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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

BEM VINDO AO FIM DA PRIVACIDADE

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. Está difícil ver comerciais de TV

. Para melhorar os sistemas de recomendação na internet

 . New York Times tenta explicar o roleizinho

. Galeria de Eventos

 

BEM VINDO AO FIM DA PRIVACIDADE

Um bilhão, cento e dez milhões, esse é o número de usuários ativos da rede social mais famosa do mundo, o Facebook.
Esses usuários publicam quase vinte milhões de fotos diariamente. O Twitter, segunda maior rede social, possui quinhentos milhões de usuários ativos, publicando quase 6 bilhões de mensagens mensalmente.
 Não há dúvidas de que as pessoas tem necessidade de compartilhar suas ideias, seus pensamentos e até mesmo suas ações diárias.
Mas o problema é que a Internet não esquece nada, uma vez uma dada informação ou uma foto é postada, não há volta, essa informação é espalhada por diversos servidores e se torna praticamente impossível solicitar a retirada dela.
 As redes sociais já fazem parte da vida de todo mundo e qualquer atitude sua hoje pode lhe render problemas no futuro.
Por exemplo, você posta uma foto sua em um momento de descontração no Instagram (rede social de compartilhamento de fotos), algum tempo depois pode te prejudicar na disputa por uma vaga de emprego.
Ou uma troca de ofensas no próprio Facebook, como uma discussão com uma ex-namorada, estará visível a qualquer um. Pior ainda o Foursquare, rede social baseada em localização através do GPS do smartphone, que plota em um mapa onde os usuários estão a cada momento.
 Pois é, caro leitor. Até agora me limitei às informações pessoais que cada pessoa julga pertinente serem compartilhadas, porém há o outro lado da história.
Digamos que você informe seus dados pessoais para efetuar uma compra em um website, e o mesmo é invadido por uma pessoa maliciosa, que rouba essas informações e posta tudo em uma rede social.
Você terá seus dados pessoais, que você não queria compartilhar, expostos para bilhões de pessoas ao redor do mundo. Agora imagine todas as informações de um país, vazarem na grande rede mundial de computadores, sem ninguém poder fazer nada.
 Edward Snowden é um ex-analista da inteligência americana que tornou público detalhes de vários programas altamente confidenciais de vigilância eletrônica dos governos dos Estados Unidos e Reino Unido.
Snowden era um colaborador terceirizado da Agência de Segurança Nacional (NSA) e foi também funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA).
 A revelação dos documentos foi feita através dos jornais The Guardian e The Washington Post, dando detalhes da vigilância de comunicações e tráfego de informações executada pelo programa de vigilância PRISM dos Estados Unidos.
 PRISM é um programa de computador existente desde 2007, que tem basicamente o objetivo de monitorar e avaliar mídias eletrônicas, podendo ter total acesso a informações armazenadas em servidores de grandes empresas, ou até mesmo acesso a informações em tempo real.
Porém, para acessar os servidores dessas grandes empresas, o governo tem que possuir permissão para acessa-los.
 Dito isso, acredita-se que  Google, Facebook, Microsoft, Apple, Yahoo, entre outras, tenham liberado o acesso ao governo americano, sem mesmo informar aos seus usuários. Oficialmente, essas empresas informam que não participam desse programa.
 O mais engraçado é que o governo dos EUA alega que toda essa espionagem é única e exclusivamente para proteger os cidadãos contra o terrorismo.
Será? Tempos atrás, o mesmo Edward Snowden enviou para as agências de notícias informações concretas que o governo americano tem espionado a Petrobras. Será que a Petrobras vai bombardear a estátua da liberdade?
 "A tática do governo americano desde o 11 de setembro é dizer que tudo é justificado pelo terrorismo, assustando o povo para que aceite essas medidas como necessárias.
Mas a maior parte da espionagem que eles fazem não tem nada a ver com segurança nacional, é para obter vantagens injustas sobre outras nações em suas indústrias e comércio em acordos econômicos", disse Edward Snowden à um jornalista da Rede Globo.
 Documentos classificados como ultra secretos, que fazem parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, obtidos com exclusividade pela Rede Globo, mostram a presidente Dilma Rousseff e o que seriam seus principais assessores como alvo direto de espionagem da NSA.
 Um dos programas usados pela NSA é conhecido como "DNI selectors", que segundo outro documento vazado por Snowden, captura tudo o que o usuário faz na internet, incluindo o conteúdo de e-mails e sites visitados.
Um gráfico existente no montante dos documentos mostra toda a rede de comunicações da presidente com seus assessores. 
 Edward Snowden narrou para alguns jornalistas o seu trabalho diário: “Eu, sentado na mesa, poderia grampear qualquer pessoa, desde você que está me ouvindo até um juiz federal e mesmo o presidente da república, precisando apenas de um e-mail pessoal.
Não quero viver num mundo onde tudo o que eu fizer e disser esteja registrado. Não é a vida que eu quero viver e isto é algo que não estou disposto a aguentar.”
 Snowden está atualmente asilado na Rússia. Ele passou mais de um mês na área de trânsito do aeroporto de Moscou, enquanto as autoridades americanas tentavam prendê-lo.
 Stefan Svallfors, um professor de sociologia sueco, indicou Edward Snowden para o Prêmio Nobel da Paz, em carta endereçada ao comitê organizador e publicada no jornal Västerbottens-Kuriren, da Suécia.
Na carta, Svallfors escreveu que "Edward Snowden - num esforço heroico com altos custos pessoais - revelou a existência e a dimensão da vigilância que o governo dos EUA dedica às comunicações eletrônicas em todo o mundo, em violação das leis nacionais e dos acordos internacionais". ( Artigo encaminhado ao Adnews por Erick Pedretti Nobre, especialista em segurança da informação, gerenciamento, wireless, e Gerente de Desenvolvimento de Negócios na empresa CYLK

ESTÁ DIFÍCIL VER OS COMERCIAIS DE TV

Tem publicitário que gosta de dizer que não vê TV aberta, que só lê revistas sofisticadas e fica ligado apenas nas emissoras de rádio classe A. Estão alheios ao universo das pessoas com quem eles falam: a imensa maioria dos consumidores. Como sempre faço, num dia de semana a cada mês, assisto ao horário chamado de “super nobre” da Rede Globo. Que começa no Jornal Nacional e vai até o início do Jornal da Globo.
Recentemente, passei pela experiência de viver uma noite de TV aberta. Enquanto a produção dos programas melhora, principalmente das novelas, a publicidade brasileira, definitivamente, passa por um momento ruim.
Em pleno século XXI, é preciso ver mais de 15 comerciais para encontrar um com linguagem própria, criativo.
São comerciais em que os anunciantes jogam dinheiro pela janela, tentando vender suas marcas de celulares, cervejas, bancos, carros, além do tradicionalmente pouco criativo varejo.
Nessa relação, para ser justo, há um ou dois, em cada categoria, que vêm com a marca da criatividade. No comercial de um dos bancos, só pelo tom da voz do locutor você já faz a identificação de que aquele sai da paisagem, tem uma unidade e usa suas cores como ninguém.
Na categoria “automóveis”, muitas marcas anunciam da mesma forma. Geralmente uma celebridade apresenta para o telespectador as vantagens de comprar este ou aquele carro. E, depois de algum tempo, você não sabe se aquele carro era da marca X ou da marca Y.
As empresas de telefonia celular entraram na moda das ofertas. Uma dá tarifa zero para ligações entre aparelhos da mesma marca.
A outra, um plano com preço fixo para um determinado número de ligações. E quase todas não explicam porque, por causa da sua tecnologia, eu devo dar preferência a elas. Tudo oferta. Tudo passageiro.
Todo profissional que trabalha com criação sabe que a coisa mais fácil do mundo é achar alguém importante, e desenvolver um texto para que ele fale para a câmera e pronto. Isso não é criação!
Naquela terça-feira, vendo aqueles comerciais, minha filha Eduarda, de 11 anos, ao meu lado perguntou: “Papai, tem gente ganhando para fazer isso aí, chato né?” E eu respondi: “Tem, minha filha, e o pior é que se acham gênios”.
Não tenho nada contra o uso de artistas e personalidades em comerciais. Quando utilizados com criatividade, o resultado é sempre melhor do que a apresentação de simples anunciadores.
Em recente campanha para a Fisk, trabalhamos com os atores Bruno Gagliasso e Paloma Bernardi, interpretando um casal ciumento, em pleno aeroporto. Ajudou muito, superando o número de matrículas que a rede esperava.
Para lançar os telefones celulares em São Paulo, chamei o Jô Soares para fazer personagens diferentes em cada comercial.
A história da campanha do Jô com a Telesp Celular é um case. De um planejamento para buscar 200 mil usuários, depois de um mês, tínhamos uma fila de mais de 1 milhão de pessoas.
No varejo, eu tenho certeza de que a culpa não é dos publicitários. Todos sabem como nesse segmento o cliente impõe suas regras e quer seguir tudo o que o concorrente faz.
No caso de bebidas, carros, telefonia e bancos, pela qualidade de agências que todos têm, não dá para afirmar que o problema está no anunciante ou nos criativos que tocam suas campanhas.
Tem gente que diz que é o cliente que está impondo suas ideias e seus caminhos e que, por medo de perder a conta, muitas agências aceitam.
Como tenho acompanhado toda a evolução do marketing e dos clientes no Brasil, não dá para acreditar plenamente nesse motivo. Alguma coisa existe para que a propaganda brasileira tenha caído tanto nos últimos anos em termos de criatividade. Uma coisa é certa: é quase um sacrifício assistir ao horário comercial. (Artigo encaminhado por Agnelo Pacheco, publicitário que começou a carreira no início da década de 1970, montou a própria agência em 1985 e conquistou, entre outros, os prêmios Clio Awards de New York da Propaganda Brasileira, Leão de Ouro do Festival de Cannes e foi eleito o Publicitário do Ano pelo Prêmio Colunistas).

