Pesquisar este blog

domingo, 8 de dezembro de 2013

DOMINGO É DIA DE AUDITORIA

 
AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO

 
AS PALAVRAS

 
“As pessoas compram percepções,  não realidades” (Francisco Alberto Madia de Souza)

 

Agora chega de enrolar: tirem o Projeto Cidade (de Florianópolis) da gaveta e votem.

 

ALEGRIA, UM NEGÓCIO MUITO SÉRIO

 

  

1.     O professor está almoçando no restaurante de uma Universidade.
Chega o Joãozinho com sua bandeja e senta-se ao seu lado.
O professor diz:
- "Um porco e um pássaro não se sentam juntos para comer."
O Joãozinho responde:
- Pois então, eu saio voando - e troca de mesa.
O professor "roxo" de raiva, decide vingar-se na próxima prova, mas o Joãozinho responde todas as perguntas brilhantemente.
Então o professor lhe faz a seguinte pergunta:
- "Você está caminhando pela rua e encontra uma bolsa, dentro está a sabedoria e muito dinheiro,
Qual dos dois você pega?"
E o Joãozinho responde sem titubear:
- "O dinheiro."
E o professor lhe diz:
-"Eu, em seu lugar, teria agarrado a sabedoria. O que acha?"
-"Cada um pega o que não tem" - responde Joãozinho
O professor, já histérico, escreve em uma folha da prova:
"Idiota" E a devolve ao Joãozinho.
Joãozinho pega a folha e se senta.
Depois de alguns minutos se dirige ao professor e diz:
-"O senhor assinou minha prova, mas não me deu a nota."
 
18. Volta e meia alguém na pergunta:
 
Por que você sempre começa com artigos e crônicas com uma piada  engraçada, costumam me fazer essa pergunta.
 
Porque eu sou sério, respondo sempre, para desconcerto de alguns.
 
Você está me gozando?
 
Não, nada de gozação.
 
Aprendi que quando a gente está mais descontraída  conversa mais, troca de ideias constantemente saca mais criativamente as coisas.
2.     Trabalhei na Almap.
 
Éramos 14 duplas de criação – 28 criativos.
 
 A brincadeiras eram constantes. Sempre havia alguém fazendo uma molecatem, contando piada nova, mas nem por isso travávamos ou atrasávamos mos algum trabalho. Ou deixamos de contribuir para que a Almap fosse  uma das agências mais criativas do Brasil. Como é hoje, aliás.
 

 

Lembro-me de um dia, alguns meses anos de ter sido contratado pela Almap, o Plínio, um baita redator, me interpelou:

 

“Você é aquele cara que faz colunas de publicidade?”

 

“Incrível, a gente achava que  você era sério demais com suas críticas, e nós não queriamos que você fosse contratado, porque ia estragar o ambiente.”

 

Não estraguei, fiz um monte de amigos e a Almap nunca deixou de ser o que é hoje.

 

E teve Norton, onde também trabalhei, e o GTM&C,m que ajudei a dirigir.

 

3.     Nesta última agência, inclusive, vivi um episódio muito interessante, que passo a narrar.

 

A pessoa  que me contratou me deu carta branca.

 

“Tem lá uma dupla de garotos inexperientes. Se quiser, eu os demito antes de você assumir e você leva pra lá a sua equipe.” 

 

       Eu não quis. Tenho horror de injustiças.

 

       Assumi e logo em seguida recebi um job. Informei-me

       a respeito, chamei a dupla, passei o trabalho pra

       dupla.

 

       Quando me apresentaram, fiquei horrorizado.

 

       “Isso é o melhor que vocês podem fazer?”,perguntei.

 

       “Não, mas o patrão não gosta de peças criativas.

      Disse que aqui não é lugar para brincadeirinhas. E

     Ameaçou nos mandar embora, caso insistíssemos.”

 

    Fiz, então, um desafio:

    “Vamos fazer uma coisa: façam o melhor que puderem.

   Se ele quiser mandar alguém embora,  serei eu.”

 

  O resultado foi sensacional. A campanha que eles

  Criaram tinha um nível excelente.

 

4.     Onde está o segredo da Almap, ds Norto  daquela época, no GTM&C?

 

No talento, claro, mas principalmente no bom humor.

 

Para gerar boas ideias, as pessoas têm de ser alegres. Precisam brincar, rir, contar e ouvir piadas e boas histórias. É daí que nascem as grandes ideias.

 

E grandes ideias são desconcertantes, como o Joãozinho da piada que contei no começo destas mal traçadas.

 

Infelizmente, não é isto com que você que tenho visto por aí.

 

5.     Nas agências que tenho visitado observo o pessoal hipnotizado pelo computador. Nenhuma brincadeira, nenhuma piada, nada rolando. É terrível.

