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sexta-feira, 10 de maio de 2013

CONSUMO, ENDIVIDAMENTO E MELHORA DE VIDA


 

 Desde a infância, alimentados pela busca de ascensão social, somos estimulados pela família e pela própria sociedade a sermos “alguém na vida”.

Para isso, no entanto, precisamos contar com as contingências do mercado e do capital social e cultural que são constituídos principalmente através de nossa herança familiar. Herança não apenas nos termos econômicos, mas principalmente nos valores e ensinamentos que recebemos através da família e da educação escolar, tão bem explicado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu.

As famílias de origem mais pobres, em contrapartida, possuem mais obstáculos a serem percorridos e, mesmo quando recebem auxílio do governo, seja através de bolsas família, de incentivos de políticas afirmativas, ou financiamento de casas populares, como atualmente no caso do PAC, acabam sendo cobradas mais uma vez pela sociedade. Cobranças que muitas vezes são traduzidas através de estigmas e distinções negativas.

O sociólogo Simmel em Les pauvres, coloca que os pobres, como categoria social, não são aqueles que sofrem carências, ou privações específicas, mas os que recebem assistência, ou deveriam recebê-la segundo as normas sociais. Por conseguinte, a pobreza não pode ser definida como um estado quantitativo em si mesmo. (Simmel,1998, p.96-97).

Passamos por um momento histórico em que ocorre uma espécie de redefinição dos conceitos de pobreza, à medida que o potencial de compra e endividamento mostram-se cada vez mais presentes na vida dos sujeitos de todos os segmentos sociais, inclusive os mais baixos.

E engana-se quem acha que fazer dívidas é algo meramente negativo. Ao contrário, só faz dívidas quem, de alguma forma, tem condições de provar sua capacidade de crédito. Algo que durante décadas esteve muito distante das famílias que hoje são chamadas pelo governo, pela grande mídia e pelos institutos de pesquisa como nova classe média, ou classe C ascendente.

Nesse contexto de mudanças através da busca de melhora de vida, o cuidado com a família tende ser a principal motivação. É por ela e através dela que sonhos referentes a conforto, consumo e estabilidade financeira são colocados em jogo.

As favelas cariocas, por exemplo, são territórios heterogêneos no que se refere aos estilos de vida de seus moradores. Ser favelado não configura ser pobre num sentido estrito da ausência. Muitos desses novos consumidores de “classe média ascendente” são beneficiários de programas sociais do governo e, no entanto, não se consideram pobres, pois um cenário mudou a sua volta.

Melhorar de vida no Brasil contemporâneo é mais do que garantir serviços públicos de qualidade, como uma boa escola para os filhos, ou ainda uma rede de hospitais confiável. Está ligado ao direito de gerir o consumo imediato, como a aquisição de bens domésticos, automóveis ou curtir pequenos prazeres da vida, como realizar passeios, ou churrasco para amigos e familiares.

Tais elementos não podem ser desconsiderados enquanto mudanças positivas, porém indicam uma forma diferenciada de exercer a cidadania, que ocorre não através de mudanças coletivas mas sim individuais, através do consumo.

Referências:

- SIMMEL, G. Les pauvres. Paris: Presses Universitaires de France, [1907] 1998

- IVO, Anete B. L.. Georg Simmel e a “sociologia da pobreza”. Cad. CRH [online]. 2008, vol.21, n.52, pp. 171-180. ISSN 0103-4979.


- CANCLINI. Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Edição, 4. Editora, Editora UFRJ, 2001

- BOURDIEU. A distinção: crítica social do julgamento, Porto Alegre, Editora Zouk, 2007

(Texto de Shirley Torquato. Possui Graduação em Ciências Sociais (UFRJ); Especialização em Sociologia Urbana (UERJ); Mestrado em Antropologia(UFF); fez Doutorado sanduiche na École des Hautes Études en Sciences Sociales ( EHESS), em Paris. É Pesquisadora associada ao Núcleo de Estudos da Modernidadade- NEMO- UFF ; Pesquisadora associada ao Laboratório de Etnografia Urbana – LeMetro – UFRJ/IFCS e Pesquisadora associada ao Grupo de Estudos do Consumo – CNPQ – UFF. Professora Adjunto I – Universidade Salgado de Oliveira- UNIVERSO RJ – (desde 2003); Professora das disciplinas: Antropologia do Consumo, Publicidade e Consumo, Sociologia da Comunicação, Antropologia Cultural, Metodologia de Pesquisa Pesquisadora associada ao Núcleo de Estudos da Modernidadade- NEMO- UFF ( desde 2004); Pesquisadora associada ao Laboratório de Etnografia Urbana – LeMetro – U(FRJ/IFCS (desde 2010); Pesquisadora associada ao Grupo de Estudos do Consumo – CNPQ – UFF (desde 2008)

QUEBRA DE PARADIGMAS: O REAL CONCEITO DE CROSSMEDIA


 


Quebrar paradigmas é sempre um desafio, independentemente do que seja. De um lado está o convencional, o pensamento linear, no qual o mercado já está acostumado, e, do outro, o espírito criativo, a inovação, a mudança de comportamento, o famoso “pensar fora da caixa”.


 Um exemplo desta situação foi quando o mundo começou efetivamente sua transformação de analógico para digital – mudança que ainda estamos vivenciando. Antigamente, tínhamos poucos veículos de comunicação que, basicamente, eram: a TV, o rádio e os meios impressos- jornal e revista.

Hoje, o mundo é digital e tudo é mídia, desde a esteira da academia, o corrimão da escada rolante do shopping, o chão dos supermercados e até os celulares.

As próprias pessoas se tornaram mídias. E, se antes já haviam especificações a serem seguidas para ter um anúncio publicado em uma mídia específica, imagine atualmente, com os múltiplos canais que temos à nossa disposição.

A complexidade de distribuir conteúdos para essas mídias cresceu proporcionalmente ao aumento dos novos meios. Um banner para web, por exemplo, precisa ser adaptado e entregue de diferentes formas, para cada portal, cada um com suas exigências.

 

Em contrapartida, o ambiente em que as agências atuam é um meio artístico e intelectual, pois o seu core business está mais voltado para a criação, o planejamento e a compra de mídia, por exemplo, bastante diferente das atividades operacionais necessárias para a preparação e a adaptação das peças publicitárias.

 

Portanto, surgiu uma necessidade de um player diferenciado para realizar o trabalho entre a criação e os veículos de comunicação, que exigem receber tudo conforme suas especificações técnicas.

 

A produção crossmedia existe para atender exatamente esta demanda. Trata-se de uma etapa cada vez mais importante no fluxo da comunicação e contempla todas as etapas de produção e adaptação de conteúdos criativos, feitos por um anunciante e sua agência, antes da sua veiculação na mídia.

 

E nada mais é do que o real conceito de integração entre mídias, em todas as suas vertentes: impressa, web e mobile, garantindo a integridade da marca em todas as suas aplicações.

Adaptar e entregar uma campanha para cada tipo de canal, em geral, é um processo demorado e que, além do risco de gerar inconsistências, também pode tirar o foco da estratégia e da construção da mensagem principal que a marca deseja transmitir.

Portanto, o trabalho realizado por uma empresa de crossmedia está 100% focado em oferecer eficiência operacional, o que significa produzir com rapidez, segurança, qualidade e garantia de integridade das marcas em todas as peças entregues em todos os canais. E, com mais mídias e mais públicos, é vital que se tenha uma operação eficiente e uma produção rápida e segura.

Sendo assim, o uso de uma produção integrada permite que os anunciantes e as agências tenham uma peça, reaproveitando e distribuindo esta linha criativa em múltiplas plataformas. E, além de todas as vantagens de uma operação eficaz, com a adição de tecnologia, passamos a ter todos os registros de tudo o que é feito em todas as mídias.

Esta base armazenada tem um incrível valor, pois ajudará na mensuração dosinvestimentos em marketing. Portanto, o segredo para o sucesso nesse setor é a combinação de três elementos: processos organizados e rastreáveis, soluções integradas de tecnologia e treinamento e aculturamento de pessoas.

Isso é inovação, é ter coragem para arriscar e fazer diferente acreditando em ideias que facilitem nossas vidas. (Texto de Marcus Abdo Haddad, sócio fundador e diretor de Desenvolvimento de Nagócios da Arizona disrribuído pelo Promoview)

ORLANDO MSARQUES REVELA O NOME DO JOGO


 


 Agora é para valer. Orlando Marques – CEO do Grupo Publicis no Brasil, respondendo pelas agências Publicis Brasil, Salles Chemistri, Publicis Dialog, AG2 Publicis Modem, Publicis Red Lions, Digitas e Razorfish – assumiu a presidência da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade).

