Em outubro de 1938, véspera de Halloween, os
norte-americanos encerravam seu dia de trabalho ouvindo rádio, coisa comum na
época. Entretanto, uma representação de "Guerra dos Mundos", feita
por Orson Welles, deixou o país em pânico.
No fim da adaptação da obra homônima de
Herbert George Wells, muitos acreditavam que o país estivesse sob ataque
de alieníginas. O pânico estava instaurado. Alguns cidadãos até cometeram
suicídio. Tal transmissão entrou para história e pode ser ouvida aqui. Hoje, 21 de maio de 2013, algo semelhante,
mas em menor escala, aconteceu no Brasil.
Ricardo Boechat, âncora da Bandnews FM, abriu
seu tradicional comentário matinal na emissora comentando sobre uma possível
invasão alienígena, algo que seria confirmado "nas próximas horas"
pela Nasa.
Após cerca de dois minutos noticiando a
"invasão", Boechat revelou seu verdadeiro objetivo. O jornalista
utilizou o gancho do rebuliço ocorrido em 1938 para comentar sobre os recentes
acontecimentos causados pelo boato do fim do Bolsa Família e como os boatos
podem afetar a vida das pessoas.
Explicada a brincadeira, o estrago (bem menor
que o de 1938, convenhamos) já estava feito. E-mails foram enviados à redação
do programa, por pessoas assustadas com a notícia. Nas redes sociais,
internautas relataram como se sentiram.
"Bom dia pra quem passou aperto com a
abertura do Programa do Ricardo Boechat”, disse Enilton Figueiredo no
Instagram.
"Não gostei da brincadeira do Boechat de
manhã com a invasão de Marte, até agora me sentindo mal", tuitou Denise
Gouvea numa mensagem direcionada à Bandnews.
"7h40 e o Boechat trollando os ouvintes
com história de barras metálicas ou naves vindo de Marte para a Terra",
comentou Marília Navickaitė, também no Twitter.
Já o internauta Wander Maia, comentou que
Boeachat "foi mega criativo" ao iniciar o noticiário na Rádio
BandNews FM fazendo uma abertura no estilo "Guerra do Mundos", de
Orson Welles. "Ele fez isso para mostrar o quanto nos somos levados a
acreditar em certas esterias coletivas, como aconteceu com o pessoal do
Nordeste, no Bolsa de Família", disse. (Redação Adnews)
VÁ COM A FACA NOS DENTES!
O
engenheiro eletricista carioca é conhecido no meio empresarial como
cofundador e ex-presidente do Submarino, um dos primeiros grandes sites de
comércio eletrônico do Brasil. É, também, um dos arquitetos de sua fusão com a
Americanas.com, em 2006, que deu origem à B2W, e encerrou seu ciclo na
companhia.
Depois de um período de seis anos como
investidor-anjo, financiando empresas ainda em estágio inicial de crescimento,
Jansen voltou a virar notícia no final de janeiro, quando foi nomeado CEO da
Locaweb, uma empresa nacional de hospedagem e infraestrutura para sites.
Curiosamente, substituiu um empreendedor como ele próprio – Gilberto Mautner,
cofundador da Locaweb, que segue na companhia como membro do Conselho de
Administração e dos comitês de tecnologia, de inovação e de produtos.
Jansen
avalia que, nos quase 15 anos desde que criou o Submarino, o ambiente para
empreendedores no Brasil mudou bastante. Para melhor. O aumento da oferta de
recursos para empresas jovens democratizou a possibilidade de empreender.
De
quebra, aumentou a concorrência. “Da mesma forma que, se a ideia é boa, você
pega mais dinheiro, o cara do seu lado pega dinheiro também”, afirma. “O timing
é bem mais duro.” Para ele, o Brasil ainda não é “amigo do empreendedor”. Mesmo
assim, oferece um ambiente institucional melhor do que o de outros países
emergentes.
Jansen
hoje é executivo. Voltou a ser empregado, como no início da carreira – na
Victor Comunicações, onde gerenciava redes de satélites. Mas diz que sempre se
sentiu dono dos negócios por onde passou, independentemente de estar ou não no
grupo de controle e mesmo do cargo ocupado. “O CEO, de certa maneira, é menos
dono do que os diretores. Porque acaba tendo que contemporizar”, afirma. “É
melhor você abrir espaço. Se não, as pessoas vão embora.”
Seu
conselho para novos empreendedores querendo se destacar na multidão? “Ache uma
maneira barata de fazer marketing”, recomenda. “Escolha um nicho, um segmento
menor e tenha consciência de que seu dinheiro é escasso.”
Alexandre — Como
você compara o modelo de empreendedor de hoje ao da sua geração?
Jansen — O
ambiente não é fácil, mas algumas coisas melhoraram. Na década de 1990, não
havia dinheiro disponível para empreendimentos que não fosse o de origem
familiar. Hoje, há mais dinheiro disponível para ideias boas. Ainda que não
para todas.
Alexandre — Essa
mudança de cenário altera o perfil do empreendedor?
Jansen — Não.
Alexandre — Talvez
democratize a possibilidade de empreender?
Jansen — Este
é o ponto. Democratiza. Mais pessoas conseguem pensar, planejar e querer
empreender. Isso aumenta o índice de sucesso. Mas, no fundo, para empreender,
você precisa ter algumas habilidades. A pessoa precisa ter algum apetite para
risco, capacidade para trabalhar bem em mais de uma área – ou ser um grupo que
faça isso –, gostar de inovação e de algum nível de incerteza. Isso não muda.
Alexandre — O
que mais mudou desde o fim dos anos 1990, no primeiro boom das pontocom?
Jansen —
O que melhorou foi a estabilidade econômica. Mesmo depois de a inflação ser
controlada, você não sabia como era o dia de amanhã. Hoje, o ambiente é mais estável.
Isso facilita também. Às vezes, tem uma pessoa que quer fazer um empreendimento
e fala: “Vou tentar dois anos. Se não der certo, eu continuo a minha carreira”.
Naquela época você não sabia como [a economia] ia estar quando voltasse.
Alexandre — O
empresariado brasileiro, no entanto, não parece propriamente satisfeito.
Jansen —
Você vai dizer que o Brasil é amigo do empreendedor? Não é. Vou lhe dar um
exemplo: a lei do Estado de São Paulo que exige entrega com hora marcada para
comércio eletrônico.
A
gente tem cinco mil lojas virtuais [hospedadas na Locaweb], a maior parte
pequena. Isso aí [a exigência de hora marcada] é a mesma coisa que matar o cara
[empreendedor]. O que ele vai fazer? Provavelmente, não vai seguir a lei. Não
faz sentido. Então, ainda tem não só burocracia, mas uma mentalidade de não
ajudar o empreendedor. Há muita iniciativa que vai contra o pequeno e o
microempresário.
Alexandre — Quando
você começou, era mais difícil do que hoje iniciar uma empresa no Brasil. Qual
foi sua principal motivação?
Jansen —
Eu empreendi dentro de um projeto. Tinha um grupo maior de pessoas [envolvidas
na criação do Submarino]. A principal motivação é ver uma ideia boa, que você
acredita que pode abraçar, em um espaço que ainda não está ocupado. Muito da
motivação do empreendedor é falar: “Isto aqui está malfeito. Eu vejo como fazer
melhor”. Há pessoas que têm aquela vocação de querer ser empreendedor. Não é o
meu caso.
Alexandre — Não
é o seu caso?
Jansen —
Não é o meu caso. Tanto é que hoje sou executivo. O empreendimento, para mim, é
muito mais essa busca de novidade, inovação e curiosidade. Isso é que me
motiva. Ver alguma coisa que ainda não está feita, que você pode fazer. Boa
parte dos empreendedores começa por essa motivação.
Alexandre — E
o nerd que descobre um algoritmo fantástico durante uma madrugada de
programação e cria uma empresa em torno dele? Ele não olha o mercado para saber
se há demanda…
Jansen —
Na verdade, isso [essa diferença de abordagens] tem a ver com as habilidades.
Existe aquela pessoa que é técnica, desenvolvedora, e acaba criando o produto a
partir da tecnologia. E tem a pessoa que parte da visão contrária. Há o
empreendedor que tem a ideia, sabe quem vai atender e como será a
“usabilidade”, mas não sabe como programar. Você hoje encontra essas duas
famílias de empreendedores.
Alexandre — Uma
tem mais chance de ser bem-sucedida do que a outra?
Jansen —
Não. O grande segredo é saber o que está faltando para você. A melhor sacada do
empreendedor vem quando ele consegue entender que é bom montar um grupo de dois
ou três [sócios] para dar mais consistência ao negócio.
Alexandre — Há
duas visões sobre isso. Uma sugere montar o melhor time possível, porque
ninguém vai ter todas as competências necessárias. Outra recomenda que o empreendedor
se autodesenvolva até dominar as várias áreas.
Jansen —
Eu gosto mais do primeiro caso. Mas não é contratar. Mesmo que consiga algum
dinheiro, você não vai ter recursos para contratar o melhor time. O segredo é
trazer sócios. Tentar empreender em um grupo de duas ou três pessoas. Em três é
até melhor. Assim você vai conseguir dominar as várias disciplinas. A segunda
ideia [da autossuficiência] é uma utopia.
Alexandre — Você
entrou nesse universo como um cara de tecnologia. Era CTO(Chief Technical
Officer), do Submarino. Depois virou CEO (Chief Executive
Officer). Nessa transição, teve de passar por um processo de ampliação
do foco?
Jansen —
Comecei [minha carreira] em tecnologia, como engenheiro, numa empresa chamada
Victor Comunicações, que fazia redes de satélites. Aí, fui trabalhar na Mandic
[hoje uma empresa de computação em nuvem], como diretor de tecnologia, na época
em que o Aleksandar Mandic era provedor de acesso à internet.
Da
Mandic, fui para o Submarino, também como diretor de tecnologia. Mas como na
Mandic eu era também diretor financeiro, isso facilitou a minha vida. Eu já
tinha um pouco mais de exposição em outras áreas. A principal mudança foi
assumir a parte de gestão de pessoas. Minha experiência como CEO do Submarino
não foi tão empreendedora. Foi mais executiva mesmo.
Alexandre — Foi
para aprender a gerir pessoas que você teve de suar mais a camisa?
Jansen —Tive
de suar a camisa, aprender, olhar, prestar atenção. Aprendi conversando com
pessoas que faziam isso bem. Eu tive uma mentoria. É o que funciona melhor,
porque ele [o mentor] acaba lhe dando dicas práticas por meio de casos
concretos. Você não precisa fazer igual, mas aquilo “tangibiliza”.
Alexandre — Alguém
foi especialmente importante para você, nesse período de mentoria?
Jansen —
Um amigo meu, que se chama Alexandre Behring [principal executivo da 3G
Capital, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, responsável pela
aquisição do Burger King, em 2010], me ajudou bastante. Ele era presidente da
ALL [maior empresa de logística da América Latina e maior companhia ferroviária
do Brasil].
Alexandre — Em
que momento da sua trajetória você se sentiu mais dono do negócio?
Jansen —
Eu me sentia dono do negócio desde o primeiro dia. Isso depende de postura.
Alexandre — Então,
não faz diferença, para você, o cargo que ocupa e a situação acionária?
Jansen —
O CEO, de certa maneira, é menos dono do que os diretores. Porque acaba tendo
que contemporizar. Não deve querer ter muita opinião, senão não sobra espaço
para ninguém.
Alexandre — Depende
do estilo do CEO e da empresa, não?
Jansen —
Talvez, mas normalmente é melhor você abrir espaço. Se não, as pessoas vão
embora. E o controlador, quando vai desenvolvendo essa habilidade [de abrir
espaço], intervém menos ainda. Você tem o poder acionário para usar quando é
necessário. Mas, na maior parte das vezes, você abdica de usá-lo.
Alexandre — O
que lhe motiva nesta experiência que você está começando na Locaweb?
Jansen —
Eu gosto da vida executiva. De certa forma, sentia falta dela. Outra coisa é
que eu gosto desta empresa, que tem uma história muito legal. Gosto dos
controladores. Gosto dos diretores. É um ambiente agradável. O terceiro ponto é
que a Locaweb é uma empresa que lhe dá uma capacidade de inovar, de empreender
e de criar coisas novas dentro da própria companhia, que já considero
riquíssima.
Alexandre — Esta
é a lógica do intraempreendedorismo, a ideia de que você não precisa ser dono,
controlador, para empreender. Quanto disso é verdade?
Jansen —
Primeiro, vamos relativizar. Boa parte do trabalho não é inovação. É rotina e
execução. Mas você tem, numa companhia, várias situações que caracterizam
inovação. Pode ser uma unidade nova de negócios. Pode ser uma ideia que traz
resultado. Isso não ocorre todo dia, e depende da necessidade da companhia.
Para acontecer, não basta o discurso.
A
empresa precisa estar aberta e necessitar de inovações. A segunda coisa que as
pessoas têm de entender bem é que empreender não significa, necessariamente,
criar um produto novo. Pode ser um processo novo ou uma mudança num negócio
estabelecido, que pode, até, trazer retorno financeiro para a pessoa
[responsável].
Alexandre — Isto
é o intraempreendedorismo. Você, às vezes, tem quase uma startup dentro da
companhia, e ela inova de verdade. Por outro lado, muitos empreendedores que
iniciam empresas do zero falam sobre inovação, mas inovam quase nada.
Jansen —
Algumas copiam.
Alexandre — A
maioria copia.
Jansen —
Não. Benchmarking não é uma cópia. É você ajustar sua ideia
com algumas iniciativas que já estão correndo. Para boa parte das coisas, você
fazbenchmarking.
Alexandre — Se
não fizer benchmarking, é maluco. Mas estou falando é de
simplesmente trazer para o Brasil cópias de serviços e modelos de negócios que
estouram lá fora.
Jansen —
É o que chamamos de copycat.
Alexandre — A
onda dos sites de compras coletivas, por exemplo. O que ela nos conta sobre
inovação de verdade versus cópia pura e simples?
Jansen —
No ClickOn [site no qual Jansen investiu e atuou] teve bastante cópia, mas os
caras também criaram coisas próprias lá dentro, para dar um exemplo. Teve
inovação dentro do modelo. Mas tem cara que faz copycatmesmo.
Alexandre — Temos
hoje uma onda de empreendedorismo tecnológico no Brasil que é mais sólida do
que foi a do primeiro boom da internet. Mas sinto que há um discurso de
inovação que a realidade não sustenta. Qual a sua opinião?
Jansen — Copycat não
é inovação. Mas também tem o cara que cria coisas do zero. No Brasil, há
mais pessoas tendo ideias diferentes [do que copiando]. Só que a ideia
diferente precisa de um dinheiro de mais longo prazo, e essa maturidade por
parte do investidor o Brasil ainda não tem. Então, esse empreendedor tem mais
dificuldade de acesso a capital. Mas existe.
Alexandre — Interessante.
Quanto mais inovador ele é, mais difícil de conseguir capital?
Jansen —
No Brasil, por uma questão de [falta de] maturidade. Nos Estados Unidos é
diferente. Quando a inovação é muito forte, a forma como você vai ganhar
dinheiro não é tão clara. Por isso, inovação muito forte requer um capital de
prazo um pouco mais longo. Há muitos exemplos disso, a começar pelo Google.
Você
sabe que vai ganhar dinheiro, e tem métricas para avaliar o negócio. Os
investidores por trás dessas empresas estão longe de ser malucos. Só que o
investidor americano faz isso há 40 anos.
Alexandre — O
risco é maior, o prazo para o retorno do capital investido também, mas a
perspectiva de ganho por trás de um negócio inovador é de outra grandeza.
Jansen —
Se acertar um modelo de negócio realmente novo, você tem uma boa chance de
virar uma grande empresa, porque você, sozinho, pega um mercado inexplorado.
Alexandre — O
Brasil não tem nenhum case que mereça ser estudado?
Jansen —
Sim. O Romero Rodrigues, do Buscapé, é exemplo de empreendedor inovador.
Alexandre — Tem
outra coisa que incomoda na atual geração de empreendedores da internet no
Brasil. Uma parcela considerável se espelha nos exemplos de sucesso por causa
do enriquecimento.
É
o sujeito que quer ser o próximo Mark Zuckerberg, não pelo lado empreendedor,
mas pelo lado bilionário. Com base, principalmente, nos seus anos de
investidor-anjo, você diria que isso chega a ser um problema?
Jansen —
Eu diria que não ajuda. Ambição é saudável. Mas essa ambição financeira muito
agressiva, não. A pessoa não deve só querer o retorno financeiro ou ter isso
como a principal meta, porque poucos conseguem atingir esse patamar, e o
caminho é muito difícil. Eu nunca racionalizei tão bem, mas já senti isso. A
pessoa precisa querer ganhar dinheiro e ter o seu retorno, mas precisa, também,
sentir paixão pelo negócio.
Alexandre — Por
quê?
Jansen —
Porque, às vezes, ela precisa tomar decisões que não são necessariamente
favoráveis ao objetivo de ser o próximo Zuckerberg. Você não deve,
simplesmente, querer maximizar o seu retorno pessoal, porque, provavelmente,
não será o que vai acontecer.
Alexandre — Você
consegue enumerar alguns dos principais desafios que a atual geração de
empreendedores vai enfrentar nos próximos anos?
Jansen —
O que muda [em relação às gerações anteriores], e fica mais difícil, é que você
vai ter mais concorrência. Da mesma forma que, se a sua ideia é boa, você pega
mais dinheiro, o cara do seu lado pega dinheiro também. Então, a concorrência
tende a ser maior, e isso o obriga a ser mais ágil. Este é o principal desafio.
Isso é parte do ambiente onde a geração atual está.
Alexandre — A
barreira de entrada é mais baixa para todo mundo. Ou seja, se você conseguir
uma vantagem, provavelmente vai perdê-la em alguns meses.
Jansen —
Você precisa sempre tentar obter novas vantagens. Esse timing é
bem mais duro. As pessoas estão mais craques em copiar ideias. Você acha que
vai ficar sozinho, mas daqui a pouco tem uns dois ou três olhando para você. O
cara precisará ser mais ágil e ter mais disposição para enfrentar a
concorrência.
Alexandre — Em
uma entrevista recente, você falava das dificuldades de abrir empresas no
Brasil e do nosso sistema tributário insano. Mas dizia que, apesar disso, o
Brasil, em comparação aos outros emergentes, tem o melhor ambiente de negócios.
Tem mesmo?
Jansen —
A burocracia existe. Mas, quando se vai fazer algo no México – um exemplo que
conheço –, você tem outras dificuldades. O ambiente institucional brasileiro
está melhor.
Alexandre — O
que, por exemplo, está melhor?
Jansen —
Apesar de existir corrupção no Brasil, você faz negócios aqui sem precisar
passar por essa experiência. Em outros lugares, você não consegue. Tem de
montar uma engenharia legal. O país tem um ambiente institucional saudável
quando comparado a outros emergentes.
Não
é [saudável] quando comparado com os Estados Unidos, talvez o lugar com o
melhor conjunto de regras práticas para o empreendedor. A gente fala que é tudo
ruim, mas sempre se compara com o melhor.
Alexandre — Você
mencionou que hoje, no Brasil, há dinheiro para boas ideias. Tenho ouvido gente
da indústria de fundos de venture capital dizendo que hoje tem
mais dinheiro para boas ideias do que boas ideias ou empresas prontas para
receber investimento. É assim mesmo?
Jansen —
Buscar uma empresa realmente boa, onde você vai ganhar dinheiro como investidor,
é um trabalho difícil. Ele [o investidor] tem o que a gente chama de um funil
de garimpagem. De 400 empresas com quem vai falar, vai sair um short
list que ele vai olhar melhor, em detalhe, para investir em dez.
Já
não é como quando não tinha ninguém com dinheiro e o investidor pegava o melhor
cara. Tem um funil, é difícil. Este é o ponto. Se houvesse mais boas ideias,
ele teria capacidade de levantar mais dinheiro e aplicar.
Alexandre — Então,
estamos desperdiçando recursos disponíveis no mercado.
Jansen —
Mas tem o lado oposto. Primeiro, ele [o investidor] não acessa todas as boas
ideias. Não é um ambiente ótimo. Alguém que tem uma boa ideia eventualmente não
consegue chegar num [investidor] anjo ou num venture. Às vezes,
dentre essas 300 empresas que nem foram para o short list, há 30
excepcionais. Mas ele [o investidor] não conseguiu perceber quão excepcionais
elas eram, porque as entrevistas não são longas.
Alexandre — Assim
como um empreendedor com uma boa ideia às vezes não consegue chegar a um
investidor, uma jovem empresa com um bom produto frequentemente pena para
atingir o consumidor. Existe um marketing mais adequado para o
empreendedorismo, diferente do praticado por empresas tradicionais
estabelecidas?
Jansen —
Se está empreendendo, dinheiro não é uma coisa que você tenha em excesso. E
mesmo que tenha conseguido captar [recursos], você precisa preservar. Se
acabar, pode ser que você não consiga mais, mesmo sendo a melhor ideia do
mundo.
Existe
um negócio que a gente brinca que é marketing de guerrilha, que é a melhor
maneira de fazer marketing dentro de uma startup. Você pode até investir mais
forte em alguma publicidade, mas não é a melhor maneira. Em vez de seguir
aquela receita de bolo, você precisa olhar para maneiras baratas de conseguir
clientes. Terá de gastar sola de sapato. Fazer eventos? Sim, mas não é aquele
tipo de evento em que você paga o patrocínio e vai lá entregar o seu cartão.
Alexandre — Como
é isso na prática?
Jansen —
Você precisa ser guerrilheiro mesmo. Não pode querer ter orçamento grande. Vá
com a faca nos dentes. Ache uma maneira barata de fazer marketing. Escolha um
nicho, um segmento menor e tenha consciência de que o seu dinheiro é escasso. (Revista ESPM)
OS SETE PECADOS DE INVERNO
Para entrar
com o pé direito na estação mais fria do ano, a A.Cult marca do grupo
Alphorria, lança promoção cultural com o tema #7Pecados de Inverno em suas
redes sociais. Para participar basta acessar a fanpage da A.Cult e se
cadastrar. A cada semana o seguidor que mais se engajar com as postagens do
tema ganha um mimo especial. Basta curtir e compartilhar as postagens. Até o
dia 10 de junho serão quatro prêmios, sendo um por semana, durante quatro
semanas, e um grande prêmio final, um vestido A.Cult.
Durante as
semanas, as participantes poderão ganhar uma nécessaire A.Cult,
um top de paetês e um top de couro. O vestido A.Cult, maior
prêmio da ação, será o vestido com a estampa lace, que fez grande sucesso entre
as blogueiras mais bacanas.
A corrida já
começou. Está no http://www.facebook.com/acultoficial?fref=ts, e no http://www.acult.com.br/
NERD SIM, E
COM ORGULHO
Até pouco tempo, ser nerd era algo negativo,
um tipo de comportamento que só rendia gozação por parte dos outros. Ler gibis
e jogar videogames eram coisas de criança. Passar o dia sentado na frente do
computador? Que sacrilégio! Vestir fantasia para uma partida de RPG, então, era
assinar o atestado de óbito social.
No entanto, isso vem mudando. De suas
garagens, nerds como Steve Jobs e Bill Gates montaram impérios e ficaram
bilionários. Nos cinemas, estudiosos como Steven Spielberg viraram sinônimos de
bons filmes e grandes bilheterias. E, enfim, as histórias em quadrinhos, que
tanta gente nem queria chegar perto, passaram a ser a principal fonte de
inspiração para Hollywood.
Vivemos hoje em novos tempos. Os nerds de
ontem são os líderes de hoje, e usufruem do todo o estudo e o foco que só eles
sabem dedicar a um assunto para criar os produtos que toda uma geração quer ter
em mãos o quanto antes. São eles que fazem os filmes que levam multidões aos
cinemas e movimentam centenas de milhões de dólares nos lançamentos de jogos
para videogames, hoje a maior indústria do entretenimento.
Este domínio financeiro, logicamente, reflete
também na mudança de comportamento. Hoje é possível ver nas ruas meninas
vestindo camiseta do Guerra nas Estrelas (Star Wars) e fazendo filas para ver
filmes de fantasia, como O Hobbit, com o mesmo interesse dos rapazes.
E, para acabar de vez com qualquer problema
dos nerds, surgiu o sinônimo, com ar menos pejorativo, por vezes, até
descolado: geek. Agora, quem tem uma estante cheia de “bonequinhos”, usa sua TV
de dezenas de polegadas para jogar o último game e curte zumbis está “in”.
Ser nerd sempre foi gostoso. Ser nerd é se
importar com algo a ponto de querer saber tudo sobre aquele assunto, mas,
também, compartilhar este conhecimento. Por isso que ser nerd nunca foi tão bom
quanto agora. (Marcelo Forlani, fundador e editor do Omelete, maior portal de cultura e
entretenimento Geek do Brasil, no AdNews).
CONVÊNIO SCANIA-POLI
DE COOPERAÇÃO TECNOLÓGICA
|
A
Scania, referência mundial na fabricação de veículos pesados, e a Escola
Politécnica da USP assinaram convênio de cooperação tecnológica para
desenvolver um laboratório que permitirá compreender melhor algumas
características dos motores a diesel. Realizado por meio da Fundação para o
Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), o projeto tem como objetivo
gerar conhecimento científico que poderá contribuir para a redução de emissão
de gases poluentes na atmosfera.
Segundo Jairo de
Lima Souza, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de Trem-de-Força da Scania
Latin America, o equipamento que será desenvolvido permitirá estudar o
comportamento do fluxo de ar dentro do motor, pois esse aspecto impacta
diretamente nas emissões de poluentes liberadas pelos motores a diesel.
“Nosso objetivo
é apresentar modelos matemáticos representativos do fenômeno e a construção
de um laboratório protótipo que viabilizará a verificação e validação de
teorias geradas em simulações virtuais. O projeto será desenvolvido com o
apoio de equipamentos de escaneamento a laser de última geração”, diz Souza.
“Essas ferramentas gerarão modelos tridimensionais que, por sua vez, irão
viabilizar a comparação das simulações virtuais com os resultados de
laboratório.”
De acordo com
Souza, o projeto também contempla o desenvolvimento de um software para
previsão e controle do comportamento do fluxo de ar no motor. A ferramenta
poderá ser futuramente utilizada no processo de manufatura de cabeçotes de
motores, o que certamente aprimorará o controle de qualidade dos componentes
produzidos na Scania.
Com quatro anos
de duração, o projeto prevê a instalação de um laboratório da Scania,
no Parque Tecnológico de Sorocaba, em São Paulo (SP), para a realização de
ensaios com o equipamento a ser desenvolvido. “Os resultados devem subsidiar
as pesquisas que explicarão os fenômenos que influenciam a liberação de gases
poluentes pelos motores a diesel”, esclarece o coordenador do projeto, Prof.
Dr. Marcelo Massarani, do Centro de Engenharia Automotiva da Poli-USP.
O professor
Massarani explica que o projeto terá a participação de cerca de 20 pessoas,
entre professores, pesquisadores e alunos da universidade, assim como
profissionais da Scania. “Trata-se de um projeto integrado, que envolverá uma
equipe multidisciplinar, formada inicialmente por especialistas em motores a
diesel, projeto de máquinas e automação.”
A iniciativa
surgiu a partir da parceria entre a Scania e a Universidade de Estocolmo.
Fruto do trabalho acadêmico de um aluno de mestrado que trabalhava na equipe
de Jairo Souza, o modelo matemático inicial foi apresentado à Escola
Politécnica da USP, que decidiu dar continuidade à pesquisa.
A Scania
forneceu os subsídios para a integração do professor Massarani ao projeto,
que conduzirá as demais etapas da pesquisa no Brasil.
Segundo Souza, o
objetivo da iniciativa da Scania é cooperar com o desenvolvimento de
competências da comunidade acadêmica. “Desejamos promover conhecimento, fazer
descobertas que impactem positivamente na comunidade universitária e, ao
mesmo tempo, proporcionar o aprimoramento da eficiência técnica dos motores
Scania”. Para
mais informações sobre a Scania acesse www.scania.com.br
|
AGÊNCIA DE EMPREGOS IMPROVÁVEIS
Se você já pensou em ser degustador de cerveja
para alguma cervejaria, testador de toboágua em algum parque aquático,
trabalhar com futebol na Traffic ou ser VJ na MTV, pode parar de pensar. A
Halls acaba de criar uma agência de empregos e nela só podem ser anunciadas
vagas que ofereçam experiências incríveis (profissional e de vida).
Para começar serão 15 oportunidades, como a
vaga de degustador de cerveja na Cervejaria Colorado, VJ na MTV ou barman na
paradisíaca Trancoso, todas disponíveis em https://www.facebook.com/HallsBrasil (O
site oficial entrará no ar por volta do meio-dia). Os interessados não devem
enviar currículo ou ter experiência prévia na área, apenas precisarão gravar
uma entrevista online, na própria plataforma, e convencer os empregadores que
são os melhores candidatos.
Os selecionados serão contratados, levados
para a cidade da vaga escolhida, treinados e, depois, envolvidos na rotina do
emprego, com atribuições e responsabilidades, como: testar os toboáguas do
Beach Park, no Ceará; cozinhar ao lado da chef Morena Leite; fazer as melhores
caipirinhas para o happy hour dos paulistanos, ou trabalhar com a paixão
nacional, o futebol, na Traffic.
“Halls é uma marca que promove a socialização,
desde o próprio produto até a fanpage, e agora, queremos promover experiências
de vida para nossos consumidores. Oferecer empregos temporários não quer dizer
que a conversa ficou chata, pois o trabalho ganhou o jeito Halls de ser: são
vagas inusitadas, experiências incríveis, novas descobertas e nada de currículo
ou entrevistas quadradas”, afirma José Freitas, gerente de produto de Halls na
Mondelez Brasil.
A campanha foi criada pela Espalhe
Marketing de Guerrilha a partir de um conceito desenvolvido pela JWT. A
Espalhe, inclusive, anuncia em Halls Contrata uma vaga de insighter para a área
de planejamento criativo.
Processo seletivo – A seleção não envolve
análise de currículo, agendamento de entrevistas e não é preciso ter qualquer
experiência anterior na área escolhida. Um profissional do mercado financeiro
pode, por exemplo, se candidatar à vaga de recepcionista de hostel na Vila
Madalena, ou querer ser assistente da estilista Fernanda Yamamoto
temporariamente.
Para participar, basta acessar a fanpage,
escolher a vaga desejada (quantas quiser) e gravar uma entrevista online (com
webcam), em qualquer hora ou lugar, respondendo questões gerais e específicas
sobre as oportunidades. Esta etapa acontece a partir do horário de almoço desta
quarta-feira, e termina em 9 de junho.
Das 15 posições abertas no início da campanha,
apenas as cinco mais disputadas serão executadas. A escolha dos candidatos será
feita por uma empresa especializada em recrutamento e pelos
empregadores/anunciantes, e os selecionados terão um contrato temporário
remunerado.
Confira abaixo as opções de vagas oferecidas
pela agência Halls Contrata:
- Testador de toboágua - Beach Park,
Fortaleza/ CE;
- Degustador de Cerveja – Cervejaria
Colorado, Ribeirão Preto / SP;
- VJ no programa Top 10 – MTV, São
Paulo/SP;
- Assistente de Barman - Restaurante e
Pousada El Gordo, Trancoso/BA;
- Assistente da Chef Morena Leite -
Capim Santo, Paulo / SP;
- Assistente de Planejamento Esportivo -
Traffic, em São Paulo / SP;
- Assistente de Estilista - Fernanda
Yamamoto, São Paulo / SP;
- Tratador e Passeador de cães – Dog
Walker, São Paulo / SP;
- Barman - Bar Veloso, São Paulo/SP;
- Assistente social em Vaga Humanitária
- Avesol - Amazônia / AM;
- Recepcionista de hostel - Casa Club
(Vila Madalena), São Paulo / SP;
- Assistente de Produção Áudio Visual –
Black Magic Films, São Paulo / SP;
- Insighter em agência de publicidade -
Espalhe Marketing de Guerrilha, São Paulo / SP;
- Cliente Oculto - Foco do Cliente,
Florianópolis / SC;
- Escritor de cartões - Kardo, Curitiba
/ PR. (ADNEWS)
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