamos contratar os melhores dos melhores profissionais para implementar o
que queremos.
As outras empresas do
setor estão seguindo o mesmo caminho?
Acredito que cada
companhia está tomando um caminho diferente, cada uma está indo pela rota que
acredita ser a correta para ela.
Se todos vão pelo
mesmo caminho, não há como se diferenciar das outras. O que nós estamos
tentando fazer é estar além e se destacar.
Acreditamos que se
você perguntar qual é a campanha de que as pessoas mais se lembram nesse
segmento, elas mencionarão a “Não tem preço”.
Também acredito que
nossa tecnologia é superior, mas, mais do que isso, a experiência que
proporcionamos ao consumidor é superior. Nós dizemos que entendemos o
consumidor, que criamos produtos para a inovação, e acho que isso faz uma
grande diferença.
Como a MasterCard se
diferencia dos concorrentes?
Posso dizer que nosso
processamento é mais rápido, mas posso ir adiante e falar das técnicas e
ferramentas de gerenciamento de riscos.
Com algoritmos,
podemos prever se uma transação é uma fraude ou é real. Nesse setor, temos que
ter uma rede absolutamente segura, confiável e eficiente o tempo todo.
Mas o que estamos nos
empenhando em fazer é colocar o sistema a serviço do consumidor final, perceber
quais experiências que ele quer ter e como podemos melhorá-la, segundo seu
ponto de vista.
Uma das soluções foi o
programa “Surpreenda”, em que basicamente juntamos uma série de benefícios ao
consumidor. Há também a questão dos patrocínios e propriedades.
Patrocinamos a seleção
brasileira e eventos como o Aberto de Tênis da França e o Grammy, e negociamos
com essas organizações para dar acesso especial para os consumidores
MasterCard.
Por fim, há as
experiências únicas que proporcionamos com a plataforma “Não tem preço”, onde
estamos falando de coisas que o dinheiro não pode comprar.
Haverá alguma mudança
significativa na indústria nos próximos anos?
Acho que a indústria
vai mudar dramaticamente. Há empresas do Vale do Silício que estão entrando no
mercado de pagamentos.
Elas são rápidas,
inovadoras, agressivas e estão introduzindo conceitos novos. Há também serviços
de localização.
Acho que haverá uma
integração e conversão tremenda entre digital, social, outras tecnologias em
torno da indústria de pagamentos e a forma como os consumidores reagem. Tudo
isso vai mudar a indústria.
Você atuou como chefe
da área de inovação em outras companhias e chega à MasterCard em um momento de
transformação. O que é inovação para você?
Inovação não deveria
ser um departamento e sim um estilo de vida. Fazer coisas diferentes, fora da
caixa, é inovar. Dá para inovar os processos de uma empresa, os produtos, o
marketing, a tecnologia.
A inovação pode
acontecer em qualquer área. O marketing é por origem uma área de muita
criatividade e pode estimular a inovação. Da perspectiva do marketing, é
absolutamente essencial ser inovador, é algo que deve ser parte da nossa vida.
Como você via a
campanha “Não tem preço” antes de entrar na MasterCard?
Eu a via e queria que
minha empresa tivesse uma campanha como aquela. É uma daquelas raras campanhas
que se tornam icônicas e clássicas, é tão poderosa que quase se tornou parte da
linguagem das pessoas.
É incrível a forma
como ela entrou na cultura global, são poucas as ações que conseguem isso em
escala global.
Agora que está na
companhia, como vai gerenciá-la?
Agora que temos as
fundações e a plataforma, é hora de construir um grande edifício em cima delas.
A “Não tem preço’ é uma campanha de emoções muito fortes, mas queremos
converter esse sentimento em experiência.
Essa será a principal
mudança. Não queremos que o consumidor apenas se sinta bem, mas que viva esses
momentos pelos quais não se pode pagar. Essa é uma das frentes de mudança – tem
a ver com experiências reais que, como diz o nome, não têm preço.
Há desdobramentos
dessa campanha, como a “Priceless Cities”, que já existia no Rio de Janeiro e
chegou recentemente a São Paulo. Quais o planos para essa vertente?
Atualmente a
plataforma está disponível em 38 cidades do mundo, mas queremos chegar em breve
a cem cidades. Expandir, porém, é uma questão de demanda local, que envolve um
esforço tremendo com pessoal, tecnologia, marketing. É algo que queremos
expandir não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Qual é a importância
do mercado brasileiro para a empresa?
O Brasil é o segundo
maior mercado da MasterCard, e por essa razão é o primeiro que estamos
visitando neste tour para conhecer os demais mercados em que atuamos. É um país
que está indo muito bem e é estratégico para nós.
Muita coisa inovadora
vai sair daqui e queremos estender o sucesso que obtivemos em outros lugares.
Será um centro de excelência da MasterCard.
Qual o market share da
marca no Brasil e no mundo?
Não revelamos esses dados.
E o investimento em
marketing?
Também não podemos
revelar.
Estamos a cinco meses
da Copa do Mundo 2014 e a MasterCard é patrocinadora da seleção brasileira. O
que estão planejando para o mundial?
Não somos
patrocinadores da Copa e há leis específicas sobre o que podemos e o que não
podemos fazer em relação ao campeonato, mas vamos fazer algumas coisas
interessantes relacionadas ao futebol.
É, porém, algo em que
estamos trabalhando atualmente e, por isso, não posso entrar em detalhes. (Propmark)
CARTÃO DE CRÉDITO DEVE DOBRAR
O
mercado de cartões de débito no Brasil deve atingir R$ 493 bilhões até 2016, o
que significa dobrar de tamanho. Este é um dos dados do estudo “Cartão de
débito no Brasil” realizado pela MasterCard Advisors, empresa de consultoria do
grupo MasterCard Worldwide.
Segundo
Alexandre Magnani, vice-presidente de desenvolvimento de novos negócios da
MasterCard Brasil e Cone Sul, o objetivo da pesquisa foi analisar o nível de
conhecimento do consumidor sobre o cartão de débito, além de identificar
possíveis barreiras para seu crescimento.
Entre outros pontos, o estudo identificou que o cartão de débito
foi o meio de pagamento que mais avançou entre 2006 e 2011, com um aumento de
25% ao ano, acima do consumo privado no Brasil — que cresceu 12% no mesmo
período.
Por outro lado, o estudo apontou que, do total de transações com
o plástico no país, apenas 18% acontecem nos estabelecimentos comerciais,
enquanto 82% das transações ainda são realizadas para saques em papel moeda.
Segundo o executivo, números bem diferentes dos
encontrados em outros países. “Para se ter uma ideia, nos EUA, por
exemplo, onde esse mercado é mais maduro, o número de transações com débito nos
estabelecimentos é de 73%”.
Por conta disso, Magnani ressaltou que ainda há muita
oportunidade de crescimento, mas existem algumas barreiras que precisam ser
ultrapassadas. Segundo o estudo, fatores como a facilidade de controle dos
gastos, o fato de ser aceito em qualquer lugar e o hábito fazem com que a
maioria das pessoas ainda optem pelo dinheiro.
O cartão de débito continua sendo o segundo na preferência do
consumidor, mas a diferença para o dinheiro, está diminuindo.
A pesquisa mostrou que, de 2005 a 2012, a preferência pelo
débito foi de 26% para 34% entre os consumidores. Nesse mesmo período, a opção
pelo dinheiro caiu de 60% para 48%.
Ainda de acordo com a análise, o principal benefício apontado
pelos consumidores de cartão de débito foi a segurança, citada por 67% dos
entrevistados.
Depois, aparecem facilidade de uso, com 37%, e o controle, com
31%. Para o executivo, esses números já são resultado do trabalho da
indústria em educar o consumidor e investir em tecnologia no segmento de
cartões.
Já as oportunidades vistas como atrativas para maior utilização
do cartão são as promoções, prêmios e sorteios, apontadas por 36% dos
entrevistados, e os programas de milhagens, por 18%.
Segundo o executivo, por conta disso, a MasterCard desenvolve,
desde 2010, uma campanha de incentivo ao uso do débito em substituição ao
dinheiro. Este ano, foi lançada a “Promoção MasterCard: Viver o Brasil não tem
preço”, que foi ampliada para cartões de crédito e empresarial, e sorteará
viagens, prêmios no valor de R$ 100 mil, além de sorteios semanais de cartões pré-pagos
no valor de R$ 5 mil cada.
Magnani disse que não tem como mensurar a importância dessas
ações no crescimento do uso dos cartões de débito da MasterCard.
Segundo ele, como é lançada no final do ano, período em que
acontece um crescimento sazonal, impulsionado por diversos fatores, não tem
como avaliar individualmente, mas com certeza, alavanca o uso, de uma forma
geral. (Propmark)
GOOGLE
TEM NOVIDADES PARA A MÚSICA E A CIÊNCIA
Tá certo que a novidade
mais inovadora da semana passada foi o anúncio da lente
de contato inteligente do Google,
que está em desenvolvimento e promete ajudar osdiabéticos a
controlar o nível de glicose por intermédio das suas lágrimas.
