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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

GRUPO PÃO DE AÇÚCAR MANTÉM LIDERANÇA


Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart são as três primeiras marcas listadas no ranking elaborado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) em parceria com a PwC. Somadas, as 120 maiores empresas do varejo brasileiro em 2012 movimentaram R$ 326 bilhões, o equivalente a 28% das vendas de bens de consumo no País, exceto de veículos e combustíveis.

Anunciado nesta terça-feira 26, o levantamento mostra que o Grupo Pão de Açúcar, controlado pelo francês Casino, se mantém na liderança do varejo brasileiro com faturamento de R$ 57,2 bilhões 2012, enquanto Carrefour e Walmart alcançaram valores de R$ 31,4 bilhões e R$ 25,9 bilhões, respectivamente. Lojas Americanas, Cencosud, Magazine Luiza, Máquina de Vendas, Makro, Boticário e Raia Drogasil completam a lista das dez maiores varejistas do País. (Meio&Mensagem)

INDÚSTRIAS PREOCUPADAS COM SUSTENTABILIDADE
Pesquisa realizada com 276 indústrias de Santa Catarina mostra que 98% delas estão preocupadas com a sustentabilidade nas perspectivas econômica, ambiental e social.
O levantamento, realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) em conjunto com a UFSC e a Udesc, foi apresentado na quarta-feira (20), durante o seminário tecnologia e sustentabilidade, realizado em Florianópolis, em parceria com a Acate. O levantamento integra o Plano de Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, inciativa da FIESC.
No grupo pesquisado, 56,5% das companhias afirmam que a política ambiental está contemplada no planejamento estratégico ou está sendo formalizada; 16,3% estão implantando a prática; 14,5% pretendem considerar a questão ambiental no planejamento e 12,7% não realizam ações nesse sentido.

O estudo relevou ainda que 35,5% das empresas ouvidas reaproveitam de 71% até 99% dos resíduos sólidos; 14,1% reutilizam de 11% até 30% e 11,2% reaproveitam de 31 até 50% dos resíduos enquanto 5% reutilizam 100%.
O levantamento também mostrou que 31,9% das indústrias têm projetos para reduzir o consumo de energia; 29,4% têm ações para diminuir o consumo de água; 26,7% têm iniciativas para reduzir o consumo de matéria-prima e 11,9% delas não têm projetos nesse sentido.

Um dos autores da pesquisa, o professor da UFSC Blênio Cezar Severo Peixe disse que no levantamento ficou muito claro que as empresas, de maneira geral, estão preocupadas e procurando inovar, buscando a competitividade.
"O mercado é global e exige que as empresas busquem adequação a determinadas orientações e princípios nos aspectos ambientais, além de considerar a questão cultural, social e econômica para ter sustentabilidade nos negócios. O consumidor é o principal ativo de uma empresa. Se não houver consumo, não tem empresa com rentabilidade", ressaltou.

Quando perguntadas se na definição dos objetivos e metas a organização leva em consideração a opinião dos públicos de relacionamento, 38,8% disseram que esta prática está formalizada, 23,9% que a ação está em processo de formalização e 21% estão iniciando a implantação dessa prática ou pretendem realizá-la. As demais não têm iniciativas nesse sentido. 

Em sua apresentação, a consultora do SESI/SC Simone Faustine afirmou que o ciclo de produção e consumo é o desafio do desenvolvimento sustentável.
"Se pensarmos em tecnologia e novos processos produtivos e produtos sustentáveis, a indústria tem avançado muito embora tenha recebido menos incentivo do governo. Se pararmos para avaliar a relação entre incentivos e políticas voltadas à questão da inovação tecnológica e o quanto as empresas têm inovado neste sentido, elas estão à frente", disse.

O levantamento também mostrou que 25,7% das indústrias têm seus produtos ajustados à produção limpa, sistema que se preocupa com todo o ciclo do produto; 37,3% estão formalizando esta prática e 17,7% estão iniciando a implantação desta prática ou pretendem formalizá-la, 11,2% realizam alguma prática nesse sentido.

Quanto à divulgação das ações de sustentabilidade, 56,2% das empresas disseram que não divulgam relatório de ações, 16,7% apresentam as iniciativas por meio do balanço social, 10,9% comunicam suas ações por meio do Global Reporting Ineciative (GRI), metodologia de referência mundial na elaboração de relatórios de sustentabilidade.
As demais indústrias divulgam suas ações nos relatórios de responsabilidade social ou ambiental ou por outros meios.
Participaram do estudo empresas dos complexos agroindustrial, elétrico e metalúrgico, têxtil, mineral, florestal, tecnológico, químico, construção civil e energético.

Plano: no encontro, a Federação apresentou as principais ações previstas no Plano de Sustentabilidade, que é formado por 16 áreas de atuação e tem mais de 60 ações concretas em áreas como energias renováveis; eficiência energética; mudanças climáticas; produção mais limpa e recursos hídricos.
No âmbito do Plano já foram realizado seminários regionais, estudo sobre cabotagem como alternativa para a melhoria da mobilidade, cursos de capacitação em inventário corporativo de gases de efeito estufa; levantamento e monitoramento das obras relacionadas com a mitigação dos efeitos e contenção das enchentes em Santa Catarina e contribuições ao documento da CNI sobre o marco legal do licenciamento ambiental em âmbito nacional. (Fonte: Fiesc)

ANJ AMEAÇA PROCESSAR EL PAÍS NO BRASIL

 

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) pode ir à Justiça contra o El País, jornal espanhol que estreou sua versão brasileira e digital na terça-feira, 26. A alegação é de que o veículo supostamente fere a Constituição, que limita o investimento de capital estrangeiro nas empresas de comunicação no Brasil em 30%.
Ao Meio & Mensagem, Juan Luis Cebrián, CEO do Grupo Prisa, qualificou esse limite como “obsoleto” e disse que não concorre com a imprensa nacional tanto em conteúdo como em receita anunciante.
 
“O nosso foco é ibero-americano. Trabalhamos nas notícias mais importantes do Brasil, mas também queremos estabelecer uma ponte com leitores que não são abastecidos pelo conteúdo que já existe”.
 
De acordo com a Folha de S. Paulo, na Junta Comercial de São Paulo, o El País aparece como dono da filial no País, com 99% capital. O Grupo Prisa, detentor do jornal, tem 1%. (Meio&Mensagem)

TV INAUGURA CURADORIA ESTRATÉGICA DE MÍDIA NA WEB

São sempre bem-vindas as iniciativas para qualificar o mercado brasileiro de produções audiovisuais, que anda borbulhando de demanda. Nesta quarta-feira (27), o segmento ganhou o ComoSeFaz.TV, primeiro e único portal do Brasil que funciona como um hub de curadoria estratégica em conteúdo de mídia com foco em produção audiovisual.
O objetivo é analisar, acompanhar e viabilizar todos os processos de produção de ideias, a fim de transformá-las em projetos de entretenimento para televisão aberta ou por assinatura, bem como para a internet e ambiente mobile.
Além disso, a ferramenta agrega autores, produtores, exibidores e investidores em uma única plataforma e une todos os elos necessários para que uma ideia seja transformada com sucesso em um produto audiovisual, seja de entretenimento ou de branded content.
O projeto foi idealizado pela publicitária Sandra Freitas e oferece três braços de consultoria para atingir autores, produtores, agências (planejamento, criação e mídia), investidores e exibidores: (TV, RTV e Global).
“Fazemos a captação junto aos produtores, conectamos e gerenciamos conteúdos eletrônicos para atender às necessidades de anunciantes, emissoras de televisão e de rádio, editoras, produtores de cinema e agências de comunicação”, explica Sandra, que além de sócia é diretora geral da ComoSeFaz.TV.
O ComoSeFaz.TV conta com uma equipe que inclui planejadores, pesquisadores de tendências, diretores de arte e redatores, profissionais de mídia designers e produtores culturais que analisam os projetos como produtos. (Redação Adnews)

O GLOBO E EXTRA USAM NOVO FORMATO COMERCIAL


 


Aproveitar um pequeno espaço das notícias para exibir o conteúdo do anunciante. Esse é o novo modelo comercial que o Extra e O Globo trazem para seus respectivos portais.

