O uso das redes
sociais no Brasil, conhecido pela fácil aceitação e profusão dos principais
nomes, como Facebook e Twitter, é de grande importância para navegação na
internet, de acordo com 38% dos usuários. Os números são da Emarketer,
que publicou nesta semana pesquisa feita na América Latina. Em uma escala de
1 a 5, 25% conferem nota 4 para a relevância destas mídias, enquanto 27%
aplicam nota 3. Para 6% a importância é pequena, enquanto 4% afirmam que o
uso destes sites não é considerável para experiência online.
O levantamento
ainda compara o cenário brasileiro com outros países latino americanos.
Utilizando a mesma escala de importância, o México aparece com notas de 5 a
1, respectivamente, em 28%, 25%, 34%, 8% e 4%. Na Argentina o quadro é
semelhante, com 27%, 19%, 36%, 10% e 9%.
Para Gabriel
Borges, CEO da Ampfy, agência de comunicação especializada em aproximar
marcas e consumidores da dinâmica das mídias sociais, a utilização de redes
sociais, não apenas no Brasil, acaba substituindo várias outras maneiras de
se comunicar, além de aproximar pessoas que normalmente não se falariam por
distância geográfica.
“Desde o mIRC,
passando pelo ICQ, MSN até chegar no Facebook Messenger de hoje, o
comportamento do brasileiro mostra-se altamente comunicativo e sociável.
Pesquisas já apontam que a média de amigos no Brasil é superior a mundial, e
isso transparece na importância das redes sociais no País”, acredita Borges.
DIAGNÓSTICO
ABRANGENTE DAS CIDADES BRASILEIRAS
|
(Texto de José Tadeu Arantes, disrtribuído pela Agência
FAPESP) – A qualidade da saúde e da educação básica
no Brasil registrou sensível melhora nas duas últimas décadas. Essa evolução
refletiu no Índice Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que cresceu de
0,493 para 0,727 entre 1991 e 2010, atingindo um patamar considerado alto na
avaliação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em
estudo divulgado em julho de 2013. A evolução do IDHM não foi maior porque os
índices da qualidade da educação, mesmo tendo crescido, ainda ficaram
extremamente baixos.
Indicadores
obtidos pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM) em dez anos de pesquisa revelam que,
enquanto os ganhos de qualidade no atendimento de saúde foram mais ou menos
uniformes para o conjunto dos municípios brasileiros, na educação
aprofundaram-se as disparidades.
“A desigualdade na saúde básica é menor do que
a desigualdade na educação básica”, constata Marta Arretche, coordenadora do
CEM, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs)
apoiados pela FAPESP.
Os
municípios com muitos pobres têm dificuldades para melhorar o desempenho de
seus estudantes, constatou a pesquisa que avaliou, por meio de 10 indicadores,
o desempenho da saúde e da educação básica de todos os municípios brasileiros
ao longo da década de 2000.
“Se o
desempenho da saúde básica está fracamente associado ao percentual de pobres do
município, o desempenho dos sistemas municipais de educação básica tem uma
associação forte e negativa com a taxa de pobreza”, ela afirma.
A pesquisa,
que comparou a trajetória e o desempenho de cada um dos municípios brasileiros,
deixou algumas perguntas em aberto. Já existem fortes evidências de que o
modelo de universalização tem influência no desempenho de cada um dos sistemas:
enquanto a saúde básica tem gestão centralizada no Sistema Único de Saúde
(SUS), a educação básica é municipalizada.
“É inegável
que o SUS tem uma influência muito positiva no melhor desempenho do setor”, diz
Arretche. “E, dado que a universalização do ensino fundamental ocorreu por meio
da municipalização, as relações entre presença de pobres e desempenho escolar
afetam mais fortemente as escolas da rede municipal.”
A pesquisa
sobre o desempenho dos sistemas de educação e saúde integra o portfólio de
investigação desse CEPID constituído em 2000, no primeiro edital do Programa,
com o objetivo de entender os processos de reprodução das desigualdades nas
metrópoles e fornecer dados e subsídios para a formulação de políticas
públicas.
“Os estudos
do Centro foram organizados segundo três grandes eixos temáticos: atividades
econômicas e mercado de trabalho; o Estado e suas políticas; e a sociabilidade
dos cidadãos”, disse Eduardo Marques, professor livre-docente do Departamento
de Ciência Política da Universidade de São Paulo e coordenador do CEM de 2004 a
2009.
O eixo
“atividades econômicas e mercado de trabalho” englobou temas como
reestruturação produtiva e competitividade, emprego e desemprego e, mais
recentemente, os impactos do aumento da escolaridade da população no mercado de
trabalho.
Trajetórias
ocupacionais
Nesse eixo
temático, uma das pesquisas foi conduzida por Nadya Guimarães, professora
titular do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e
diretora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos da
Metrópole, sediado no CEM, e buscou compreender a intensa reestruturação
macroeconômica e micro-organizacional ocorrida no Brasil a partir dos anos
1990.
“Em
primeiro lugar, analisamos o que se passava com as trajetórias dos indivíduos
no mercado de trabalho quando se contraía a atividade produtiva e se ampliava o
desemprego, como ocorreu entre nós na primeira metade dos anos 2000”, contou
Nadya Guimarães.
“Em
parceria com a Fundação Seade [Sistema Estadual de Análise de Dados],
fizemos uma pesquisa por amostra domiciliar que alcançou 55 mil indivíduos na
região metropolitana de São Paulo, os quais tiveram as suas trajetórias
ocupacionais retraçadas desde o Plano Real [1994] até o momento da
enquete [2001]”, disse a pesquisadora.
Posteriormente,
uma subamostra de casos foi analisada em profundidade e acompanhada entre os
anos 2002 e 2005, de modo a explorar como esses indivíduos interpretavam a sua
experiência de busca por oportunidades no mercado de trabalho.
