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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

PARA FUGIR DE PEGADINHAS PUBLICITÁRIAS


 

A UNIVERSIDADE TEM NOTAS POSITIVAS NO MEC - Ou seja, a instituição tem cursos com avaliação maior do que a mínima para que o MEC permita sua continuidade.

É preciso saber qual o desempenho do curso pretendido e da instituição na avaliação do Ministério da Educação. A nota 3 é a mínima e a nota 5 é a máxima para que o curso seja reconhecido. Cursos com nota 1 e 2 não têm a qualidade mínima exigida pelo MEC. As notas podem ser conferidas no e-mec Arte UOL

A carreira é apenas a primeira das escolhas que o vestibulando precisa fazer em sua busca pelo diploma universitário. Tão importante quanto o curso é a seleção da instituição de ensino superior. Para facilitar a vida dos candidatos nessa árdua tarefa, o UOL compilou um guia com as principais dicas para tomar uma decisão consciente e fugir das "pegadinhas" da publicidade.

A primeira coisa a saber é se a instituição tem permissão para a oferta de cursos de ensino superior e se seus diplomas têm validade.

O responsável por essas informações é o MEC (Ministério da Educação). A pasta mantém a página de consulta e-MEC com informações de todas as instituições de ensino superior do país e os cursos reconhecidos pelo ministério.

Quem ainda não tem uma lista de instituições para consultar, pode buscar no site do e-MEC pelo curso e descobrir quais as faculdades que ofertam a carreira em sua cidade, se as instituições são públicas ou privadas e se os cursos são gratuitos ou pagos.

Cursos 100% reconhecidos pelo MEC


Para que o diploma de graduação tenha validade, é preciso que o curso seja reconhecido pelo MEC. Cursos novos recebem apenas a autorização para sua abertura.

O reconhecimento só pode ser pedido pela instituição quando os estudantes da primeira turma tiverem completado, ao menos, 50% da carga horária. Assim, escolher um curso autorizado é assumir o risco de receber um diploma sem validade caso o curso não seja aprovado na avaliação.

Quando a instituição diz que os cursos são 100% reconhecidos pelo MEC significa que todos os seus cursos concedem diplomas com validade e não há nenhuma carreira nova na instituição que ainda precise ser avaliada.

"É importante que a instituição deixe claro para o interessado se o curso é reconhecido ou autorizado", destaca Selma do Amaral, diretora de atendimento ao consumidor do Procon-SP (órgão de proteção do consumidor).

Nota positiva do MEC


Nota máxima ou nota positiva na avaliação do MEC são termos comuns em publicidades de faculdades de todo o país. Antes de usar a avaliação como critério, é preciso saber o que é que ela avalia e qual é a escala de notas. Segundo a assessoria de imprensa do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), a propaganda deve deixar claro qual é a avaliação destacada no comercial.

O ministério é o órgão responsável por avaliações periódicas dos cursos e das instituições de ensino superior. As principais notas divulgadas pelo MEC são o IGC (Índice Geral de Cursos), que julga a qualidade das instituições, e o CPC (Conceito Preliminar de Curso), que avalia cada um dos cursos de graduação do país.

Os índices consideram o desempenho dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), a infraestrutura do curso e a titulação do corpo docente, entre outras coisas.

A escala dos dois índices vai de 1 a 5, sendo que a nota 3 é a mínima exigida para que um curso seja considerado de qualidade satisfatória e 5 é a nota máxima. Os conceitos 1 e 2 são considerados insatisfatórios e podem levar o curso ou a faculdade a seu fechamento.

Assim, se a instituição tem um curso nota 3, isso significa que a carreira tem qualidade satisfatória para que o curso possa ser ofertado. Mas essa é a nota mínima para que o curso passe pelo crivo do MEC.

A universidade é top


Quem nunca ouviu que determinada instituição é a melhor, a maior ou está entre as 'top' do país? De acordo com o Conar, as expressões podem ser usadas em propagandas desde que sejam justificadas. Chavão de comerciais de tevê a carrinhos de cachorro quente, é preciso entender nas "entrelinhas" o que o melhor significa.