Para não incomodar a navegação do usuário com anúncios, o formato In Image usa links em fotos ou matérias para dar acesso ao conteúdo publicitário. O formato comercial pode se conectar a e-commerce, redes sociais e galerias de fotos. A primeira marca a anunciar no formato, a TRESemmé, apresenta informações sobre a linha Split Remedy, incluindo um vídeo.

O dispositivo foi desenvolvido pela empresa suíça Contadd, especializada em rich media. Segundo comunicado, o formato é comum na Europa e estreia agora no Brasil. (Meio&Mensagem)

 


TED ABRE INSCRIÇÕES PARA EVENTO NO RIO DE JNEIRO


 


Depois de ser realizado em diversos países como Reino Unido, Escócia e Estados Unidos, o TED, organização sem fins lucrativos conhecida pelo lema “Ideas worth spreading”, anunciou que sua conferência anual TEDGlobal acontecerá no Rio de Janeiro em 2014. E nesta quarta-feira, 27, o evento abriu as inscrições para Conferência que ocorrerá entre os dias 6 e 10 de outubro do próximo ano, na Praia de Copacabana.

Intitulada "Sul!", a edição será uma celebração da inovação, do dinamismo e da criatividade que ocorrem em todo o hemisfério Sul do planeta. Além disso, o evento contará com aproximadamente 70 palestras ao vivo.

De acordo com a organização do evento o Rio de Janeiro foi escolhido por diversas razões, dentre elas a importância da América Latina para o mercado global. Além disso, líderes brasileiros têm dado apoio fundamental para trazer o TED ao Rio, e estão comprometidos em ajudar a fazer do TEDGlobal 2014 um sucesso.

A transferência para a América Latina é parte das celebrações de 30 anos do TED, que já havia anunciado no início deste ano a mudança de sua conferência anual de Long Beach, na Califórnia, Estados Unidos, para Vancouver, no Canadá.

Inscrições:
http://conferences.ted.com/TEDGlobal2014/  (Meio&Mensagem)
 

A AGRICULTURA  E A BIODIVERSIDADE

(Texto de Karina Toledo, distribuído pela Agência FAPESP Além da produção de alimentos, serviços e energia, as paisagens agrícolas têm uma função secundária, mas não menos importante, que pode e deve ser fortalecida: a conservação da diversidade biológica.

O tema foi abordado por Luciano Martins Verdade, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA-USP), durante o último encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA-FAPESP Educação, organizado pelo Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade de São Paulo (BIOTA). O evento teve como tema Biodiversidade em Ambientes Antrópicos – Urbanos e Rurais.

“Existe atualmente um conflito entre o setor produtivo e o de conservação. Mas a produção tem de levar em conta a conservação da biodiversidade, que já está lá e pode ser ainda mais rica.”

“Em contrapartida, as iniciativas ambientalistas ligadas à conservação devem considerar o papel que a agricultura tem para a civilização. Não dá para 7 bilhões de pessoas voltarem a ser coletoras. A importância da agricultura é muito grande para que a gente possa se dar ao luxo de ser contra”, defendeu Verdade.

O professor da USP, que também é membro da coordenação do programa BIOTA-FAPESP, acaba de concluir um Projeto Temático no qual estudou o processo histórico de mudança da paisagem agrícola no Estado de São Paulo desde os anos 1850 – quando surgiram as primeiras propriedades privadas – e seu resultado nos padrões atuais de diversidade biológica.

“A história dessa estruturação fundiária logicamente determinou a estrutura da paisagem. Essas grandes estâncias, as sesmarias, foram sendo divididas e cidades foram surgindo em função do comércio proveniente dessas propriedades. Isso tudo se refletiu na estrutura atual de paisagens agrícolas, que tem uma determinada diversidade biológica”, disse Verdade.

