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quarta-feira, 24 de abril de 2013

TWITTER X FACEBOOK



Depois da febre, quando todos abriram suas contas e passaram a relatar cada uma das atividades diárias na rede, veio a calmaria. “O Twitter está morrendo”, dizem os alarmistas. Jack Dorsey, um dos fundadores e chairman da rede social, no entanto, discorda veementemente desta posição e sequer a considera uma possibilidade.
Em um bate-papo na FGV, em São Paulo, o executivo destacou a importância do Twitter, criado em 2006, e comparou-o ao Facebook, apontado como um dos motivos pelo suposto crescente desinteresse dos internautas por sua criação.
“Não tenho medo do crescimento do Facebook e, portanto, não acredito que ele causará a morte do Twitter. Vejo diferenças bastante nítidas entre essas duas redes sociais.”

“Para mim, o Facebook funciona muito bem para conectar e aproximar amigos. Já o Twitter, considero mais uma ferramenta de informação. É claro que as postagens podem ser bastante subjetivas. O fato de eu acordar e twittar que estou tomando café da manhã pode não interessar a 99% das pessoas que me seguem, mas sem dúvida interessa à minha mãe”, brincou Dorsey.

“Creio que o Twitter apresenta de maneira mais direta o que está acontecendo de relevante no mundo, em tempo real. Em cerca de um minuto, é possível se atualizar sobre tudo. Há menos interferência que no Facebook”, salientou.

O executivo destacou a atenção que a empresa tem dado ao Brasil, segundo ele um mercado chave. “Embora pequeno, nosso escritório regional tem crescido. O brasileiro abraça muito rapidamente a tecnologia. Este é um país influente e, claro, estamos de olho na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. Será maravilhoso ver todos compartilhando informações e imagens sobre esses eventos”, disse.

Negócios

Dorsey lembrou que a ideia para a criação do que viria a ser o Twitter nasceu em 2001. “Montei um sistema simples, quase um e-mail. Disparei para meus amigos, contando que eu estava no parque. Bom, eles não estavam interessados em saber disso”, afirmou, entre risos.

O Twitter como o conhecemos surgiu cinco anos depois. “Para o empreendedor, é preciso paciência. Muitas vezes você tem dinheiro e um projeto incrível em mente, mas simplesmente não é o momento de levá-lo adiante. Isso não quer dizer que você deva abandoná-lo”.

Apesar de não detalhar números, o executivo fez questão de destacar que o Twitter vai muito bem: “Vejo publicitários pelo mundo elogiando nosso modelo e já vi marcas sendo muito criativas na utilização destes 140 caracteres. É certo que limitação estimula criatividade, então estamos até à frente nesse sentido”.

Square

Ferramenta disponível apenas nos Estados Unidos e Canadá, o Square, sistema de pagamento via mobile, é a nova aposta de Dorsey. Por meio de um pequeno adaptador para iPhone e aparelhos com sistema Android, que faz a leitura de cartões físicos, é possível efetuar transações como se o celular fosse uma máquina de cobrança.

De acordo com o executivo, a ideia é levá-lo a outros países, projeto que demanda um estudo profundo sobre as regulamentações financeiras de cada local. “Nos EUA, foi um trabalho intenso de sete meses junto aos bancos”, conta. Simplificando, o Square, se popularizado, pode representar o fim dos 5% embutidos no preço de um produto ou serviço, valor referente à taxa cobrada pelo uso das máquinas de cartões de crédito e débito. (Propmark)

AS NOVAS REGRAS DO AVISO PRÉVIO
(Texto de Sandra Sinatora. Formada em Direito pela Universidade São Judas Tadeu, é especialista em Direito Material e Processual do Trabalho e responsável pela área de Direito do Trabalho). A Lei 12506/2011, publicada em 13/10/2011, regulamentou o aviso prévio proporcional, o que gerou muitas discussões e dúvidas. Para auxiliar a aplicação das novas regras, o Ministério do Trabalho e Emprego emitiu a Nota Técnica nº 184/2012 com alguns procedimentos que devem ser observados por empregados e empregadores no ato das rescisões contratuais. Com base na referida Nota Técnica:
O aviso prévio passou a ser de 90 dias?
Com o advento da Lei 12506/2011, o prazo mínimo do aviso prévio continua sendo de 30 dias, porém a cada ano trabalhado este prazo deve ser aumentado em três dias, limitando-se este acréscimo a 60 dias.
Assim, caso o empregado tenha até um ano de contrato de trabalho, o seu aviso prévio será de 30 dias.
Contando com dois anos de contrato de trabalho, seu aviso prévio será de 36 dias.
Contando com cinco anos de contrato de trabalho, o aviso prévio será de 45 dias e assim sucessivamente.
Portanto, o aviso prévio de 90 dias não se tornou regra geral e será válido somente para aqueles empregados que completarem 20 anos ou mais na mesma empresa.
O aviso prévio proporcional deve ser aplicado nos casos em que o empregado pede demissão?
A Nota Técnica do Ministério do Trabalho e Emprego afirma que o aviso prévio proporcional deve ser aplicado somente em benefício do empregado, ou seja, quando o mesmo for dispensado imotivadamente. Nos pedidos de demissão, o prazo continua a ser de 30 dias.
Como fica a aplicação do artigo 488 DA CLT que trata da redução da jornada de trabalho no curso do aviso prévio?
Nos termos da referida Nota Técnica ficam mantidas as possibilidades previstas no artigo 488 da CLT, podendo o empregado optar pela redução de 02 horas de sua jornada diária ou 07 dias corridos.
O tempo do aviso prévio é contado para fins previdenciários?
O aviso prévio integra o contrato de trabalho para todos os efeitos legais, seja ele indenizado ou trabalhado.  Para tanto, o empregado deve estar atento em relação a data de baixa em sua CTPS que deve corresponder ao dia que terminaria o aviso prévio caso o mesmo fosse trabalhado.
Sobre Ragazzi Advocacia e Consultoria
Consciente de que o desenvolvimento de qualquer equipe jurídica esta diretamente ligada ao crescimento e ao sucesso de seus clientes, a Ragazzi Advocacia e Consultoria fornece informações e patrocínio de interesses, com estudo continuo de formas legais aplicáveis a cada caso, objetivando resultados plenos e satisfatórios. O escritório, que em 2011 completou dez anos, nasceu do sonho de um jovem advogado. Hoje, possui diversos profissionais das mais variadas áreas do direito, todos dedicados e engajados na tarefa de oferecer assessoria jurídica com o máximo de qualidade e responsabilidade.  Mais informações podem ser obtidas pelo site www.ragazzi.adv.br. Dúvidas em direito e legislação devem ser encaminhadas para contato@ragazzi.adv.br

AS MARCAS MAIS VALIOSAS DO BRASIL

 

 Coca-Cola e Skol foram eleitas a marca mais forte e marca mais valiosa, respectivamente, no prêmio  As marcas mais valiosas do Brasil. O ranking, produzido pela revista IstoÉ Dinheiro, da Editora Três, traz 50 marcas entre as mais valiosas – com maior valor de mercado – e 12 entre as mais fortes – com maior poder de influência entre os consumidores – e é resultado de uma pesquisa feita em parceria com as empresas BrandAnalytics, Millward Brown e o WPP Group.
Com valor de mercado de US$ 6,5 bilhões e quase 30% de participação de mercado, a Skol desbancou a Petrobras, que ocupava o topo de ranking no ano passado e caiu para a segunda posição em 2013 devido ao acúmulo de perdas verificada ao longo do ano passado.

Também estão na lista das mais valiosas Bradesco, na terceira colocação, e Itaú, na quarta. Entre as mais fortes, além da Coca-Cola, que atingiu 100 pontos pela metodologia da pesquisa, estão Trident, seguida por Bohemia e por Johnny Walker.

O ranking utilizou a base de dados da BrandZ, que analisa mais de seis mil marcas ao redor do mundo, e utilizou pesquisa de mercado com consumidores conduzidas pela Millward Brown, as duas pertencentes ao WPP. Foram entrevistados mais de 12 mil brasileiros ao longo de 2012 e pesquisadas 440 marcas de 32 categorias. Destas, 50 foram selecionadas para a avaliação.

O levantamento para as marcas mais valiosas considerou somente marcas brasileiras, o que significa ter operação predominantemente nacional ou sede no país, e marcas pertencentes a empresas de capital aberto.

Para chegar às marcas mais fortes, a metodologia verificou o seu poder de influência e de impacto nos consumidores no momento da decisão de compra. Já as marcas mais valiosas foram definidas de acordo com uma equação que considera o valor do negócio e a participação da marca como ativo intangível, incluindo a percepção gerada para os acionistas.

TECNOLOGIAS PARA LICENCIAMENTO POR EMPRESAS
(Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP)   Empresas interessadas em tecnologias desenvolvidas por pesquisadores da Unesp não precisam percorrer as 34 unidades da instituição, espalhadas por 24 municípios do Estado de São Paulo, para fazer essa busca.
A Agência Unesp de Inovação publicou na internet um banco de tecnologias geradas por intermédio de pesquisas feitas na instituição, disponíveis para licenciamento por meio de acordos de transferência de tecnologia.
O banco reúne 30 exemplos de tecnologias nas áreas de agropecuária, alimentos, energia, engenharia e instrumentação, meio ambiente, novos materiais, saúde humana, tecnologia da informação e veterinária, prontas para serem introduzidas no mercado.
“As tecnologias geradas na Unesp podem ser licenciadas por empresas para que a universidade complete seu papel no processo de estímulo à inovação tecnológica: transferir o conhecimento gerado em pesquisas, possibilitando a introdução de novos produtos e serviços no mercado”, disse Fabíola Spiandorello, gerente de propriedade intelectual da Auin, à Agência FAPESP.
Spiandorello participou,  do Diálogo sobre apoio para inovação na pequena empresa, no auditório da FAPESP. Realizado em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, o evento esclareceu dúvidas de representantes das empresas que apresentaram ou têm interesse em submeter projetos a uma nova chamada de propostaslançada recentemente pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas.
A chamada visa apoiar o desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores por empresas paulistas de acordo com as regras do PIPE, em todas as fases do programa.
Serão financiados projetos de pesquisa para inovação em todas as áreas do conhecimento. Podem participar da seleção como proponentes microempresas ou empresas de pequeno porte brasileiras, sediadas no Estado de São Paulo.
O prazo de execução do projeto deverá ser de até 24 meses, dependendo da fase de desenvolvimento em que ele se encontra. As propostas serão recebidas até 3 de maio.
Para facilitar a aproximação entre as empresas e os pesquisadores, a coordenação do PIPE tem convidado representantes das agências de inovação de universidades paulistas para as reuniões do programa a fim de que exponham suas ações.
Proteção da propriedade intelectual
“Além de auxiliar empresas interessadas em submeter projetos ao PIPE a identificar tecnologias desenvolvidas na Unesp, também realizamos mapeamentos de competências e identificamos pesquisadores que possam ajudar no desenvolvimento dos projetos”, destacou Spiandorello.
Spiandorello aponta que a Unesp tem cerca de 3,5 mil docentes, que trabalham em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP), Regime de Turno Completo (RTC) ou Regime de Tempo Parcial (RTP).
Por resolução interna, os professores que trabalham em RDIDP podem dedicar até 8 horas semanais de sua carga horária semanal de trabalho para participar do desenvolvimento de projetos em parceria com a iniciativa privada ou prestar consultoria.
Já os docentes com contrato de trabalho em RTC (com 24 horas de atividades semanais na Unesp) e os em RTP (12 horas semanais) teoricamente têm mais disponibilidade.
“O limite de dedicação de um pesquisador que atua na universidade ou instituição de pesquisa a um projeto em parceria com uma empresa é um ponto que deve ser pensado ao preparar uma proposta para o PIPE”, salientou Spiandorello.
Sérgio Robles Reis de Queiroz, professor da Unicamp e membro da Coordenação Adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP, ressaltou que, antes de submeter um projeto ao PIPE, é necessário que as empresas façam um bom mapeamento da tecnologia que pretendem desenvolver, de modo a se certificar de que ela ainda não exista e não infringir patentes existentes.
“Há projetos que podem ter seu caminho bloqueado pela existência de patentes. Por isso, é preciso que as empresas que submeteram proposta ao PIPE-FAPESP façam a lição de casa: mapear o terreno da tecnologia que pretendem explorar de modo a assegurar que podem atuar, sem infringir a propriedade intelectual de terceiros”, destacou Queiroz.
Outra recomendação dada por Queiroz é de que as empresas tenham uma estratégia de proteção da propriedade intelectual da inovação que pretendam desenvolver – não necessariamente com uma patente.
“Há empresas que optaram por proteger suas inovações por meio do segredo industrial, que é um método legítimo de apropriação e proteção dos resultados de uma inovação”, avaliou. “Mas, se uma empresa optar por proteger sua propriedade intelectual por meio de patente, precisa definir uma estratégia, que passa por questões do tipo se vai patentear sua inovação só no Brasil ou também em outros países.” 
Invenções de universidades
As universidades e instituições de pesquisa costumam proteger suas tecnologias por meio de patentes. Segundo Spiandorello, a Unesp, por exemplo, tem cerca de 150 pedidos de patentes e mais de 50 pedidos de registro de softwares.
A maior parte das solicitações de proteção de propriedade intelectual da universidade paulista, intermediadas desde 2009 pela Auin, é proveniente das áreas de saúde humana e química.
“A Unesp começou a se preocupar com a proteção da propriedade intelectual de suas invenções desde a década de 1980, quando fez seu primeiro pedido de patente”, disse Spiandorello.
Para facilitar o processo de identificação das invenções, a Auin também criou um sistema no qual os pesquisadores da universidade se cadastram e submetem as tecnologias desenvolvidas para análise dos técnicos da Agência de Inovação. Implementado no início do ano, o sistema está em fase de testes.
“O sistema vai ajudar a cumprir a missão da Auin, que é cuidar dos ativos de propriedade intelectual gerados pelos pesquisadores da Unesp durante o desenvolvimento de seus projetos de pesquisa e que podem interessar às empresas”, afirmou Spiandorello.

DOBRAM OS PRODUTOS INSPIRADOS PELA NATUREZA

(Texto de Karina Toledo, distribuído pela Agência FAPESP) A planta de lótus (Nelumbo nucifera) virou símbolo de pureza espiritual por sua capacidade de se manter impecavelmente limpa apesar do ambiente lamacento em que vive. Tal façanha pode ser explicada pela presença de nanocristais de cera na superfície de suas folhas capazes de repelir a água de maneira muito eficaz. As gotas que ali caem assumem uma forma quase perfeitamente esférica, deslizam com facilidade e levam consigo a sujeira e os microrganismos.

Tal fenômeno, batizado pelos cientistas de “efeito lótus”, serviu de inspiração para o desenvolvimento de tintas, vidros e tecidos autolimpantes, que dispensam o uso de detergentes, além de equipamentos eletrônicos à prova d’água.
Já a superfície única da pele do tubarão de galápagos (Carcharhinus galapagensis), repleta de minúsculas protuberâncias que funcionam como um repelente natural de bactérias, inspirou o desenvolvimento de biofilmes para revestir camas hospitalares, entre outras aplicações.
Esses e outros exemplos de tecnologias inspiradas pela natureza foram apresentados pela bióloga norte-americana Janine Benyus durante o Simpósio Internacional Biomimética & Ecodesign, realizado pela FAPESP e pela Natura no dia 11 de abril.
Benyus é pioneira em um campo de pesquisa emergente, a biomimética, que propõe aos cientistas usar a biodiversidade não como fonte de matéria-prima para a indústria, mas como fonte de ideias para o design e o desenvolvimento de produtos e de sistemas.
“O número de produtos inspirados pela natureza dobra a cada ano no mercado e o número de publicações científicas na área duplica a cada dois ou três anos. É um campo do conhecimento que cresce muito rapidamente”, contou Benyus.
Durante a palestra, a bióloga mostrou de que forma a biomimética pode ajudar a superar desafios globais, como garantir o acesso à água potável, à alimentação e à energia, além de reduzir as emissões de carbono. Entre os casos citados, está um dispositivo capaz de capturar a umidade do ar e usá-la para irrigar plantações de forma dez vezes mais eficiente que as redes coletoras de neblina tradicionais.
O autor original da ideia é o besouro da Namíbia (Stenocara gracilipes), morador de áreas desérticas que, durante a madrugada, coleta o sereno com a ajuda de microcanais na superfície de seu corpo feitos de materiais hidrofóbicos (como as folhas de lótus) e hidrofílicos (que, ao contrário, atraem a água). As microgotículas fluem pelos microcanais do dorso e unem-se para formar gotas grandes, que chegam até a boca do animal.
“Existem duas formas de fazer biomimética. Uma delas é partir de um desafio de design e buscar um modelo biológico capaz de realizar aquela função que você precisa. A outra é observar um fenômeno interessante do mundo natural e procurar aplicações para ele”, afirmou Benyus.
O princípio não serve apenas para o desenvolvimento de produtos. Pode inspirar, por exemplo, o planejamento de cidades sustentáveis, que funcionem como um ecossistema natural. “Ecossistemas naturais, como as florestas tropicais, são generosos. Limpam o ar, limpam a água, fertilizam o solo. Produzem serviços que beneficiam também outros habitats. É isso que as cidades deveriam fazer”, opinou.
Construir pontes
Antes de trabalhar como consultora de empresas interessadas em encontrar soluções para criar produtos sustentáveis, Benyus era escritora de livros de história natural.
“Como bióloga, eu via muitos pesquisadores estudando como as folhas fazem fotossíntese e como os ecossistemas trabalham tão bem em conjunto. Por outro lado, havia um interesse crescente das empresas por soluções mais sustentáveis. Mas os designers não enxergavam as pesquisas produzidas pelos biólogos. Era preciso construir uma ponte entre eles”, contou em entrevista àAgência FAPESP.
Há 15 anos, Benyus publicou o livro Biomimicry: Innovation Inspired by Nature, no qual reuniu diversas pesquisas sobre o tema e introduziu o termo “Biomimética”. Desde então, além de prestar consultoria empresarial, a americana oferece um serviço sem fins lucrativos para instituições acadêmicas e cursos de especialização para biólogos, químicos, engenheiros, arquitetos e demais cientistas interessados em se aprofundar no tema. Todos os serviços estão reunidos no Instituto Biomimicry 3.8.