Dizer que a instituição é a melhor faculdade de odontologia privada do interior de São Paulo, por exemplo, significa que estão excluídas da comparação todas as universidades e os centros universitários públicos e privados, além das faculdades públicas.

Nesse caso, o conselho é checar as notas da instituição e de outras instituições da sua região --incluídos universidades e centros universitários. É importante também saber a avaliação do curso desejado, já que uma instituição bem avaliada também pode ter um curso com problemas.

Rankings


Rankings e listas divulgadas pela imprensa, como o RUF (Ranking Universitário da Folha), e por centros de pesquisa também são bons parâmetros para diferenciar duas instituições.

"Conceitos e avaliações externas são fundamentais para se ter elementos comparativos diretos entre as instituições de interesse, tanto em âmbito nacional quanto internacional", indica o professor Francisco Ribeiro Viana, do Cursinho do XI.

Antes de checar a colocação de cada universidade, saiba quais são os critérios usados pela classificação e o peso de cada item. Algumas listas consideram a reputação da instituição, outras levam em conta a produção acadêmica, há também as que usem como critério a inserção do profissional no mercado de trabalho.

Conselhos de classe profissional, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), costumam ter uma lista de cursos recomendados ou parâmetros próprios de classificação.

O Conar alerta contra pesquisas e classificações feitas sob encomenda de instituições de ensino superior para que o resultado seja usado em propagandas.

Entre 226 e 250° lugar - Universidade de São Paulo (Brasil) - A primeira brasileira a aparecer no ranking de 400 universidades da Times Higher Education é a USP. A instituição caiu ao menos 68 posições em relação ao ranking de 2012, quando apareceu no 158° lugar. A universidade, fundada em 1934, tem mais de 91 mil alunos matriculados, quase 28 mil deles na pós-graduação. O ranking da Times Higher Education 2013 foi publicado nesta quarta-feira (2). A posição específica no ranking não é informada pelo THE, que, a partir do 200º lugar, divulga os resultados em grupos de universidades

Formação do corpo docente


"Este é o item mais importante na escolha. A formação docente, suas atividades, suas relações com a universidade e sua representatividade no meio acadêmico serão determinantes na formação do aluno", considera o professor Francisco Ribeiro Viana.

Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), instituições de ensino superior devem ter pelo menos um terço do seu corpo docente formado por profissionais com mestrado ou doutorado. No caso de universidades públicas, é comum que as instituições tenham uma regra que exija um percentual maior do que esse de professores titulados.

Em 2012, 51,4% dos professores nas instituições públicas tinham doutorado e 29,6% eram mestres. Nas particulares, 17,8% dos professores em 2012 eram doutores e 45,4% eram mestres.

Além disso, as universidades devem ter, pelo menos, um terço de seus docentes trabalhando em regime integral na instituição.

Conversa com alunos


Visitar a instituição e conversar com alunos e ex-alunos é outra maneira de conferir a qualidade do curso e saber o que espera o estudante nos próximos três, quatro ou cinco anos.

Saber, entre outras coisas, se as aulas práticas são dadas em laboratórios, se os professores estão disponíveis fora do horário de aula, se a biblioteca é bem equipada são itens fundamentais para garantir a tranquilidade durante a vida universitária.

Defesa do consumidor


Se depois da matrícula o produto (curso) entregue não tiver as condições prometidas, o estudante tem o direito de reclamar em órgãos de defesa do consumidor. Nos nove primeiros meses de 2013, aumentou em 19% o número de reclamações sobre instituições de ensino superior no Procon em São Paulo.

Segundo a diretora de atendimento do Procon-SP, as peças publicitárias integram o contrato do estudante. "Isso obriga o fornecedor a cumprir o que está prometendo", explica Selma.

A maior parte das reclamações estão relacionadas a cobranças indevidas e problemas administrativos: falta de emissão de boleto, pedidos de transferência não aceitos, inclusão do nome do aluno em bancos de dados de proteção ao crédito.