Segundo ele, atualmente, ainda predominam no Estado de São Paulo as pastagens voltadas à criação de gado bovino – seguidas pelos canaviais para a produção de etanol e pelas florestas de eucalipto destinadas à produção de papel e celulose.

“Nessas propriedades há mais remanescentes florestais do que nas Unidades de Conservação (UCs) do Estado e, quando começamos o projeto, as paisagens agrícolas nem sequer eram consideradas habitats pelos ambientalistas. Diziam que lá não tinha bicho para ser preservado, mas qualquer pessoa que já tenha pisado em um canavial ou em um eucaliptal sabe que isso não é verdade”, disse.

De acordo com os resultados do Temático, há nas paisagens agrícolas de São Paulo 27 diferentes espécies de mamíferos de médio e grande porte, 17 espécies de mamíferos de pequeno e médio porte, 202 espécies de aves, 18 de répteis, 31 de anfíbios e 55 de peixes.

“A maioria é de espécies generalistas, ou seja, aquelas que usam a paisagem como um todo e não ficam restritas apenas aos fragmentos de vegetação nativa”, explicou Verdade.

Ainda de acordo com os dados do Temático, as plantações de eucalipto são menos permeáveis às aves do que as pastagens, porém mais convidativas para mamíferos e anfíbios.

São presenças frequentes no eucaliptais, por exemplo, o tamanduá (Myrmecophaga tridactyla) e a onça parda (Puma concolor). Já nas pastagens é possível observar a presença da seriema (Cariama cristata), da coruja-buraqueira (Athene cunicularia) e do tucano-toco (Ramphastos toco), por exemplo.

“Mamíferos de médio e grande porte, como o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), são menos diversos em pastagens, porém comuns em canaviais. Os roedores e seus predadores são mais frequentes em canaviais do que nos fragmentos de mata nativa”, disse Verdade.

“Uma das principais conclusões do projeto é que essa diversidade não pode ser vista momentaneamente. Ela não é fruto da estrutura espacial de hoje e sim do processo histórico que a formou. Os padrões de diversidade biológica mudam na medida em que muda o uso da terra. E o uso da terra está mudando no Estado de São Paulo”, afirmou Verdade.

De acordo com o pesquisador, há hoje uma grande pressão socioeconômica para que as pastagens de baixa produtividade sejam substituídas pelos canaviais e pela silvicultura, o que terá grande impacto sobre o meio físico e sobre as espécies que ali habitam.

“Haverá, por exemplo, um maior uso de fertilizantes, defensivos agrícolas e outros produtos químicos, o que praticamente não ocorre nas pastagens. Hoje é impossível saber se a mudança será boa ou ruim.”

“Vamos começar a ter capacidade de prever cenários quando entendermos esses processos históricos, socioeconômicos, culturais, evolutivos, ecotoxicológicos que determinam os padrões de diversidade biológica”, disse Verdade.

Na avaliação do professor da USP, além de ampliar o entendimento dos processos que determinam os padrões de diversidade biológica é preciso que os envolvidos com biologia da conservação invistam em inovação tecnológica.

“Com a ampliação da base conceitual e inovação tecnológica poderemos ajudar no processo de tomada de decisão ligados à governança. Poderemos, de fato, dar às paisagens agrícolas a sua missão multifuncional.”

“Manter o seu caráter de produção de espécies domesticadas, mas associar a ele uma missão secundária, mas não menos relevante, que é a de promover a conservação de espécies selvagens”, defendeu.

Fauna urbana

A diversidade da fauna em ambientes antrópicos urbanos foi o tema da palestra de Elisabeth Höfhling, professora do Instituto de Biociências da USP (IB/USP). De acordo com a pesquisadora, os insetos representam o grupo de maior diversidade nas cidades, mas também há muitas espécies de aves, aranhas, répteis, mamíferos, anfíbios e até mesmo marsupiais.

A diversidade vegetal de cada região é, segundo Höfhling, o aspecto mais determinante para a diversidade da fauna urbana. Mas também são fatores importantes a disponibilidade de alimento, abrigo, água e materiais para construção de ninhos.

