AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO
AS PALAVRAS
O Brasil está precisando de follow up. (Ercílio
Tr4anjan)
JUSTA HOMENAGEM
Mexendo nos meus guardados,
encontrei o texto que reproduzo aqui. Emocionante e justo, porque presta
homenagem ao Chico Socorro, um dos mais competentes e sérios profissionais que
conheço.
Publico-o aqui, como
reconhecimento ao valor dessa extraordinária criatura. Homenagem como essa não
pode ficar escondida no meu baú. O texto é de Renato Perracini, cujo perfil você
encontra no final do artigo.
Tributo ao
jovem velho Chico
Publicidade foi
feita para vender.
Vender em sentido
amplo: convencer alguém a comprar, transferir, alugar, procurar, devolver.
Levar pessoas a fazerem ou deixarem de fazer algo do interesse do anunciante.
Mas, quem venderia a
publicidade aos prováveis anunciantes?
Primeiro, tais
vendedores foram os próprios fazedores de anúncios. Como os arautos,
profissionais de percorrer as ruas berrando versos e canções, recheadas de
ofertas mágicas que despertavam desejos e atraiam adesões.
Depois – ou talvez
antes ou ao mesmo tempo – os pintores de muros e placas, os donos das
typographias, os editores de livros, folhetins e cartazes.
Redatores de jornais
percorriam lojas e fábricas, identificando produtos e serviços que pudessem ser
as estrelas de seus textos convincentes, emoldurados por ilustrações
provocadoras.
Com o advento do
rádio, locutores cultos e de voz impostada, davam a volta ao balcão de seus
clientes, provando produtos e serviços, conferindo estoques e criando promoções
salvadoras do faturamento mensal.
Logo, estes
pioneiros artífices da arte publicitária se transformaram em agentes. Depois
fundaram agências de publicidade, onde se aperfeiçoava a arte e a técnica de
equilibrar o fluxo de interesses entre produtores e consumidores, entre
ofertas, procuras, expectativas e desejos, democratizando bens e serviços,
estimulando empreendimentos.
Nas agências,
racionalizavam-se as práticas. Poetas, literatos e artistas plásticos
profissionalizaram seu talento na elaboração de mensagens. Guarda-livros e
contadores buscaram a eficiência financeira. Homens talentosos – como o velho
Julio Cosi – inventaram a mídia técnica, cadastrando jornais e revistas em todo
o Brasil, criando a autorização, a padronização de espaços e tabelas. Foram
mais longe e associaram revendedores longínquos e isolados à política
publicitária das grandes fábricas, numa publicidade cooperativa.
A agência de um só
homem virou agência de muitos homens (e já algumas mulheres, como a pioneira
Helena Ferraz, nos anos trinta), de equipes, de departamentos.
E o coordenador de
todo esse sofisticado mecanismo continuava sendo aquele velho agente, que sabia
tanto do estoque do Cliente quanto das necessidades e sonhos do público
consumidor.
Seu nome foi
mudando, através dos tempos: intermediário, agente, contato, representante,
profissional de atendimento e planejamento.
Ninguém
melhor do que ele sabia como diagnosticar os problemas dos Clientes, digeri-los
com bom senso, transformá-los em planos de ação e acionar os talentos da
agência a fim de propor soluções publicitárias originais e eficazes, que
realmente predispusessem o público adequado a reagir em favor dos produtos
oferecidos.
A História da
Propaganda Brasileira – quando for escrita – revelará aos jovens de hoje os
nomes de centenas desses pioneiros, comprovando que talento e criatividade
sempre existiram e que o mundo não começou com Bill Gates e Duda Mendonça.
Nossa história está
cheia de homens de cultura e talento privilegiados, íntimos da lógica do
mercado e da comunicação humana, que já praticavam uma ciência que viria a
consolidar-se com o nome de Marketing.
Homens que prestavam
a seus Clientes o full service. Que sabiam
avaliar, mobilizar e até criar os meios e recursos materiais e humanos
necessários e suficientes para realizar o indispensável equilíbrio entre o
potencial as expectativas de uma empresa, de um lado, e o potencial e
expectativas do mercado, do outro lado.
Homens que encaravam
a publicidade como parte integrante do produto. E a comunicação publicitária
como um universo harmônico e ilimitado, sem compartimentos ensimesmados em suas
próprias especialidades.