"Os grupos educacionais foram crescendo, com muitas fusões entre instituições, e eles têm um problema sério de comunicação com seus discentes. O aluno às vezes vem aqui no Procon para pedir trancamento de matrícula", conta Selma.

Carolina Cabrelli, 21, é estudante de nutrição na Uninove, em São Paulo. Ela é o "modelo" do aluno brasileiro de ensino superior: mulher, estuda em instituição privada e está fazendo bacharelado no turno noturno. Em um dia normal, Carolina acorda às 6h e sai de casa por volta das 7h

A CIDADE COMO SALA DE AULA

Gilberto Dimenstein defende o aprendizado além dos muros escolares


Há anos o jornalista tem desenvolvido projetos de destaque na área da Educação

 


(Por Daniela Jacinto daniela.jacinto@jcruzeiro.com.br) - Incomodado com a desvinculação dos conteúdos escolares do cotidiano dos estudantes, o jornalista Gilberto Dimenstein, que há anos tem desenvolvido projetos de destaque na área da Educação, defende a derrubada dos muros escolares para que a cidade toda se transforme em sala de aula. Para ele, o grande papel da educação é formar pessoas criativas e com imaginação, e não se faz isso entuchando de testes.

Dimenstein esteve em Sorocaba para participar do projeto Redes de Conversas, realizado pelo colégio Objetivo. O bate-papo, que contou com participação de Rodrigo Bandeira, idealizador do projeto Cidade Democrática, teve como tema

"A cidade como sala de aula - Os muros das escolas podem cair e a cidade adquirir potencial educativo". Na ocasião, concedeu entrevista exclusiva ao Educare.

O jornalista tem uma trajetória bem sucedida. É colunista da Folha de S.Paulo e da rádio CBN. Já foi diretor da Folha de S.Paulo na sucursal de Brasília e correspondente internacional em Nova York daquele periódico.

Trabalhou também no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora e revista Veja. Por suas reportagens sobre temas sociais e suas experiências em projetos educacionais, Dimenstein foi apontado pela revista Época em 2007 como umas das cem figuras mais influentes do país.

O jornalista ganhou o Prêmio Nacional de Direitos Humanos junto com D. Paulo de Evaristo Arns, e o Prêmio Criança e Paz, do Unicef. Também ganhou os prêmios Esso (categoria principal) e Prêmio Jabuti, em 1993, de melhor livro de não-ficção, com a obra Cidadão de Papel.

Na área da Educação, é fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz, que trabalha o conceito de Bairro-Escola, e ainda desenvolve o Catraca Livre, site que divulga a programação cultural gratuita dos municípios participantes, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle.

Durante a entrevista, Dimenstein falou sobre seus projetos, o que pensa sobre o atual momento da educação brasileira e revelou que ajudou a elaborar em Sorocaba o conceito de Cidade Educadora. Veja:

P - A ideia de aproveitar os espaços da cidade como sala de aula é interessante, mas qual é o caminho para que isso ocorra? De que forma os estudantes podem aprender com a cidade?

Gilberto Dimenstein -
Há algum tempo eu desenvolvo uma experiência que levou o nome de Bairro-Escola, que é baseado numa ideia que o aprendizado ocorre em vários espaços, na sala de aula, fora da sala de aula, no nível da família e em espaços espalhados pela cidade, em teatros, cinema, casas de espetáculos, e o ideal é que isso tudo se relacione e tenha pontos de comunicação.

A ideia do Bairro Escola é semelhante à da Cidade Educadora, é uma ideia que você pode aprender ciências em um parque, pode usar um filme para aprender geografia, português, o ideal é que a cidade toda se comporte como um processo de aprendizagem, mas para isso é necessário ter um trabalho permanente com os museus, teatros, cinemas e as empresas também, que podem servir como ponto de recepção de alunos para ensinar as suas práticas.

Vi que existe um projeto interessante de um professor da USP, que lançou uma plataforma digital, a Estação Curiosidade, em que várias questões do Enem são associadas a visitas a museus.

A pessoa clica no museu (Masp ou Museu da Língua Portuguesa, por exemplo) e surgem as questões, e ainda como a exposição pode ajudar a respondê-las. A ideia do professor é justamente fazer com que as escolas saibam transformar a cidade numa sala de aula. Iniciativas como a sua e a dele mostram que é possível, mas exige o envolvimento de todos, né?

