AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO
Agora chega de enrolar: tirem o Projeto
Cidade (de Florianópolis) da gaveta e votem.
ALEGRIA, UM NEGÓCIO MUITO SÉRIO
1.
O professor está almoçando no restaurante de uma
Universidade.
Chega o Joãozinho com sua bandeja e senta-se ao seu lado. O professor diz: - "Um porco e um pássaro não se sentam juntos para comer." O Joãozinho responde: - Pois então, eu saio voando - e troca de mesa. O professor "roxo" de raiva, decide vingar-se na próxima prova, mas o Joãozinho responde todas as perguntas brilhantemente. Então o professor lhe faz a seguinte pergunta: - "Você está caminhando pela rua e encontra uma bolsa, dentro está a sabedoria e muito dinheiro, Qual dos dois você pega?" E o Joãozinho responde sem titubear: - "O dinheiro." E o professor lhe diz: -"Eu, em seu lugar, teria agarrado a sabedoria. O que acha?" -"Cada um pega o que não tem" - responde Joãozinho O professor, já histérico, escreve em uma folha da prova: "Idiota" E a devolve ao Joãozinho. Joãozinho pega a folha e se senta. Depois de alguns minutos se dirige ao professor e diz: -"O senhor assinou minha prova, mas não me deu a nota."
18. Volta e meia alguém na
pergunta:
Por que
você sempre começa com artigos e crônicas com uma piada engraçada, costumam
me fazer essa pergunta.
Porque eu
sou sério, respondo sempre, para desconcerto de alguns.
Você está
me gozando?
Não, nada de gozação.
Aprendi que quando a gente está mais descontraída conversa mais, troca de ideias
constantemente saca mais criativamente as
coisas.
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Lembro-me de um dia,
alguns meses anos de ter sido contratado pela Almap, o Plínio, um baita
redator, me interpelou:
“Você
é aquele cara que faz colunas de publicidade?”
“Incrível,
a gente achava que você era sério demais
com suas críticas, e nós não queriamos que você fosse contratado, porque ia
estragar o ambiente.”
Não estraguei, fiz um
monte de amigos e a Almap nunca deixou de ser o que é hoje.
E teve Norton, onde
também trabalhei, e o GTM&C,m que ajudei a dirigir.
3.
Nesta última agência, inclusive, vivi um
episódio muito interessante, que passo a narrar.
A
pessoa que me contratou me deu carta
branca.
“Tem lá uma dupla de garotos inexperientes. Se
quiser, eu os demito antes de você assumir e você leva pra lá a sua
equipe.”
Eu não quis. Tenho
horror de injustiças.
Assumi e logo em seguida recebi um job.
Informei-me
a respeito, chamei a dupla, passei o
trabalho pra
dupla.
Quando me apresentaram, fiquei
horrorizado.
“Isso
é o melhor que vocês podem fazer?”,perguntei.
“Não,
mas o patrão não gosta de peças criativas.
Disse que aqui não é lugar para
brincadeirinhas. E
Ameaçou nos mandar embora, caso
insistíssemos.”
Fiz, então, um desafio:
“Vamos
fazer uma coisa: façam o melhor que puderem.
Se ele quiser mandar alguém embora, serei eu.”
O resultado foi
sensacional. A campanha que eles
Criaram tinha um nível excelente.
4.
Onde está o segredo da Almap, ds Norto daquela época, no GTM&C?
No talento, claro, mas
principalmente no bom humor.
Para gerar boas ideias,
as pessoas têm de ser alegres. Precisam brincar, rir, contar e ouvir piadas e
boas histórias. É daí que nascem as grandes ideias.
E grandes ideias são
desconcertantes, como o Joãozinho da piada que contei no começo destas mal
traçadas.
Infelizmente, não é isto
com que você que tenho visto por aí.
5.
Nas agências que tenho visitado observo o
pessoal hipnotizado pelo computador. Nenhuma brincadeira, nenhuma piada, nada
rolando. É terrível.
6.
O resultado é isso que estamos vendo na nossa TV,
por exemplo. Uma publicidade triste, sem histórias, mera repetição dos briefs.
É
malho puro, de todo jeito.
7.
Já ouvi dizer que hoje isso ocorre porque não há
mais tempo. Papo furado: falta de tempo sempre
aconteceu. Com uma agravante – não tínhamos as ferramentas disponíveis hoje.
8.