Para melhor
entender a especificidade de São Paulo, os pesquisadores conduziram estudo
similar, em parceria com colegas japoneses e franceses, nas regiões
metropolitanas de Tóquio e de Paris.
Tais
metrópoles estavam igualmente sujeitas a mudanças importantes nas condições de
acesso ao trabalho e ao crescente risco de desemprego, mas se distinguiam do
caso brasileiro pela robustez dos seus sistemas políticos de proteção –
público, no caso francês, e privado, no caso japonês.
“Observamos
que, em São Paulo, as trajetórias eram marcadas por intensas transições entre
ocupação, desemprego e inatividade, dando lugar a percursos ocupacionais
erráticos, movidos pela premência de obter, a qualquer custo, a sobrevivência
imediata”, disse Nadya Guimarães.
“Isso
refletia a natureza restrita das políticas de proteção aos desempregados, tanto
no que respeitava à sua capacidade de incluir os potenciais demandantes, quanto
no que concernia aos benefícios como o seguro- desemprego ou o sistema público
de apoio à requalificação, intermediação e colocação de mão de obra”,
acrescentou.
A pesquisa
constatou que eram as redes pessoais de sociabilidade os mecanismos pelos quais
os indivíduos procuravam e encontravam não apenas o trabalho, mas também o
suporte imediato para encarar o desemprego ou a inatividade.
“Na região
metropolitana de São Paulo, onde 8 em cada 10 entrevistados afirmaram procurar
trabalho por meio de seus familiares, amigos e conhecidos, e 7 em cada 10
diziam ter encontrado o seu último trabalho recorrendo a redes pessoais, eram
esses mecanismos informais os mais eficazes para ultrapassar o desemprego.
Mas nossos
dados mostraram também que as oportunidades de emprego criadas nesses circuitos
de sociabilidade eram de baixa qualidade e menor durabilidade”, prosseguiu a
pesquisadora.
Estudos
comparativos evidenciaram que tal característica era recorrente nas demais
metrópoles brasileiras, porém, em intensidade variável, sendo tanto mais
relevante quanto mais precários e pouco formalizados eram os mercados – assim,
era mais eficaz no Nordeste (notadamente em Recife e Salvador) do que no
Sudeste e no Sul (em especial, Porto Alegre).
Intermediação
de trabalho vira atividade emergente
Em um
segundo momento, os pesquisadores analisaram a reconfiguração das relações de
trabalho no Brasil, na segunda metade dos anos 2000.
“Observamos,
pela análise de estatísticas do Ministério do Trabalho e do Emprego
(RAIS-Migra), que, quando se ampliaram os empregos formais no Brasil, havia
crescido muito mais rapidamente um tipo especial de emprego com carteira
assinada: aquele propiciado pelo que denominamos 'intermediadores de
oportunidades de trabalho', como as agências de emprego ou as empresas de
trabalho temporário”, informou Nadya Guimarães.
“Em um
mercado caracterizado pela força das redes pessoais de sociabilidade, cresciam,
e de modo acelerado, os mecanismos mercantis que ligavam os indivíduos que
procuravam empregos aos postos de trabalho disponíveis”, disse a pesquisadora.
Um novo
levantamento amostral, com cerca de 1.600 casos, entre trabalhadores à procura de
emprego em agências da região metropolitana de São Paulo no ano de 2004 revelou
que se tratava de uma força de trabalho mais jovem, crescentemente feminina e
mais escolarizada, que se encontrava em busca, no mais das vezes, de seu
primeiro emprego.
“A maioria
deles encontrava, por meio dos intermediários, o seu primeiro posto formalmente
registrado de trabalho. Mas os vínculos eram de muito pequena duração e os
ganhos salariais eram muito menores do que aqueles experimentados pelo salário
mínimo no pós 2005”, disse Nadya Guimarães.
Por outro
lado, as empresas dedicadas à intermediação de trabalho haviam se transformado
em um poderoso segmento da atividade econômica, organicamente integrado aos que
contratavam os seus serviços, como os pesquisadores puderam verificar
utilizando a Pesquisa da Atividade Econômica Paulista.
“Mais do
que isso”, sublinhou Nadya Guimarães, “nesse ramo de atividade, o Brasil se
destacava entre os países líderes no cenário internacional do trabalho
intermediado. Exploramos estatísticas comparativas internacionais para os anos
2008 a 2010 e vimos que o Brasil ombreava com países reconhecidos no mundo do
trabalho intermediado e temporário, como Japão, Inglaterra, Espanha, Holanda e
Estados Unidos, tanto pelo número de agências de emprego e pelo número de
trabalhadores intermediados como por sua participação na receita gerada pelo
setor em escala internacional. Ou seja, no mesmo movimento de crescimento
econômico pelo qual o emprego se ampliava, as relações de trabalho pareciam
progressivamente se reconfigurar, diversificando-separi passu com a dinâmica econômica.”
Leia mais
sobre o Centro de Estudos da Metrópole: Educação, desigualdade e sistema de
cotas e Uma sociedade com 12,4 milhões de
favelados.
Detalhes: http://cepid.fapesp.br/centro/14
A
FORMAÇÃO DO EXÉRCITO ZAPATISTA
(Texto de José Tadeu Arantes, disrribuído pela Agência
FAPESP) – Em janeiro de 1994, o mundo descobriu,
surpreso, que havia um levante armado no México. Tendo como porta-voz um homem
encapuzado, que se apresentava com o codinome de Subcomandante Marcos, uma
força militar formada por indígenas, autodenominada Exército Zapatista de
Libertação Nacional (EZLN), conquistou seis municípios no estado de Chiapas,
colocando o governo mexicano na defensiva.
A
plataforma política dos insurgentes incluía democracia, terra e autonomia para
os povos indígenas, entre outras bandeiras.