GD - Então, a gente que ajudou a criar a Estação Curiosidade. A dificuldade em se transformar a cidade numa sala de aula é grande, mas o conceito de Bairro-Escola surgiu inicialmente em um bairro de São Paulo, a Vila Madalena, e já estamos em 500 cidades pois esse projeto acabou de virar política pública, que é o Mais Educação.

É possível ter uma educação em tempo integral usando não apenas o espaço da escola mas os espaços alternativos próximos às escolas.

Esse processo demanda criar mecanismos de comunicação entre esses lugares e para isso é preciso ter um professor comunitário, um diretor envolvido, mães envolvidas, tem de ter plataformas digitais envolvidas, mas acredito que essas coisas estão em processo de encaminhamento.

P - Como Sorocaba pode se tornar uma cidade-escola?

GD -
Esse é um processo de difícil implementação, mas Sorocaba já é uma Cidade Educadora. A primeira coisa que é mais complicada quando se fala em Cidade Educadora é que as pessoas pensam que se trata apenas de um assunto da área da Secretaria da Educação, quando na verdade é preciso ter uma integração entre as secretarias de forma que Esporte, Saúde, Cultura, Educação e Assistência Social dialoguem entre si e possam criar elementos comunicativos.

Uma das ideias que tenho desenvolvido há algum tempo é uma plataforma digital que já está hoje em 12 cidades, que é o site Catraca Livre (http://catracalivre.com.br), que divulga tudo o que você pode fazer de graça ou a preço popular em uma cidade e isso tudo pode ser incorporado ao currículo escolar, por exemplo quando você tem uma exposição, um filme, que o educador possa complementar essa ida à exposição ou ao concerto dentro da sala de aula.

Eu sei que é complicado, mas assim como foram criados itens no Enem que todo mundo segue, o educador também pode criar itens baseados em coisas que a cidade te ensina, então se o estudante tiver de aprender fotossíntese, será que não é interessante ir a um parque? Quantas indústrias não têm em Sorocaba que você pode levar os alunos para visitarem e tirar lições?

Outro exemplo é o jornal, que pode desenvolver um trabalho com estudantes como ajudar na montagem de blog, de site, ensinar fotografia, então esse é um processo que exige um desprendimento, um pedaço do que eu sei eu vou compartilhar. Sorocaba tem projetos interessantes, tem muitas coisas que acompanhei e Sorocaba está no caminho certo.

Há muito tempo a entidade que a gente criou, a Cidade Escola Aprendiz, trabalha com Sorocaba. Nós ajudamos a montar o conceito de Cidade Educadora no município.

P - Em suas colocações, você defende uma escola onde o professor seja quase um tutor, que trabalhe com as dúvidas dos alunos, sempre com a ideia de projetos. Hoje, no entanto, estamos inseridos em um sistema que necessita da padronização, precisamos alfabetizar na idade certa, precisamos que até determinada idade as pessoas saibam determinados conteúdos para que assim possam concorrer a exames como o Enem, o vestibular...

Como seria uma escola em que o aprendizado se dá a partir do interesse dos alunos? E como seria um vestibular, já que os estudantes estariam com diferentes níveis de aprendizado?

GD -
Eu acho que tem de ter conteúdos, é óbvio, senão você não aprende a escrever, não aprende o básico da matemática, ciências...

O que me incomoda é a desvinculação grande dos conteúdos escolares do cotidiano dos estudantes, as pessoas aprendem coisas que não sabem pra que vão usar, então podem até servir para entrar na faculdade mas não servem para formar um trabalhador.

Quando você vai trabalhar, o que as pessoas exigem do trabalhador é que ele seja criativo, que saiba trabalhar em equipe, lidar com a velocidade do conhecimento, uma série de atitudes que sem elas você dificilmente consegue ser inovador, empreendedor, se manter em um mundo cada vez mais competitivo.

A questão central é que o conhecimento é cada vez mais veloz, então hoje não é tão importante adquirir conteúdo mas como fazer a gestão desse conhecimento.

O grande papel da educação é formar pessoas criativas e com imaginação e você não faz isso entuchando de testes. Isso não quer dizer que não acho importante ir para as melhores faculdades, mas é importante também ter habilidades que te ajudem a ser um bom empresário, um bom trabalhador, capaz de ser inventivo.

P - E o professor consegue dar conta de tudo isso?

GD -
Esse trabalho também é da família, da comunidade como um todo, além da escola. Veja quantos recursos digitais tem hoje capazes de ajudar o jovem a aprender por conta própria, então obrigar o menino a decorar coisas numa sala de aula quando esse conhecimento está na internet, e o professor repete o que está lá, eu acho um escândalo.

Outra coisa: por que a criança tem de ir todos os dias na escola, se ela pode ficar em casa nos outros dias e passar o tempo compartilhando coisas? Essa é a geração que mais compartilha coisas na história da humanidade, a geração criada com redes sociais.

Não estou falando contra a escola. Já tem várias escolas que funcionam assim, durante três meses você fica fora da escola.

Outra coisa, as boas escolas integrais são aquelas te oferecem conhecimentos diferentes, teatro, dança, tecnologia...

Isso também não quer dizer que eu não ache importante ter um espaço chamado escola, acho que a escola vai mudar, pode não ter mais sala de aula, mas enquanto existir informação vai ser preciso ter pessoas que ajudem a pegar essa informação, que é o papel do professor.

P - Como está o projeto Bairro-Escola hoje? Está sendo realizado da forma que planejou?

GD -
O começo é que é sempre muito difícil, você trabalha com a ideia de que a escola tem de derrubar os muros, se integrar ao cotidiano, que a aprendizagem acontece em diferentes espaços, mas aí você vê que nem o básico a escola consegue fazer: os alunos não aprendem português direito, matemática direito, as salas estão superlotadas, os professores estão desmotivados, são mal remunerados, os diretores estão despreparados, mas tem um grupo de pessoas que tem de lidar com o presente para projetar soluções para o futuro, né?

O Bairro-Escola é um projeto que você faz um mapeamento em cima de uma cidade, verifica quais os recursos disponíveis e tenta estabelecer ligação entre os estudantes e esses conteúdos, como cinema, teatro, espaços culturais e também os recursos digitais, né?

Se você pegar as pessoas que têm alto desempenho no trabalho, quem são essas pessoas? São aquelas que em geral estudam o tempo todo, estão sempre se atualizando.

Você não tem uma pessoa de alto desempenho no seu trabalho que não aprenda, pelo contrário, são pessoas que fazem cursos, vão a palestras, fazem mestrado, doutorado, assinam newsletteres, vão a concertos, enfim, têm um repertório cultural razoável.

Você consegue imaginar alguém que é um executivo bem sucedido que não está aprendendo o tempo todo, se informando, indo a congressos, seminários? O que a gente quer é que todas as pessoas possam ter um alto desempenho, nas mais variadas áreas.

P - Para finalizarmos, o que você tem a dizer sobre o atual momento da educação brasileira?

GD -
Tivemos grandes evoluções nos sistemas de avaliações, também estamos tendo uma preocupação cada vez maior com a educação, as pessoas estão buscando soluções mais variadas, mas o grau de deficiência que ainda tem é terrível, né?

Considero importante as pessoas estarem na escola, mas acho que têm de ser criados mecanismos mais profundos que acompanhem o processo de aprendizagem.

Fiz da minha vida um trabalho dentro da comunicação a favor da educação e agora atuo desenvolvendo soluções e disseminando elas.

Me interessei pela educação porque é uma questão essencial para o desenvolvimento da sociedade, para a melhoria da sociedade, e é também o que eu gosto de fazer.