Entre os aspectos que contribuem para o declínio de espécies animais em áreas urbanas estão a poluição química presente no ar, na água e na vegetação, a poluição sonora, que causa perda de audição, estresse e alterações na comunicação sonora, e a iluminação artificial, que afeta o ciclo biológico de dia e noite.

Entre as espécies introduzidas pelo homem que se tornam comuns nos ambientes urbanos destacam-se o pardal (Passer domesticus), o pombo-doméstico (Columba livia) e o bico-de-lacre (Estrilda astrild).

De acordo com um levantamento coordenado por Höfhling e publicado no livro Aves no Campus, somente na Cidade Universitária da USP, na zona oeste da capital, há cerca de 161 espécies de aves.

A diversidade da flora nos ambientes urbanos foi o tema da palestra de Roseli Buzanelli Torres, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

A pesquisadora ressaltou a importância da arborização nas cidades para aumentar os níveis de umidade do ar, reduzir a temperatura, a velocidade dos ventos e das enxurradas, conservar o asfalto, reter as partículas poluentes e oferecer conforto emocional e psíquico aos moradores.

“Estima-se que árvores com copas densas possam reter até 98% da radiação solar e as de copas ralas entre 60% a 80%. Além disso, podem reter até 60% da água nas duas primeiras horas de chuvas. Tudo isso diminui o risco de inundações e facilita o abastecimento do lençol freático”, afirmou.

No encerramento do encontro, o coordenador do Programa BIOTA-FAPESP, Carlos Alfredo Joly, anunciou a realização de um novo ciclo de conferências educativas em 2014. O objetivo da iniciativa é contribuir para o aperfeiçoamento do ensino de ciência, principalmente no ensino médio.

Entre os temas previstos estão Serviços Ecossistêmicos – conceito e valores (20/02), Biodiversidade e Polinização (20/03), Biodiversidade e Proteção a recursos hídricos (24/04), Biodiversidade e Mudanças climáticas e biodiversidade (22/05) e Biodiversidade e Ciclagem de Nutrientes (26/06). 

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EDUCAÇÃO PARA COMBATER A DESIGUALDADE

(Texto de Washington Castilhos, distribuído pela Agência FAPESP) Qual a melhor estratégia para enfrentar a desigualdade social, uma das grandes barreiras para a sustentabilidade global? Cientistas reunidos no 6º Fórum Mundial de Ciências (FMC), que ocorreu no Rio de Janeiro.

“Precisamos compartilhar o conhecimento científico”, defendeu o geneticista inglês John Burn, professor de genética clínica na Newcastle University, no Reino Unido, e um dos colaboradores do consórcio do Projeto Varioma Humano, iniciativa global criada em 2006, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que visa à redução de doenças de origem genética por meio do compartilhamento de dados sobre alterações genômicas.

“O sequenciamento do genoma humano nos permitiu dar respostas. Conhecemos inteiramente o DNA do homem, mas isso não é a solução. É preciso saber como interpretá-lo. Todos nós carregamos uma mutação genética, mas o importante é saber quantas variações podem levar a doenças. Se todos compartilharem essa informação, podemos reduzir em muito o risco de doenças”, afirmou o cientista, que em 2009 foi condecorado com o título de Sir pelos serviços prestados à Medicina.

Burn salientou o quanto a ciência tem se tornado cada vez mais inclusiva, citando como exemplo o teste de sequenciamento genético. “Há dez anos, quem podia fazer o seu mapeamento genético? A tecnologia de um teste de DNA custava US$ 100 mil. Hoje custa cerca de US$ 5 mil”, observou.

Burn lembrou o quanto o teste genético se tornou popular após ter permitido à atriz Angelina Jolie se livrar do risco de desenvolver um câncer de mama com uma mastectomia, depois da descoberta de uma mutação genética hereditária no gene BRCA1. Mulheres com mutação neste gene têm um risco de 55% a 85% de ter câncer de mama. Com a cirurgia, o risco de a atriz desenvolver a doença caiu para 5%.

“Angelina Jolie prestou um grande serviço. Mas a mutação que ela apresentava era conhecida e, portanto, mais fácil de ser detectada. No entanto, temos que reconhecer que todas as pessoas são diferentes, daí a importância do compartilhamento de informações. Sobretudo para o Brasil, país de etnias tão diferentes”, disse Burn.

“Recentemente, tivemos conhecimento de que uma em cada 300 mulheres do sul do Brasil carregavam a mutação R337H no gene p53, responsável por um em cada 12 casos de câncer de mama. Tal informação pode ser importante para mulheres do outro lado do mundo. Compartilhar o conhecimento pode salvar vidas”, disse o geneticista.

No projeto Varioma Humano (HVP) a informação é coletada da literatura, dos laboratórios ou dos registros dos pacientes e compartilhada para todo o mundo. Com sede em Melbourne (Austrália), fazem parte do HVP 18 países e o consórcio conta com a colaboração de 1.200 membros em todo o mundo. O Brasil não faz parte do consórcio.

Saída pelo capital humano

Se a genética tem se mostrado um instrumento de eliminação de desigualdades, no Brasil os avanços no campo da educação podem ser relacionados à crescente inclusão social, afirmou o economista Ricardo Paes de Barros, secretário de assuntos estratégicos da Presidência da República.

“O progresso na educação brasileira, aliado ao aumento de renda da população, é o que tem nos permitido reduzir as iniquidades sociais”, disse Paes de Barros, em sua apresentação no FMC.

Ainda há, no entanto, segundo ele, muitos desafios a serem superados. “Embora a renda atual tenha aumentado aproximadamente 30% em relação a 2003, o país ainda enfrenta problemas relacionados à produtividade. E como podemos ter um país onde os salários aumentam mais que a produtividade?”, questionou.

Diferentemente do representante brasileiro, a economista chinesa Linxiu Zhang, vice-diretora do Centro Chinês para Políticas de Agricultura, assumiu que as desigualdades na China – país que forma com o Brasil, a Rússia, a Índia e a África do Sul o bloco conhecido como Brics – persistem. “Ainda falta alcançarmos a equidade no que diz respeito ao capital humano, ou seja, em relação à educação e à saúde”, disse Zhang.

“Em dez anos, nossa renda aumentou somente 10% e apenas 40% dos alunos do ensino médio de áreas rurais vão para a universidade. Nossos estudos também mostram que 40% dos alunos não completam nem sequer o ensino médio”, afirmou.

De acordo com a economista, "diferentemente de países que, com sucesso, conseguiram alcançar o status do crescimento com equidade – como Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Irlanda, Nova Zelândia –, a China segue os passos de países que alcançaram o crescimento com alto nível de desigualdades – como a Argentina (nos anos 1950), Venezuela, Brasil e Chile (nos anos 1960/1970) e o México de hoje em dia".

Outro tema abordado na mesa da qual participaram John Burn, Ricardo Paes de Barros e Linxiu Zhang foi a relação entre o aumento populacional e a desigualdade social.

Os cientistas discutiram se o tratamento igualitário na solução do problema é que vai produzir a igualdade entre as pessoas ou se é o tratamento diferenciado do problema que vai fazer chegar à solução das desigualdades sociais. Os cientistas apostam na segunda alternativa.

“Depende de qual país estamos falando. A taxa de fecundidade no Brasil está em constante declínio e já se encontra abaixo do nível de reposição. Ou seja, em alguns anos seremos um país de idosos. Então, dependendo do país, há de se desenvolver políticas de redução ou de aumento populacional”, afirmou Barros.

“O tratamento para cada família deve ser diferente, porque elas têm necessidades diferentes”, avaliou Zhang.

O Fórum Mundial de Ciência 2013 é organizado pela Academia de Ciências da Hungria em parceria com a Unesco, o International Council for Science (ICSU), a Academy of Sciences for the Developing World (Twas), a European Academies Science Advisory Council (Easac), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a American Association for the Advancement of Science (AAAS), com a missão de promover o debate entre a comunidade científica e a sociedade. Detalhes: www.sciforum.hu 


OPORTUNIDADES

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PIPE abre chamada de propostas para primeiro ciclo de 2014 A FAPESP lançou chamada de propostas para o 1º Ciclo de Análises em 2014 do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). Estão reservados até R$ 15 milhões para atendimento às propostas selecionadas. A data-limite para apresentação das propostas na FAPESP (ou data de postagem) é o dia 3 de fevereiro de 2014.


As propostas de financiamento devem conter projetos de pesquisa que possam ser desenvolvidos em duas fases: 1) demonstração da viabilidade tecnológica de produto processo, com duração máxima de nove meses e recursos de até R$ 200 mil; 2) desenvolvimento do produto ou processo inovador, com duração máxima de 24 meses e recursos de até R$ 1 milhão.

Quando os proponentes já tiverem realizado atividades tecnológicas que demonstrem a viabilidade do projeto podem submeter propostas diretamente à Fase 2.

Podem apresentar propostas pesquisadores vinculados a empresas de pequeno porte (com até 250 empregados) com unidade de pesquisa em desenvolvimento no Estado de São Paulo.

O manual completo para submissão de propostas está disponível no endereço:www.fapesp.br/pipe.

A FAPESP divulgará o resultado enviando a cada proponente os pareceres técnicos dos avaliadores. Os pareceres podem ser úteis para o aperfeiçoamento da proposta, seja ela aprovada ou não. Em caso de não aprovação o proponente poderá aperfeiçoar a proposta corrigindo as falhas apontadas e submeter nova solicitação em edital subsequente.

Mais informações sobre a chamada: www.fapesp.br/7382.

Para atender os interessados em participar das chamadas, será realizada no dia 18 de dezembro, das 9h às 12h, no Auditório da FAPESP, uma reunião técnica sobre Apoio à Inovação na Pequena Empresa.

O workshop é gratuito. Para se inscrever, acesse:www.fapesp.br/eventos/pipe2014ciclo1/inscricoes . Detalhes: (11) 3838-4216 e 3838-4362 
 

. Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar tem vagas para docentes - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com inscrições abertas para os concursos que selecionarão dois professores adjuntos para o Departamento de Engenharia de Materiais.


Os docentes contratados atuarão em regime de dedicação exclusiva e receberão salário mensal de R$ 8.049,77. Para participar do processo é necessário que o candidato tenha título de doutor na área de materiais metálicos.

A subárea Materiais Metálicos aceita inscrições até 29 de novembro. Fundamentos de difusão, defeitos de estruturas cristalinas e solidificação de metais são alguns dos temas que serão exigidos nas provas.

Já a subárea de Metalurgia Mecânica receberá as inscrições até 3 de janeiro. Entre outros temas, a prova exigirá conhecimentos em deformação plástica e em mecanismos de endurecimento.

Os concursos são constituídos de provas escrita e didática, arguição do plano de trabalho e análise do curriculum vitae.

A prova escrita tem caráter eliminatório e versará sobre tema único que será sorteado uma hora antes do início. Os candidatos poderão dedicar esse período para fazer consultas aos materiais, mas não poderão utilizar as anotações durante a prova.

O tema da prova didática também será sorteado, porém com antecedência de 24 horas. A prova será realizada em sessão pública e os candidatos terão lousa e material digital disponíveis para utilização.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet e a documentação, enviada aos cuidados do Departamento de Provimento e Movimentação/DiDP/ProGPe, na Rodovia Washington Luís, km 235, Caixa Postal 676, Bairro Monjolinho, CEP 13565-905, São Carlos (SP).

Os editais podem ser acessados em www.concursos.ufscar.br/home.php 


. Programa de Pesquisa para o SUS tem nova chamada – O Ministério da Saúde (MS), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o governo do Estado de São Paulo, por intermédio da FAPESP, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, lançaram nova chamada de propostas para o Programa de Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em Saúde – PPSUS.


A chamada tem como objetivo apoiar atividades de pesquisa, mediante o aporte de recursos financeiros a projetos que promovam o desenvolvimento científico, tecnológico ou de inovação na área de saúde visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Poderão apresentar propostas pesquisadores com título de doutor ou qualificação equivalente, vinculados a instituição científica ou tecnológica situada no Estado de São Paulo.

