LEIA TAMBÉM:
. Está difícil ver comerciais de TV
.
Para melhorar os sistemas de recomendação na internet
. New York Times tenta explicar o
roleizinho
. Galeria de Eventos
BEM VINDO AO FIM DA
PRIVACIDADE
Um
bilhão, cento e dez milhões, esse é o número de usuários ativos da rede social
mais famosa do mundo, o Facebook.
Esses
usuários publicam quase vinte milhões de fotos diariamente. O Twitter, segunda
maior rede social, possui quinhentos milhões de usuários ativos, publicando
quase 6 bilhões de mensagens mensalmente.
Não
há dúvidas de que as pessoas tem necessidade de compartilhar suas ideias, seus
pensamentos e até mesmo suas ações diárias.
Mas
o problema é que a Internet não esquece nada, uma vez uma dada informação ou
uma foto é postada, não há volta, essa informação é espalhada por diversos
servidores e se torna praticamente impossível solicitar a retirada dela.
As
redes sociais já fazem parte da vida de todo mundo e qualquer atitude sua hoje
pode lhe render problemas no futuro.
Por
exemplo, você posta uma foto sua em um momento de descontração no Instagram
(rede social de compartilhamento de fotos), algum tempo depois pode te
prejudicar na disputa por uma vaga de emprego.
Ou
uma troca de ofensas no próprio Facebook, como uma discussão com uma
ex-namorada, estará visível a qualquer um. Pior ainda o Foursquare, rede social
baseada em localização através do GPS do smartphone, que plota em um mapa onde
os usuários estão a cada momento.
Pois
é, caro leitor. Até agora me limitei às informações pessoais que cada pessoa
julga pertinente serem compartilhadas, porém há o outro lado da história.
Digamos
que você informe seus dados pessoais para efetuar uma compra em um website, e o
mesmo é invadido por uma pessoa maliciosa, que rouba essas informações e posta
tudo em uma rede social.
Você
terá seus dados pessoais, que você não queria compartilhar, expostos para
bilhões de pessoas ao redor do mundo. Agora imagine todas as informações de um
país, vazarem na grande rede mundial de computadores, sem ninguém poder fazer
nada.
Edward
Snowden é um ex-analista da inteligência americana que tornou público detalhes
de vários programas altamente confidenciais de vigilância eletrônica dos
governos dos Estados Unidos e Reino Unido.
Snowden
era um colaborador terceirizado da Agência de Segurança Nacional (NSA) e foi
também funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA).
A
revelação dos documentos foi feita através dos jornais The Guardian e The
Washington Post, dando detalhes da vigilância de comunicações e tráfego de
informações executada pelo programa de vigilância PRISM dos Estados Unidos.
PRISM
é um programa de computador existente desde 2007, que tem basicamente o
objetivo de monitorar e avaliar mídias eletrônicas, podendo ter total acesso a
informações armazenadas em servidores de grandes empresas, ou até mesmo acesso
a informações em tempo real.
Porém,
para acessar os servidores dessas grandes empresas, o governo tem que possuir
permissão para acessa-los.
Dito
isso, acredita-se que Google, Facebook, Microsoft, Apple, Yahoo, entre
outras, tenham liberado o acesso ao governo americano, sem mesmo informar aos
seus usuários. Oficialmente, essas empresas informam que não participam desse
programa.
O
mais engraçado é que o governo dos EUA alega que toda essa espionagem é única e
exclusivamente para proteger os cidadãos contra o terrorismo.
Será?
Tempos atrás, o mesmo Edward Snowden enviou para as agências de notícias
informações concretas que o governo americano tem espionado a Petrobras. Será
que a Petrobras vai bombardear a estátua da liberdade?
"A
tática do governo americano desde o 11 de setembro é dizer que tudo é
justificado pelo terrorismo, assustando o povo para que aceite essas medidas
como necessárias.
Mas
a maior parte da espionagem que eles fazem não tem nada a ver com segurança
nacional, é para obter vantagens injustas sobre outras nações em suas
indústrias e comércio em acordos econômicos", disse Edward Snowden à um
jornalista da Rede Globo.
Documentos
classificados como ultra secretos, que fazem parte de uma apresentação interna
da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, obtidos com
exclusividade pela Rede Globo, mostram a presidente Dilma Rousseff e o que
seriam seus principais assessores como alvo direto de espionagem da NSA.
Um
dos programas usados pela NSA é conhecido como "DNI selectors", que
segundo outro documento vazado por Snowden, captura tudo o que o usuário faz na
internet, incluindo o conteúdo de e-mails e sites visitados.