Minha tese é: precisamos avacalhar. Transformar
o trabalho da agência em uma grande brincadeira.
Fazer
com que a alegria volte a ser a alma do negócio.
Do
nosso negócio, mas também do anunciante, que
vai
vender mais.
E
do consumidor, que passará, de novo, a prestar
atenção
nos intervalos comerciais.
Fantástico o testamento da Kombi. Ideia como essa demora anos
para aparecer.
EU, ETIQUETA
Carlos
Drummond de Andrade
Em minha calça está grudado
um nome
que não é meu de batismo
ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete
de bebida
que jamais pus na boca,
nesta vida.
Em minha camiseta, a
marca de cigarro
que não fumo, jamais
fumei.
Minhas meias falam de
produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a
meus pés.
Meu tênis é proclama
colorido
de alguma coisa não
provada
por este provador de
longa idade.
Meu lenço, meu relógio,
meu chaveiro,
minha gravata e cinto e
escova e pente
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e
sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico
dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso,
reincidência
costume, hábito,
premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim
homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria
anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda,
ainda que a moda
seja negar minha
identidade,
trocá-la por mil,
açambarcando
todas as marcas
registradas,
todos os logotipos do
mercado.
Com que inocência
demito-me de ser
eu que antes era e me
sabia
tão diverso dos outros,
tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e
solidário
com outros seres
diversos e conscientes
de sua humana,
invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar, ora bizarro,
em língua nacional ou em
qualquer língua
(qualquer,
principalmente).
E nisto me comprazo.tiro
glória
de minha anulação.
Não sou – vê lá -
anúncio contratado.
Eu é que mimosamente
pago
para anunciar, para
vender
em bares, festas,
praias, pérgulas, piscinas
e bem à vista exibo esta
etiqueta
global no corpo que
desiste
de ser veste e sandália
de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno
algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade
de escolher,
minhas idiossincrasias
tão pessoais
tão minhas que no rosto
se espelhavam
e cada gesto, cada
olhar,
cada vinco de roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou
tecido,
sou gravado de forma
universal,
saio da estamparia, não
de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas
objeto
que se oferece como
signo de outros
objetos estáticos,
tarifados.
Por me ostentar assim,
tão orgulhoso
de não ser eu, mas
artigo industrial,
peço
que meu nome retifiquem.
Já
não me convém o título de homem.
Meu
nome novo é coisa.
Eu
sou a coisa, coisamente. (O Corpo. Rio de Janeiro: Record, p 85-7)
Lá em cima a comunicação deve estar
muito mal e por isso precisando de um baita reforço. Primeiro, levou o Júlio
Cosi Agora, o Petrôneo.
DOIS TEXTOS PRA GENTE SE EMOCIONAR. E APRENDER:
1.
Obrigado, Petrôneo Corrêa.
Se não fosse por você,
Não estaríamos aqui.
Nem os nossos sonhos.
Com a
fundação da MPM, em 1957, Petrôneo
Correa
Ajudou a
tornar a propaganda mais profissional e
Reconhecida.
Como presidente da ABAP, ajudou a tornar a propaganda mais representativa. Com
a
Fundação do
CONAR, ajudou a tornar as propaganda mais ética. Com a fundação do CENP, ajudou
a tornar a propaganda mais respeitada. Por isso, não há nada que tenha sido
feito em prol da Propaganda Brasileira que não tenha sido feito por Petrôneo
Corrêa. E levar esse legado adiante é a mior homenagem que nós, do Grupo ABC,
podemos prestar. Obrigado, Petrôneo.
Grupo
ABC
Os melhores
talentos.
As melhores
agências.
2.
Júlio Cosi se foi.
Se a gente fosse listar aqui tudo o que fez em mas de
60 anos de carreira ele mesmo não aprovaria.
“Texto longo
demais.”
Vamos apenas registrar que ele foi um dos principais
motivos de a propaganda brasileira ter-se tornado uma das melhores e mais
criativas do mundo. Sua paixão pela criatividade influenciou profissionais de
todas as áreas da propaganda. E ele nem era da criação.
Homenagem
dos amigos do Júlio.
Certa agência só usa atores globais nas campanhas - sempre “inspiradas” em anúncios publicados em revistas estrangeiras – que faz para os mais diversos produtos de todos os clientes. Fica tudo igualzinho, mas eles aprovam.
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