Homens aptos a
formular planos decisivos, de estimular campanhas vitoriosas mas também capazes
a propor ao Cliente corajosas alterações de produtos e métodos.
Homens assim, que
fizeram a ascensão e grandeza da publicidade brasileira.
E, à medida que se
tornaram raros, desencadearam seu fracionamento em inúmeras agências, com os
mais diversos e incoerentes apelidos de marketing – marketing disso,
marketing daquilo e até marketing de
resultados,
como se fosse possível existir um marketing que não objetivasse resultados.
Um desses homens –
legítimo herdeiro da cultura, talento e garra dos grandes pioneiros da
publicidade – é Francisco Socorro, que aprendi a admirar
por seu trabalho. Por sua perspicácia em diagnosticar problemas. Por sua
lucidez em formular soluções, por sua capacidade de coordenar sua realização,
avaliar resultados e aperfeiçoar rumos.
Por sua permanente
preocupação em teorizar a prática e em viabilizar a teoria da ciência
mercadológica. Por representar a combinação ideal entre a experiência e bom
senso, aliados à originalidade e ousadia. Tudo isso impregnado de sensibilidade
humana e amor ao próximo.
Chico é um ícone da
Publicidade. Da publicidade em seu sentido mais amplo, universal e ilimitado.
Um exemplo para as novas
gerações de publicitários e clientes, inconformados com o imediatismo, o
deslumbramento das premiações, a falta de valores éticos, a pulverização e
assincronia da atividade publicitária.
Angustiados com a
crescente predominância do materialismo e do imediatismo.
Ávidos por
substituir os atuais heróis, produzidos pela fama, em favor de homens
construídos a partir do esforço próprio, da razão e da ética. Heróis capazes de
entender, aperfeiçoar e comunicar às novas gerações os mais admiráveis valores culturais
já conquistados pela espécie humana.
Parabéns, jovem velho Chico, pelos seus 50
anos de carreira publicitária.
E gratos pelo
privilégio de termos você – pessoa, exemplo e estímulo – entre nós. RENATO
PERRACINI – fevereiro de 2006
PS. Francisco Chico Socorro começou a sua carreira
profissional como Office-Boy na JWT no dia 1º. De fevereiro de 1956
Renato Perracini,
jornalista e publicitários de carreira, participou com Francisco Socorro de
vários movimentos em prol do aperfeiçoamento e valorização dos profissionais de
Atendimento nas agências de publicidade. É Especialista em Marketing e
Comunicação pela ESPM e Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo.
SE VOCÊ PUDER IR, NÃO VÁ
Se você tem um amigo ou
parente disposto a ir aos Estados Unidos, procure tirar isso da cabeça dele.
Mostre que já aqui no Brasil é tratado como um desprezível terceiro mundista.
Pra começar ele terá de
tirar o visto. E pagar, para início de conversa, uma taxa de 160 dólares.
Aí, ir ao Consulado. E
enfrentar uma via crucis.
Terá de escolher entre S.
Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Recife. Vamos supor que eleja S. Paulo.
Entre passagem de avião (em
uma promoção), taxis, um hotel bem baratinho e alimentação sem extravagância,
vai desembolsar mais R$ 2.000,00, se você for com ele. Por baixo.
Mas o pior está por vir.
Em S. Paulo, ele terá de ir
a dois lugares. Um na Vila Mariana, outro na Chácara Santo Antonio.
Terá horário marcado. Que
ele não se atrase, embora o Consulado o atenderá uma ou duas horas mais tarde.
Se tiver sorte.
E você, se for com ele,
aguardará na rua. Se chover, e não estiver agasalhado, vai ficar molhadinho. Se
for dia de sol quente, prepare-se para se queimar.
Diante de tudo isso, é
melhor que seu amigo ou parente vá para a Europa. Que não exige visto. E lhe
trata com dignidade.
TADINHO DO MASP
Aproveitei o domingo
passado e fui ao Masp.
Fazia isso com frequência
quando morava em S. Paulo e estava com muita saudade.
Fiquei decepcionado.
O Masp perdeu o charme, caiu
no lugar comum. Uma pena.
Quem engavetou o projeto Cidade (de
Florianópolis) limpa?