Enquanto o Google e o
equivalente ao ministério da saúde norte-americano viabilizam o projeto, uma
segunda novidade também surgiu, numa outra parte da empresa, chamadaMusic
Visualization.
A ferramenta agrega as
informações do Google Play Music,
para mostrar como os artistas e gêneros musicais ganharam ou perderam
popularidade nas últimas decadas.
Esta é particularmente
interessante para quem trabalha com marketing promocional, eventos e lança as
novidades no mercado – dados nunca são demais.
Não apenas é possível
saber quais álbuns do passado ainda estão nas bibliotecas de música dos
usuários Google Play Music,
como buscar detalhes das carreiras dos artistas de cada gênero e ouví-los.
Outra característica
divertida é a possibilidade de observar como o vocabulário usado para dar nome
a músicas e bandas mudou nos últimos tempos. (Com informações: The Next Web, Promoview)
MARCAS EXPLORAM BRASILIDDE
De
um rol de centenas de anunciantes que atuam no mercado brasileiro, apenas 22
são patrocinadores da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014.
Como
é sabido, somente os parceiros comerciais têm o direito de associação exclusiva
à competição e de uso das marcas e símbolos oficiais em suas atividades
promocionais e publicitárias.
Por
isso, a estratégia de muitas empresas para pegar carona no mundial é explorar o
tema indiretamente e com criatividade.
A brasilidade, por exemplo, está em alta. E em um ano de
calendário complicado devido à Copa e eleições, além de espaços de mídias mais
caros, a web e o ponto de venda ganham atenção.
“A gente não tem nenhum cliente patrocinador da Copa. Há oito
meses estamos trabalhando para vencer esse desafio. As mídias tradicionais
passam a ser muito mais complexas para as marcas que não são patrocinadoras e
não têm muito o que rentabilizar com a Copa”, relata Marcelo M. Bicudo,
sócio-diretor de criação e planejamento da Epigram, escritório de comunicação e
branding.
Para
Bicudo, o live marketing é o principal pilar para as empresas aproveitarem o
mercado aquecido no primeiro semestre em função da Copa.
“Quem
sabe faz ao vivo. Tudo que é live marketing, que acontece no momento da
conversão do cliente, é importante, desde ativação, visual merchandising até
trabalhar a experiência de consumo no ponto de venda”.
“O
Giraffas não tem a ver com a Copa, mas pode fazer um happy hour nas lojas nos
dias de jogos. No caso de Asics posso não focar em futebol e olhar para outras
modalidades, como vôlei e tênis.
Já
com a Mahogany vamos tirar proveito da brasilidade como um todo”, revela
Bicudo, citando projetos de clientes da Epigram.
O executivo conta que a expectativa do escritório era de um 2014
muito complicado, mas o aumento de projetos especiais neste início de ano
reverteu o cenário, especialmente para o primeiro trimestre.
“Muitos clientes estão prevendo uma série de projetos especiais
para suplantar a baixa expectativa para o ano”, reforça Bicudo. Segundo ele, a
Epigram projeta crescimento de 30% para o período. “Até a Copa o mercado estará
aquecido”.
Redes
sociais
A primeira Copa do Mundo no país com as redes sociais bombando
deve gerar grandes oportunidades para os anunciantes, acredita Pedro
Waengertner, coordenador do núcleo de marketing digital da ESPM.
“Essa é a primeira Copa hiperconectada no Brasil. Existe uma
série de fatores que podem gerar surpresa, não só em termos de consumo, mas de
comportamento.
O volume de menções nas redes sociais vai ser gigantesco. As
marcas que conseguirem desenvolver estratégias de maneira inteligente vão
conseguir surfar nessa onda. Mas até agora vi poucas empresas fazendo algo nesse
sentido”, indica Waengertner.
Para o especialista, o e-commerce brasileiro não sofrerá um
impacto relevante com a Copa, mas ele prevê movimentação em setores
específicos.
“Algumas coisas vão mudar no padrão de consumo, alguns
varejistas vão aproveitar isso vendendo mais televisores ou artigos
relacionados à Copa”.
Waengertner acredita que as possibilidades para criação de ações
diferenciadas são ilimitadas, já que as pessoas estarão mais predispostas a
interagir, e podem atingir até os turistas.
