AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO
AS PALAVRAS
“As
empresas que querem a paz advinda e garantida pelo sucesso têm de estar
permanentemente preparadas para a guerra do marketing. Mais do que isso,
guerrear, todos os dias de todos os meses, de todos os anos. Um único descuido
pode ser fatal. O preço do sucesso é o permanente estado de guerra.” (Madia)
E aí, prefeito, estamos aguardando a assinatura do Cidade (de
Florianópolis) Limpa.
TIME VAI UNIR EDITORIAL E COMERCIAL
Na tentativa de reverter a maré
turbulenta que vem abalando a mídia impressa no mundo e, particularmente, seus
próprios negócios nos últimos anos, a Time Inc., detentora de títulos
tradicionais como Time, People e Fortune, adotará uma polêmica estratégia:
deixará de separar a redação do departamento comercial.
A novidade foi relatada por Joseph A.
Ripp, CEO da Time Inc., em entrevista ao jornal The New York Times. Ele conta
que, a partir de agora, as equipes de redação das revistas terão de se reportar
aos executivos de negócios de cada publicação, a fim de desenvolver, em
conjunto, alternativas que possam gerar receitas e ajudar a conter a queda de
faturamento publicitário.
Segundo o jornal, a medida gerou
descontentamento por parte da redação. Ripp também explicou que, ao se tornar
uma empresa de mídia independente das demais áreas da Time Warner – o
conglomerado anunciou um spin-off em meados do ano passado, separando os braços
editoriais dos negócios de audiovisual e cinema – a Time Inc. ganhou mais
espaço para expandir seus negócios.
O CEO, inclusive, teve a missão de
conduzir a companhia nesta fase, quando a Time Inc. tornou-se uma empresa
independente, de capital aberto, cujo processo de separação será concluído nos
próximos meses. Ainda na entrevista, o executivo revelou que, para mediar
possíveis conflitos entre a redação e o departamento comercial, a Time Inc.
recontratou Norman Pearlstine, ex-editor-chefe da companhia, que terá a missão
de equilibrar a relação entre as duas áreas. (Comgurus)
N.
do E.: Diz o ditado que em momentos de desespero as pessoas perdem o juízo. É o
que deve estar aconte4cendo por lá, pra Time dar um tiro no pé desse tamanho.
Com
essa junção, em pouco tempo os meios de comunicação do grupo perderão a
credibilidade. Em consequência, a circulação e os tão desejados anúncios.
MARANHÃO, UM ESTADO COM A MARCA SARNEY
MISTURANDO TUDO
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1. Ele era completamente narcisista, estilista e tomava muito sol.
Uma manhã parou nu em frente ao espelho para
admirar seu corpo e notou que estava todo bronzeado, à exceção de seu pênis.
Então decidiu fazer algo a respeito.
Foi à praia, se despiu completamente e se cobriu
todo de areia, menos
aquilo.
Duas velhinhas vinham caminhando pela praia.
Uma delas usava um bastão para ajudar a caminhar.
Ao ver aquela coisa saindo da areia, a que tinha o
bastão começou a dar voltas ao redor, observando.
Quando se deu conta do que era, disse:
- Não há justiça no mundo.
A outra anciã, que também observava com
curiosidade lhe perguntou a que se referia.
A do bastão respondeu: Olha isso !
- Aos 20 anos, me dava curiosidade;
- Aos 30, me dava prazer;
- Aos 40, me enlouquecia;
- Aos 50, tinha que pedir;
- Aos 60, rezava por ele;
- Aos 70, me esqueci que existia.
- Agora que tenho 80, brota na terra e eu não consigo me agachar !
2.
Ercílio Tranjan: O que, para mim, é muito assustador é que
está havendo um tipo de comunicação que considero extremamente infantil. Ou
seja, estão imbecilizando o consumidor de uma forma que eu nunca vi.
E é interessante que
isso se deu nesta direção contrária: quando se começou a fazer propaganda
apenas visando festival internacional, o que se começou a ver na propaganda
no ar foi a idiotice mais absoluta. Uma infantilização total da comunicação.
Como se, de repente,
todo o público estivesse fazendo 12 anos, 14 anos. O tipo de humor, é tudo um
humor, sem nenhuma conotação negativa nisso, mas é um humor dos Trapalhões,
de tapa na cara um do outro, de situações mais de escorregar em casca de
banana.
Não tem nenhuma
graça sutil. Não se deixa nada para a compreensão do espectador, para que o
espectador possa preencher os brancos e contribuir. Isso, por um lado.
Por outro lado, eu
também não vejo mais uma coisa que a propaganda brasileira tinha muito, e
nisso era muito semelhante ou tentava, com caminhos brasileiros, falando uma
língua brasileira, mas ela tinha como conteúdo algo da propaganda inglesa,
que era saber rir de si mesmo.
Ou seja, o produto
nunca era colocado como a grande solução, “o melhor do mundo”. Tinha uma
visão de falar eu estou aí.
Acho que a campanha
de Bombril, a primeira, do Washington [Washington Olivetto; a primeira
campanha do Garoto Bombril, criada por Olivetto, em parceria com o diretor de
arte Francesc Petit, o P da DPZ, em 1978], acho que as duas, três
primeiras campanhas também, tinham muito disso, quer dizer, aquele jeito de
pedir licença para entrar na casa. Isso, a propaganda inglesa trouxe.
O inglês não aceita
muito o vendedor, o vendedor é meio invasivo. Então, eu precisava dar a você
alguma coisa, precisava entrar na sua casa e pedir licença.
E vem daí essa
história de eu não me levar tão a sério. “Olha, eu estou aqui, querendo
conversar com você...” Era um tipo de comunicação que o Brasil tinha e
exercia muito, que era o de brincar consigo mesmo.
Jornalirismo – Por que acabou se abandonando esse tipo de procedimento? Ercílio Tranjan – Eu tento entender de várias maneiras. Acho que nada disso é gratuito. Outro dia falei que a propaganda não é vanguarda de nada. É a primeira coisa que a gente tem de entender.
Ela utiliza um
discurso consagrado. A vanguarda é aquela que rompe. Se eu rompo, eu me
comunico menos, eu vou ser entendido por menos pessoas. E não é a nossa
função.
Por trás, nós temos
uma intenção, de fato nós trabalhamos para o sistema, para vender alguma
coisa, e não para inventar linguagens. Tendo a achar que nós estamos
seguindo, de novo, uma linha, vejo esses blockbusters [as
grandes produções à Hollywood] de cinema, e fico alarmado.
São filmes, em
geral, muito burros. E muito primários, muito de ação. Trocou-se, no roteiro,
o diálogo e a inteligência pela ação. O número de porradas que se dá, o
número de perseguições que ocorre. Assim têm sido os grandes blockbusters.
Não que o grande blockbuster
do passado fosse o filme do Antonioni [o cineasta italiano Michelangelo
Antonioni, que dirigiu filmes como A Aventura, A Noite e
O Eclipse, de cunho existencialista, de tomadas mais longas e mais lentas],
mas eram filmes com um pouco mais de inteligência e criatividade de roteiro.
Em que não havia só
ação. Nós tínhamos tempo para ouvir um bom diálogo, ou seja, o tempo do filme
era uma coisa menos frenética, menos violenta do que é hoje. Isso ocorre na
linguagem que é do cinema – e percebo isso também na publicidade, porque a
publicidade, como caudatária, trilhou esse caminho.
Só não sei se os
consumidores estão felizes com o que eles recebem no ar. Eu fico perplexo. Eu
acho assim: nós tínhamos, nos intervalos, um pouco mais de respeito pelo
consumidor e pela inteligência dele. Hoje, a gente vê muita gritaria, que é
coisa burra, ou então um humor totalmente infantil. (Trechos de entrevista concedida por Ercílio Tranjan, um dos
nomes mais importantes e premiados da história da propaganda brasileira, ao Jornarilismo e publicada recentemente).
3. “Fréderic Bastiat (1801-50) em seus impagáveis Sofismas Econômicos, imagina uma petição ao rei para que todos os súditos sejam proibidos de usar a mão direita. A razão do pedido é explicada na forma de silogismo: quanto mais uma pessoa trabalha, mais rica fica; quanto mais dificuldades precisa superar, mais trabalha; logo, quanto mais dificuldades uma pessoa tem de superar, mais rica ela se torna.” (Extraído do artigo Por que a educação é importante?, de Hélio Schwartsman, publicado na Folha de S. Paulo do dia 08 de janeiro) |
4.
Tudo
isso para dizer três coisas: 1. Concordo em gênero, número e caso com o
Hercilio. 2. Os criativos, jovens como são, não precisam continuar se abaixando
para qualquer cliente e produzindo essa safra de mediocridades que estamos
assistindo. 3. Devem trabalhar como se não tivessem a mão direita, mas
obcecados pelas ideias que, tenho fé,
ainda são capazes de ter.
Um carro criativo: vive inventando caminhos. Beleza de título,
esse do anúncio do Tijuan. Definitivamente, a Almap é uma grande exceção, nesse
mar de coisas horríveis em que a publicidade brasileira tenta navegar.
CIRCULANDO
NA INTERNET
1.A
Ilha e a fantasia
do poder
público
Laudelino José Sardá
Jornalista e professor
O hilariante é
que Florianópolis enfrenta o drama da escassez de água potável há mais de duas
décadas e a Casan insiste em querer também ser vítima. A entrevista do
presidente da Casan, Dalírio Beber, embebecido de arrogância e insipidez, além
do vazio na argumentação, justificaria apenas a sua exoneração.
A presença de
turistas apenas agravou a escassez. Bairros de Florianópolis reclamam, nas
quatro estações do ano, da precariedade do fornecimento de água, que tem sido
pautas permanentes à mídia.
A Casan habituou-se a empurrar com a
barriga o problema com a conivência da prefeitura, que até agora não soube se
impor diante das exigências contratuais.
A argumentação simplória do presidente
da Casan, frívolo na arguição de que seu diretor trabalhou ao invés de beber
champanhe no dia 31, reflete, sobretudo, a fragilidade de uma empresa que em
pleno terceiro milênio ainda se caracteriza como uma organização
político-partidária.
Como não interessa ao governo
profissionalizá-la, para não se privar de um instrumento eleitoral, caberia à
Assembleia Legislativa a iniciativa de assegurar à Casan uma estrutura
proficiente, sustentada só na competência técnica.
Não se trata da obsessão por lucro, como
defendem alguns inquilinos do governo. Não! Ela é uma organização que tem a
missão de estender a eficiência em uma área que não pode fugir ao controle do
estado.
O governo estadual parece um
arquipélago. Enquanto a Santur capta turistas no Brasil e exterior, a Casan e
Celesc atribuem ao excessivo número de visitantes a causa do velho refrão: de
dia falta água e de noite falta luz, enquanto a prefeitura da Capital vive em
clima de êxtase, exibindo o título de a cidade mais atraente.
O Deinfra duplica a SC-401 e deixa para
depois um grave problema: o trevo de Canasvieiras. A PM e Guarda Municipal
ignoram os engarrafamentos, como se não pudessem ajudar a minimizar o drama.
Enfim, a cidade sofre com a omissão e incompetência do poder público.
Sinais alarmantes
Estadão de Domingo
Por Fernando Henrique
Cardoso
Sociólogo
Finalmente FHC falou. Vale a
pena ler. Mas ler sem paixão partidária, e entendam que é um texto de eminente
Professor de Sociologia (inclusive da Sourbone), e não texto terceirizado,
assinado por Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do ABC.
Finalmente fez-se justiça no
caso do mensalão. Escrevo sem júbilo: é triste ver na cadeia gente que em
outras épocas lutou com desprendimento. Estão presos ao lado de outros que se
dedicaram a encher os bolsos ou a pagar suas campanhas à custa do dinheiro público.
Mais melancólico ainda é ver
pessoas que outrora se jogavam por ideais — mesmo que controversos — erguerem
os punhos como se vivessem uma situação revolucionária, no mesmo instante
em que juram fidelidade à Constituição.
Onde está a Revolução? Gesticulam como se fossem
Lenines que
receberam dinheiro sujo, mas usaram-no para construir a “nova sociedade”. Nada
disso: apenas ajudaram a cimentar um bloco de forças que vive da
mercantilização da política e do uso do Estado para perpetuar-se no poder.
De pouco serve a encenação
farsesca, a não ser para confortar quem a faz e enganar a seus seguidores mais
crédulos.
Basta de tanto engodo.
A condenação pelos crimes do mensalão se deu em plena vigência do Estado de
Direito, em um momento no qual o Executivo é exercido pelo Partido dos
Trabalhadores, cujo governo indicou a maioria dos ministros do Supremo.
Não houve desrespeito às
garantias legais dos réus e ao devido processo legal. Então por que a
encenação? O significado é claro: eleições à vista. É preciso mentir,
enganar-se e repetir o mantra. Não por acaso a direção do PT amplifica a
encenação, e Lula diz que a melhor resposta à condenação dos mensaleiros
é reeleger Dilma Rousseff...
Tem sido sempre assim, desde
a apropriação das políticas de proteção social até a ideia esdrúxula de que a
estabilização da economia se deveu ao governo do PT. Esqueceram as palavras
iradas que disseram contra o que hoje gabam e as múltiplas ações que moveram no
Supremo para derrubar as medidas saneadoras. O que conta é a manutenção do
poder.
Em toada semelhante, o mago
do ilusionismo fez coro. Aliás, neste caso, quem sabe, um lapso verbal
expressou sinceridade: estamos juntos, disse Lula. Assumiu meio de raspão
sua fatia de responsabilidade, ao menos em relação a companheiros a quem deve
muito. E ao país, o que dizer?
Reitero, escrevo tudo isso
com melancolia, não só porque não me apraz ver gente na cadeia, embora
reconheça a legalidade e a necessidade da decisão, mas principalmente porque
tanto as ações que levaram a tão infeliz desfecho como a cortina de mentiras
que alimenta a aura de heroicidade fazem parte de amplo processo de alienação
que envolve a sociedade brasileira.
São muitos os responsáveis
por ela, não só os petistas. Poucos têm tido a compreensão do alcance
destruidor dos procedimentos que permitem reproduzir o blo co de poder
hegemônico; são menos numerosos ainda os que têm tido a coragem de gritar
contra essas práticas.
É enorme o arco de alianças
políticas no Congresso cujos membros se beneficiam por pertencer à “base
aliada” do governo. Calam-se diante do mensalão e demais transgressões, como se
o "hegemonismo petista” que os mantém seja compatível com a democracia.
Que dizer então da parte da
elite empresarial que se ceva dos empréstimos públicos e emudece diante dos
malfeitos do petismo e de seus acólitos? Ou da outrora combativa liderança
sindical, hoje acomodada nas benesses do poder?
Nada há de novo no que
escrevo. Muitos sabem que o rei está nu, e poucos bradam. Dai a descrença sobre
a elite política reinante na opinião pública mais esclarecida.
Quando alguém dá o nome aos
bois, como, no caso, o ministro Joaquim Barbosa, que estruturou o processo e
desnudou a corrupção, teme-se que, ao deixar a
presidência do STF, a onda
moralizante dê marcha a ré.
É evidente, pois, a
descrença nas instituições. A tal ponto que se crê mais nas pessoas, sem
perceber que por esse caminho voltaremos aos salvadores da pátria. São sinais
alarmantes.
Os seguidores do lulo-petismo,
por serem crédulos, talvez sejam menos responsáveis pela situação a que
chegamos do que os cínicos, os medrosos, os oportunistas, as elites
interesseiras que fingem não ver o que está à vista de todos.
Que dizer então das práticas
políticas? Não dá mais!
Estamos a ver as manobras
preparatórias para mais uma campanha eleitoral sob o signo do embuste. A
candidata oficial, pela posição que ocupa, tem cada ato multiplicado pelos
meios de comunicação.
Como o exercício do poder se
confundiu, na prática, com a campanha eleitoral, entramos já em período de
disputa. Disputa desigual, na qual só um lado fala, e as oposições, mesmo que
berrem, não encontram eco. E sejamos francos: estamos berrando pouco.
É preciso dizer com coragem,
simplicidade e de modo direto, como fizeram alguns ministros do Supremo, que a
democracia não se compagina com a corrupção nem com as distorções que levam ao
favorecimento dos amigos. Não estamos diante de um quadro eleitoral normal.
A hegemonia de um partido
que não consegue se deslindar de crenças salvacionistas e autoritárias, o
acovardamento de outros e a impotência das oposições estão permitindo a
montagem de um sistema de poder que, se duradouro, acarretará riscos de regressão
irreversível.
Escudado nos cofres
públicos, o governo do PT abusa do crédito fácil que agrada não só aos
consumidores, mas, em volume muito maior, aos audaciosos que montam suas
estratégias empresariais nas facilidades dadas aos amigos do rei.
A infiltração dos órgãos de
Estado pela militância ávida e por oportunistas que querem se beneficiar do
Estado distorce as práticas republicanas.
Tudo isso é arquissabido.
Falta dar um basta aos desmandos, processo que, numa democracia, só tem um
caminho: as urnas. É preciso desfazer na consciência popular, com sinceridade e
clareza, o manto de ilusões com que o lulo-petismo vendeu seu peixe. Com
a palavra, as oposições e quem mais tenha consciência dos perigos que corremos.
Não é a política que faz o candidato virar ladrão, é o seu voto
que faz o ladrão virar político.
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