A figura
carismática do porta-voz – com sua máscara, seu cachimbo, sua paramentação
militar, sua fala pausada e culta – foi intensamente veiculada pela mídia,
doméstica e internacional, trazendo à luz reivindicações que seguiam sem
atenção desde a revolução mexicana de 1910.
Depois da
fase armada, que durou alguns meses no início de 1994, quando ocorreram
combates diretos entre os zapatistas e as forças governamentais, o EZLN se
empenhou em um trabalhoso processo de negociação com o governo, que resultou
nos chamados Acordos de San Andrés (Acuerdos de San Andrés sobre Derechos y
Cultura Indígena) – um documento, firmado em 16 de fevereiro de 1996, por meio
do qual os titulares do Estado mexicano se comprometiam a modificar a
Constituição para outorgar direitos às populações indígenas e pobres do país.
A maioria
das promessas não saiu do papel, mas o EZLN saiu da mídia. “Isso ocorreu não
apenas devido ao caráter fragmentário e volúvel do noticiário, mas também por
uma mudança de estratégia do próprio movimento zapatista”, disse o historiador
Igor Luis Andreo, autor do livroTeologia da libertação e cultura política
maia chiapaneca: o Congresso Indígena de 1974 e as raízes do Exército Zapatista
de Libertação Nacional, publicado com apoio da FAPESP.
“Depois de
empenhar-se em vão durante quase 10 anos para que o governo mexicano cumprisse
os Acordos de San Andrés, o EZLN fechou-se em si mesmo, assumindo uma política
mais autonomista.
A principal
demanda, quando ainda estava dialogando com o Estado, era que os direitos dos
indígenas fossem respeitados, de modo que estes pudessem fazer parte da nação,
porém obedecendo a leis próprias, vivendo sob seus costumes ancestrais, tendo
sua língua valorizada etc. Isso os zapatistas não conseguiram obter de modo
pleno.
Então,
adotaram a estratégia de buscar essas coisas autonomamente. Há pouco, o EZLN
montou escolas em sua área de atuação”, informou o pesquisador, atualmente
doutorando do programa de Pós-Graduação em História e Sociedade da Universidade
Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis.
Estas
informações são importantes para que seu livro – resultado de dissertação de
mestrado orientada por Carlos Alberto Sampaio Barbosa, professor de História
das Américas no Departamento de História da Unesp de Assis – seja lido tendo
como referência a situação atual do movimento zapatista – uma força política
que hoje atua de forma menos ostensiva, masque não está de forma nenhuma
extinta.
O livro
enfoca um período anterior, rastreando toda a evolução política que culminou no
Congresso Indígena de 1974, considerado pelo autor um ponto de clivagem no
processo de politização e revalorização étnica das comunidades indígenas que,
mais tarde, vieram a se integrar ao Exército Zapatista.
“Esse
congresso teve uma forte influência da Igreja Católica. Então, estudo as
transformações pelas quais passou o pensamento do bispo da região, Dom Samuel
Ruiz Garcia. Volto em sua trajetória, desde que assumiu o episcopado da diocese
de San Cristóbal de las Casas, em 1960, até o Congresso de 1974. Depois, faço
uma análise do Congresso. E concluo, tentando apontar as diretrizes que foram
construídas a partir do Congresso e continuaram existindo no EZLN”, detalhou
Andreo.
Como
ocorreu com um amplo setor da Igreja Católica latino-americana ao longo das
décadas de 1960 e 1970, Dom Samuel transitou de um conservadorismo,
visceralmente anticomunista, para a teologia da libertação, que redefiniu em
profundidade a doutrina eclesial tendo como parâmetro as necessidades da
população mais pobre e marginalizada e, como instrumental de análise, vários
conceitos assimilados da teoria marxista.
O Concílio
Vaticano II, inaugurado em outubro de 1962 pelo papa João XXIII, representou,
evidentemente, um forte empurrão nesse sentido. “A partir do Concílio, Samuel
Ruiz foi assumindo, paulatinamente, uma postura social orientada pelo
desenvolvimentismo, que se encontrava em voga na América Latina nesse período”,
escreveu o pesquisador em seu livro.
E
acrescentou: “Também após 1962, o bispo de Chiapas abandonou as vestimentas
resplendorosas que costumava utilizar e, em 1965, quando houve a criação de uma
terceira diocese no estado, optou pela permanência em San Cristóbal de las
Casas, cuja localização tornava mais fácil o acesso aos fiéis indígenas”.
Mas,
segundo o pesquisador, a influência realmente decisiva viria mais tarde, no processo
preparatório da Conferência de Medellín, na Colômbia, convocada por Paulo VI
para adaptar as diretrizes do Vaticano II à realidade latino-americana e
inaugurada pelo próprio papa na catedral de Bogotá, no dia 24 de agosto de
1968.
Nas
reuniões preparatórias para esse grande evento – que reuniu 86 bispos, 45
arcebispos e 6 cardeais, além de sacerdotes, religiosos e leigos –, veio à
pauta o tema da pluralidade cultural latino-americana e da valorização das
línguas, costumes, aspirações e instituições das comunidades indígenas.
Dom Samuel
foi profundamente impactado por essas discussões, em especial por aquelas que
ocorreram no Encontro de Melgar, também realizado na Colômbia. Como ele mesmo
escreveu, e Andreo cita em seu livro, o encontro o fez entender que “a
evangelização, tal como se estava levando a cabo no continente, era
simplesmente uma destruição de culturas e uma ação dominadora”. E essa
descoberta o deixou, segundo suas próprias palavras, “aturdido”.
Tal
aturdimento o impulsionou a uma grande revisão de sua atuação episcopal e de
sua própria trajetória existencial. Conforme o texto de Andreo, “partindo da
premissa de que, uma vez que Deus quer a salvação de todos os homens, então
ele, de algum modo, está presente em todo e qualquer grupo humano”, Dom Samuel
concluiu que, “em vez de anunciar Cristo aos indígenas, o papel do
evangelizador deve ser o de descobrir Deus encarnado na história e,
consequentemente, na cultura daquelas comunidades”.
Em
Medellín, o bispo posicionou-se ao lado do segmento mais radicalmente à
esquerda do clero latino-americano. A partir daí toda uma nova orientação,
teórica e prática, que Andreo analisa em detalhes em seu livro, foi construída
sob a liderança de Dom Samuel e seus colaboradores, com ativa e muito destacada
participação de representantes das comunidades indígenas.
Tudo isso
iria culminar no Primeiro Congresso Indígena, realizado em Chiapas de 14 a 17
de outubro de 1974, com representantes de 327 comunidades indígenas, tradução
simultânea em cinco idiomas (quatro línguas derivadas do protomaia – tzeltal,
tzotzil, tojalabal e chol – e mais o espanhol) e cobertura da imprensa
nacional.
A pauta do
Congresso, amplíssima, suscitou um grande número de resoluções. Algumas delas,
registradas na ata, podem exemplificá-las:
·
Terra: “Que haja organização de todos os grupos para ter força” e
“Que continue a organização depois do Congresso”.
·
Trabalho: “Que se pague o salário mínimo ao indígena que trabalha
nas fazendas e nas cidades; que lhe sejam dados todos os direitos que a lei
garante”.
·
Comércio: “Necessitamos de organização por meio de um mercado
indígena entre os quatro grupos (tzeltales, tzotziles, tojolabales e choles)”.
·
Impostos: “Nós queremos saber onde vão parar nossos impostos, pois
não vemos melhoramentos em nossas comunidades”.
·
Educação: “Que haja um periódico indígena em nossas quatro
línguas” e “Que os professores sejam indígenas que respeitem os costumes,
ensinem bem e estejam unidos à comunidade”.
·
Saúde: “Que haja um comitê de saúde na comunidade, que vigie, eduque
e receba preparação de pessoas que conheçam a medicina indígena e a medicina do
médico”.
“O rescaldo
desse congresso foi uma grande politização da região”, afirmou Andreo. “De modo
que, na década de 1980, quando chegou a Chiapas um grupo urbano de perfil
intelectual e formação marxista, esses recém-chegados encontram uma população
indígena predisposta à participação.
Dessa fusão, nasceu o Exército Zapatista.
Muitas das características explicitadas no Congresso de 1974 estão claramente
presentes no EZLN. Na versão do movimento, a comandância geral do EZLN é
exercida pelo chamado Comitê Clandestino Revolucionário Indígena, sendo Marcos
somente um porta-voz.”
Teologia
da libertação e cultura política maia chiapaneca: o Congresso Indígena de 1974
e as raízes do Exército Zapatista de Libertação Nacional
Autor: Igor Luis Andreo
Editora: Alameda
Preço: R$ 50
Páginas: 313 Detalhes: www.alamedaeditorial.com.br/teologia-da-libertacao
Autor: Igor Luis Andreo
Editora: Alameda
Preço: R$ 50
Páginas: 313 Detalhes: www.alamedaeditorial.com.br/teologia-da-libertacao
OPORTUNIDADES
Fundação
Gates oferece US$ 100 mil a projetos inovadores em saúde -A 12ª edição do programa Grand Challenges Explorations, da Fundação Bill
& Melinda Gates, está com inscrições abertas até o dia 12 de novembro.
O programa,
que conta com uma parceria com as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 17
estados brasileiros, incluindo a FAPESP, está em busca de 60 projetos
inovadores para desafios mundiais nas áreas de saúde, agricultura e
desenvolvimento. Os participantes selecionados receberão US$$ 100 mil para
colocar a proposta em prática. Se o projeto for bem-sucedido, os autores
poderão concorrer a um financiamento adicional de até US$ 1 milhão.
O acordo
com as FAPs prevê um financiamento adicional de US$ 50 mil a US$ 100 mil por
projeto contemplado nos 17 estados abrangidos.
Estudantes,
pesquisadores e empreendedores interessados podem apresentar proposta para um
dos cinco desafios: promoção de comportamentos saudáveis: engajar, quebrar
paradigmas e superar obstáculos; ferramentas e modelos inovadores para apoiar
intervenções em distúrbios entéricos; inovações na prestação de contas e nos
sistemas de feedback de projetos de desenvolvimento agrícola; desenvolvimento
de uma nova geração de preservativos; e o conceito de saúde única: a
convergência entre as saúdes animal e humana na busca por novas soluções.
Mais de 850
pesquisadores de 50 países fazem parte do grupo de inovadores financiados pela
Fundação Bill & Melinda Gates desde 2008. Três brasileiros foram
selecionados na 11ª edição do programa: o engenheiro agrônomo Mateus Marrafon,
do Instituto Kairós, o farmacêutico Floriano Paes Silva Júnior, da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o engenheiro mecânico Ricardo Capúcio de Resende, da
Universidade Federal de Viçosa (MG).
As inscrições
devem ser feitas em inglês no https://gce.gatesfoundation.org/_layouts/GCE/Pages/login.aspx. Não é necessário enviar dados
preliminares. O candidato deve apresentar sua proposta de forma clara em apenas
duas páginas, explicando por que ela é inovadora, que impacto ela pode gerar e
como a ideia vai demonstrar sua aplicabilidade. Propostas fora dos cinco temas
não serão consideradas. Mais informações: www.grandchallenges.org.
. USP de São
Carlos seleciona professor doutor em Ciências da Computação - Abertas, até 8 de novembro,
as inscrições para o concurso que visa preencher uma vaga de professor doutor
no departamento de Ciências da Computação do Instituto de Ciências Matemáticas
e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP) em São Carlos.
O professor selecionado
atuará na área de Processamento de Linguagens Naturais e receberá salário de R$
9.184,94, em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP).
Os candidatos à vaga
realizarão prova didática, prova oral/projeto e terão o julgamento do memorial
apresentado (com prova pública de arguição).
