Desde a infância, alimentados
pela busca de ascensão social, somos estimulados pela família e pela própria
sociedade a sermos “alguém na vida”.
Para isso, no entanto, precisamos
contar com as contingências do mercado e do capital social e cultural que são
constituídos principalmente através de nossa herança familiar. Herança não
apenas nos termos econômicos, mas principalmente nos valores e ensinamentos que
recebemos através da família e da educação escolar, tão bem explicado pelo
sociólogo francês Pierre Bourdieu.
As famílias de origem mais
pobres, em contrapartida, possuem mais obstáculos a serem percorridos e, mesmo
quando recebem auxílio do governo, seja através de bolsas família, de
incentivos de políticas afirmativas, ou financiamento de casas populares, como
atualmente no caso do PAC, acabam sendo cobradas mais uma vez pela sociedade.
Cobranças que muitas vezes são traduzidas através de estigmas e distinções
negativas.
O sociólogo Simmel em Les
pauvres, coloca que os pobres, como categoria social, não são aqueles que
sofrem carências, ou privações específicas, mas os que recebem assistência, ou
deveriam recebê-la segundo as normas sociais. Por conseguinte, a pobreza não
pode ser definida como um estado quantitativo em si mesmo. (Simmel,1998,
p.96-97).
Passamos por um momento histórico
em que ocorre uma espécie de redefinição dos conceitos de pobreza, à medida que
o potencial de compra e endividamento mostram-se cada vez mais presentes na
vida dos sujeitos de todos os segmentos sociais, inclusive os mais baixos.
E engana-se quem acha que fazer
dívidas é algo meramente negativo. Ao contrário, só faz dívidas quem, de alguma
forma, tem condições de provar sua capacidade de crédito. Algo que durante
décadas esteve muito distante das famílias que hoje são chamadas pelo governo,
pela grande mídia e pelos institutos de pesquisa como nova classe média, ou
classe C ascendente.
Nesse contexto de mudanças através
da busca de melhora de vida, o cuidado com a família tende ser a
principal motivação. É por ela e através dela que sonhos referentes a conforto,
consumo e estabilidade financeira são colocados em jogo.
As favelas cariocas, por exemplo,
são territórios heterogêneos no que se refere aos estilos de vida de seus
moradores. Ser favelado não configura ser pobre num sentido estrito da
ausência. Muitos desses novos consumidores de “classe média ascendente” são
beneficiários de programas sociais do governo e, no entanto, não se consideram
pobres, pois um cenário mudou a sua volta.
Melhorar de vida no Brasil
contemporâneo é mais do que garantir serviços públicos de qualidade, como uma
boa escola para os filhos, ou ainda uma rede de hospitais confiável. Está ligado
ao direito de gerir o consumo imediato, como a aquisição de bens domésticos,
automóveis ou curtir pequenos prazeres da vida, como realizar passeios, ou
churrasco para amigos e familiares.
Tais elementos não podem ser
desconsiderados enquanto mudanças positivas, porém indicam uma forma
diferenciada de exercer a cidadania, que ocorre não através de mudanças
coletivas mas sim individuais, através do consumo.
Referências:
- SIMMEL, G. Les pauvres. Paris: Presses
Universitaires de France, [1907] 1998
- IVO, Anete B. L.. Georg Simmel e a “sociologia da
pobreza”. Cad. CRH [online]. 2008, vol.21, n.52, pp. 171-180. ISSN
0103-4979.