PARA MELHORAR SISTEMAS DE RECOMEDAÇÃO NA INTERNET

(Texto de Elton Alisson, disrtribuído pela Agência FAPESP)  Ao navegar por lojas virtuais, os consumidores costumam ser bombardeados por anúncios de produtos, serviços e informações que, na maioria das vezes, estão longe do que buscam naquele momento.
Uma pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida no Laboratório de Inteligência Computacional (Labic) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, com Bolsa da FAPESP, pretende auxiliar os sites de comércio eletrônico (e-commerce) e provedores de conteúdo a tornar seus sistemas de recomendação mais eficientes.
Os pesquisadores estão desenvolvendo métodos para possibilitar que os sistemas computacionais das lojas virtuais possam fazer recomendações de produtos, serviços e conteúdos baseadas em outras variáveis que não somente o histórico de acessos ou de compras dos usuários, por exemplo.
“A ideia é que, além do padrão de comportamento do usuário ao acessar um determinado site, como as páginas de produtos que clicou, os sistemas de recomendação de lojas virtuais também utilizem informações do contexto em que o usuário está inserido enquanto navega, tais como o dia, a hora e a localização geográfica”, disse à Agência FAPESP Marcos Aurélio Domingues, pesquisador do Labic que, sob a supervisão da professora Solange Rezende, realizou o estudo.
De acordo com Domingues, os sites de e-commerce e provedores de conteúdo utilizam hoje dois diferentes níveis de sistemas de recomendação.
No primeiro, denominado recomendação “simples ou ingênua”, o sistema computacional sugere os mesmos produtos, músicas e filmes que o usuário comprou ou acessou em suas últimas visitas.
No segundo, adotado por empresas de comércio eletrônico como a norte-americana Amazon, o sistema de recomendação faz um cruzamento do produto que o usuário está clicando no momento da visita com os acessados ou comprados por pessoas que visitaram as mesmas páginas que ele nos últimos dias ou horas, para sugerir um produto que ainda não viu e que, eventualmente, pode ser de seu interesse.
Os dois sistemas, no entanto, ainda não levam em conta a informação de contexto, por exemplo, o dia da semana, o horário e a origem do acesso do usuário, que são fatores que influenciam o tipo de recomendação que deve receber, aponta Domingues.
“Se o usuário acessa um site de compras eletrônicas entre segunda e sexta-feira, das 8h às 18h, por exemplo, ele provavelmente está em horário de trabalho e deve receber um tipo de recomendação diferente da que teria de receber em um fim de semana, por exemplo”, comparou.
“O uso dessas informações de contexto pode ajudar a melhorar os sistemas de recomendação, tornando-os mais refinados e precisos”, afirmou.
Segundo o pesquisador, um dos principais obstáculos para esse uso é a falta de algoritmos (sequências de comandos) que possibilitem aos sistemas computacionais obter os dados de forma automática.
Outra lacuna é explorar outras informações de contexto, além do tempo (dia e horário) e a localização do usuário.
“O objetivo da pesquisa é identificar e utilizar outros tipos de informação de contexto e desenvolver algoritmos que possibilitem sua identificação automática pelos sistemas de recomendação, de forma que o usuário receba sugestões coerentes à situação do momento do acesso”, explicou Domingues.
Exemplos de aplicações
Alguns dos primeiros resultados da pesquisa realizada por Domingues foram utilizados em um estudo de caso de um site alemão que sugere nomes de bebês aos futuros pais em tempo real.
Durante a European Conference on Machine Learning and Principles and Practices of Knowledge Discovery (ECML PKDD), realizada no fim de setembro de 2013, em Praga (República Tcheca), os administradores do site alemão promoveram um desafio em que propuseram a programadores e pesquisadores de todo o mundo o desenvolvimento de um algoritmo para melhorar seu sistema de recomendação de nomes de bebês.
Domingues e colegas do Labic e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveram um algoritmo que cruza os dados de localização do usuário no momento em que navega pelo site com uma relação de nomes mais populares de bebês no país de origem do acesso, identificados com base no acesso de outros usuários da mesma região nos meses anteriores, para realizar recomendações.
O projeto ficou em quarto lugar na competição internacional de propostas de sistemas de recomendação de nomes e os resultados foram relatados em um artigo publicado nos anais da conferência.
“Ao utilizar informações de contexto bem simplistas, como o tempo e a localização do acesso, pudemos adaptar o sistema de recomendação de nomes do site ao contexto social e cultural e à língua dos usuários de diferentes países”, afirmou Domingues.
“Pelo nosso sistema, os resultados de uma busca de nome de bebê feita por um usuário do Brasil, por exemplo, são diferentes das sugestões feitas para um usuário de outro país ou que também é do Brasil, mas acessou o site alguns meses depois, por exemplo”, disse.
Em outro estudo de caso, os pesquisadores do Labic e da UFMS desenvolveram um algoritmo para organizar hierarquicamente e de forma automática o conteúdo de um site de notícias agrícolas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) por tópicos.
Os conjuntos de páginas agrupadas por tópicos foram utilizados como informações de contexto para melhorar a precisão do sistema de recomendação de informações aos usuários do portal de notícias agrícolas.
A ideia é que um usuário, ao navegar por uma notícia publicada no site sobre soja, por exemplo, seja identificado pelo sistema de recomendação e que este sugira outras notícias relacionadas à oleaginosa categorizadas em outros tópicos do portal, como monitoramento de pragas que atacam a cultura, por exemplo.
O estudo de caso foi submetido para ser apresentado na 22nd International Conference on Pattern Recognition, que ocorrerá no fim de agosto em Estocolmo (Suécia).
“Temos obtido resultados com esse tipo de informação de contexto muito melhores do que usando dados de tempo e localização do usuário”, disse Domingues.
De acordo com o pesquisador, a organização e a categorização de informações por assunto já são utilizadas por sites de notícias com o objetivo de facilitar a navegação dos usuários.
A diferença, no entanto, é que os sistemas desses portais partem do pressuposto de que os usuários sabem exatamente sobre quais assuntos querem ler e clicam diretamente nos tópicos de notícias relacionadas aos temas de preferência.
Já o sistema de recomendação sensível ao contexto que pretendem implantar pressupõe que o usuário esteja navegando por domínios que ainda não conhece e não sabe exatamente o que busca.
“O sistema de recomendação tenta auxiliar o usuário a encontrar algo de que gostaria mas que não sabe, exatamente, como achar”, afirmou.
“Ao fazer uma recomendação, o sistema tenta adivinhar o que o usuário quer”, explicou.
O artigo Improving the recommendation of given names by using contextual information, de Domingues e outros, pode ser lido nos anais da European Conference on Machine Learning and Principles and Practices of Knowledge Discovery em www.kde.cs.uni-kassel.de/ws/dc13/wp-content/uploads/2013/09/20dc13_4.pdf. 