Na prova didática, o
candidato terá de 40 a 60 minutos para expor um dos pontos do programa do
concurso. A prova será pública e o tema será sorteado 24 horas antes da
realização.
A prova oral/projeto
constará de arguição sobre o projeto de pesquisa e avaliará, entre outros
pontos, a adequação do projeto às áreas de conhecimento – Ciências da
Computação e Especialidade IX: Processamento de linguagens naturais.
O julgamento do
memorial é a etapa que agrega nota de maior peso (50) e avaliará as produções,
atividades didáticas universitárias e profissionais e os diplomas.
As inscrições devem ser
feitas pessoalmente, por procuração ou enviadas por correspondência para a
Assistência Acadêmica do ICMC, que fica na Avenida Trabalhador São-carlense,
400, em São Carlos, interior de São Paulo.
. PUC-Rio abre inscrições para mestrado e
doutorado em cursos de Exatas –
O Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (CTC/PUC-Rio) está com inscrições abertas para cursos de pós-graduação
na área de Exatas que terão início no primeiro semestre de 2014.
Os cursos
com processo seletivo aberto são: Informática, Engenharia Civil, Engenharia
Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção,
Matemática, Química, Física, Engenharia Urbana Ambiental e Metrologia.
A seleção
dos candidatos será feita pela comissão de pós-graduação de cada curso com base
no histórico escolar da graduação, cartas de recomendação, curriculum vitae,
experiência profissional e entrevista, se necessário.
Durante a
pós, os doutorandos deverão redigir, apresentar e defender uma tese que
represente trabalho de pesquisa original. Dos mestrandos serão exigidas a
redação, a apresentação e a defesa de dissertação em que revelem domínio do
tema escolhido, capacidade de sistematização e espírito científico.
Importante
polo de ensino e pesquisa científica e tecnológica do país, o CTC conta com
cerca de 140 laboratórios especializados. Atualmente, tem 1.200 alunos de
pós-graduação e seu corpo docente é formado por aproximadamente 180 professores
– a maioria com doutorado no exterior.
Cada curso
possui uma data-limite para inscrição, a partir de 1º de novembro. A relação
completa dos programas dos cursos, prazos e demais informações podem ser
acessadas emhttp://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/inscricoes.html
13
MIL ESPÉCIES NAS COSTA BRASILEIRA!
(Texto de Karina Toledo, distribuído pela Agência
FAPESP) – A mais recente revisão
publicada sobre a biodiversidade da zona costeira e
marinha sul-americana – divulgada em 2011 na revista PLoS One – aponta a existência de 9.103
espécies diferentes de animais, plantas e algas já conhecidas em águas
brasileiras. Mas o número pode chegar perto de 13 mil espécies descritas,
segundo Maria de los Angeles Gasalla, professora no Instituto Oceanográfico da
Universidade de São Paulo (IO/USP).
A afirmação
foi feita durante o penúltimo encontro do Ciclo de Conferências 2013 do
BIOTA-FAPESP Educação, organizado pelo Programa de Pesquisas em Caracterização,
Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade de São Paulo
(BIOTA), ocorrido na quinta-feira (24/10).
Gasalla
comparou os dados do artigo publicado na PLoS
One por Patricia Miloslavich,
pesquisadora da Universidad Simón Bolívar, da Venezuela, e colaboradores, com
números provenientes de revisões recentes feitas por pesquisadores brasileiros.
O
levantamento coordenado por Miloslavich abrangeu tanto a costa do Atlântico
como a do Pacífico, na América do Sul, e foi realizado no âmbito de um projeto
internacional conhecido como Censo da Vida Marinha, que teve início no ano 2000
e levou cerca de dez anos para ser concluído.
Em relação
à plataforma marítima brasileira, o trabalho destaca o grupo dos crustáceos,
com 1.966 espécies conhecidas, como o de maior diversidade, seguido pelos moluscos
(1.833), peixes (1.294) e poliquetas (987) – juntos, segundo o artigo, esses
animais correspondem a 66,79% da biota marinha conhecida no Brasil.
“Esses
números, a princípio, pareciam até mais elevados do que algumas estimativas
anteriores. Mas, avaliando o artigo profundamente, percebemos que estão
subestimados. Somando dados de trabalhos recentes feitos por pesquisadores
brasileiros, chegamos ao número de 10.804 espécies diferentes apenas no que diz
respeito à fauna marinha. Se considerarmos também a flora, o número pode chegar
perto de 13 mil espécies”, afirmou Gasalla.
De acordo
com a revisão da literatura compilada por Gasalla, o número de espécies de
crustáceos descritos na costa brasileira atingiria de 3.335. Além disso, já
seriam conhecidas 1.886 espécies de moluscos, 1.420 de peixes e 987 de
poliquetas.
Os
cientistas não sabem ao certo qual é a porcentagem da biota marinha ainda
desconhecida no Brasil. Acredita-se, no entanto, que esta seja muito alta e que
muitas espécies poderão desaparecer antes mesmo de serem descobertas.
A pressão
antrópica – o impacto causado por atividades humanas como poluição, degradação
de habitats por empreendimentos econômicos, expansão do turismo desordenado,
introdução de espécies exóticas e atividade pesqueira não manejada – é
considerada a principal ameaça à biodiversidade da chamada Amazônia Azul (a
costa brasileira).
A zona
marinha do país abrangia originalmente uma área de 3,5 milhões de quilômetros
quadrados. Com a extensão da plataforma continental solicitada pelo Brasil à
Organização das Nações Unidas (ONU) na última década, a extensão da Amazônia
Azul passou para 4,5 milhões de km2.
Um estudo
apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2010 apontou que 40% desse
território corresponde às áreas definidas como prioritárias para a conservação
da biodiversidade. No entanto, segundo Gasalla, apenas 1,87% da zona marinha
brasileira está protegida em Unidades de Conservação, sendo que em torno de 10%
já foram licenciados para a exploração de petróleo e gás natural.