Disponível em :http://www.scielo.br/pdf/ccrh/v21n52/a13v2152.pdf
- CANCLINI. Nestor Garcia. Consumidores e
cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Edição, 4. Editora,
Editora UFRJ, 2001
- BOURDIEU. A distinção: crítica social do
julgamento, Porto Alegre, Editora Zouk, 2007
(Texto de Shirley
Torquato. Possui
Graduação em Ciências Sociais (UFRJ); Especialização em Sociologia Urbana
(UERJ); Mestrado em Antropologia(UFF); fez Doutorado sanduiche na École des
Hautes Études en Sciences Sociales ( EHESS), em Paris. É Pesquisadora associada
ao Núcleo de Estudos da Modernidadade- NEMO- UFF ; Pesquisadora associada ao
Laboratório de Etnografia Urbana – LeMetro – UFRJ/IFCS e Pesquisadora associada
ao Grupo de Estudos do Consumo – CNPQ – UFF. Professora Adjunto I –
Universidade Salgado de Oliveira- UNIVERSO RJ – (desde 2003); Professora das
disciplinas: Antropologia do Consumo, Publicidade e Consumo, Sociologia da
Comunicação, Antropologia Cultural, Metodologia de Pesquisa Pesquisadora
associada ao Núcleo de Estudos da Modernidadade- NEMO- UFF ( desde 2004);
Pesquisadora associada ao Laboratório de Etnografia Urbana – LeMetro –
U(FRJ/IFCS (desde 2010); Pesquisadora associada ao Grupo de Estudos do Consumo
– CNPQ – UFF (desde 2008)
QUEBRA DE PARADIGMAS: O REAL CONCEITO DE CROSSMEDIA
Quebrar paradigmas é sempre um desafio, independentemente do que seja. De
um lado está o convencional, o pensamento linear, no qual o mercado já está
acostumado, e, do outro, o espírito criativo, a inovação, a mudança de
comportamento, o famoso “pensar fora da caixa”.
Um exemplo desta situação
foi quando o mundo começou efetivamente sua transformação de analógico para
digital – mudança que ainda estamos vivenciando. Antigamente, tínhamos poucos
veículos de comunicação que, basicamente, eram: a TV, o rádio e os meios
impressos- jornal e revista.
Hoje, o mundo é digital e tudo
é mídia, desde a esteira da academia, o corrimão da escada rolante do shopping, o chão dos supermercados e até os
celulares.
As próprias pessoas se tornaram
mídias. E, se antes já haviam especificações a serem seguidas para ter um
anúncio publicado em uma mídia específica, imagine atualmente, com os múltiplos
canais que temos à nossa disposição.
A complexidade de distribuir conteúdos para essas mídias cresceu
proporcionalmente ao aumento dos novos meios. Um banner para web, por exemplo, precisa ser adaptado e entregue de
diferentes formas, para cada portal, cada um com suas exigências.
Em contrapartida, o ambiente em que as agências atuam é um meio
artístico e intelectual, pois o seu core business está
mais voltado para a criação, o planejamento e a compra de mídia, por exemplo,
bastante diferente das atividades operacionais necessárias para a preparação e
a adaptação das peças publicitárias.
Portanto, surgiu uma necessidade de um player diferenciado para realizar o trabalho
entre a criação e os veículos de comunicação, que exigem receber tudo conforme suas
especificações técnicas.
A produção crossmedia existe para atender exatamente esta
demanda. Trata-se de uma etapa cada vez mais importante no fluxo da comunicação
e contempla todas as etapas de produção e adaptação de conteúdos
criativos, feitos por um anunciante e sua agência, antes da sua veiculação na
mídia.
E nada mais é do que o real conceito de integração entre mídias,
em todas as suas vertentes: impressa, web e mobile, garantindo
a integridade da marca em todas as suas aplicações.
Adaptar e entregar uma campanha
para cada tipo de canal, em geral, é um processo demorado e
que, além do risco de gerar inconsistências, também pode tirar o foco
da estratégia e da construção da mensagem principal que a marca deseja
transmitir.
Portanto, o trabalho realizado por uma empresa de crossmedia está 100% focado em oferecer
eficiência operacional, o que significa produzir com rapidez, segurança,
qualidade e garantia de integridade das marcas em todas as peças entregues em
todos os canais. E, com mais mídias e mais públicos, é vital que se tenha uma
operação eficiente e uma produção rápida e segura.
Sendo assim, o uso de uma
produção integrada permite que os anunciantes e as agências tenham uma peça,
reaproveitando e distribuindo esta linha criativa em múltiplas plataformas. E,
além de todas as vantagens de uma operação eficaz, com a adição de tecnologia,
passamos a ter todos os registros de tudo o que é feito em todas as mídias.
Esta base armazenada tem um incrível valor, pois ajudará na
mensuração dosinvestimentos
em marketing.
Portanto, o segredo para o sucesso nesse setor é a combinação de três
elementos: processos organizados e rastreáveis, soluções integradas de
tecnologia e treinamento e aculturamento de pessoas.