“A partir do momento que a Copa é no Brasil as marcas podem
oferecer serviços de geolocalização e até atingir turistas estrangeiros, para
ajudar na comunicação e a encontrar serviços, por exemplo”.
Varejo
Uma
enxurrada de produtos relacionados à Copa do Mundo ainda não tomou conta do
varejo brasileiro, mas timidamente os artigos verde e amarelo estão aumentando
nas lojas.
Porém,
a expectativa da FecomercioSP é de que o efeito Copa deve ter um impacto muito
pequeno sobre o faturamento do varejo.
“Em
São Paulo, o efeito deve ser negativo, pelo fato de que teremos seis feriados
em função dos jogos. Ninguém sai de casa para fazer compras nesses dias e isso
reduz o movimento nos centros comerciais”, avalia Altamiro Carvalho, assessor
econômico da FecomercioSP.
Segundo ele, a venda de produtos verde e amarelo, em termos de
valor agregado, representa muito pouco em relação ao conjunto das vendas do
varejista.
“Evidentemente que a venda de bandeiras, camisetas, apitos não
compensa o público que não vai estar nas lojas durante os seis dias.
Artesanatos locais em outras cidades tendem a aumentar, mas o valor agregado
não é tão significativo”.
Para o economista, a Copa vai beneficiar mais a área de serviços
em hotelaria, restaurante, serviços de transportes, táxis, locação de motos.
“Esses segmentos devem ter uma injeção de recursos bastante
razoável, que são os serviços que os turistas buscam.
O dinheiro dessas pessoas deve ser destinado basicamente a
deslocamentos até os estádios, hospedagem e refeições, porque em termos
comparativos os produtos nacionais são muito mais caros do que fora do Brasil”,
contextualiza Carvalho.
Pelo número de ingressos vendidos para os jogos da Copa, a
expectativa é de que 600 mil turistas estrangeiros venham ao país.
“Evidente que isso gera uma massa de recursos, mas 80% devem ser
direcionados a serviços”. Mesmo assim, a FecomercioSP projeta um crescimento de
até 2% para o varejo paulista neste primeiro semestre do ano.
“Tivemos um primeiro trimestre em 2013 muito ruim, provavelmente
esse trimestre tende a ter um resultado positivo por conta de uma base muito
fraca, entre 1% e 2%”, reforça o economista.
Campanhas
Se
por um lado o desafio é grande para as marcas que não patrocinam o mundial, as
ações dos patrocinadores chamam cada vez mais atenção, com promoções e filmes
relacionados ao futebol ganhando mais espaço na mídia.
Patrocinadora
da Fifa, a Coca-Cola relançou uma das suas promoções de maior sucesso no
Brasil, as minigarrafas colecionáveis, que foram mania nos anos 80.
As garrafinhas chegam repaginadas em 18 modelos de alumínio
decoradas com as bandeiras de todos os países que já sediaram o Mundial e os
países-sede em 2018 e em 2022. O filme da promoção, assinado pela JWT, estreou
na semana passada em TV aberta, com produção da Zohar Cinema e direção de cena
da dupla Tomat.
A edição de dezembro do levantamento YouTube Ads Leadboards
também mostra como o tema futebol está dominando a mídia e está entre os
preferidos pelo público.
Dos 10 comerciais mais vistos no YouTube pelos brasileiros em
dezembro, seis têm o futebol como mote. Três filmes da lista são de
patrocinadores oficiais da Copa: Adidas (“Brazuca, a bola do mundo”), Itaú
(“Grande transformação”) e Visa (“Todos são bem-vindos”).
Três comerciais de marcas não patrocinadoras abordam o futebol,
como a peça da Nike “Ouse ser brasileiro”.
Já a campanha da Samsung conta a história de um time de craques
liderado por Lionel Messi que irá salvar o planeta de uma invasão alienígena.
Com o comercial mais visto no mês, a Turkish Airlines escalou
Messi ao lado do astro do basquete Kobe Bryant para uma disputa sobre quem
visita mais destinos em menor tempo.
Com criatividade e ousadia, a Duloren (que não é
patrocinadora) divulga sua nova campanha com foco na Copa do Mundo, com lingeries
em tons de verde e amarelo.
A modelo convocada para a ação foi Veridiana Freitas, capa da
Playboy deste mês. A X-Tudo Comunicação Completa assina a criação da nova
campanha da marca de lingeries. As peças para mídia impressa, redes sociais e
PDV serão veiculadas em março. (Propmark)
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