“A
porcentagem de área protegida chega a 1,87% se forem considerados apenas os 3,5
milhões km2 originais da zona marinha; caso contrário, o número é ainda menor.
Além disso,
alguns estudos mostram que diversas Unidades de Conservação não foram delimitadas
criteriosamente na sua implantação, seja do ponto de vista científico ou das
comunidades locais, e algumas existem do ponto de vista burocrático, mas não
funcionam na prática”, avaliou a pesquisadora.
Uma das
metas acordadas em 2010 durante a Conferência das Partes das Nações Unidas (COP
10), da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizada na cidade de
Aichi, no Japão, é de que até 2020 pelo menos 10% das áreas marinhas e
costeiras consideradas de especial importância para a biodiversidade e os
serviços ecossistêmicos tenham sido incluídas em sistemas de áreas protegidas.
“Não
adianta, porém, sair criando áreas de proteção por meio de decretos para
atender, supostamente, metas de tratados. A parte política da conservação deve
caminhar junto com a fundamentação científica e com o contexto social.
O processo
precisa ser embasado pelo conhecimento científico, além de envolver
efetivamente as comunidades locais que utilizam o mar como meio de
sobrevivência, caso contrário, além de não funcionar, pode criar problemas
ainda maiores”, alertou Gasalla.
O
uso sustentável de recursos naturais marinhos para atender necessidades humanas
de alimentação e renda por meio da pesca e aquicultura também foi mencionado
por Gasalla.
A
professora enfatizou a importância do manejo com objetivos claros para a pesca
e aquicultura de modo a garantir níveis sustentáveis das populações marinhas,
mitigação de impactos colaterais, viabilidade econômica, e equidade social.
"Para
isso, a ciência pesqueira deverá ser mais desenvolvida no Brasil, assim como
ouvida pelos tomadores de decisão no que diz respeito à manutenção dos níveis
de intensidade pesqueira necessários para atingir esses objetivos”, disse.
Mudanças
climáticas
Outro tema
debatido pelos participantes do penúltimo encontro do Ciclo de Conferências
2013 do BIOTA-FAPESP Educação é o fato de que as áreas prioritárias para
conservação nos oceanos podem mudar nos próximos anos em razão das mudanças
climáticas.
“Com o
aquecimento das águas marinhas, algumas espécies podem migrar para regiões mais
frias, por exemplo. Discute-se hoje a possibilidade de criar áreas de proteção
móveis nos oceanos”, afirmou Mariana Cabral de Oliveira, pesquisadora do
Instituto de Biociências da USP.
Além disso,
lembrou Oliveira, a acidificação das águas – também decorrente do aumento nas
emissões de dióxido de carbono (CO2) ¬– poderá afetar fortemente espécies algas
calcárias, conhecidas como rodolitos, existentes principalmente na região do
Espírito Santo e da Plataforma de Abrolhos, na costa da Bahia.
Segundo artigo
publicado por pesquisadores brasileiros na revista PLoS One em 2012, os bancos de rodolitos em
Abrolhos cobrem uma extensão de mais de 20 mil quilômetros quadrados,
comparável à área do estado de Sergipe e da grande barreira de corais da
Austrália.
Cada
rodolito funciona como um minirrecife, que serve de abrigo para pequenos
invertebrados. “Alguns depósitos de rodolitos têm dezenas de metros de
profundidade. Essas algas apresentam uma parede rija, com deposição de carbonato
de cálcio, que vai crescendo camada por camada. Nesse processo, as algas
aprisionam o CO2 da atmosfera”, contou Oliveira.
A
acidificação dos oceanos não apenas impede o processo de calcificação das algas
como pode dissolver as paredes calcárias já existentes, fazendo com que todo o
CO2 ali aprisionado seja liberado novamente na atmosfera, alertou Oliveira.
“A
estimativa é que existam cerca de 200 bilhões de toneladas de carbonato de
cálcio nesses depósitos de rodolitos no Brasil, o que corresponde a 88 bilhões
de toneladas de CO2. Claro que isso não vai ser liberado de uma vez, pois
alguns depósitos são muito profundos e a ação ocorre de cima para baixo”,
disse.
O terceiro
palestrante do encontro foi Roberto Berlinck, professor do Instituto de Química
de São Carlos da USP (IQSC/USP), que apresentou diversas moléculas com
atividade farmacológica isoladas em organismos marinhos.
Entre os
exemplos mencionados estavam a esqualamina, isolada de tubarão da espécie Squalus acanthias, que
demonstrou ação antifúngica e antitumoral. E também a pseudopterosina,
anti-inflamatório produzido por corais da espéciePseudopterogorgia
elisabethae e já usado em uma
linha de cosméticos.
Berlinck
também ressaltou o grande desconhecimento sobre a microbiota marinha em todo o
mundo. Segundo ele, apenas em 2002 começaram a surgir os primeiros relatos de
diversidade microbiana marinha, pois as bactérias do ambiente marinho são
extremamente difíceis de serem cultivadas pelas técnicas tradicionais.
“Pesquisadores
americanos desenvolveram métodos especiais para isolar esses microrganismos e
descobriram que um único táxon, o grupo de bactérias SAR11, corresponde a 40%
do número de células de bactérias marinhas. É impressionante”, afirmou
Berlinck.
O último
encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação será no dia 21 de
novembro e terá como tema “Biodiversidade em Ambientes Antrópicos – Urbanos e
Rurais”. A iniciativa tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do
ensino de ciência.
MP COBRA ALVARÁS PARA OBRAS
COM MENORES DE 16
Ministério
Público do Trabalho tem sido cada vez mais incisivo com as produtoras,
agências, emissoras e empresas que trabalham com crianças em obras
audiovisuais. As empresas precisam providenciar, obrigatoriamente, autorizações
judiciais (alvarás) para realizar qualquer tipo de gravação com menores de 16
anos em São Paulo. As informações são da coluna Outro Canal, escrita por Keila
Jimenez e publicada no jornal Folha de S.Paulo.
Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro) se
pronunciou sobre o caso. "Havia antes uma portaria que determinava que
bastava a presença dos pais para o menor poder realizar esses trabalhos",
fala o advogado da Apro, João Paulo Morello. "Não agiremos fora da
legalidade, mas virão outras decisões judiciais sobre a necessidade ou não
dessas autorizações". (Admais, com informações da coluna Outro Canal)
CICLOPE VAI PARA BERLIM
O Ciclope – International
Advertising Craft Festival, que premia as melhores produções publicitárias,
escolheu Berlim como sede para a sua quarta edição, que acontece entre os dias
6 e 8 de novembro. O festival nasceu em 2010, em Buenos Aires, como o primeiro
a premiar exclusivamente a área de produção.
Nas últimas edições, o evento
se transformou numa reunião global da indústria, com produtoras como Stink,
casas de pós-produção como The Mill e Framestore e agências como W+K Amsterdam
e AKQA.
Antes da mudança, a
organização do festival cogitou trazer o Ciclope para São Paulo, pela
proximidade com os grandes eventos, mas a ideia não prosperou. Ao lançar o
evento em Berlim, a organização espera atingir uma comunidade mais
internacional e facilitar o acesso de casas de produção e de agências de
mercados fortes, como Estados Unidos e Europa.
“São Paulo e Buenos Aires são
exóticas e atraentes, mas Berlim dá um ar mais diverso ao evento. É mais comum
as pessoas dos Estados Unidos viajarem para a Europa do que para a América do
Sul. Geograficamente, é mais interessante”, afirma Francisco Condorelli,
presidente do festival.
Outro ponto que pode atrair uma comunidade mais
diversa de profissionais é a forma de trabalho do mercado publicitário europeu
e norte-americano. “As agências aqui estão muito mais envolvidas na produção
que as agências da América Latina. Elas estão acostumadas a acompanhar esse
processo”, aponta.
O destaque da programação deste ano será a presença
dos responsáveis por “Baby & me”, da Evian, e por “Dumb ways to die”, a
campanha mais premiada da história do Cannes Lions. Christophe Caurret, diretor
de criação de música da BETC Paris, e o coletivo de diretores We are from LA,
da produtora Iconoclastic & Mikros, irão contar sobre os bastidores da
plataforma da Evian; enquanto Julian Frost, diretora de “Dumb ways to die”,
falará do sucesso do vídeo que alcançou mais de 61 milhões de visualizações e
3,8 milhões de compartilhamentos neste ano.
O filme brasileiro “Alma”, da F/Nazca S&S e com
produção da Sentimental Filmes, também será destaque, com uma apresentação do
diretor de cena Felipe Vellas.
O país ainda será assunto no painel “Panorama Brasil”,
que reunirá cliente, agência e produtora para tratar de regulações de mercado,
criatividade e campanhas internacionais conduzidas a partir do mercado local.
Participam do debate Rodrigo Gameiro, diretor de estratégia de criação da
Coca-Cola Brasil; Alex Mehedff, sócio e diretor da Hungry Man Brasil; e Rafael
Pitanguy, diretor de criação da Africa.
Embora premie a produção, o Ciclope não é um evento de
produtores, destaca Condorelli. “Esse é um evento para produtoras e agências. E
será uma grande oportunidade para companhias brasileiras, em um ano pré-Copa do
Mundo, de se encontrarem com as pessoas mais influentes da indústria no mundo”,
diz.
As inscrições para a premiação do Ciclope já estão
fechadas. Ao todo foram 500 campanhas inscritas, com predominância de trabalhos
norte-americanos e europeus. O festival atribui prêmios em cinco áreas: Live
Action (direção, direção de arte, edição, efeitos visuais e design de
produção); Specials (branded content, baixo orçamento); Som (música original,
design de som, adaptação musical); Animação (2D, 3D, Stop Motion) e Digital. (Propmark)
MUDANÇAS
CLIMÁTICAS DEVEM TRAZER PREJUÍZO E POBREZA
(Texto de Fred Furtado, distribuído pela Agência
FAPESP) – Secas mais intensas, prejuízo na
agricultura, diminuição do pescado, reformulação da matriz energética – esses
são alguns dos impactos que as mudanças climáticas devem gerar no Brasil. E os
mais afetados serão os brasileiros de classes econômicas menos favorecidas.
Esse é o
cenário descrito no sumário executivo do Grupo de Trabalho 2 (GT2) do Painel
Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado sexta-feira (25/10) na
Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), no Rio de
Janeiro. O documento aborda os impactos das mudanças climáticas nos sistemas
naturais e socioeconômicos, bem como suas consequências, além de opções de
adaptação ao novo cenário.
“Esse
relatório mostra que os impactos já estão acontecendo e é preciso tomar
decisões quanto a isso de imediato. Quanto mais se espera, maior e mais caro
fica o problema”, afirmou Suzana Kahn, pesquisadora da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente do comitê científico do PBMC.
Para ela, o
relatório também fornece elementos para que os governantes brasileiros planejem
suas respostas de maneira a diminuir os impactos e os custos, bem como para
melhorar a inclusão social. “Quem sempre sofre mais e tem menos chance de se
adaptar é a população pobre”, declarou Kahn.
O primeiro
sumário executivo do Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) do PBMC foi
divulgado no dia 6 de agosto durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças
Climáticas Globais (Conclima), organizada pela FAPESP, em São Paulo (leia
mais em http://agencia.fapesp.br/17840).
Recursos
hídricos
A água é um
elemento-chave na questão dos impactos das mudanças climáticas. Segundo o
sumário divulgado na sexta-feira, as alterações nos regimes de chuva devem levar
a secas e enchentes mais frequentes e intensas, podendo também ter impacto
sobre a recarga de águas subterrâneas.