Isso é inovação, é ter
coragem para arriscar e fazer diferente acreditando em ideias que facilitem
nossas vidas. (Texto de Marcus Abdo Haddad, sócio fundador e diretor de Desenvolvimento
de Nagócios da Arizona disrribuído pelo Promoview)
ORLANDO MSARQUES REVELA O NOME DO JOGO
Agora é para valer. Orlando Marques – CEO do Grupo
Publicis no Brasil, respondendo pelas agências Publicis Brasil, Salles
Chemistri, Publicis Dialog, AG2 Publicis Modem, Publicis Red Lions, Digitas e
Razorfish – assumiu a presidência da Abap (Associação Brasileira de Agências de
Publicidade).
Marques confessa que
adiou aceitar o convite enquanto pôde, mas acabou cedendo, sabendo que lhe
custará abrir mão de outras atividades. Considera-se um líder agregador, capaz
de juntar pessoas em torno de ideias, desafios, tarefas e missões. E costuma
dizer que os mais ocupados são os que têm mais tempo, porque têm a capacidade
de delegar, cobrar e priorizar. Marques dará continuidade ao trabalho de Luiz
Lara e não planeja nenhuma grande revolução na entidade.
Também não pretende fazer um novo Congresso e acredita que o
modelo de agência de publicidade no Brasil não deve ser discutido ou
questionado, embora reconheça que é um tema ao qual as lideranças do setor
devem se manter atentas, pois precisa ser defendido e divulgado. Veja a seguir
os principais pontos da entrevista.
A
decisão
“Há um momento na vida em que você precisa ter coragem de tomar decisões, mesmo que elas signifiquem uma piora geral na sua qualidade de vida e uma redução do tempo disponível para os amigos, para o lazer e para a família. Eu recusei o convite dos amigos da Abap enquanto pude. Mas a pressão foi maior e acabei cedendo.”
Missão
“Pretendo dar
continuidade ao belo trabalho do Luiz Lara, que, por sua vez, deu sequência ao
que vinha sendo feito pelo Dalton Pastore. Não tenho nenhum Congresso para
fazer, mas sei que continuar nessa batalha diária pela defesa dos nossos
valores empresariais, da liberdade de expressão comercial e da livre iniciativa
já são desafios suficientemente grandes e importantes, que exigem atenção e
atuação. Isso sem contar a implementação das teses do V Congresso que devem ser
colocadas em prática e para as quais estarei muito atento e atuante.”
Agregador
“Eu sou um cara
que gosta de juntar pessoas em torno de ideias, desafios, tarefas e missões. Já
estou juntando essas pessoas para tocarmos esses desafios. Eu não imaginava que
existia tanta gente querendo ajudar e fiquei muito feliz com a acolhida. Não
tive nenhuma recusa. Todos a quem convidei para formar a chapa, para participar
da diretoria e dos comitês, aceitaram.”
Sem revoluções
“Não planejo nenhuma grande revolução na entidade. Vamos acelerar a implementação das teses do V Congresso e atuar em todas as frentes em que possamos ajudar o mercado a ser mais profissional e mais comprometido com os valores da livre iniciativa e da defesa do nosso modelo de negócio.”
Divisão
“Já estou
ocupado na divisão de trabalho entre as minhas várias atividades. Eu sempre
achei que os mais ocupados são os que têm mais tempo, porque têm a capacidade
de delegar, cobrar e priorizar. É o que faço. Aqui, na Publicis, a estrutura
ainda precisa muito da minha presença. Mas o time, liderado pelo Hugo
Rodrigues, João Fernando Vassão, César Paz, Alfredo Reikdal e outros, é muito
bom. E eles aceitam dividir um pouco dessa missão comigo.”
Crescimento
“Acredito que o
mercado vai crescer. Mas talvez não nos mesmos níveis de 2012, porque tem muito
cliente poupando para investir durante a Copa.”
Restrições
“Essas
tentativas de restringir a propaganda afetam a Abap. Porque podem levar a uma
redução de investimentos. Porém, mais do que isso, afetam a democracia
brasileira, porque interferem no livre mercado, na liberdade de expressão
comercial e por isso a Abap é contra qualquer iniciativa nessa direção.
O precedente é perigoso e quem nos proíbe de
anunciar a batata frita hoje pode querer intervir amanhã no direito de escolha
do cidadão, que é a base de qualquer democracia. Nós não precisamos de um
Estado paternalista, no qual haja leis e normas para tudo. Nós precisamos de
balizas e leis que norteiem a sociedade e que ela própria procure sua
autorregulamentação. O Conar é o melhor exemplo disso.”