O jornalista, o comunicador, também é um educador, mas eu acabei por radicalizar a profissão e acabei entrando em um processo que pudesse interferir na sala de aula. (Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul)

UNIVERSITÁRIO PADRÃO É MULHER E ESTUDA À NOITE

(Por Rafael Targino, do UOL)  - Ana Carolina Cabrelli, 21, acorda todos os dias às 6h da manhã para ir ao trabalho. Depois de uma hora dentro do transporte público de São Paulo, ela chega à fábrica onde faz estágio. O dia dela, no entanto, só termina por volta das 23h30, depois que ela volta da faculdade particular onde cursa nutrição.

Carolina Cabrelli, 21, é estudante de nutrição na Uninove, em São Paulo. Ela é o "modelo" do aluno brasileiro de ensino superior: mulher, estuda em instituição privada e está fazendo bacharelado no turno noturno. Em um dia normal, Carolina acorda às 6h e sai de casa por volta das 7 da noite.

Além de ter a rotina de boa parte dos estudantes brasileiros, Carolina é praticamente um “modelo” de aluna do ensino superior presencial do país, segundo estudo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais): mulher, frequenta uma instituição privada, faz bacharelado noturno e tem 21 anos.

Perfil do universitário brasileiro


Presencial
A Distância
Sexo
Feminino
Feminino
Categoria
Privada
Privada
Grau
Bacharelado
Licenciatura
Turno
Noturno
--
Idade
21
29
Idade de ingresso
19
28
Idade de conclusão
23
31

(Fonte: MEC/Inep)

Os dados do Inep estão no Resumo Técnico do Censo da Educação Superior 2010. No ensino a distância, o perfil é semelhante: a aluna é mulher, tem 29 anos e faz uma licenciatura numa instituição privada.

Neste ano, o governo traçou um perfil do estudante brasileiro por curso. As mulheres “dominam” os cursos das áreas de educação, humanidades e artes, ciências sociais, negócios e direito, saúde e bem estar social e serviços. Já os alunos dos cursos de ciências, matemática e computação, engenharia, produção e construção e agricultura e veterinária são majoritariamente homens.

Turma de Carolina só tem mulheres


Carolina diz que se decidiu por nutrição ao manter contato com pessoas da área de saúde. Segundo ela, em sua turma, na Uninove (Universidade Nove de Julho), o perfil padrão se repete: só há meninas. “A maioria também acorda supercedo, vai trabalhar e dorme supertarde”, conta.

Ela diz se arrepender de não ter prestado vestibular para a USP (Universidade de São Paulo). “Não estudei pra isso e acho que deveria ter me dedicado mais pra tentar uma faculdade pública”, diz.

Mesmo feliz com a opção escolhida, a estudante diz ter dúvidas se escolheu o curso certo. “[Na época do vestibular] Não pensei em fazer outro curso. Agora, penso em fazer outra coisa. Gosto muito do que eu faço, mas não sei se foi a escolha certa. Às vezes, cogito fazer outro curso. Alguma coisa relacionada a marketing”, afirma.

Perfil do universitário por área - cursos presenciais


Educação
Humanidades e artes
Ciências sociais, negócios e direito
Ciências, matemática e computação
Sexo
Feminino
Feminino
Feminino
Masculino
Categoria
Privada
Privada
Privada
Privada
Modalidade
Presencial
Presencial
Presencial
Presencial
Grau
Licenciatura
Bacharelado
Bacharelado
Bacharelado
Turno
Noturno
Noturno
Noturno
Noturno
Idade
21
21
21
21
Idade (ingresso)
19
19
19
19
Idade (concluinte)
23
22
23
22
Engenharia, produção e construção
Agricultura e veterinária
Saúde e bem estar social
Serviços
Sexo
Masculino
Masculino
Feminino
Feminino
Categoria
Privada
Pública
Privada
Privada
Modalidade
Presencial
Presencial
Presencial
Presencial
Grau
Bacharelado
Bacharelado
Bacharelado
Tecnológico
Turno
Noturno
Integral
Integral
Noturno
Idade
20
21
21
20
Idade (ingresso)
19
18
19
19
Idade (concluinte
23
23
23
22

(Fonte:MEC/Inep)

Para construção do perfil do aluno, foi considerada a moda: medida de posição que identifi ca o atributo com maior frequência na distribuição dos aspectos selecionados

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