 NEW YORK TIMES TENTA EXPLICAR O ROLEIZINHO
Depois dos recentes avanços econômicos e as conquistas para sediar eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, o Brasil tem parecido um imenso aquário aos olhos do mundo.
Desde o julgamento do Mensalão, passando pelas manifestações de junho do ano passado até os mais recentes “rolezinhos”, tudo tem sido retratado sob a ótica dos grandes veículos da mídia mundial, principalmente nos Estados Unidos e Europa.
Semana passada, o Financial Times havia pincelado uma matéria sobre o evento organizado no Facebook para o agrupamento de jovens nos shoppings brasileiros.
“Apesar da imagem do Brasil como um harmonioso caldeirão de miscigenação, as tensões raciais são profundas”, disse o periódico.
Esta semana foi a vez do The New York Times (NYT) retratar o tal fenômeno que acontece em terras brazucas.
O jornal disse que “as imagens foram tão impactantes para as elites brasileiras que a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião com seus principais assessores para elaborar uma resposta”.
O veículo também afirmou que “as reuniões bagunçadas podem ir além de meros flash mobs para tocar questões de espaço público e direitos numa sociedade onde os padrões de vida dos pobres melhoraram e as classes sociais estão em transformação”.

Esse é um exemplo claro de que o Brasil cresceu nos últimos anos, mas que também evidencia um desafio cada vez maior para administrar a sua imagem e seus problemas internos, que agora estão mais expostos do que nunca. .
Segue o texto completo, traduzido pelo Estadão:
Início do conteúdoChoque mais recente do Brasil com juventude urbana ocorre em shoppings
Chamadas de rolezinhos na gíria das ruas de São Paulo, as reuniões bagunçadas podem ir além de meros flash mob para tocar questões de espaço público e direitos numa sociedade onde os padrões de vida dos pobres melhoraram e as classes sociais estão em transformação.
"Por que eles não querem que nós entremos nos shoppings?"perguntou Plínio Diniz, 17 anos, um estudante de segundo grau que participou de um rolezinho este mês no Shopping Metrô Itaquera, um shopping onde policiais usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar uma multidão estimada em 3 mil pessoas.
"Nós temos o direito de nos divertir, mas a polícia foi longe demais."
Preocupadas com os protestos de rua que abalaram cidades por todo o país no ano passado, as autoridades estão tentando avaliar cuidadosamente as maneiras de reagir aos encontros, que começaram a aumentar de tamanho e intensidade em dezembro.
Conscientes de que os protestos de rua se multiplicaram depois de uma resposta dura da polícia, as autoridades em Brasília estão advertindo contra o uso da força para desalojar adolescentes dos shoppings.
"Não creio que a repressão seja a melhor maneira de agir porque tudo feito nessa linha é como atirar gasolina no fogo", disse Gilberto Carvalho, assessor de alto nível de Rousseff a jornalistas.
A despeito dos temores de vandalismo e roubos de lojas, a polícia só reportou algumas detenções associadas aos rolezinhos.
Mas forças policiais supervisionadas por governadores estaduais não parecem dispostas a acomodações e os operadores de alguns shoppings de luxo obtiveram ordens judiciais permitindo que seus seguranças barrem a entrada de participantes das manifestações.
Como os rolezinhos envolvem um grande número de adolescentes de pele escura, essas medidas suscitaram acusações de discriminação racial além da questão perturbadora de por que shopping centers são lugares tão cobiçados de interação social em São Paulo e outras cidades brasileiras onde os parques continuam sendo poucos e distantes.
"Os garotos das classes mais baixas foram segregados dos espaços públicos, e agora estão desafiando as regras não escritas", disse Pablo Ortellado, um professor de políticas públicas na Universidade de São Paulo.
Situando os rolezinhos no contexto das mudanças econômicas que se difundem por toda a sociedade brasileira, Ortellado assinalou que a elevação dos níveis de vida dos pobres ao longo da última década já abalou as classes superiores do país.
Um exemplo são os aeroportos sendo frequentados por viajantes que estão voando pela primeira vez.
"Agora, a presença destes adolescentes em shoppings está chocando alguns porque está sendo feita de maneira organizada e não difusa", disse ele.
Os rolezinhos são geralmente organizados pelo Facebook, e cerca de 20 estão planejados para cidades brasileiras nas próximas semanas, e com frequência envolvem subir e descer correndo por escadas rolantes e muita gritaria, flertes e a cantorias de canções funk brasileiras.
Para muitos participantes, embora eles possam vir de áreas urbanas relativamente pobres, os eventos são também oportunidades para exibir roupas caras de grife.
Num ensaio amplamente distribuído sobre os rolezinhos, Leandro Beguoci, o editor-chefe da nova empresa de mídia F451 Digital, acautelou contra atribuir um caráter abertamente politizado aos encontros, assinalando que os maiores eventos foram convocados não em áreas ricas, mas em shoppings relativamente novos em partes menos prósperas de São Paulo.
"Estes são os filhos da classe C, para quem o consumismo é a glória", disse Beguoci, 31 anos, referindo-se à classe média em expansão do Brasil.
"Os sons que eles estão ouvindo principalmente não são o rap contra o establishment, mas o funk ostentação", o estilo musical em que os artistas usam grossos colares dourados, bebericam champanha e guiam Lamborghinis em seus vídeos.
Outros dizem que os rolezinhos, embora não explicitamente políticos, abrem caminho para novos métodos de protestos em shoppings.
Centenas de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, um grupo que promove ocupações de prédios abandonados, tentou organizar seus próprios rolezinhos na quinta-feira passada em dois shoppings de São Paulo, mas foram impedidos de entrar por seguranças.
"Estamos revoltados com a postura de preconceito em alguns shoppings", disse Jussara Basso, 38 anos, uma líder dos sem-teto, alguns dos quais ergueram dinheiro e cartões bancários quando lhes barraram a entrada nos shoppings.
"Está claro que alguns estabelecimentos não querem muitos consumidores que são pobres e negros."
Ante a perspectiva de que os rolezinhos possam se intensificar e se espalhar para outras cidades além de São Paulo, os encontros estão expondo outros sentimentos entre alguns nas partes urbanas de elite.
No Rio de Janeiro, onde um rolezinho foi programado para domingo passado num shopping do Leblon, o bairro a beira-mar mais exclusivo da cidade, um juiz impediu o evento argumentando que seus participantes poderiam causar "desordem pública".
O shopping de luxo, por sua vez, fechou as portas no domingo.
Cerca de uma centena de participantes compareceram mesmo assim ao rolezinho na frente do shopping no Leblon. Gizele Martins, que escreve para um jornal comunitário no Complexo da Maré, uma área de favelas no Rio, disse que fazer isso era um "ato político, para dizer à sociedade que nós fazemos parte dela, que não estamos nas suas margens".
Embora o rolezinho tenha tido uma certa atmosfera festiva, com alguns participantes bebendo cerveja na rua, Martins e outros foram recebidos com portas fechadas no shopping e insultos de passantes irritados com o fechamento do shopping.
Indo além de expressar o alarme em círculos de elite, Rodrigo Constantino, um colunista da revista Veja fustigou com linguagem áspera o que chamou de "esquerda caviar" por defender os rolezinhos.
"Uma turba de bárbaros invadindo uma propriedade privada para fazer baderna não é um protesto ou um ´rolezinho`, mas invasão, arrastão, delinquência", ele escreveu.
Alguns adolescentes falando de seus rolés por shoppings do Brasil se disseram surpresos por suas reuniões estarem encontrando tanta resistência.
"Só queríamos nos divertir", disse Letícia Gomes, 15 anos, que participou de um rolezinho em São Paulo este mês em que a polícia agrediu alguns participantes.
"Para mim, isso não é uma coisa política. (Celso Paciornik. Redação Adnews, com informações do Estadão)
GALERIA DE EVENTOS