As taxas de
vazão dos rios também sofrerão variação. No leste da Amazônia e no Nordeste, as
perdas podem chegar a 20%, sendo que na bacia do Tocantins o valor é de 30%. Já
na do Paraná-Prata, a expectativa é de aumento de 10% a 40%.
“É um
problema muito sério. Segundo a Agência Nacional de Águas, mais de 2 mil
municípios terão problema de abastecimento de água em 2015”, alertou Eduardo
Assad, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e
coordenador do GT2.
Nas áreas
costeiras, o aumento do nível do mar deve intensificar as inundações e os
processos erosivos. Além disso, o aumento da temperatura e da acidificação dos
oceanos deverá ter impacto negativo sobre os ecossistemas marinhos e sobre a
pesca.
“Podemos
ter uma perda no volume de pescado de 6%, em média. Imaginem quantas famílias
de pescadores serão atingidas”, observou Assad. O estudo prevê ainda a perda de
biodiversidade em ecossistemas aquáticos e terrestres, levando ao
desaparecimento ou à fragmentação de hábitats .
Agricultura
e energia
A atividade
agrícola tende a ser afetada diretamente pelas mudanças climáticas. Com o
aumento da temperatura e a redução da quantidade de água, áreas de baixo risco
para a agricultura vão se tornar de alto risco, perdendo valor e forçando a
população rural local a migrar para os centros urbanos.
“No Ceará,
por exemplo, isso pode acarretar uma redução de até 60% no produto interno
bruto agrícola e no valor das terras”, ressaltou o coordenador do GT2.
Outro
problema sério são os efeitos sobre pragas e doenças que atacam as culturas. A
alta de temperatura e umidade serão condições ideais para a eclosão de fungos.
Já o setor
energético pode ser afetado de diversas formas pelas mudanças climáticas.
Segundo Assad, é necessário ampliar a matriz energética, pois haverá problemas
na geração de energia hidrelétrica em razão das alterações na oferta de água.
Para ele, a
abertura para alternativas energéticas mais limpas ainda é tímida, enquanto há
estímulo para fontes como gás de xisto e termelétricas a carvão. “Onde estão os
incentivos para as energias solar, eólica e de marés? Continuamos insistindo na
vanguarda do conservadorismo energético”, destacou.
Cidades
e saúde
As cidades
também serão bastante afetadas, com alguns fenômenos já em andamento, como os
deslizamentos de encosta e os alagamentos causados por deficiências no sistema
de drenagem urbano.
“Não
preciso lembrar o que vai acontecer em janeiro e fevereiro no Rio de Janeiro e
em Salvador. Nenhuma atitude foi tomada nos últimos anos para resolver esse
problema”, criticou Assad.
Em termos
de transporte, o modal utilizado pelo país estaria totalmente equivocado,
principalmente o urbano, de acordo com o documento. Mudar isso, especialmente
no quesito transporte de carga, faria o Brasil dar um grande salto na emissão
de gases de efeito estufa.
Na questão
de saúde humana, o país estaria extremamente vulnerável por conta de ondas de
calor e de frio, que estariam relacionadas a uma maior mortalidade. Essas
condições também podem ser ideais para a proliferação de vetores de doenças
tropicais, como mosquitos, levando a uma expansão de males como a dengue.
Para o
coordenador do GT2, reduzir os problemas relacionados à água, bem como à
subsistência e à pobreza são igualmente críticos. “Essas são ações prioritárias
que o Brasil tem que atacar. Para isso, governo, indústria, comércio e
sociedade precisam estar envolvidos em uma resposta nacional adequada”,
concluiu Assad.
EVENTOS
. 5º Simpósio Internacional de Nutrição e Saúde de Peixes – A Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (FMVZ/Unesp)
de Botucatu está com inscrições abertas, até 4 de novembro, para o 5º Simpósio
Internacional de Nutrição e Saúde de Peixes, que ocorrerá entre os dias 6 e 8
de novembro.
Voltado a
alunos de graduação, pós-graduação, docentes, pesquisadores e profissionais
vinculados ao setor produtivo, o evento terá palestras e mesas-redondas
lideradas por profissionais do Brasil e do exterior.
Entre os
palestrantes estrangeiros estão José Luis Balcazar, do Catalan Institute for Water
Research, da Espanha, que falará sobre saúde e propriedades nutricionais de
probióticos em peixes; Allen Davis, da Auburn University, nos Estados Unidos,
que abordará a exigência nutricional e a saúde das espécies de água doce, e
Aires Manuel Pereira de Oliva Teles, da Universidade do Porto, em Portugal, que
exporá sobre as alternativas em nutrição de peixes marinhos.
O simpósio
será realizado na Fazenda Experimental Lageado, na Unesp de Botucatu. Detalhes:
http://www.fmvz.unesp.br/peixe/index.html
.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na Atualidade – O Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (FMUSP), por meio do Programa de Déficit de Atenção e
Hiperatividade no Adulto (Prodath), realiza, dia 9 de novembro, o simpósio
“Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na Atualidade”.
Médicos
psiquiatras, neurologistas, clínicos gerais, psicólogos, neuropsicólogos e
outros profissionais da área da saúde estão convidados a participar do evento
que discutirá assuntos relacionados ao diagnóstico e tratamento do TDAH.
O professor
Guilherme Polanczyk, da USP, será responsável pela mesa de discussão sobre
“TDAH na infância e sua transição para a idade adulta”; o professor Eugenio
Horacio Grevet, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pelo tema
“TDAH: O que há de novo?”.
As inscrições
com desconto podem ser feitas pelo site até 31/10. Após essa data, somente no
Centro de Convenções Milenium, na Vila Mariana, local do evento.
A
programação pode ser conferida no http://www.blcongressoseventos.com.br/adm/arquivos/69/Programação.pdf; inscrições no http://www.blcongressoseventos.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário