Desde então, muitos setores da sociedade se debruçaram sobre o assunto e
voltou-se a discutir e a falar mais do que nunca sobre a lei Nº 12.587, de
janeiro de 2012, que trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Essa lei
determina que os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem o Plano de
Mobilidade Urbana (PMU). O GreenPeace, por exemplo, lançou a campanha
intitulada “Cadê o Plano de Mobilidade?’ (http://www.greenpeace.com.br/cade/), uma ação de cobrança e patrulha sobre os
governos municipais.
No entanto, se você fizer uma rápida pesquisa no Google vai descobrir
que esse tema é uma trilha batida, uma antiga discussão.
O engenheiro e jornalista Roberto Scaringella, um referencial sobre o
assunto no país -- que atuou no setor de transporte e trânsito desde 1968 e foi
fundador e primeiro presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego de São
Paulo (CET) -- entrou nessa guerra e defendeu por quase meio século um plano,
um planejamento com inteligência que abraçasse as questões de mobilidade
urbana. Infelizmente, faleceu nesse ano, em junho passado, sem ver muitos
avanços nesse sentido.
Há mais de 10 anos, em um de seus artigos, Scaringella escreveu: “A já
mencionada concentração urbana, a distribuição irracional de horários de
atividades -- gerando deslocamentos pendulares simultâneos --, a precariedade
do transporte coletivo e o sistema viário insuficiente são um convite ao
desenvolvimento de soluções de "software urbano", procurando racionalizar
os deslocamentos e as atividades dentro da infraestrutura já existente.
A partir da informação obtida
para enfrentar um deslocamento com o trânsito muito lento, deve-se, quando
possível, alterar o horário, o percurso, o modo de transporte e/ou o destino da
viagem (...). Note-se que as facilidades da informática, do geoprocessamento,
dos bancos de dados e das simulações eletrônicas poderiam iluminar muito essa
discussão. Melhores soluções apareceriam.”
Nós concordamos totalmente e é sobre isso que queremos tratar, sobre a
adoção de tecnologias de geoprocessamento no dia a dia das empresas, pois
existe uma parte desse bolo que cabe às pessoas jurídicas -- aos caminhões; às
frotas de carros de assistência técnica ou vendedores; aos entregadores de
mercadorias, às empresas de transporte de cargas e valores, entre outros --
para ajudar a melhorar a mobilidade urbana.
Enquanto o cidadão deve se conscientizar tirando o carro da garagem um
pouco menos, as PJs devem saber que existem formas de se gerenciar uma frota de
modo a não só contribuir com a melhoria do trânsito, mas trazer economia para
os negócios e ainda agradar o cliente final. Estamos falando em usar a
tecnologia já existente -- geoprocessamento, roteirização e setorização -- para
otimizar o transporte de cargas, de frotas de vendedores, de perecíveis, entre
outros, nas cidades.
Por incrível que pareça, muitas empresas entregaram decisões importantes
de deslocamento de suas frotas nas mãos de seus motoristas. Trata-se de uma
decisão não adequada para o negócio e totalmente inconveniente para o
trabalhador que não foi contratado para isso -- já existem leis que
regulamentam sua atividade.
Ao contrário, a otimização das rotas e recursos (veículos e motoristas)
de uma empresa, a distribuição mais inteligente de recursos por área
geográfica, planos de deslocamentos respeitando os desenhos das cidades, tudo
isso pode e deve ser feito por sistemas de software especialistas.
Mas o que temos constatado é que, pelo menos, 70% das empresas ainda
insistem em fazer a gestão de sua logística e de seus veículos manualmente, mas
valer-se de um grande mapa da cidade, do estado ou do país, e de alfinetes e
fios coloridos indicando as rotas, está longe de ser o melhor jeito de
organizar e gerir os recursos de transporte. Isso está intrinsecamente ligado
ao que Scaringella detectou como a resistência de se alterar hábitos e mudar
comportamentos:
“É de se notar que propostas alternativas de uma distribuição mais
inteligente de viagens ou deslocamentos são uma forma de melhorar o trânsito
sem grandes investimentos, porém é necessária muita vontade política para
convencer as pessoas, físicas ou jurídicas, inclusive políticos, a mudarem de
comportamento.”
Para Scaringella, o transporte de cargas com caminhões grandes, médios e
pequenos ajuda a complicar a situação. Essa é a parte que cabe às empresas
resolver. “Não faltaram tentativas nos últimos anos em usar horas ociosas de
pouco movimento para se fazer o transporte e a operação de carga e descarga.
O transportador gosta da ideia, a população que enfrenta o trânsito
aplaude, entretanto os responsáveis pelos pontos de recebimento não concordam
em ter em seu estabelecimento equipes de pessoal e segurança para receber a
carga em horários não-comerciais. O acordo nunca foi possível”, afirmou.
Otimizando sua área geográfica
É chocante como as pessoas não otimizam a área geográfica em que atuam.
As empresas muitas vezes distribuem seus vendedores de acordo com a carteira de
clientes, mas se fizessem um trabalho geográfico conseguiriam concentrar esses
clientes e ter uma mobilidade muito melhor.
No caso de representantes comerciais que saem às ruas, é muito fácil
fazer a divisão correta dessas áreas com a ajuda de software especializado. Em
muitos casos, conseguimos uma redução de até 30% na quilometragem rodada, o que
é significativo.
Dependendo do número de recursos que estão na rua, com esse tipo de
retorno, a empresa paga o investimento que fez na ferramenta de roteirização
rapidamente em cerca de três ou quatro meses e, depois, é só lucro. Além disso,
com uma melhor mobilidade, a empresa e seus representantes de vendas, por
exemplo, podem usar o tempo que sobra para prospectar novos clientes.
Com um sistema inteligente de gerenciamento das frotas ou de
roteirização, as empresas não só economizam, como reduzem a emissão de
CO2 e ainda não correm o risco de passar por cima de leis importantes, como
aquelas que regulam o tempo de parada dos caminhoneiros.
São muitas variáveis a serem consideradas. Somente com a ajuda da
tecnologia é possível processar todas elas e obter a melhor equação.
A tecnologia também consegue ajudar a traçar rotas que evitem rodízios,
pontos de alagamentos, alertem sobre a altura de pontes e viadutos no caso de
caminhões baús.
E mais... Com a ajuda de software e consultoria, é possível avaliar o
quanto vale a pena atender um cliente do outro lado da cidade que sempre compra
muito pouco. A ideia é fazer com que as empresas se desloquem menos, atendam
mais clientes, busquem novos clientes e ainda melhorem seus serviços.
Outra questão importante é o controle dos recursos e do dia a dia. Como
é possível saber que um determinado veículo cumpriu a rota pré-estabelecida?
Como saber se um vendedor poderia ter feito mais visitas independentemente do
trânsito? Como se certificar de que o motorista não ficou parado mais do que o
necessário em determinado local ou cliente? Com tecnologia.
Por onde as empresas devem começar?
No Brasil, a frota de automóveis e motocicletas teve crescimento de até
400% nos últimos 10 anos. Isso é resultado também do crescimento econômico do
país, mas as empresas estão longe de automatizar uma série de processos,
inclusive seus departamentos de logística, de delivery, etc, e contribuir para
a mobilidade das cidades.
As empresas estão crescendo muito rápido e, quando se faz tudo de forma
manual, conseguem avançar só até certo ponto.
Talvez o maior obstáculo a uma mudança de paradigma sejam os preconceitos.
Muitas empresas não acreditam que investir em tecnologia seja importante, pois
já fazem aquele trabalho manualmente há 10 ou 20 anos e querem continuar
fazendo.
O varejo é um caso típico: são empresas grandes, mas com trabalhos
manuais em termos de logística e transporte; sua lógica de deslocamento está
nas mãos dos motoristas dos caminhões de entrega.
Bem, mas como começar a mudar? Além de boa vontade e renovação do
pensamento empresarial, nosso primeiro conselho para as empresas que desejam
modificar seu modus operandi é que comecem organizando um banco de dados com
todas as informações de seus clientes, vendedores, fornecedores, parceiros e
todos que aglutinam ao seu redor e fazem parte da sua rotina de negócios.
Parece óbvio e básico, mas o número de empresas que não mantêm uma base
de dados com endereço, nome da rua, número, CEP, etc, em ordem é muito grande.
Então, essa é a primeira lição de casa.
Segundo passo: esteja disposto a fazer algumas mudanças nas suas equipes
e prepare-se para as resistências culturais. Atendemos uma empresa que não
atingiu ganhos interessantes com mobilidade simplesmente porque não estava
disposta a alterar a sua carteira de clientes X vendedores.
Bem, a falta de inteligência na mobilidade urbana custa caro para as
empresas e custa caro para o cidadão – nem chegamos a mencionar os impactos
ambientais causados pelas emissões de CO2 na atmosfera advindo dos veículos que
utilizam combustíveis fósseis (petróleo – óleo diesel). A parte que cabe às
empresas é pensar a mobilidade urbana usando mais tecnologia e inovação; esse é
o desafio. (Por Carlos
Azevedo, sócio-diretor
da Geograph, NO Adnews)
INDÚSTRIA INVESTE EM CENTRO DE
CONVIVÊNCIA |
Não
é novidade que pessoas com mente e corpo saudáveis são muito mais felizes e
produtivas. Na correria cotidiana, muitos colaboradores passam mais tempo em
seu local de trabalho do que na sua própria casa. Sendo assim é importante
que eles se sintam-se bem e confortáveis.
Pensando
nisso, a catarinense C-Pack investiu em um espaço para que os colaboradores
possam cuidar tanto da sua saúde, através da prática de exercícios físicos,
quanto do lazer, através da nova estrutura desenvolvida pela empresa. O
Centro de Convivência possui academia, que funciona em horários alternados,
área de descanso com poltronas e espaço para jogos como baralho e damas, além
de biblioteca com títulos variados para leitura no local.
O
refeitório também funciona de forma diferenciada. Toda a alimentação é
desenvolvida dentro da própria indústria, junto ao parceiro SESI/SC, e
apresenta diariamente dois tipos de cardápios: a opção do dia e um prato
especializado, que tem uma temática diferenciada conforme o dia da semana.
Quem
precisa participar de treinamentos também possui um local projetado para esta
finalidade, com espaço confortável para atender 20 pessoas. Além dessas
novidades, a empresa também oferece opção de transporte através de ônibus
fretado, mas com muito mais conforto e exclusividade. Saiba mais novidades
sobre a empresa através do site www.c-pack.com.br.
Há
10 anos no mercado brasileiro, a C-Pack reforça sua posição como líder Latino
Americana de embalagens plásticas flexíveis, no formato bisnaga (tubo), para
os segmentos cosmético (carro-chefe), farmacêutico, industrial e alimentício.
Tal
posição é reforçada devido a sua atual capacidade produtiva, que registra 220
milhões de tubos ao ano, e ao tamanho do seu parque fabril, situado numa área
de 63 mil m² com 18.300 m² de área construída. Oriunda de uma iniciativa
suíço/brasileira, a C-Pack está sediada na Área Industrial de São José, na
Grande Florianópolis (SC), e mantém escritório comercial em São Paulo (SP).
Dez
diâmetros fazem parte do portifólio de tubos da C-Pack: 13, 16, 19, 22, 25,
30, 35, 40, 50 e 60. São mais de 700 possíveis variações em formatos, além
das diversas combinações decorativas. As embalagens plásticas – tubos, tampas
e componentes – produzidas pela C-Pack atendem aos mais rigorosos padrões de
qualidade de Boas Práticas de Fabricação (BPF).
O
conceito “Eco-Packaging” é uma inovação do Centro Multidisciplinar de
Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (CORE-D) da C-Pack, que permite
redução de 50% de energia e menor quantidade de matéria-prima, durante o
processo produtivo. Esse e outros investimentos realizados pela fabricante,
nos últimos 10 anos, renderam-lhe 21 premiações.
Entres
eles destacam-se Troféu Roberto Hiraishi, Prêmio Top Suppliers, Pesquisa Pack
de Preferência, Prêmio IEL de Estágio SC, Feras da Embalagem, Prêmio
EmbalagemMarca Grandes Cases de Embalagem e Certificação de Fornecedores.A
sustentabilidade é algo presente na fabricante catarinense.
A
certificação SA8000 de responsabilidade social, obtida pela C-Pack em 2005, é
fruto do investimento que a empresa aplica nesta área. Toda a estrutura da
fábrica, onde trabalham cerca de 470 colaboradores, apresenta soluções
inteligentes como cobertura e paredes termowall, iluminação natural,
aquecedor solar, captação da água da chuva, tratamento de esgoto e sistema de
pressão positiva – que não permite a entrada de agentes contaminantes no
ambiente fabril pelas portas.
Entre os mais de 400 clientes nacionais e internacionais, de pequeno a grande porte, que fazem parte do portifólio da C-Pack destacam-se empresas como Avon, Johnson & Johnson, Flora, Reckitt Benckiser, O Boticário, L’Oreal, Nivea, Unilever, Natura, Jequiti, Vizcaya, Medley, Aché, Água de Cheiro, entre outros. Atualmente, a C-Pack exporta para oito países da América Latina e os Estados Unidos. Saiba mais sobre a empresa no site www.c-pack.com.br |
GERAÇÇÃO
Y NÃO ACREDITA EM PUBLICIDADE
Geração Y se sente responsável em publicar
feedbacks a respeito de suas experiências com as empresas, sejam positivas ou
negativasCrédito: SXC
O estudo
chamado "Millenials as Brand
Advocates", da
Social Chorus, publicado em julho de 2013, traz informações interessantes a
respeito de como a geração Y lida com as marcas e com o marketing das
empresas.
A pesquisa,
que alimentou o estudo, foi feita nos EUA, mas creio que a maioria das
conclusões se aplica muito bem ao mercado brasileiro.
Geração Y
são todos aqueles nascidos entre 1980 e 2000.
Uma boa
parte desse povo já compõe a população ativa economicamente, são consumidores e
fazem parte da força de trabalho nas empresas. Nos EUA, são 79 milhões da
geração Y versus 48 milhões da geração X (nascidos entre 1965 e 1980).
É evidente
que a geração Y reina absoluta nas redes sociais. Se analisarmos o Twitter, 50%
dos usuários são Ys. A conclusão mais impactante do estudo é que os Ys não
acreditam em publicidade.
Apenas 6%
dos pesquisados disseram acreditar na publicidade on-line. Existe uma
insatisfação com histórias patrocinadas postadas nas redes sociais. 67%
disseram que nunca clicaram numa história patrocinada.
Ironicamente,
um estudo recente da Edelman Berland, também realizado junto à Geração Y,
apontou que somente 3% acham que a publicidade é chata.
O mesmo estudo concluiu que 70% dos Ys se
sentem responsáveis em publicar feedbacks a respeito de suas experiências com
as empresas, sejam positivas ou negativas. Parece que existe um compromisso
tácito entre eles de fazer isso.
Em
contraponto ao descrédito com a publicidade, o estudo da Social Chorus diz que
os Ys confiam no que seus amigos e comunidades falam. 91% dos Ys consideram
comprar um produto recomendado por um amigo e 98% deles são mais propensos a se
engajar num post de um amigo do que num post de uma marca.
Estamos
diante de um novo desafio para o marketing das empresas: buscar métodos para
incentivar os Ys a compartilhar suas ações nas redes sociais. Ou seja, falamos
de uma espécie de co-marketing entre empresas e jovens.
Em vez de
marketing para eles, estamos falando de marketing com eles.
As empresas
devem investir em plataformas para incentivar que os Ys contem suas
experiências com as marcas para seus amigos e comunidades.
Essa é uma
relação que precisa ser construída de forma genuína, não o tradicional
marketing forçado usado por muitas empresas.
Os Ys, de
maneira geral, são mais propensos a fornecer suas informações pessoais e
preferências do que outras gerações, as empresas devem se aproveitar dessa característica
se associando a eles, criando um relacionamento mais aberto e aceitando bem os
riscos inerentes a uma convivência mais espontânea e transparente.
A conclusão
é que estamos diante de uma transformação profunda do marketing. As marcas já
sabem disso, mas não existe uma clareza de como fazer. É evidente a corrida
atual das empresas na adoção de uma estratégia diferenciada para lidar com a
Geração Y. Quem está no poder são eles, não mais as organizações.
O QUE HÁ DE ERRADO COM O JORNALISMO ONLINE?
O nome dele é Ryan Holiday, tem 25 anos e recentemente foi muito citado como fonte por inúmeras publicações online nos Estados Unidos, desde a blogosfera até os principais veículos da mídia do país. Holiday não é especialista em nada, mas conseguiu influenciar e publicar suas ideias na mídia social e até nas melhores publicações dos Estados Unidos.
Ele se autodescreve como “manipulador da mídia” e sua intenção, segundo ele mesmo, foi provar que a mídia publica qualquer coisa com muito pouca, ou nenhuma, investigação consistente. Holiday foi longe com suas mentiras para a imprensa. A revista Forbes(18/07) apresentou uma pequena mostra do alcance das histórias do rapaz:
“Na Reuters, ele foi o garoto do pôster da geração ‘Yiekes’ (jovens investidores desiludidos com o mercado de ações). No ABC News, ele foi membro de uma nova geração de insones de longo prazo. Na CBS, ele inventou uma embaraçosa história de escritório, na MSNBC, ele fingiu que alguém que trabalhava no Burger King espirrou nele. No Manitouboats.com, ele opinou sobre como preparar seu barco para o inverno.”
Seu feito máximo na imprensa envolveu uma matéria no New York Times (18/4) sobre toca-discos que, em plena era digital, retornaram como opção para reprodução mais fiel de áudio. Holiday comentou sobre esses aparelhos (que são decodificadores fonográficos das mídias de vinil) sem nunca ter tido um.
Espalhando absurdos
Ele queria provar
um ponto: o jornalismo online é suportado por bases frágeis, quando se trata de
fontes. E que uma determinada organização de notícias, a Haro, é parte do
problema: “Eu queria provar que a organização ‘Ajude um repórter’ (Help a
repórter out – Haro) representa bem o que há de errado com o jornalismo
contemporâneo”, escreveu ele em e-mail a Romanesko.com. “Engenharia
reversa de matérias obtidas por motores de busca, nenhuma checagem de fatos,
descuido com a autopromoção etc.”, criticou o mentiroso.
Holiday é um
sujeito criativo e ousado. Associou-se ao serviço, que supostamente deveria colocar
repórteres em contato com as fontes. A firma usa “especialistas” que respondem
por e-mail às consultas feitas pelos repórteres. As melhores organizações da
mídia americana utilizam o serviço: “A ABC, a NBC, a CBS, o New York Times
e a Reuters estavam entre os veículos de notícias que encontraram Holiday
através do site”, informou o Lookout, blog de notícias do Yahoo (19/7).
Holiday
infiltrou-se na Haro e começou a espalhar os maiores absurdos sem que nenhum
repórter tenha tido a preocupação de checar se ele era fonte confiável, se
tinha qualificações e quais eram. A única pessoa a pedir algum tipo de
confirmação apenas perguntou se ele era ele mesmo. Ele disse que sim.
Produto que depende
de escândalo
A imprensa reagiu.
O New York Times, depois da matéria dos toca-discos, foi humilhado e
obrigado a acrescentar um parágrafo para explicar por que publicou as opiniões
de um leigo que nunca teve um disco de vinil nem tampouco toca-discos para
tocá-los:
“Nota do Editor, 18 de julho, 2012
Uma versão anterior deste artigo
incluía citações de Ryan Holiday de New Orleans a discutir por que ele preferia
discos de vinil. O repórter encontrou Holiday através de um site que conecta
repórteres a fontes em vários tópicos.
Holiday, que escreveu um livro sobre
manipulação da mídia, subsequentemente reconheceu que reconheceu que mentiu
para o repórter do Times e a outros jornalistas em uma variedade de
assuntos, fabricando respostas para suas consultas online.”
Foi um momento
embaraçoso para a mídia. E a briga ficou feia. Peter Shankman, fundador e dono
da Haro, chamou Holiday de “idiota em busca de autopromoção”. Afirmou que o
sujeito estava a escrever um livro sobre como mentir e enganar a mídia.
Afirmou que Holiday
não fez nada por altruísmo e o que ele fez não é tampouco experiência alguma.
Shankman o acusou de promover seu livro. Ele disse mais ainda: “Como
jornalista, foi sempre seu trabalho fazer a pesquisa e checar as fontes, seja a
que você encontrou na rua, na Craiglist ou na Haro. Se você não está fazendo
isso, não está fazendo seu trabalho”, sentenciou o dono da empresa de venda de
fontes.
O site de notícias
Lookout do Yahoo também apostou na hipótese da autopromoção. Holiday realmente
publicou um livro (19/7) chamado Trust me, I’m Lying. Confessions of a Media
Manipulator(New York, N.Y. Ed. Portfolio, 2012). O autor considera-se um
vigilante num mar de blogueiros que não sabem tratar a informação. Em suas
palavras, “num mundo onde os blogs controlam e distorcem as noticias, meu
trabalho é controlar blogs – tanto quanto possa uma pessoa”, diz ele em seu
livro.
A melhor crítica
contra ele veio não propriamente através da mídia convencional. Foi o site
eclético de Maria Popova, o Brainpickings, que publicou (20/7) a argumentação
mais compreensiva do estrago que Holiday fez na mídia. A autora ponderou que o
próprio livro de Holiday é também um produto que depende de uma boa dose de
escândalo para sua venda. Fora isso, ele funciona então como “jogo limpo e meta
comentário no próprio sistema que Holiday opera”, afirmou Popova.
Com as calças na
mão
A crítica é boa e
atingiu o alvo. Ao mesmo tempo, reconheceu as virtudes e limites do trabalho de
Holiday. Mas nem as versões de autopromoção da imprensa ou a interpretação da
autora conseguem tirar a força da argumentação de Holiday sobre a ausência de
critérios profissionais devidos e obrigatórios na confirmação de fontes no
jornalismo online contemporâneo.
Os novos sistemas
de coletas de informação da era digital afastam o jornalista incauto de suas
fontes confiáveis, tornando-as remotas e incertas. O uso de motores de busca,
somado a repetição de conteúdos nos informativos online e as matérias
excessivamente resumidas são males reais do periodismo online. Os repórteres
perdem a perspectiva das ruas. Recorrem a mapeamentos digitais. Enxergam o
mundo das alturas.
A busca de notícias
deve ser um processo cuidadoso e meticuloso. Não deve orientar-se por bancos de
dados, motores de busca ou artifícios que levam a uniformidade dos relatos
escritos. Deve trazer relatos humanos com fontes comprovadas.
O jornalismo online
– seja através dos blogueiros, ou das maiores organizações de notícias, sofre
de carências básicas em comprovação de fatos, identificação positiva de fontes
e da prática tediosa de “requentar” a notícia já publicada. Holiday pode andar
em busca de promoção para seu livro. Pode ele mesmo andar à procura de
autopromoção, coisa que ele acusou a imprensa online de praticar.
Mesmo se for este o
caso, o homem é um gênio de marketing: conseguiu a promoção de três grandes
veículos da web para seu livro: o New York Times, a Forbes, e o
Lookout, da Yahoo. Sua crítica à mídia foi um embaraço publico que está
publicado em página do New York Times. O registro ficou, e ficará para
sempre gravado na história da mídia como um dos maiores embaraços provocados
por um autor leigo de 25 anos decidido a provar as fragilidades da mídia
contemporânea.
Ninguém pode deixar
de reconhecer que Ryan Holiday também é, como disse Maria Popova, “um
comentarista justo e necessário do próprio meio onde vive”. Ele pode fazer
parte do jogo. Ninguém é santo, ou completamente puro em intenções. A óbvia
promoção de seu livro embutida em sua crítica não invalida seus feitos.
Holiday joga o
jogo, mas não tem medo de virar a mesa e apresentar os fatos como eles são. Foi
isso que o levou a surpreender a mídia americana “com as calças na mão”. (Texto
de Sergio da Motta e Albuquerque, publicado no Observatório da Imprensa)
AS 10
MARCAS DE CIDADES MAIS VALIOSAS
A Superbrands Brasil, empresa de origem inglesa especializada em gestão
de marcas, divulga o resultado de seu levantamento inédito que aponta as 10
marcas de cidades brasileiras mais valiosas em 2013.
O ranking das 10 marcas-cidades mais valiosas é, pela ordem: São Paulo
(R$ 233,5 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 88,2 bilhões), Brasília (R$ 70,1
bilhões), Curitiba (R$ 26 bilhões), Belo Horizonte (R$ 24,6 bilhões), Manaus
(R$ 20,9 bilhões), Porto Alegre (R$ 20,8 bilhões), Campinas (R$ 16,6 bilhões),
Fortaleza (R$ 16,5 bilhões) e Salvador (R$ 15,6 bilhões).
O estudo levou em consideração 18.100 entrevistas com a população das
cidades, associado a dados econômicos e sociodemográficos obtidos junto aos
órgãos IBGE e IPEA. “A pesquisa junto à população avaliou indicadores que
estabelecem o índice de força das marcas das cidades, em aspectos como
reputação, admiração, gestão, comunicação, governança, segurança, limpeza,
transporte e responsabilidade socioambiental, entre outros”, afirma o CEO da
Superbrands Brasil, Gilson Nunes.
De acordo com o executivo, o valor da marca-cidade é um importante ativo
estratégico para a atração de capital, de turismo e de mão de obra qualificada,
além de ferramenta para a elaboração de políticas públicas e melhoria de
aspectos negativos detectados pela pesquisa. “São Paulo, a primeira do ranking,
é vista como a melhor cidade para se fazer negócios e trabalhar, mas apresenta
queda vertiginosa quando o assunto é transporte; já o Rio de Janeiro, em
segundo lugar, é reconhecido pela população por sua forte vocação turística,
mas tem problemas de imagem em aspectos como segurança e saúde”, afirma
Nunes.
Impactos da Copa e das Olimpíadas nas marcas cidades
Com a proximidade da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016, o valor
das marcas-cidades torna-se crucial para a maioria das cidades brasileiras
listadas neste ranking. “Por exemplo, a realização das Olimpíadas de Londres
2012 foi fundamental para a valoração da marca Londres, que recebeu do Comitê
Olímpico Internacional (COI) R$ 9,4 bilhões para o desenvolvimento dos
esportes. As marcas patrocinadoras obtiveram grande retorno; a P&G (Procter
& Gamble), por exemplo, gerou vendas adicionais de R$ 1 bilhão com Londres
2012. Por fim, os Jogos Olímpicos beneficiaram a economia inglesa em mais de R$
50 bilhões, gerando emprego e renda para a população. Isto equivale a 2,1% do
PIB atual, de R$ 4,9 trilhões”.
Sobre os benefícios que os grandes eventos de 2014 e de 2016 deverão
trazer às marcas das cidades brasileiras que sediarão os jogos, Nunes é
taxativo: “Superado o desafio de integrar as agendas estratégicas do governo e
do setor privado em torno da própria marca Brasil, o que esperamos, além dos
impactos econômicos, é a melhoria da reputação e a confiança dos mercados
interno e externo para estimular o aporte de novos investimentos. Como saldo
final destes jogos, cerca de R$ 200 bilhões deverão ser incorporados ao PIB
destas cidades. (Redação Adnews)
OPORTUNIDADES
O Instituto de Ciências
Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP) em São
Carlos está com inscrições abertas – até 6 de setembro – para o concurso que
busca preencher três vagas de professor doutor para o departamento de Matemática.
Os docentes aprovados no concurso
receberão salário de R$ 9.184,94, deverão atuar nas áreas de análise, geometria
e topologia e álgebra, em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa
(RDIDP).
Para se inscrever, o candidato
deve apresentar a documentação necessária, o memorial circunstanciado que
comprove os trabalhos publicados e um projeto de pesquisa.
A avaliação é composta por três
fases: julgamento do memorial com prova pública de arguição, prova didática e
prova oral/projeto.
No julgamento do memorial (peso
50), serão avaliadas as produções, as atividades didáticas universitária e
profissionais e os diplomas.
A prova didática (peso 25) será
pública, deverá ter de 40 a 60 minutos de duração e versará sobre o programa do
concurso – o candidato poderá utilizar o material didático que julgar
necessário.
Na prova oral/projeto (peso 25),
o candidato será questionado sobre o projeto de pesquisa apresentado e serão
considerados o conhecimento científico e a experiência prévia sobre o tema
proposto, a adequação do projeto às áreas de conhecimento e a clareza das
respostas às questões propostas.
As inscrições devem ser feitas
pessoalmente, por procuração ou enviadas por correspondência para a Assistência
Acadêmica do ICMC, que fica na Avenida Trabalhador São-carlense, 400, em São
Carlos, interior de São Paulo. Detalhes: www.icmc.usp.br/e/d9536
SÓ EXISTE O QUE FUNCIONA
(Bruna
Bessi ,
iG São Paulo) - Conhecido pela criação do Cobi, símbolo
das Olimpíadas de Barcelona, o designer espanhol Javier Mariscal invade o
Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com 60 obras em exposição
O trabalho do designer
espanhol Javier Mariscal chama atenção pelo humor e a irreverência, sempre
envoltos por cores vibrantes. Mas em seu processo criativo, entretanto, a
seriedade é total.
“ Quando se trata de design, não existe bonito nem feio , mas sim o que realmente funciona”,
diz ele, que esteve em São Paulo nesta semana para o lançamento de algumas
peças e a abertura de uma exposição sobre sua trajetória, marcada pela criação,
em 1992, do personagem Cobi, símbolo das Olimpíadas de Barcelona.
A mostra “Todas as Cores
de Mariscal”, realizada pelo Instituto Tomie Ohtake em parceria com a
Tok&Stok, tem curadoria assinada pelo próprio artista e apresenta 60
peças – de móveis, luminárias, brinquedos, projetos gráficos a
animações –, que revelam a versatilidade do designer. A percepção de
funcionalidade, tida por Mariscal como elemento básico em qualquer projeto,
também pode ser claramente notada ao longo da exposição, que vai até 29 de
setembro.
Mais:
Mais:
Mariscal
se preocupa em identificar “problemas” durante as criações e se empenha em
resolvê-los. A questão inicial neste processo pode estar relacionada à falta de
tempo ou dinheiro para produzir, à necessidade de ser inovador ou de haver
tecnologia de ponta envolvida. Mas o importante é descobrir como finalizar o
trabalho da maneira certa.
“Desenhistas
são como médicos que precisam fazer um bom diagnóstico. Novos projetos resultam
de muita racionalidade. Imaginar ‘momentos iluminados’ ou ‘inspiração’ para
resolver problemas é algo sem sentido”, afirma.
“"Imaginar
‘momentos iluminados’ para resolver problemas é algo sem sentido"
O traço simples e o
objetivo de surpreender também marcam o trabalho do designer espanhol.
Multifacetado, ele já se viu envolvido na criação de
móveis, louças, artes gráficas, animações e até na codireção do longa-metragem
Chico&Rita (indicado ao Oscar em 2012).
De onde vem tamanha
criatividade? O experiente profissional garante que de um olhar alerta para
tudo. “Filmes, arquiteturas e trabalhos de outros desenhistas são boas fontes
de informação. O essencial é estar sempre curioso e atento”, diz.
Javier
Mariscal defende ainda a necessidade de tratar o desenho como uma linguagem
internacional. Segundo ele, todas as pessoas são capazes de ser atraídas por um
projeto bem realizado. E é desse modo que o designer se prepara para montar uma
exposição repleta de obras sensoriais em Seul, na Coreia do Sul, e finalizar um
projeto residencial em terras japonesas.
No
Brasil, lança uma coleção de louças, roupas de cama e itens para pets na
Tok&Stok e também assina uma linha de cubas, para a Roca, com ilustrações
de temas esportivos - em homenagem a Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos de
2016.
VALORIZAÇÃO
DO ARTESANATO, O CAMINHO DO DESIGN
(Bruna Bessi , iG São Paulo) - Coordenador do iF Design, um dos
prêmios mais conceituados do mundo no segmento, o alemão Frank Zierenberg
analisa o mercado e indica perspectivas para o País
Mostrar aos designers do mundo todo a
importância de se manter a identidade cultural nas criações é uma das metas
pessoais do alemão Frank Zierenberg. Coordenador do iF Design Awards – uma das premiações mais importantes
do mundo no segmento –, ele estará no Brasil entre os dias 7 e 8 de outubro
para participar do ciclo de palestras da sexta edição do BoomSPDesign, evento
que acontecerá no D&D Shopping, na capital paulista.
“O artesanato é muito ligado à cultura e
às tradições de uma região, portanto, representa um trunfo importante no
repertório de designers e fabricantes locais”, afirma ele, que, todo janeiro,
coordena cerca de 50 especialistas de todo o mundo que se reúnem para
selecionar os melhores trabalhos de design lançados no ano anterior. “O
objetivo é que o júri veja, toque, teste, explore e discuta as diferentes
propostas”, diz Zierenberg.
Entre os principais critérios de análise dos projetos
do concurso estão: qualidade do trabalho, escolha de materiais, grau de inovação , impacto ambiental, funcionalidade, ergonomia e
segurança. “É preciso que o interessado avalie as premiações muito de perto
antes de inscrever um trabalho”, alerta o designer.
O ideal ainda é sejam feitas perguntas durante a
investigação da importância do prêmio, entre elas o grau de popularidade e
importância internacional, a imagem da comissão organizadora, a relevância dos
jurados, o número de participantes das últimas edições e seus vencedores.
Conversamos um
pouco mais com Frank Zierenberg para descobrir os segredos que tornam uma peça
de design digna de prêmio.
O
designer alemão Frank Zierenberg acredita no poder do trabalho manual
iG: Produtos criados para competições, na maioria das vezes, são
inovadores. Algumas destas propostas, no entanto, encontram-se longe do
esperado pelos fabricantes. Qual é a melhor maneira de conciliar inovação e a
expectativa de mercado?
Zierenberg: Acredito que propostas inovadoras nem sempre entram em conflito com o mercado. Um designer precisa encontrar boas alternativas para as necessidades dos usuários. Se a solução for apropriada, os fabricantes irão reconhecer, pois existirá um motivo claro.
iG: Como é possível manter a essência do artesanato em um processo
industrial?
Zierenberg: É
uma tarefa difícil, porém gratificante. O artesanato está muitas vezes ligado à
cultura e às tradições da região, portanto, representa um trunfo importante no repertório de designers e fabricantes locais.
Diversos países perderam tal característica durante a
ascensão da indústria. O melhor exemplo da coexistência frutífera entre
fábricas e manufaturas é a indústria no norte da Itália. Não é surpresa para
mim que alguns projetos de móveis brasileiros fortemente enraizados no
artesanato estejam sendo produzidos por empresas italianas.
iG: Muitos de nossos designers são reconhecidos no mercado
nacional apenas quando bem sucedidos no exterior. O que imagina faltar ao
Brasil para reconhecer seus talentos?
Zierenberg: Como
um estrangeiro acredito não ser o mais apropriado para responder a esta
pergunta. Porém, acho que a grama do vizinho é sempre mais verde. Mas isso é
comum em todos os lugares, não apenas entre os brasileiros.
iG: Quando pensamos no meio ambiente, como devemos entender o uso
de materiais biodegradáveis no design?
Zierenberg: É
extremamente necessário encontrar soluções para os crescentes desafios
ambientais que vivemos. Materiais biodegradáveis podem ser uma direção
apropriada. Entretanto, é preciso analisar com cuidado os diferentes casos.
Estes materiais até parecem ecológicos, mas quando se investiga o ciclo de vida
completo do produto , pode ser que não se mostrem tão sustentáveis assim.
iG: O prêmio iF teve início em 1953. Qual é o balanço da
participação brasileira nos últimos anos?
Zierenberg: A
indústria brasileira de design vem crescendo em um ritmo forte e o número cada
vez mais expressivo de inscrições registradas é um reflexo disso. O Brasil já
recebeu 234 prêmios no iF Design e,
se compararmos a quantidade de inscrições com a de entradas concedidas, o
número passa de 10% em 2010 para 22% em 2013. O que mostra claramente a força e
qualidade do design brasileiro.
PARA
EVOLUIR É PRECISO INOVAR
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