 Marques confessa que adiou aceitar o convite enquanto pôde, mas acabou cedendo, sabendo que lhe custará abrir mão de outras atividades. Considera-se um líder agregador, capaz de juntar pessoas em torno de ideias, desafios, tarefas e missões. E costuma dizer que os mais ocupados são os que têm mais tempo, porque têm a capacidade de delegar, cobrar e priorizar. Marques dará continuidade ao trabalho de Luiz Lara e não planeja nenhuma grande revolução na entidade.

Também não pretende fazer um novo Congresso e acredita que o modelo de agência de publicidade no Brasil não deve ser discutido ou questionado, embora reconheça que é um tema ao qual as lideranças do setor devem se manter atentas, pois precisa ser defendido e divulgado. Veja a seguir os principais pontos da entrevista.

 A decisão


“Há um momento na vida em que você precisa ter coragem de tomar decisões, mesmo que elas signifiquem uma piora geral na sua qualidade de vida e uma redução do tempo disponível para os amigos, para o lazer e para a família. Eu recusei o convite dos amigos da Abap enquanto pude. Mas a pressão foi maior e acabei cedendo.”

Missão


“Pretendo dar continuidade ao belo trabalho do Luiz Lara, que, por sua vez, deu sequência ao que vinha sendo feito pelo Dalton Pastore. Não tenho nenhum Congresso para fazer, mas sei que continuar nessa batalha diária pela defesa dos nossos valores empresariais, da liberdade de expressão comercial e da livre iniciativa já são desafios suficientemente grandes e importantes, que exigem atenção e atuação. Isso sem contar a implementação das teses do V Congresso que devem ser colocadas em prática e para as quais estarei muito atento e atuante.”

 

Agregador


“Eu sou um cara que gosta de juntar pessoas em torno de ideias, desafios, tarefas e missões. Já estou juntando essas pessoas para tocarmos esses desafios. Eu não imaginava que existia tanta gente querendo ajudar e fiquei muito feliz com a acolhida. Não tive nenhuma recusa. Todos a quem convidei para formar a chapa, para participar da diretoria e dos comitês, aceitaram.”

 

Sem revoluções


“Não planejo nenhuma grande revolução na entidade. Vamos acelerar a implementação das teses do V Congresso e atuar em todas as frentes em que possamos ajudar o mercado a ser mais profissional e mais comprometido com os valores da livre iniciativa e da defesa do nosso modelo de negócio.”

 

Divisão


“Já estou ocupado na divisão de trabalho entre as minhas várias atividades. Eu sempre achei que os mais ocupados são os que têm mais tempo, porque têm a capacidade de delegar, cobrar e priorizar. É o que faço. Aqui, na Publicis, a estrutura ainda precisa muito da minha presença. Mas o time, liderado pelo Hugo Rodrigues, João Fernando Vassão, César Paz, Alfredo Reikdal e outros, é muito bom. E eles aceitam dividir um pouco dessa missão comigo.”

 

Crescimento


“Acredito que o mercado vai crescer. Mas talvez não nos mesmos níveis de 2012, porque tem muito cliente poupando para investir durante a Copa.”

 

Restrições


“Essas tentativas de restringir a propaganda afetam a Abap. Porque podem levar a uma redução de investimentos. Porém, mais do que isso, afetam a democracia brasileira, porque interferem no livre mercado, na liberdade de expressão comercial e por isso a Abap é contra qualquer iniciativa nessa direção.

 

 O precedente é perigoso e quem nos proíbe de anunciar a batata frita hoje pode querer intervir amanhã no direito de escolha do cidadão, que é a base de qualquer democracia. Nós não precisamos de um Estado paternalista, no qual haja leis e normas para tudo. Nós precisamos de balizas e leis que norteiem a sociedade e que ela própria procure sua autorregulamentação. O Conar é o melhor exemplo disso.”

 

Estrangeiros


“O Brasil continua e continuará atraindo investidores internacionais em todos os níveis, e no mundo da comunicação não é diferente. Ainda há e haverá muitas oportunidades de investimento no Brasil nos próximos anos.”

Nome do jogo


“Integração é o nome do jogo. Temos de oferecer todos os serviços ao cliente. Este não quer falar com cinco ou dez profissionais ou empresas para resolver sua vida. Ele quer ter um interlocutor que ofereça todas as ferramentas e lidere o trabalho todo.

 

Se o trabalho digital vai ser feito pela agência off ou online não importa muito, desde que seja dentro de uma mesma estratégia, de uma mesma visão do negócio do cliente. As agências digitais continuarão existindo e crescendo. Na maioria das vezes, trabalharão juntas. Isso significa que existirão agências off e online, e agências que farão as duas coisas juntas.”

 

Modelo


“O crescimento das mídias digitais não interfere ou invalida o modelo brasileiro. Qualquer que seja a mídia, ela deve considerar o ambiente de negócios de cada país e o nosso é o que aí está para digitais ou não. Não vejo o porquê de rediscuti-lo por essa razão.”

 

Congresso


“Não vejo nenhuma razão para um novo congresso brasileiro de propaganda. Mas se houver necessidade de fazer o VI, também não vejo por que não realizá-lo e não terei nenhum receio de enfrentar mais esse desafio. Mas vamos primeiro implementar o que decidimos no V Congresso.”

 

Grandes questões


“As principais são: liberdade de expressão comercial; valorização da ideia criativa; conflito mesas de compra versus produto final de qualidade; legislação versus autorregulamentação.

 

Em minha opinião, o modelo brasileiro de agência de propaganda não está em questão. Por isso não o listei. Mas, com certeza, este é um tema ao qual temos de ficar atentos, pois ele precisa ser defendido, divulgado. E deve ter seus valores sempre promulgados no mercado.

 

Vale ressaltar que estamos falando do modelo original de agência de propaganda. O que temos aqui no Brasil é esse modelo original. Por isso, vamos defendê-lo. Afinal, funciona muito bem aqui.”

 

PRONTUÁRIO ONLINE PARA MÉDICOS

 O YepDoc www.yepdoc.com.br - startup que oferece ferramentas desenvolvidas para melhorar desempenho de consultórios – acaba de agregar um novo serviço em seu portfólio de soluções: o Prontuário Online. Com esse serviço, médicos podem consultar seus prontuários – registros de informações sobre os pacientes - pela internet (inclusive por meio de tablets e smartphones), a um custo mensal de R$ 69,90.

O Prontuário Online organiza todas as informações do paciente, como a Anamnese, prescrição de medicamentos, resultados de exames, emissão de atestados, histórico de consultas, entre outros. Essas informações ficam salvas na internet (nuvem) em um ambiente de total segurança com maior mobilidade e acesso a qualquer hora do dia.  

A nova ferramenta foi desenvolvida pelo YepDoc com o objetivo de atender a uma necessidade relatada pelos próprios médicos. “Ouvimos diversos profissionais que sentiam a necessidade de uma solução online de manuseio simples e rápido, assim como uma folha de papel”, conta Guilherme Pizzini, fundador do YepDoc.  De acordo com Pizzini, a maioria dos médicos ainda utiliza o modelo tradicional de prontuário, feito com papel e caneta.

Dentre as vantagens do serviço de prontuário online em relação ao modelo tradicional estão a segurança do sigilo dos dados, mobilidade, melhor organização e eliminação da necessidade de armazenar os registros em imensas pilhas de papel. Outra vantagem é o rápido acesso aos códigos CID (Classificação Internacional de Doenças) e ao TUSS (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos), que ficam disponíveis para consulta dentro da plataforma.

Apesar de alguns modelos de prontuários digitais já existirem no mercado, estes são oferecidos por meio de softwares, que precisam ser instalados nas máquinas e dependem de atualizações constantes. 

O serviço de Prontuário Online une-se a outras três ferramentas oferecidas pelo YepDoc que tem por objetivo melhorar a gestão de consultórios médicos: Inclusão na Web criação de um perfil do profissional da saúde no site do YepDoc, permitindo que pacientes agendem a consulta pela internet; Gestão de Agenda – plataforma para organização dos horários das consultas; e o Lembrete de Consulta – recurso que envia mensagens por SMS e email, avisando aos pacientes de que está na hora de retornar ao médico para uma consulta de rotina.

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