. 37º Congresso Paulista de Fitopatologia A Fazenda Experimental Lageado, no campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp), será a sede do 37º Congresso Paulista de Fitopatologia entre os dias 11 e 13 de fevereiro.

Profissionais de ensino, pesquisa e extensão do setor público e privado, estudantes de graduação e de pós-graduação, assim como agricultores e profissionais das indústrias de insumos, equipamentos, pesticidas e softwares, vão se reunir para participar de discussões sobre novos temas de pesquisa e inovação na área de doenças de plantas.
O evento tem como objetivo apresentar avanços científicos e tecnológicos, promover a difusão de conhecimento e a formação de grupos de trabalho.
Estão confirmadas as presenças de pesquisadores de renome internacional, como Murad Ghani, do The Volcani Center, de Israel, e Vilma Conci, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, da Argentina.
O evento é promovido pela Associação Paulista de Fitopatologia (APF) e pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, com apoio da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf). Detalhes:  http://www.fepaf.org.br/Cont_Default.aspx?curso=907

Encontro de Pesquisadores em Arte OrientalA Pós-Graduação de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Grupo Outros Orientes realizam, nos dias 22 e 23 de maio, o Encontro de Pesquisadores em Arte Oriental, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Especialistas em arte oriental do Brasil e do exterior estarão reunidos para ampliar o entendimento da Arte e da História da Arte do Oriente, principalmente do Japão, da China e da Índia.
A estrutura do evento inclui apresentações de trabalhos em três modalidades: palestra de convidados nacionais e internacionais; comunicação de pesquisadores seniores (mestres, doutores e pós-doutores); e comunicação de pesquisadores juniores (graduados, graduandos e mestrandos).
Os interessados em submeter resumos para apresentação têm até 31 de janeiro para fazer o envio. As inscrições respeitam a mesma data-limite.  Detalhes: http://dpdphp.epm.br/acad/siex/php/main.php?page=INS&in=&opcao=ABR&acao=2&code=9361

. Escola de Verão do Laboratório Associado de Computação e Matemática Aplicada (Elac 2014)  O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) promove, entre os dias 18 e 21 de fevereiro, a Escola de Verão do Laboratório Associado de Computação e Matemática Aplicada (LAC), em São José dos Campos (SP).