Estrangeiros
“O Brasil
continua e continuará atraindo investidores internacionais em todos os níveis,
e no mundo da comunicação não é diferente. Ainda há e haverá muitas
oportunidades de investimento no Brasil nos próximos anos.”
Nome do jogo
“Integração é o nome do jogo. Temos de
oferecer todos os serviços ao cliente. Este não quer falar com cinco ou dez
profissionais ou empresas para resolver sua vida. Ele quer ter um interlocutor
que ofereça todas as ferramentas e lidere o trabalho todo.
Se o trabalho digital vai ser feito pela
agência off ou online não importa muito, desde que seja dentro de uma mesma
estratégia, de uma mesma visão do negócio do cliente. As agências digitais
continuarão existindo e crescendo. Na maioria das vezes, trabalharão juntas.
Isso significa que existirão agências off e online, e agências que farão as
duas coisas juntas.”
Modelo
“O crescimento
das mídias digitais não interfere ou invalida o modelo brasileiro. Qualquer que
seja a mídia, ela deve considerar o ambiente de negócios de cada país e o nosso
é o que aí está para digitais ou não. Não vejo o porquê de rediscuti-lo por
essa razão.”
Congresso
“Não vejo
nenhuma razão para um novo congresso brasileiro de propaganda. Mas se houver
necessidade de fazer o VI, também não vejo por que não realizá-lo e não terei
nenhum receio de enfrentar mais esse desafio. Mas vamos primeiro implementar o
que decidimos no V Congresso.”
Grandes questões
“As principais são: liberdade de
expressão comercial; valorização da ideia criativa; conflito mesas de compra
versus produto final de qualidade; legislação versus autorregulamentação.
Em minha opinião, o modelo brasileiro de
agência de propaganda não está em questão. Por isso não o listei. Mas, com
certeza, este é um tema ao qual temos de ficar atentos, pois ele precisa ser
defendido, divulgado. E deve ter seus valores sempre promulgados no mercado.
Vale ressaltar que estamos falando do
modelo original de agência de propaganda. O que temos aqui no Brasil é esse
modelo original. Por isso, vamos defendê-lo. Afinal, funciona muito bem aqui.”
PRONTUÁRIO ONLINE PARA MÉDICOS
O YepDoc – www.yepdoc.com.br - startup que oferece ferramentas desenvolvidas para melhorar desempenho de consultórios – acaba de agregar um novo serviço em seu portfólio de soluções: o Prontuário Online. Com esse serviço, médicos podem consultar seus prontuários – registros de informações sobre os pacientes - pela internet (inclusive por meio de tablets e smartphones), a um custo mensal de R$ 69,90.
O Prontuário Online organiza todas as informações do paciente, como a Anamnese, prescrição de medicamentos, resultados de exames, emissão de atestados, histórico de consultas, entre outros. Essas informações ficam salvas na internet (nuvem) em um ambiente de total segurança com maior mobilidade e acesso a qualquer hora do dia.
A nova ferramenta foi desenvolvida pelo YepDoc com o objetivo de atender a uma necessidade relatada pelos próprios médicos. “Ouvimos diversos profissionais que sentiam a necessidade de uma solução online de manuseio simples e rápido, assim como uma folha de papel”, conta Guilherme Pizzini, fundador do YepDoc. De acordo com Pizzini, a maioria dos médicos ainda utiliza o modelo tradicional de prontuário, feito com papel e caneta.
Dentre as vantagens do serviço de prontuário online em relação ao modelo tradicional estão a segurança do sigilo dos dados, mobilidade, melhor organização e eliminação da necessidade de armazenar os registros em imensas pilhas de papel. Outra vantagem é o rápido acesso aos códigos CID (Classificação Internacional de Doenças) e ao TUSS (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos), que ficam disponíveis para consulta dentro da plataforma.
Apesar de alguns modelos de prontuários digitais já existirem no mercado, estes são oferecidos por meio de softwares, que precisam ser instalados nas máquinas e dependem de atualizações constantes.
O serviço de Prontuário Online une-se a outras três ferramentas oferecidas pelo YepDoc que tem por objetivo melhorar a gestão de consultórios médicos: Inclusão na Web – criação de um perfil do profissional da saúde no site do YepDoc, permitindo que pacientes agendem a consulta pela internet; Gestão de Agenda – plataforma para organização dos horários das consultas; e o Lembrete de Consulta – recurso que envia mensagens por SMS e email, avisando aos pacientes de que está na hora de retornar ao médico para uma consulta de rotina.
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