A RAÍNHA DO LUGAR COMUM
Não consigo entender como a Folha
de S. Paulo consegue ser tão óbvia nas legendas que publica. Como esta,
publicada dia 01de outubro:
O volante Denilson conduz a bola
A foto mostra o jogador
conduzindo a bola.
DESPERDÍCIO
A Record publicou encarte de
16 páginas sob o título
Pecado Mortal
Como o texto das 16 páginas é
ilegível, imagino que o título se refere ao que a gente não consegue ler.
O ÓBVIO
A Kalunga.com publicou um
anúncio de página inteira ilustrado por uma flor, cujo título diz
Secretária
Esta flor é só para lembrar de quem dá vida ao nosso
ambiente.
Erro de português a parte,
fica a pergunta: o título não ficaria melhor se dissesse
Só para lembrar quem dá vida ao nosso ambiente.
PRA QUE COMPLICAR?
O governo do Estado de Santa
Catarina publicou anúncio cujo título é
Não deixe a natureza
ir por águas abaixo.
Coleta de esgoto. Faça a sua parte.
Nenhum reparo. Um título que
não é genial, mas corretinho.
Aí, o diretor de arte
resolveu caprichar. E empetecou o anúncio de tal maneira que estragou tudo.
QUANDO A PRODUÇÃO MATA TUDO
O título do anúncio, apesar
de óbvio, não é ruim. Diz:
Grupo RIC.
Presente na TV, Internet,
Rádio, Jornal, Revista,
na sua vida.
O layout é ótimo. Melhor que o texto. Mas ganha
umas viagem à Síria que conseguir ler o dito cujo.
O QUE ESSA MULHER ESTÁ FAZENDO AÍ?
A Boeing publicou anúncio que
tem por título:
Boeing e Brasil.
Oportunidades infinitas.
Aí, na falta de uma ideia, o
diretor de arte fez o que faz todo mundo que não tem talento: botou a foto de
uma mulher.
ACABARAM COM A MAITÊ
Tem um comercial rodando por
aí, do produto Inecap, onde a Maitê Proença parece uma vampira.
Acho que quiseram se vingar
dela.
UM INSULTO!
A Colgate está conseguindo
veicular um comercial pior do que o outro.
Não tem o menor respeito pelo
consumidor brasileiro.
PROPAGANDA ENGANOSA
A Avianca está dizendo, na
propaganda que faz, que serve refeições saborosas.
Desde quando sanduíche e
refeição saborosa?
CONTRASTE
Enquanto a oposição briga
entre si e insiste no lugar comum, o governo vai dando um banho de comunicação
e marketing.
DOS JORNAIS
. Folha de S. Paulo:
. Cabos Eleitorais de Dilma dizem ter recebido por
fora. (dia 29 de setembro de 2.012)
. Dilma faria melhor se buscasse equipar o
Brasil contra ataques cibernéticos. A presidente faz o oposto. Engvetou um
projeto de Política Nacional de Inteligência, que cria diretrizes para o Estado
brasileiro se prevenir contra ações de espionagem. O texto está pronto e
parado, no Planalto, desde novembro de 2010.
È mais fácil ler um discurso feito pelo marqueteiro no
teleprompter na ONU do que trabalhar duro em casa. Para azar de Dilma, é
possível perceber a distância entre o que ela fala e o que, de fato, faz. (Fernando
Rodrigues, dia 25 de setembro de 2.013)
. As negociações dos novos partidos, Solidariedade e
Pros, para filiar deputados envolvem a promessa de rateio do dinheiro do Fundo
Partidário, algo entre R$ 3 e R$ 3,80 por voto recebido em 2010. (27
de setembro de 2.013)
. O Estado de S. Paulo:
. Filiados do PT decidem entrega de casas em S. Paulo.
(29 de setembro de 2.013)
. Decisão do STF por novo julgamento pode adiar 306
sções. Embargos infringentes podem ser aceitos em casos que envolvem Malluf e
Collor. (22 de setembro de 2.012)
. Entidades do Minha Casa agem como imobiliárias.
(30 de setembro de 2.013)
. Analfabetismo para de cair pela 1ª. Vez desde 2004. (28
de setembro de 2.013)
. Preso, Donadon pede para exercer mandato (28
de setembro de 2.010)
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