As propostas aprovadas serão financiadas, conforme estabelecido em convênio firmado entre o CNPq e a FAPESP, com recursos no valor global estimado de R$ 8 milhões (R$ 4 milhões da FAPESP e R$ 4 milhões do Decit/SCTIE/MS).

Para esta edição a vigência dos projetos de pesquisa deverá ser de no máximo 18 meses. A submissão das propostas e o envio da documentação necessária poderão ser feitos até o dia 7 de janeiro de 2014.

Os formulários de submissão on-line estarão disponíveis no site da FAPESP a partir de 8 de novembro de 2013 e no Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISC&T) do MS a partir de 12 de novembro de 2013.

A chamada está disponível em: www.fapesp.br/8247 
 

. Instituto Butantan oferece curso de pós em Toxinologia O Instituto Butantan está com inscrições abertas,  para o mestrado acadêmico e o doutorado direto em Toxinologia.


Direcionado aos profissionais das áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas, Química e afins, o curso abrange estudos sobre venenos e toxinas de origem animal, vegetal e microbiana, incluindo o desenvolvimento de fármacos e da biologia dos animais peçonhentos ou venenosos.

O programa engloba estudos nas áreas de ecologia, fisiologia, morfologia, bioquímica, biofísica, farmacologia, imunologia e biologia celular e molecular. As linhas de pesquisas envolvem os temas: Toxinologia estrutural; Envenenamento e terapêutica; Toxinas e sistemas biológicos e Bioprospecção e desenvolvimento.

O processo seletivo é composto por prova escrita, entrevista sobre o currículo e o domínio do projeto e análise de currículo. Somente os candidatos que alcançarem nota mínima 5,0 na prova escrita serão convocados para a entrevista.

Além da documentação necessária, currículo e projeto de pesquisa a ser desenvolvido, o candidato deverá apresentar, no momento da inscrição, o comprovante de proficiência em língua inglesa para garantir seu interesse no programa de pós.

As inscrições são recebidas na secretaria da pós-graduação do Instituto Butantan, que fica na Avenida Vital Brasil, 1500, em São Paulo.

Mais informações sobre o programa http://posgrad.butantan.gov.br/ 
 

. 20ª Escola de Verão em Química Farmacêutica Medicinal O Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASSBio/UFRJ) promove, entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2014, a 20ª edição da Escola de Verão em Química Farmacêutica Medicinal.


O evento é direcionado a alunos e profissionais de Química, Farmácia e da área da saúde em geral. Cursos, conferências, workshops e discussões em mesas-redondas farão parte das atividades, que terão a participação de especialistas do Brasil e do exterior.

“Introdução à química farmacêutica medicinal”, “Metabolismo de fármacos e toxicologia” e “Ensaios farmacológicos pré-clínicos” são alguns dos cursos a serem ministrados no evento.

A programação completa pode ser conferida em www.evqfm.com.br/xx_evqfm/index.html
 

. Curso Internacional de Histologia Especial e Microscopia Quantitativa em 3-D A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e o Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA) realizarão, entre os dias 13 e 16 de março de 2014, o Curso Internacional de Histologia Especial e Microscopia Quantitativa em 3-D (Estereologia).


O curso será ministrado pelos professores Augusto Coppi, membro ativo da International Society for Stereology (ISS), e Francisco Javier Hernandez Blazquez, do Laboratório de Anatomia Microscópica e Imuno-Histoquímica da USP.

Cada dia será dedicado a um módulo específico, o que possibilitará aos participantes, após a conclusão, aplicar imediatamente as técnicas histológicas e os métodos estereológicos, com ou sem software de quantificação.

As inscrições podem ser feitas pelo e-mail linybio@gmail.com ou pelo telefone 11 3091-1314, com Aliny Ladd. São oferecidas 30 vagas.

Informações adicionais e programação podem ser conferidas emhttp://www.lssca.fmvz.usp.br/cursos.htm 

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