Um
gráfico existente no montante dos documentos mostra toda a rede de comunicações
da presidente com seus assessores.
Edward
Snowden narrou para alguns jornalistas o seu trabalho diário: “Eu, sentado na
mesa, poderia grampear qualquer pessoa, desde você que está me ouvindo até um
juiz federal e mesmo o presidente da república, precisando apenas de um e-mail
pessoal.
Não
quero viver num mundo onde tudo o que eu fizer e disser esteja registrado. Não
é a vida que eu quero viver e isto é algo que não estou disposto a aguentar.”
Snowden
está atualmente asilado na Rússia. Ele passou mais de um mês na área de
trânsito do aeroporto de Moscou, enquanto as autoridades americanas tentavam
prendê-lo.
Stefan
Svallfors, um professor de sociologia sueco, indicou Edward Snowden para o
Prêmio Nobel da Paz, em carta endereçada ao comitê organizador e publicada no
jornal Västerbottens-Kuriren, da Suécia.
Na
carta, Svallfors escreveu que "Edward Snowden - num esforço heroico com
altos custos pessoais - revelou a existência e a dimensão da vigilância que o
governo dos EUA dedica às comunicações eletrônicas em todo o mundo, em violação
das leis nacionais e dos acordos internacionais".
( Artigo encaminhado ao Adnews por Erick Pedretti
Nobre, especialista em segurança da informação, gerenciamento, wireless, e
Gerente de Desenvolvimento de Negócios na empresa CYLK
ESTÁ DIFÍCIL VER OS
COMERCIAIS DE TV
Tem publicitário que gosta de dizer que não vê TV aberta, que só lê
revistas sofisticadas e fica ligado apenas nas emissoras de rádio classe A.
Estão alheios ao universo das pessoas com quem eles falam: a imensa maioria dos
consumidores. Como sempre faço, num dia de semana a cada mês, assisto ao
horário chamado de “super nobre” da Rede Globo. Que começa no Jornal Nacional e
vai até o início do Jornal da Globo.
Recentemente, passei pela experiência de viver uma noite de TV aberta.
Enquanto a produção dos programas melhora, principalmente das novelas, a
publicidade brasileira, definitivamente, passa por um momento ruim.
Em pleno século XXI, é preciso ver mais de 15 comerciais para encontrar
um com linguagem própria, criativo.
São comerciais em que os anunciantes jogam dinheiro pela janela,
tentando vender suas marcas de celulares, cervejas, bancos, carros, além do
tradicionalmente pouco criativo varejo.
Nessa relação, para ser justo, há um ou dois, em cada categoria, que
vêm com a marca da criatividade. No comercial de um dos bancos, só pelo tom da
voz do locutor você já faz a identificação de que aquele sai da paisagem, tem
uma unidade e usa suas cores como ninguém.
Na categoria “automóveis”, muitas marcas anunciam da mesma forma.
Geralmente uma celebridade apresenta para o telespectador as vantagens de
comprar este ou aquele carro. E, depois de algum tempo, você não sabe se aquele
carro era da marca X ou da marca Y.
As empresas de telefonia celular entraram na moda das ofertas. Uma dá
tarifa zero para ligações entre aparelhos da mesma marca.
A outra, um plano com preço fixo para um determinado número de
ligações. E quase todas não explicam porque, por causa da sua tecnologia, eu
devo dar preferência a elas. Tudo oferta. Tudo passageiro.
Todo profissional que trabalha com criação sabe que a coisa mais fácil
do mundo é achar alguém importante, e desenvolver um texto para que ele fale
para a câmera e pronto. Isso não é criação!
Naquela terça-feira, vendo aqueles comerciais, minha filha Eduarda, de
11 anos, ao meu lado perguntou: “Papai, tem gente ganhando para fazer isso aí,
chato né?” E eu respondi: “Tem, minha filha, e o pior é que se acham gênios”.
Não tenho nada contra o uso de artistas e personalidades em comerciais.
Quando utilizados com criatividade, o resultado é sempre melhor do que a
apresentação de simples anunciadores.
Em recente campanha para a Fisk, trabalhamos com os atores Bruno
Gagliasso e Paloma Bernardi, interpretando um casal ciumento, em pleno
aeroporto. Ajudou muito, superando o número de matrículas que a rede esperava.
Para lançar os telefones celulares em São Paulo, chamei o Jô Soares
para fazer personagens diferentes em cada comercial.