 

6.     O resultado é isso que estamos vendo na nossa TV, por exemplo. Uma publicidade triste, sem histórias, mera repetição dos briefs.

 

É malho puro, de todo jeito.

 

7.     Já ouvi dizer que hoje isso ocorre porque não há mais tempo. Papo furado: falta de  tempo sempre aconteceu. Com uma agravante – não tínhamos as ferramentas disponíveis hoje.

 

8.     Minha tese é: precisamos avacalhar. Transformar o trabalho da agência em uma grande brincadeira.

 

Fazer com que a alegria volte a ser a alma do negócio.

 

Do nosso negócio, mas também do anunciante, que

vai vender mais.

 

E do consumidor, que passará, de novo, a prestar

atenção nos intervalos comerciais.

 

Fantástico o testamento da Kombi. Ideia como essa demora anos para aparecer.

 

EU, ETIQUETA

 

Carlos Drummond de Andrade

 

Em minha calça está grudado um nome

que não é meu de batismo ou de cartório,

um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida

que jamais pus na boca, nesta vida.

Em minha camiseta, a marca de cigarro

que não fumo, jamais fumei.

Minhas meias falam de produto

que nunca experimentei

mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido

de alguma coisa não provada

por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

minha gravata e cinto e escova e pente

meu copo, minha xícara,

minha toalha de banho e sabonete,

meu isso, meu aquilo,

desde a cabeça ao bico dos sapatos,

são mensagens,

letras falantes,

gritos visuais,

ordens de uso, abuso, reincidência

costume, hábito, premência,

indispensabilidade,

e fazem de mim homem-anúncio itinerante,

escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É doce estar na moda, ainda que a moda

seja negar minha identidade,

trocá-la por mil, açambarcando

todas as marcas registradas,

todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

eu que antes era e me sabia

tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,

ser pensante, sentinte e solidário

com outros seres diversos e conscientes

de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio,

ora vulgar, ora bizarro,

em língua nacional ou em qualquer língua

(qualquer, principalmente).

E nisto me comprazo.tiro glória

de minha anulação.

Não sou – vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

para anunciar, para vender

em bares, festas, praias, pérgulas, piscinas

e bem à vista exibo esta etiqueta

global no corpo que desiste

de ser veste e sandália de uma essência

tão viva, independente,

que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

meu gosto e capacidade de escolher,

minhas idiossincrasias tão pessoais

tão minhas que no rosto se espelhavam

e cada gesto, cada olhar,

cada vinco de roupa 

resumia uma estética?

Hoje sou costurado, sou tecido,

sou gravado de forma universal,

saio da estamparia, não de casa,

da vitrina me tiram, recolocam,

objeto pulsante mas objeto

que se oferece como signo de outros

objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

de não ser eu, mas artigo industrial,

peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é coisa.

Eu sou a coisa, coisamente.  (O Corpo. Rio de Janeiro: Record, p 85-7)

 

Lá em cima a comunicação deve estar muito mal e por isso precisando de um baita reforço. Primeiro, levou o Júlio Cosi Agora, o Petrôneo.

 

DOIS TEXTOS PRA GENTE SE EMOCIONAR. E APRENDER:

 

1.   Obrigado, Petrôneo Corrêa.

Se não fosse por você,

Não estaríamos aqui.

Nem os nossos sonhos.

 

Com a fundação da MPM, em 1957,  Petrôneo Correa

Ajudou a tornar a propaganda mais profissional e

Reconhecida. Como presidente da ABAP, ajudou a tornar a propaganda mais representativa. Com a

Fundação do CONAR, ajudou a tornar as propaganda mais ética. Com a fundação do CENP, ajudou a tornar a propaganda mais respeitada. Por isso, não há nada que tenha sido feito em prol da Propaganda Brasileira que não tenha sido feito por Petrôneo Corrêa. E levar esse legado adiante é a mior homenagem que nós, do Grupo ABC, podemos prestar. Obrigado, Petrôneo.

 

Grupo

ABC

Os melhores talentos.

As melhores agências.

 

2.   Júlio Cosi se foi.

Se a gente fosse listar aqui tudo o que fez em mas de 60 anos de carreira ele mesmo não aprovaria.

“Texto longo demais.”

Vamos apenas registrar que ele foi um dos principais motivos de a propaganda brasileira ter-se tornado uma das melhores e mais criativas do mundo. Sua paixão pela criatividade influenciou profissionais de todas as áreas da propaganda. E ele nem era da criação.

 
Homenagem dos amigos do Júlio.
 
Certa agência só usa atores globais nas campanhas - sempre “inspiradas” em anúncios publicados em revistas estrangeiras – que faz para os mais diversos produtos de todos os clientes. Fica tudo igualzinho, mas eles aprovam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário