A Web 3.0 começa a virar realidade com o Teckler, que aposta na exposição e remuneração
de geradores independentes de conteúdo e garante aos leitores o acesso aos temas
que realmente interessam, em ambiente multimídia e integrado com todas as redes
sociais.
"O Teckler é o próximo passo da Internet mundial.
Consideramos que na Internet 1.0 a grande maioria dos serviços eram gratuitos,
e na Internet 2.0 as empresas começaram a efetivamente ganhar dinheiro com o
conteúdo gerado pelos próprios usuários. Na Internet 3.0 quem começa a ganhar
dinheiro é o próprio usuário que gera esse conteúdo", explica Claudio
Gandelman, fundador da empresa e ex-CEO do Match.com (Par Perfeito, no Brasil)
para a América Latina.
O Teckler promove o engajamento dentro do ambiente do site,
muito mais facilmente do que um blog, por exemplo, e sem a obrigação de ficar
atualizando conteúdos 100% do tempo. As pessoas podem criar e dividir conteúdo através
de textos, fotos, vídeo e áudio e ainda ter uma remuneração pela audiência
alcançada.
A ideia é ser uma plataforma de divisão de conhecimento,
cultura, sabedoria popular e paixões com remuneração para os geradores desse
conteúdo, que ficam com 70% da receita gerada. É uma forma de disseminar
cultura e ainda gerar valor agregado para as pessoas em um ambiente
descontraído.
"Depois de seis meses de desenvolvimento estamos fazendo o
lançamento simultâneo em 164 países, em 13 idiomas diferentes. Temos um público
potencial de mais de 4 bilhões de pessoas", informa Gandelman.
O modelo de negócios é simples: o Teckler tem a parceria com os
anunciantes e repassa 70% da receita com publicidade para os produtores do
conteúdo que publicam em sua rede, de acordo com o tráfego naquele conteúdo
específico. A ideia é ser uma plataforma de divisão de conhecimento, divertida,
sem muitas regras, onde as pessoas podem dividir sua criatividade e debater os
mais diversos assuntos.
Um dos principais diferenciais é a facilidade na postagem dos
tecks, que é o conteúdo inserido pelos usuários, a possibilidade de
compartilhar isso com o mundo e ainda ser remunerado por isso. "Criamos um
ambiente onde o usuário não precisa se preocupar com a ferramenta, nem com a
plataforma de publicidade e nem com a venda da mesma".
Os Tecklers não são remunerados pela quantidade de conteúdo que
ele gera, mas pela quantidade de visualização que cada conteúdo gera. Quem
ganha mais é quem tem mais relevância. "Estamos quebrando um paradigma com
esse modelo, pois oferecemos o potencial para que pessoas comuns se tornem
formadores de opinião, independente do seu nível de sociabilidade, mas baseado
no diferencial do que produzem."
O público alvo é o mais variado possível. Do ponto de vista dos
Tecklers, a plataforma comporta desde acadêmicos que dividem suas teses,
apaixonados por tecnologia que fazem avaliações de produtos, amantes de
literatura que escrevem resenhas, artistas que divulgam seus trabalhos,
fotógrafos, mestres-cucas de final de semana, ou qualquer pessoa que queira
avaliar restaurantes ou dar dicas de entretenimento, viagem, saúde, beleza e
etc., todo conteúdo lícito é bem vindo.
Do ponto de vista do consumidor de conteúdo, o Teckler será
interessante para qualquer um que se interesse por informação, seja ela qual
for. "É um universo praticamente infinito, que independe de idade ou
condição social. A ideia é ser um ambiente absolutamente democrático onde as
pessoas escolhem seus temas de interesse e possam ensinar e aprender de uma forma
lúdica e divertida. Quem regula o ecossistema não somos nós, é a
comunidade", explica Gandelman.
Anunciantes têm uma opção mais inteligente:
Adicionalmente aos benefícios para os usuários, o Teckler é uma
alternativa ao mercado tradicional de publicidade, pois oferece visibilidade em
conteúdos definidos por relevância e nicho de interesse, simultaneamente.
Para o anunciante é como se ele pudesse escolher previamente
entre dezenas de páginas quais são as mais lidas dentro do universo de pessoas
que gostam de gatos, por exemplo. Hoje, com raras exceções, é difícil se
comprar publicidade com segmentação baseada em comportamento. A análise de
perfil por consumo de conteúdo é mais assertiva e perene.
"As empresas que souberem usar o Teckler de maneira inteligente,
também poderão ter uma ferramenta extraordinária nas mãos. Uma empresa de
alimentos, por exemplo, pode escrever receitas, divulgar no Teckler e colocar
um link na página direcionando para seu site.”
“É um mundo novo, quem souber usá-lo bem, vai ter oportunidades
que não existiam acrescenta Gandelman.
Uma operadora de viagens, por exemplo, pode interagir apenas com pessoas que
tenham como tema de interesse o turismo, livrarias podem falar apenas com
pessoas que têm como hobbie a leitura e assim por diante. O Teckler é uma nova
solução para o mercado da publicidade, abrindo nova fronteira na mídia online. (AdNews)
FERRERO NÃO QUER NUTELLA
NAS REDES SOCIAIS
Um blog criado pela
americana Sara Rosso em
2007 para homenagear a marca Nutella,
da Ferrero,
está com seus dias contados.
Em abril deste ano, a Ferrero enviou uma carta
pedindo que Sara pare de utilizar o nome da marca, e, por isso, oblog,
com mais de 700 receitas feitas com o produto, e as páginas no Twittere Facebook,
que hoje contam com sete mil e 40 mil seguidores, respectivamente, serão
inativados.
No Facebook,
fãs protestaram contra a medida da Ferrero e Sara lamentou a decisão: “Foi uma
espécie de surpresa e desapontamento, já que ao longo do tempo eu vinha tendo
contato e experiências positivas com muitos colaboradores da Ferrero, com o
time de relações públicas da empresa e seus consultores de marca”.
(Promoview)
FESTIVAL DE GRAMADO EXALTARÁ DUALIDADE
O Festival Mundial de Publicidade de Gramado reunirá em junho agências,
empresários da indústria de comunicação e estudantes para a 19ª edição do
evento, realizado pela Alap (Associação Latino-Americana de Agências de
Publicidade) na cidade turística de Gramado, a 125 km de Porto Alegre (RS).
O tema deste ano é a dualidade razão e emoção na publicidade, que imita
a duplicidade da vida: “Nossa vida é marcada por dualidades. E se até mesmo
nosso cérebro é marcado por dois extremos, por que a propaganda haveria de ser
diferente?”, explica o programa de divulgação do festival.
A programação deste ano não está restrita ao mercado publicitário e abraça profissionais de diferentes áreas. Entre os conferencistas internacionais, estão o jornalista britânico Carl Honoré, autor do livro Devagar – como um movimento mundial está desafiando a cultura da velocidade, publicado em 2005; Carlos Bensan, presidente da Ogilvy-Earth/Chile e presidente de criação da Ogilvy na América Latina; e Selva Andreoli, mestre em bioquímica e em planejamento de mídia e presidente da agência uruguaia Grupo Perfil.
Dentre os participantes brasileiros, destaque para Armando Ferrentini, presidente da Editora Referência, que edita, entre outros, o jornal propmark; Nizan Guanaes, presidente do Grupo ABC; Alexandre Lucas, cineasta e diretor da BossaNovaFilmes; Vitor Kijnick, vice-presidente de criação da VML; e André Palmini, diretor do Instituto do Cérebro da PUC-RS, que falará sobre o funcionamento da mente humana.
O encontro será realizado entre os dias 5 e 7 de junho no Centro de Convenções Serra Park. Ao todo, são esperadas 6 mil pessoas. O Festival Mundial de Gramado acontece em anos ímpares desde 1975 e é considerado o terceiro maior do mundo em número de participantes.
Solenidade
A programação deste ano não está restrita ao mercado publicitário e abraça profissionais de diferentes áreas. Entre os conferencistas internacionais, estão o jornalista britânico Carl Honoré, autor do livro Devagar – como um movimento mundial está desafiando a cultura da velocidade, publicado em 2005; Carlos Bensan, presidente da Ogilvy-Earth/Chile e presidente de criação da Ogilvy na América Latina; e Selva Andreoli, mestre em bioquímica e em planejamento de mídia e presidente da agência uruguaia Grupo Perfil.
Dentre os participantes brasileiros, destaque para Armando Ferrentini, presidente da Editora Referência, que edita, entre outros, o jornal propmark; Nizan Guanaes, presidente do Grupo ABC; Alexandre Lucas, cineasta e diretor da BossaNovaFilmes; Vitor Kijnick, vice-presidente de criação da VML; e André Palmini, diretor do Instituto do Cérebro da PUC-RS, que falará sobre o funcionamento da mente humana.
O encontro será realizado entre os dias 5 e 7 de junho no Centro de Convenções Serra Park. Ao todo, são esperadas 6 mil pessoas. O Festival Mundial de Gramado acontece em anos ímpares desde 1975 e é considerado o terceiro maior do mundo em número de participantes.
Solenidade
A abertura, no dia 5, terá a presença do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e palestra do patrono desta edição, Octávio Florisbal, diretor-geral de comercialização da Rede Globo. Durante a inauguração, haverá a entrega do troféu Galo de Gramado a publicitários da América Latina escolhidos pela Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) e a entrega da medalha Maurício Sirotsky Sobrinho para nomes importantes da indústria de comunicação. (Propmark)
HOMENAGEM A
PUBLICITÁRIOS LATINO-AMERICANOS
Publicitários do Brasil e toda a
América Latina serão homenageados na abertura do 19º Festival Mundial de
Publicidade de Gramado, que acontece entre os dias 5 e 7 no Rio Grande do Sul.
Ao todo, mais de 30 profissionais dos
países do continente e de diferentes estados brasileiros receberão o troféu
Publicista Latino-Americano, reconhecimento pelo seu trabalho na indústria
publicitária latino-americana.
Veja a lista dos profissionais
reconhecidos:
América Latina
Argentina – Santiago Keller Sarmiento
Bolívia – Rosário Arzabe
Chile – Carlos Bensan
Colômbia – Francisco Samper
Cuba – Rosa Maria Pérez Guttierrez
El Salvador – Shermon Calvo
Paraguai – Henrique Biedermann
República Dominicana – Nandy Rivas
Uruguai – Selva Andreoli
Venezuela – Rodolfo Nölck
Guatemala – Maynor Cruz
Bolívia – Rosário Arzabe
Chile – Carlos Bensan
Colômbia – Francisco Samper
Cuba – Rosa Maria Pérez Guttierrez
El Salvador – Shermon Calvo
Paraguai – Henrique Biedermann
República Dominicana – Nandy Rivas
Uruguai – Selva Andreoli
Venezuela – Rodolfo Nölck
Guatemala – Maynor Cruz
Brasil
Alagoas – Hermann Fernandes
Amazonas – Edmar Costa
Bahia – Renato Tourinho
Brasília – Rodrigo Otávio Capdeville
Ceará – Eduardo Odecio de Almeida
Espírito Santo – Luiz Roberto Cunha
Goiás – Marco Antônio de Pádua Siqueira
Maranhão – Vanda Maria da Silva Torres
Mato Grosso – Geraldo Gonçalves
Mato Grosso do Sul – Henrique Alberto Filho
Minas Gerais – Adolfo Resende Netto
Pará – Marcus Martins de Barros Pereira
Paraíba – Maximiliano Leal Marques Neves
Paraná – Ciro Cesar Zadra
Pernambuco – Angelo de Mello Costa Oliveira
Piauí – Vinícius Mello
Rio de Janeiro – Eduardo Almeida
Rio Grande do Norte – Arturo Arruda Câmara
Rio Grande do Sul – Mauro Dorfman
Santa Catarina – Daniel Carlos Andrade Araújo
São Paulo – Orlando Marques
Sergipe – Paulo Gusmão (Propmark)
Amazonas – Edmar Costa
Bahia – Renato Tourinho
Brasília – Rodrigo Otávio Capdeville
Ceará – Eduardo Odecio de Almeida
Espírito Santo – Luiz Roberto Cunha
Goiás – Marco Antônio de Pádua Siqueira
Maranhão – Vanda Maria da Silva Torres
Mato Grosso – Geraldo Gonçalves
Mato Grosso do Sul – Henrique Alberto Filho
Minas Gerais – Adolfo Resende Netto
Pará – Marcus Martins de Barros Pereira
Paraíba – Maximiliano Leal Marques Neves
Paraná – Ciro Cesar Zadra
Pernambuco – Angelo de Mello Costa Oliveira
Piauí – Vinícius Mello
Rio de Janeiro – Eduardo Almeida
Rio Grande do Norte – Arturo Arruda Câmara
Rio Grande do Sul – Mauro Dorfman
Santa Catarina – Daniel Carlos Andrade Araújo
São Paulo – Orlando Marques
Sergipe – Paulo Gusmão (Propmark)
FAMÍLIA,
EDUCAÇÃO E VALORES
A
responsabilidade dos pais como mentores na formação básica dos filhos será
abordada na palestra ‘Família, Educação e Valores’ por Jorge Luis Dos
Santos, presidente do Instituto de Altos Estudos em Família e Educação (IAEFE),
na Educar 2013 – 20ª edição da maior feira e congresso educacional da América
Latina.
Com mais
de 30 anos de experiência em gestão de negócios, planejamento
estratégico e marketing, Jorge Luis Dos Santos é membro-fundador
do IAEFE, criado em 2012 por um grupo de profissionais de diferentes ramos de
atividade para compartilhar experiências e conhecimentos na forma de cursos e
palestras para promoção da Família e da Educação como
base dos fundamentos de valores e da formação humana.
A proposta conta
com extensa rede de apoio em todo o Brasil, com destaque para o Conselho
Nacional de Propaganda (CNP).
A palestra
gratuita ‘Família, Educação e Valores’ será apresentada em 25 de maio, das
16h15 às 16h50, no Estande da Futuro Eventos (rua 08) na Educar
2013, em São Paulo.
50
ANOS DE CENSOS DEMOGRÁFICOS!
O Centro de Estudos da Metrópole
(CEM) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP – acaba de
disponibilizar um vasto conjunto de bancos de dados referentes a Censos
Demográficos realizados pelo IBGE ao longo de meio século e Pesquisas Nacionais
por Amostragem de Domicílios (PNADs) coletadas ao longo de 35 anos.
As
informações podem ser acessadas no site do CEM, na área Base de Dados, e servem
como fonte básica para os trabalhos de investigação de um dos novos projetos do
centro, o “Projeto Censo – Quanto o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos?”.
O visitante
do site consegue ter acesso a uma enorme variedade de informações originais de
pesquisas do IBGE, com a documentação completa.
De acordo
com os responsáveis pelo CEM, são microdados das amostras de seis Censos
(1960-2010) e de 31 PNADs (1976-2011), que não são encontrados conjuntamente
para download em nenhum outro lugar. Além da abrangência na disponibilização
das informações, os dados já estão prontos para serem trabalhados (abertos em
formato SAV – para o Software SPSS).
Os Censos
são decenais e se constituem na principal fonte de informações
sociodemográficas do Brasil. Sua coleta se baseia num questionário resumido e
aplicado a toda a população, bem como num conjunto estendido de perguntas, que
são feitas apenas para uma amostra (de 10% a 25% do total de habitantes – cerca
de 20 a 30 milhões de pessoas). Nesta divulgação, o CEM disponibiliza os
microdados da amostra.
As PNADs
são feitas anualmente e cobrem todo o país trazendo dados detalhados sobre
diversos temas. A cada ano, o questionário das PNADs traz também um suplemento,
cujo tema sempre varia: saúde, violência, programas sociais etc. Pela sua
regularidade e abrangência, estão entre as principais fontes de informação
quantitativa para pesquisas sociais – e preenchem todo o período
intercensitário.
Com os
bancos de dados (em formato SAV) de todos os Censos e PNADs, foram
disponibilizados também dicionários de códigos (em formatos DOC, PDF ou XLS) e
a documentação complementar original, elaborada pelo próprio IBGE. A extensão e
o detalhamento dessas informações variam bastante ao longo dos anos e, por
isso, para os anos mais recentes existem mais documentos, relativos a aspectos
mais amplos das pesquisas.
Para as
PNADs estão disponíveis também os arquivos de banco de dados originais, em
formato DAT, que podem ser lidos em qualquer software estatístico com auxílio
das informações de layout contidas nos dicionários de variáveis.
Os dados
estão incorporados na área de Base de Dados do novo site do Centro de Estudos
da Metrópole e podem ser acessados livremente. Basta preencher o cadastro, que
é gratuito. Para quem já se cadastrou, basta apenas informar seu endereço de
e-mail no espaço correspondente.
JAPONESES
CRIAM SORVETES INSPIRADOS EM PÁSSAROS
Os japoneses
são craques em criar sabores inusitados de sorvetes, como semente de gergelim,
caranguejo, polvo e até sushi. E parece que a criatividade nipônica para as
sobremesas geladas não conhece limite, pois agora também existem sabores
inspirados em alguns passarinhos.
Por sorte, os
sorvetes não foram feitos usando os pobres bichinhos como ingredientes, mas
sim, sementes, grãos e outras coisas que as aves gostam de comer.
Assim, o
curioso restaurante Torimi Cafe, de Kobe,
no qual os clientes podem saborear suas refeições rodeados por passarinhos,
decidiu lançar três sabores de sorvete em homenagem às aves: calafate,
periquito e calopsita.
As sobremesas
são preparadas com ingredientes naturais, sendo que o de sabor calopsita conta
com sementes de abóbora e girassol, o de calafate vem com grãos e marshmallow,
e o de periquito apresenta sementinhas, maçã e mel em sua composição.
Os três
sorvetes serão apresentados durante uma feira especial, e se fizerem
sucesso, farão parte da linha de produtos permanentes à venda no Torimi Café
(Promovew).
“CIENTISTAS
PODEM CONTAR HISTÓRIA”
(Texto de Frances Jones, distribuído pela Agência
Fapesp) - Com mais de 20 anos de Microsoft, o engenheiro elétrico Dan Fay faz parte
de um seleto grupo de profissionais que vasculha o mundo científico em busca de
parcerias entre a gigante de informática e autores de projetos relacionados às
ciências da Terra, energia e meio ambiente.
São
projetos como o software World Wide Telescope, desenvolvido em parceria com
pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, que permite que cientistas de
diversas regiões do mundo acessem imagens de objetos celestes coletadas por
telescópios espaciais, observatórios e instituições de pesquisa, manipulem e
compartilhem esses dados.
“Nosso
desafio é encontrar pesquisadores a cuja pesquisa podemos agregar valor e não
apenas fornecer mais máquinas”, disse Fay, que, além de ser diretor da divisão
de Terra, Energia e Ambiente da Microsoft Research Connections, o braço de
pesquisas da Microsoft, integra o conselho consultivo industrial para
Computação e Tecnologia da Informação da Purdue University, no estado
norte-americano de Indiana.
Fay esteve
em São Paulo para participar do Latin American eScience Workshop 2013,
promovido pela FAPESP e pela Microsoft Research de 13 a 15 de maio, quando
proferiu duas palestras a pesquisadores e estudantes de diversos países sobre
avanços em diversas áreas do conhecimento proporcionados pela melhoria na
capacidade de análise de grandes volumes de informações.
Em uma
delas, falou sobre como a ciência pode utilizar a computação em nuvem; na
outra, sobre “como divulgar sua pesquisa internacionalmente”. Em seguida,
conversou com a Agência FAPESP.
Leia abaixo, trechos da entrevista.
Agência
FAPESP – O
que o senhor espera para o futuro com relação à eScience, a utilização no fazer
ciência de tecnologias e ferramentas de computação?
Fay – O interessante sobre a eScience é
combinar dados computacionais e novas técnicas nas mais diversas áreas. O que
vemos agora é um uso maior da computação, mas o passo seguinte será o
cruzamento dos diferentes domínios e o uso combinado dessas informações, como,
por exemplo, da biologia e do meio ambiente juntos, fazendo uma análise
transversal. Os dois domínios falam línguas diferentes. A passagem entre as
áreas será um dos próximos desafios. Não se pode assumir que um dado significa
algo. É preciso ter certeza.
Agência
FAPESP – Como
os pesquisadores podem utilizar a computação em nuvem para seus estudos?
Fay – A computação em nuvem fornece
um novo paradigma para enfrentar os desafios da computação e da análise de
dados nas mais diversas áreas do conhecimento científico. Diferentemente
dos supercomputadores tradicionais, isolados e centralizados, a nuvem está em
todos os lugares e pode oferecer suporte a diferente estilos de computação que
são adequados para a análise de dados e para colaboração.
Nos últimos
três anos temos trabalhado com pesquisadores acadêmicos para explorar o
potencial desta nova plataforma. Temos mais de 90 projetos de pesquisa que usam
o Windows Azure [plataforma em nuvem da Microsoft] e temos aprendido
muito. Como em qualquer tecnologia nova, há sempre pessoas que começam
antes e outras depois. Há vários pesquisadores que começaram a usá-la para
compreender como isso pode mudar a forma com que fazem pesquisa.
Agência
FAPESP – O senhor acha que no futuro haverá uma
mudança na forma de se divulgar ciência?
Dan Fay – Comentei com os alunos no workshop que
sempre haverá os artigos tradicionais, de revistas científicas, que são
revisados pelos pares. Com a quantidade de informações que temos hoje, no
entanto, para tornar isso mais visível para outras pessoas e para o público em
geral, os dados também podem ser apresentados de outra forma. Um artigo que se
aprofunda nos detalhes também pode ser acessível a pessoas de diferentes
domínios. Produzir fotos e vídeos, entre outros recursos, também pode ajudar.
Agência
FAPESP – Esse é um papel dos cientistas?
Fay – Você pode usar os mesmos dados
científicos acurados e contar histórias sobre eles. E permitir que as pessoas
escutem diretamente de você essa história de forma visual. Essa interação é
muito poderosa. É a mesma coisa que ir ao museu e ver várias obras de arte: as
pessoas se conectam a elas.
Os
cientistas querem que seus colegas e as pessoas em geral se conectem dessa
forma com suas informações, dados ou artigos. Acho bom encontrar outros
mecanismos que possam explicar os dados. Estamos em uma época fascinante na
qual há uma preocupação em divulgar a informação de um jeito interessante.
Isso é
verdade não apenas quando se quer falar para os seus pares, mas especialmente
se você quer que os formuladores de políticas, o governo ou as agências de
fomento entendam o que é o seu trabalho. Às vezes ele tem de ser apresentado de
forma que possa ser consumido com mais facilidade.
Agência
FAPESP – A tecnologia ajuda nesse ponto?
Fay – Sim. Parte disso porque essas formas
fazem com que as pessoas leiam com mais profundidade os artigos. Há uma
pesquisadora em Harvard, uma astrônoma, que criou um desses tours virtuais que
temos sobre as galáxias.
Ela calcula
que mais pessoas assistiram a seus tours do que leram seus artigos científicos.
Esse tipo de entendimento está aumentando. Se posso ajudar alguém a ler um
artigo ao ver isso em outro lugar, isso é um avanço.
Agência
FAPESP – O senhor acha que os cientistas devem
entrar em redes sociais digitais, como o Facebook, para expor seus trabalhos?
Fay – Sim. Eles devem sempre se apoiar no
rigor científico, mas ajuda empregar técnicas de design ou de marketing. Mesmo
em seus pôsteres. É uma forma de divulgar melhor as informações.
Agência
FAPESP – E as novas tecnologias promoverão a
abertura dos dados científicos?
Fay – Para além da abertura de dados, há um
problema social, no qual as pessoas se sentem donas de suas ideias ou
informações. Encontrar formas de compartilhar os dados e dar o devido
reconhecimento às pessoas que os coletaram, processaram e os tornaram disponíveis
é importante. É aí, acredito, que estão vários desafios. Também há a questão
dos dados médicos ou de outros dados que você não quer que fiquem soltos por
aí.
FOCO
NO CERRADO PODE PROTEGER
(Texto de Karina Toledo, distribuído pela Agência
FAPESP – Grandes incêndios são frequentes no Cerrado – principalmente nos meses de
inverno, quando os ventos fortes, a falta de chuva, a baixa umidade do ar e a
massa vegetal seca favorecem a propagação das chamas. Pode parecer
contraditório, mas muitos especialistas defendem que a melhor forma de prevenir
o problema e proteger a biodiversidade desse bioma tão ameaçado é, justamente,
o uso controlado do fogo.
“Queimadas
controladas não só diminuem o risco de incêndios acidentais como trazem
benefícios para a vegetação. Dois terços das espécies do Cerrado, que
constituem o estrato herbáceo, são adaptados a queimadas frequentes e muitas
delas podem desaparecer se o fogo for totalmente evitado”, alertou Vânia Regina
Pivello, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo,
durante o quarto evento do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação,
organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP no dia 16 de maio.
No solo
ácido e pobre em nutrientes do Cerrado, explicou Pivello, a vegetação tende a
acumular nas folhas grande quantidade de lignina, substância estrutural de
difícil decomposição. O fogo tem o papel de acelerar o processo de reciclagem
dos nutrientes, permitindo que sejam reaproveitados mais rapidamente pelas
espécies rasteiras. Além disso, o choque térmico provocado pelo fogo quebra a
dormência vegetativa das sementes, causando fissuras que favorecem a penetração
da água e estimulam a germinação.
Graças a
alguns milhões de anos de evolução sob a influência do fogo, afirmou a
professora, a vegetação do Cerrado, especialmente a herbácea, apresenta rápido
poder de recuperação após um incêndio. Rebrota em curto período, atraindo
diversos herbívoros em busca de forragem nova. Mesmo as árvores – para as quais
o fogo geralmente não traz benefícios – desenvolveram defesas adaptativas, como
as grossas cortiças que recobrem o tronco e funcionam como isolante térmico.
“Há regiões
do Cerrado onde predominam as espécies herbáceas, especialmente os capins. Há
outras em que a maior parte da vegetação é arbórea. Há ainda lugares em que
existe um equilíbrio entre essas duas formações. É preciso preservar todas
essas fisionomias. Mas, como o fogo tende a favorecer o estrato herbáceo e a
prejudicar muitas das árvores, a frequência ideal de queimadas varia de acordo
com cada situação específica”, explicou Pivello.
Além de
manter a biodiversidade, o manejo de fogo tem o objetivo de diminuir a
quantidade de matéria orgânica acumulada, que funciona como combustível no caso
de incêndios provocados por raios ou práticas agropecuárias.
Segundo a
professora, a queimada pode ser feita em uma época menos seca, como abril ou
maio, e durante a noite, quando a umidade do ar é maior. “Se a gente não se
antecipar ao fogo acidental, grandes incêndios vão acontecer a cada três ou
quatro anos na maior parte das reservas que visam a proteger o Cerrado.
Inevitavelmente, o Cerrado vai queimar, e vai ser num momento em que ninguém
está controlando”, afirmou.
Como
exemplo, Pivello cita o grande incêndio que atingiu 90% do Parque Nacional das
Emas (GO) em 2010. Em casos como esse, afirmou, a fauna é a grande prejudicada,
pois fica sem refúgios.
O manejo de
fogo, no entanto, foi durante muito tempo proibido no Brasil. Uma lei de 1989
autorizou a prática, mas, segundo Pivello, ainda hoje é difícil obter licença
dos órgãos ambientais. Além da falta de conhecimento sobre a importância do
fogo para o Cerrado, a professora aponta como motivo a falta de estrutura para
fazer o manejo de forma adequada.
“Há sempre
o risco de o fogo sair do controle e atingir a fazenda vizinha, o que seria um
grande problema. Por isso é preciso ter uma brigada de incêndio bem treinada e
equipada. Mas as unidades de conservação, tanto federais como estaduais, têm
grande carência de recursos humanos e materiais”, afirmou.
A
professora também ressalta a necessidade de estudos que permitam elaborar um
plano de manejo adequado para cada região do Cerrado. “Isso depende de
experimentação. Temos aproveitado as queimadas acidentais para tirar
conclusões, mas o ideal seria ter projetos para testar programas de
queimadas controladas. Caso contrário, nunca vamos ter certeza de que tipo de
manejo é mais adequado a cada local”, disse.
Tesouro
perdido
A falta de
manejo de fogo adequado não é, no entanto, a única ameaça à biodiversidade do
Cerrado, que originalmente cobria 22% do território brasileiro. Graças
principalmente ao cultivo de soja, mas também à pecuária, à extração de madeira
para produção de carvão para siderurgia, à industrialização e à urbanização,
mais de 55% do bioma já foi desmatado ou descaracterizado.
“O Cerrado
é um dos 25 ecossistemas do planeta com alto risco de extinção”, ressaltou
Vanderlan Bolzani, professora titular do Instituto de Química da Universidade
Estadual Paulista (Unesp), ao apresentar a palestra “Beleza & Inspiração do
Universo Micromolecular da biodiversidade do Cerrado”, que integrou a
programação do quarto evento do Ciclo de Conferências 2013.
“Essa área
desperta grande interesse do agronegócio. A produção de oleaginosas vem
crescendo exponencialmente no Cerrado e isso é um problema, pois estamos
tirando toda a vegetação que pode nos trazer valor. O país poderia ganhar
divisas econômicas com a descoberta de produtos naturais com propriedades
farmacológicas de interesse”, avaliou Bolzani.
Durante sua
apresentação, a professora da Unesp deu exemplo de medicamentos produzidos por
empresas nacionais e internacionais com base na investigação científica das
plantas do Cerrado. Também apresentou o trabalho desenvolvido na NuBBE
Database, uma base de dados sobre produtos naturais isolados a partir da
biodiversidade do Brasil que já reúne informações sobre 640 compostos de origem
natural estudados nos últimos 15 anos.
A
iniciativa, desenvolvida no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP, nasceu da
cooperação entre o Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de
Produtos Naturais (NuBBE), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e o
Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC), do Instituto de Física
de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP).
Próximas
edições
Organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP, o Ciclo
de Conferências 2013 BIOTA Educação tem o objetivo de contribuir para o
aperfeiçoamento do ensino de ciência. A quinta etapa será no dia 20 de junho,
quando o tema será “Bioma Caatinga”. Seguem-se conferências sobre os biomas
Mata Atlântica (22 de agosto), Amazônia (19 de setembro), Ambientes Marinhos e
Costeiros (24 de outubro) e Biodiversidade em Ambientes Antrópicos – Urbanos e
Rurais (21 de novembro).
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