A programação inclui seis minicursos que abordarão assuntos relacionados aos principais projetos de pesquisa desenvolvidos pelo LAC. O evento é direcionado a estudantes de graduação e pós-graduação, das áreas de Ciência e Tecnologia Espacial, Meio Ambiente, Educação e Engenharias.
As inscrições devem ser feitas via internet até 11 de fevereiro e cada participante pode se inscrever em até três minicursos. O número de vagas é limitado a 80 participantes. Detalhes: http://www.lac.inpe.br/elac14/index.php

. 2° Workshop de Métodos Estatísticos e Probabilísticos -Abertas, até 23 de janeiro, as inscrições para o 2° Workshop de Métodos Estatísticos e Probabilísticos, realizado em conjunto pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Com a proposta de discutir novas metodologias em estatística, probabilidade e suas aplicações, o workshop é direcionado a alunos de graduação e de mestrado que queiram se aperfeiçoar no assunto e trocar experiências.
A programação inclui palestras, sessão de pôsteres e minicurso, que abordarão temas relacionados a processos estocásticos, inferência estatística, modelos de regressão, análise de sobrevivência e sistemas estocásticos complexos.
O prazo para submissão dos resumos é o mesmo das inscrições.Detalhes:  http://estatisticaverao.icmc.usp.br/wpsm.html 

. Escola de Verão do Laboratório Associado de Computação e Matemática Aplicada (Elac 2014)O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) promove, entre os dias 18 e 21 de fevereiro, a Escola de Verão do Laboratório Associado de Computação e Matemática Aplicada (LAC), em São José dos Campos (SP).

A programação inclui seis minicursos que abordarão assuntos relacionados aos principais projetos de pesquisa desenvolvidos pelo LAC. O evento é direcionado a estudantes de graduação e pós-graduação, das áreas de Ciência e Tecnologia Espacial, Meio Ambiente, Educação e Engenharias.
As inscrições devem ser feitas via internet até 11 de fevereiro e cada participante pode se inscrever em até três minicursos. O número de vagas é limitado a 80 participantes. Detalhes: http://www.lac.inpe.br/elac14/index.php

. 2° Workshop de Métodos Estatísticos e Probabilísticos - Abertas, até 23 de janeiro, as inscrições para o 2° Workshop de Métodos Estatísticos e Probabilísticos, realizado em conjunto pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Com a proposta de discutir novas metodologias em estatística, probabilidade e suas aplicações, o workshop é direcionado a alunos de graduação e de mestrado que queiram se aperfeiçoar no assunto e trocar experiências.
A programação inclui palestras, sessão de pôsteres e minicurso, que abordarão temas relacionados a processos estocásticos, inferência estatística, modelos de regressão, análise de sobrevivência e sistemas estocásticos complexos.
O prazo para submissão dos resumos é o mesmo das inscrições. Detalhes:  http://estatisticaverao.icmc.usp.br/wpsm.html 

. 4º Simpósio Brasileiro sobre Nutrição de Plantas Aplicada em Sistemas de Alta ProdutividadeEntre 9 e 11 de abril, a Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (FCAV/Unesp), em Jaboticabal, realizará o 4º Simpósio Brasileiro sobre Nutrição de Plantas Aplicada em Sistemas de Alta Produtividade.

Direcionado a estudantes e profissionais da área, o evento terá palestras de pesquisadores de diversas universidades, institutos de pesquisa e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Assuntos relacionados a nutrição e adubação, ciclagem biogeoquímica e diagnose foliar fazem parte da programação.
As inscrições com desconto podem ser feitas até 9 de março e o número de vagas é limitado a 200 participantes.
O simpósio ocorrerá no Centro de Convenções da FCAV/Unesp, localizado na via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/nº, em Jaboticabal (SP). Detalhes:  http://www.funep.org.br/mostrar_evento.php?idevento=392

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