A história da campanha do Jô com a Telesp Celular é um case. De um
planejamento para buscar 200 mil usuários, depois de um mês, tínhamos uma fila
de mais de 1 milhão de pessoas.
No varejo, eu tenho certeza de que a culpa não é dos publicitários.
Todos sabem como nesse segmento o cliente impõe suas regras e quer seguir tudo
o que o concorrente faz.
No caso de bebidas, carros, telefonia e bancos, pela qualidade de
agências que todos têm, não dá para afirmar que o problema está no anunciante
ou nos criativos que tocam suas campanhas.
Tem gente que diz que é o cliente que está impondo suas ideias e seus
caminhos e que, por medo de perder a conta, muitas agências aceitam.
Como tenho acompanhado toda a evolução do marketing e dos clientes no
Brasil, não dá para acreditar plenamente nesse motivo. Alguma coisa existe para
que a propaganda brasileira tenha caído tanto nos últimos anos em termos de
criatividade. Uma coisa é certa: é quase um sacrifício assistir ao horário
comercial. (Artigo encaminhado por Agnelo Pacheco,
publicitário que começou a carreira no início da década de 1970, montou a
própria agência em 1985 e conquistou, entre outros, os prêmios Clio Awards de
New York da Propaganda Brasileira, Leão de Ouro do Festival de Cannes e foi
eleito o Publicitário do Ano pelo Prêmio Colunistas).
PARA
MELHORAR SISTEMAS DE RECOMEDAÇÃO NA INTERNET
(Texto de Elton Alisson, disrtribuído pela Agência
FAPESP) – Ao navegar por lojas virtuais, os
consumidores costumam ser bombardeados por anúncios de produtos, serviços e
informações que, na maioria das vezes, estão longe do que buscam naquele
momento.
Uma
pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida no Laboratório de Inteligência
Computacional (Labic) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
(ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, com Bolsa da FAPESP, pretende auxiliar os sites de comércio
eletrônico (e-commerce) e provedores de conteúdo a tornar seus sistemas
de recomendação mais eficientes.
Os
pesquisadores estão desenvolvendo métodos para possibilitar que os sistemas
computacionais das lojas virtuais possam fazer recomendações de produtos,
serviços e conteúdos baseadas em outras variáveis que não somente o histórico
de acessos ou de compras dos usuários, por exemplo.
“A
ideia é que, além do padrão de comportamento do usuário ao acessar um
determinado site, como as páginas de produtos que clicou, os sistemas de
recomendação de lojas virtuais também utilizem informações do contexto em que o
usuário está inserido enquanto navega, tais como o dia, a hora e a localização
geográfica”, disse à Agência
FAPESP Marcos Aurélio
Domingues, pesquisador do Labic que, sob a supervisão da professora
Solange Rezende, realizou o estudo.
De
acordo com Domingues, os sites de e-commerce e provedores de conteúdo utilizam hoje
dois diferentes níveis de sistemas de recomendação.
No
primeiro, denominado recomendação “simples ou ingênua”, o sistema computacional
sugere os mesmos produtos, músicas e filmes que o usuário comprou ou acessou em
suas últimas visitas.
No
segundo, adotado por empresas de comércio eletrônico como a norte-americana
Amazon, o sistema de recomendação faz um cruzamento do produto que o usuário
está clicando no momento da visita com os acessados ou comprados por pessoas
que visitaram as mesmas páginas que ele nos últimos dias ou horas, para sugerir
um produto que ainda não viu e que, eventualmente, pode ser de seu interesse.
Os
dois sistemas, no entanto, ainda não levam em conta a informação de contexto,
por exemplo, o dia da semana, o horário e a origem do acesso do usuário, que
são fatores que influenciam o tipo de recomendação que deve receber, aponta
Domingues.
“Se
o usuário acessa um site de compras eletrônicas entre segunda e sexta-feira,
das 8h às 18h, por exemplo, ele provavelmente está em horário de trabalho e
deve receber um tipo de recomendação diferente da que teria de receber em um
fim de semana, por exemplo”, comparou.
“O uso
dessas informações de contexto pode ajudar a melhorar os sistemas de
recomendação, tornando-os mais refinados e precisos”, afirmou.
Segundo
o pesquisador, um dos principais obstáculos para esse uso é a falta de
algoritmos (sequências de comandos) que possibilitem aos sistemas
computacionais obter os dados de forma automática.
Outra
lacuna é explorar outras informações de contexto, além do tempo (dia e horário)
e a localização do usuário.
“O
objetivo da pesquisa é identificar e utilizar outros tipos de informação de
contexto e desenvolver algoritmos que possibilitem sua identificação automática
pelos sistemas de recomendação, de forma que o usuário receba sugestões
coerentes à situação do momento do acesso”, explicou Domingues.
Exemplos
de aplicações
Alguns
dos primeiros resultados da pesquisa realizada por Domingues foram utilizados
em um estudo de caso de um site alemão que sugere nomes de bebês aos futuros pais
em tempo real.
Durante
a European Conference on Machine Learning and Principles and Practices of
Knowledge Discovery (ECML PKDD), realizada no fim de setembro de 2013, em Praga
(República Tcheca), os administradores do site alemão promoveram um desafio em
que propuseram a programadores e pesquisadores de todo o mundo o
desenvolvimento de um algoritmo para melhorar seu sistema de recomendação de
nomes de bebês.
Domingues
e colegas do Labic e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
desenvolveram um algoritmo que cruza os dados de localização do usuário no
momento em que navega pelo site com uma relação de nomes mais populares de
bebês no país de origem do acesso, identificados com base no acesso de outros
usuários da mesma região nos meses anteriores, para realizar recomendações.
O
projeto ficou em quarto lugar na competição internacional de propostas de
sistemas de recomendação de nomes e os resultados foram relatados em um artigo
publicado nos anais da conferência.
“Ao
utilizar informações de contexto bem simplistas, como o tempo e a localização
do acesso, pudemos adaptar o sistema de recomendação de nomes do site ao
contexto social e cultural e à língua dos usuários de diferentes países”,
afirmou Domingues.
“Pelo
nosso sistema, os resultados de uma busca de nome de bebê feita por um usuário
do Brasil, por exemplo, são diferentes das sugestões feitas para um usuário de
outro país ou que também é do Brasil, mas acessou o site alguns meses depois,
por exemplo”, disse.
Em
outro estudo de caso, os pesquisadores do Labic e da UFMS desenvolveram um
algoritmo para organizar hierarquicamente e de forma automática o conteúdo de
um site de notícias agrícolas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) por tópicos.
Os
conjuntos de páginas agrupadas por tópicos foram utilizados como informações de
contexto para melhorar a precisão do sistema de recomendação de informações aos
usuários do portal de notícias agrícolas.
A
ideia é que um usuário, ao navegar por uma notícia publicada no site sobre
soja, por exemplo, seja identificado pelo sistema de recomendação e que
este sugira outras notícias relacionadas à oleaginosa categorizadas em
outros tópicos do portal, como monitoramento de pragas que atacam a cultura,
por exemplo.
O
estudo de caso foi submetido para ser apresentado na 22nd International Conference
on Pattern Recognition, que ocorrerá no fim de agosto em Estocolmo (Suécia).
“Temos
obtido resultados com esse tipo de informação de contexto muito melhores do que
usando dados de tempo e localização do usuário”, disse Domingues.
De
acordo com o pesquisador, a organização e a categorização de informações por
assunto já são utilizadas por sites de notícias com o objetivo de facilitar a
navegação dos usuários.
A
diferença, no entanto, é que os sistemas desses portais partem do pressuposto
de que os usuários sabem exatamente sobre quais assuntos querem ler e clicam
diretamente nos tópicos de notícias relacionadas aos temas de preferência.
Já
o sistema de recomendação sensível ao contexto que pretendem implantar
pressupõe que o usuário esteja navegando por domínios que ainda não conhece e
não sabe exatamente o que busca.
“O
sistema de recomendação tenta auxiliar o usuário a encontrar algo de que
gostaria mas que não sabe, exatamente, como achar”, afirmou.
“Ao
fazer uma recomendação, o sistema tenta adivinhar o que o usuário quer”,
explicou.
O
artigo Improving the
recommendation of given names by using contextual information, de Domingues
e outros, pode ser lido nos anais da European Conference on Machine Learning
and Principles and Practices of Knowledge Discovery em www.kde.cs.uni-kassel.de/ws/dc13/wp-content/uploads/2013/09/20dc13_4.pdf.
NEW YORK TIMES TENTA EXPLICAR O ROLEIZINHO
NEW YORK TIMES TENTA EXPLICAR O ROLEIZINHO
Depois dos recentes avanços econômicos e as conquistas
para sediar eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, o Brasil tem parecido um
imenso aquário aos olhos do mundo.
Desde o julgamento do Mensalão, passando pelas
manifestações de junho do ano passado até os mais recentes “rolezinhos”, tudo
tem sido retratado sob a ótica dos grandes veículos da mídia mundial,
principalmente nos Estados Unidos e Europa.
Semana passada, o Financial Times havia pincelado uma
matéria sobre o evento organizado no Facebook para o agrupamento de jovens nos
shoppings brasileiros.
“Apesar da imagem do Brasil como um harmonioso caldeirão
de miscigenação, as tensões raciais são profundas”, disse o periódico.
Esta semana foi a vez do The New York Times
(NYT) retratar o tal fenômeno que acontece em terras brazucas.
O jornal disse que “as imagens foram tão impactantes para
as elites brasileiras que a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião com
seus principais assessores para elaborar uma resposta”.
O veículo também afirmou que “as reuniões bagunçadas
podem ir além de meros flash mobs para tocar questões de espaço público e
direitos numa sociedade onde os padrões de vida dos pobres melhoraram e as
classes sociais estão em transformação”.
Esse é um exemplo claro de que o Brasil cresceu nos
últimos anos, mas que também evidencia um desafio cada vez maior para
administrar a sua imagem e seus problemas internos, que agora estão mais
expostos do que nunca. .
Segue o texto completo, traduzido pelo Estadão:
Chamadas
de rolezinhos na gíria das ruas de São Paulo, as reuniões bagunçadas podem ir
além de meros flash mob para tocar questões de espaço público e direitos numa
sociedade onde os padrões de vida dos pobres melhoraram e as classes sociais
estão em transformação.
"Por
que eles não querem que nós entremos nos shoppings?"perguntou Plínio
Diniz, 17 anos, um estudante de segundo grau que participou de um rolezinho
este mês no Shopping Metrô Itaquera, um shopping onde policiais usaram gás
lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar uma multidão estimada em 3 mil
pessoas.
"Nós
temos o direito de nos divertir, mas a polícia foi longe demais."
Preocupadas
com os protestos de rua que abalaram cidades por todo o país no ano passado, as
autoridades estão tentando avaliar cuidadosamente as maneiras de reagir aos
encontros, que começaram a aumentar de tamanho e intensidade em dezembro.
Conscientes
de que os protestos de rua se multiplicaram depois de uma resposta dura da
polícia, as autoridades em Brasília estão advertindo contra o uso da força para
desalojar adolescentes dos shoppings.
"Não
creio que a repressão seja a melhor maneira de agir porque tudo feito nessa
linha é como atirar gasolina no fogo", disse Gilberto Carvalho, assessor
de alto nível de Rousseff a jornalistas.
A
despeito dos temores de vandalismo e roubos de lojas, a polícia só reportou
algumas detenções associadas aos rolezinhos.
Mas
forças policiais supervisionadas por governadores estaduais não parecem
dispostas a acomodações e os operadores de alguns shoppings de luxo obtiveram
ordens judiciais permitindo que seus seguranças barrem a entrada de
participantes das manifestações.
Como os
rolezinhos envolvem um grande número de adolescentes de pele escura, essas
medidas suscitaram acusações de discriminação racial além da questão
perturbadora de por que shopping centers são lugares tão cobiçados de interação
social em São Paulo e outras cidades brasileiras onde os parques continuam
sendo poucos e distantes.
"Os
garotos das classes mais baixas foram segregados dos espaços públicos, e agora
estão desafiando as regras não escritas", disse Pablo Ortellado, um
professor de políticas públicas na Universidade de São Paulo.
Situando
os rolezinhos no contexto das mudanças econômicas que se difundem por toda a
sociedade brasileira, Ortellado assinalou que a elevação dos níveis de vida dos
pobres ao longo da última década já abalou as classes superiores do país.
Um
exemplo são os aeroportos sendo frequentados por viajantes que estão voando
pela primeira vez.
"Agora,
a presença destes adolescentes em shoppings está chocando alguns porque está
sendo feita de maneira organizada e não difusa", disse ele.
Os
rolezinhos são geralmente organizados pelo Facebook, e cerca de 20 estão
planejados para cidades brasileiras nas próximas semanas, e com frequência
envolvem subir e descer correndo por escadas rolantes e muita gritaria, flertes
e a cantorias de canções funk brasileiras.
Para
muitos participantes, embora eles possam vir de áreas urbanas relativamente
pobres, os eventos são também oportunidades para exibir roupas caras de grife.
Num
ensaio amplamente distribuído sobre os rolezinhos, Leandro Beguoci, o
editor-chefe da nova empresa de mídia F451 Digital, acautelou contra atribuir
um caráter abertamente politizado aos encontros, assinalando que os maiores
eventos foram convocados não em áreas ricas, mas em shoppings relativamente
novos em partes menos prósperas de São Paulo.
"Estes
são os filhos da classe C, para quem o consumismo é a glória", disse
Beguoci, 31 anos, referindo-se à classe média em expansão do Brasil.
"Os
sons que eles estão ouvindo principalmente não são o rap contra o
establishment, mas o funk ostentação", o estilo musical em que os artistas
usam grossos colares dourados, bebericam champanha e guiam Lamborghinis em seus
vídeos.
Outros
dizem que os rolezinhos, embora não explicitamente políticos, abrem caminho
para novos métodos de protestos em shoppings.
Centenas
de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, um grupo que promove
ocupações de prédios abandonados, tentou organizar seus próprios rolezinhos na
quinta-feira passada em dois shoppings de São Paulo, mas foram impedidos de
entrar por seguranças.
"Estamos
revoltados com a postura de preconceito em alguns shoppings", disse
Jussara Basso, 38 anos, uma líder dos sem-teto, alguns dos quais ergueram
dinheiro e cartões bancários quando lhes barraram a entrada nos shoppings.
"Está
claro que alguns estabelecimentos não querem muitos consumidores que são pobres
e negros."
Ante a
perspectiva de que os rolezinhos possam se intensificar e se espalhar para
outras cidades além de São Paulo, os encontros estão expondo outros sentimentos
entre alguns nas partes urbanas de elite.
No Rio
de Janeiro, onde um rolezinho foi programado para domingo passado num shopping
do Leblon, o bairro a beira-mar mais exclusivo da cidade, um juiz impediu o
evento argumentando que seus participantes poderiam causar "desordem
pública".
O
shopping de luxo, por sua vez, fechou as portas no domingo.
Cerca
de uma centena de participantes compareceram mesmo assim ao rolezinho na frente
do shopping no Leblon. Gizele Martins, que escreve para um jornal comunitário
no Complexo da Maré, uma área de favelas no Rio, disse que fazer isso era um
"ato político, para dizer à sociedade que nós fazemos parte dela, que não
estamos nas suas margens".
Embora
o rolezinho tenha tido uma certa atmosfera festiva, com alguns participantes
bebendo cerveja na rua, Martins e outros foram recebidos com portas fechadas no
shopping e insultos de passantes irritados com o fechamento do shopping.
Indo
além de expressar o alarme em círculos de elite, Rodrigo Constantino, um
colunista da revista Veja fustigou com linguagem áspera o que chamou de
"esquerda caviar" por defender os rolezinhos.
"Uma
turba de bárbaros invadindo uma propriedade privada para fazer baderna não é um
protesto ou um ´rolezinho`, mas invasão, arrastão, delinquência", ele
escreveu.
Alguns
adolescentes falando de seus rolés por shoppings do Brasil se disseram
surpresos por suas reuniões estarem encontrando tanta resistência.
"Só
queríamos nos divertir", disse Letícia Gomes, 15 anos, que participou de
um rolezinho em São Paulo este mês em que a polícia agrediu alguns
participantes.
"Para
mim, isso não é uma coisa política. (Celso
Paciornik. Redação Adnews, com informações do Estadão)
GALERIA DE EVENTOS
. 37º Congresso
Paulista de Fitopatologia – A
Fazenda Experimental Lageado, no campus de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista (Unesp), será a sede do 37º Congresso Paulista de Fitopatologia entre
os dias 11 e 13 de fevereiro.
Profissionais
de ensino, pesquisa e extensão do setor público e privado, estudantes de
graduação e de pós-graduação, assim como agricultores e profissionais das
indústrias de insumos, equipamentos, pesticidas e softwares, vão se reunir para
participar de discussões sobre novos temas de pesquisa e inovação na área de
doenças de plantas.
O evento tem
como objetivo apresentar avanços científicos e tecnológicos, promover a difusão
de conhecimento e a formação de grupos de trabalho.
Estão
confirmadas as presenças de pesquisadores de renome internacional, como Murad
Ghani, do The Volcani Center, de Israel, e Vilma Conci, do Instituto Nacional
de Tecnologia Agropecuária, da Argentina.
O evento é
promovido pela Associação Paulista de Fitopatologia (APF) e pela Faculdade de
Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, com apoio da Fundação de Estudos e
Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf). Detalhes: http://www.fepaf.org.br/Cont_Default.aspx?curso=907
Nenhum comentário:
Postar um comentário