Benyus também mantém o portal Ask Nature , que reúne um enorme banco de dados taxonômicos e permite aos pesquisadores interessados em biomimética realizar gratuitamente buscas de estratégias do mundo natural para lidar com um determinado desafio.
“Tudo que os organismos naturais fazem para saciar suas necessidades – comer, respirar, acasalar – contribui de alguma forma para a fertilidade do habitat em que vivem. Os dejetos dos animais adubam o solo, o dióxido de carbono que expiram é usado pelas plantas na fotossíntese. A vida criou um sistema generoso e essa é a razão pela qual esse material genético existe há 10 mil gerações. A única forma de garantir o futuro de nossos filhos, netos e bisnetos é cuidar do lugar em que vão viver. Tem de aprender a ser generoso. É o que a vida faz”, defendeu.
Design sustentável
Ainda durante o Simpósio Internacional Biomimética & Ecodesign, Tim McAloone, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Danmarks Tekniske Universitet, na Dinamarca, falou sobre outra estratégia que permite às empresas criarem processos e produtos ambientalmente adequados: o ecodesign.
“Design para o ambiente é um conceito que permeia todas as fases do ciclo de vida de um produto, desde a escolha do material, do processo de manufatura e dos meios de transporte,até a distribuição e o descarte”, explicou.
Como exemplo, citou uma cadeira de escritório desenvolvida pela empresa americana Steelcase. Com um número menor de peças e materiais diferenciados, foi possível reduzir 15% o peso de transporte e o volume, além de tornar o processo de reciclagem mais fácil e de aumentar a durabilidade.
Além de apresentar aos cientistas critérios-chave para o design sustentável, McAloone falou sobre meios para implantar essa forma de planejamento nas organizações e divulgou um guia gratuito para o desenvolvimento de produtos disponível para download no site:www.kp.mek.dtu.dk/Forskning/omraader/ecodesign/guide.aspx. 
Parceria
Na abertura do simpósio, o diretor de Ciência e Tecnologia da Natura, Vitor Fernandes, afirmou que o objetivo do evento era unir dois temas considerados pela empresa “bastante complementares”. “Queremos discutir com a comunidade científica de que forma isso pode ser aprofundado, expandido e gerar valor para a sociedade, as empresas e a ciência”, disse.
O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, ressaltou que a parceria com a Natura faz parte dos esforços da FAPESP para promover a interação entre pesquisadores de instituições acadêmicas paulistas e aqueles que atuam em empresas.
“No Estado de São Paulo existe um grau de interação entre empresa e universidade comparável ao de qualquer lugar do mundo onde há boas pesquisas e boa ciência”, disse Brito Cruz.
Segundo dados da National Science Foundation, em 2010, aproximadamente 6% do dinheiro investido em pesquisa nas universidades norte-americanas veio de empresas. “Na Europa esse percentual varia entre 3% e 10%. Em universidades paulistas, como USP, Unesp e Unicamp, está entre 5% e 10%. São percentuais comparáveis em termos de volume de recursos e de quantidade de projetos”, disse Brito Cruz.
Mas, para que a parceria dê certo, ponderou o diretor científico da FAPESP, é preciso que a empresa tenha sua própria atividade de pesquisa. “Assim conseguirá perceber onde precisa de ajuda e montar uma pauta de pesquisa. A colaboração com a universidade não substitui a pesquisa interna da empresa”, destacou. 
 

MICRORGANISMOS NOS ALIMENTOS

 Estudo sobre o impacto dos microrganismos na segurança e qualidade dos alimentos estará no centro das discussões da primeira Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) sobre Avanços em Modelagem Preditiva e Avaliação Quantitativa de Riscos Microbiológicos em Alimentos, que ocorrerá na capital paulista entre 28 de outubro e 6 de novembro.

“Na última década, as ferramentas de modelagem preditiva e avaliação de risco microbiológico causaram um grande impacto na pesquisa em microbiologia, processamento, controle e legislação de alimentos, mas ainda permanecem muitos desafios, principalmente em relação aos conceitos básicos, aplicações e benefícios dos modelos preditivos”, destacam os organizadores.
O evento ocorrerá no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) – modalidade de apoio da FAPESP –, sob a coordenação de Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP). O local será o Auditório Professor Francisco Romeu Landi, na Escola Politécnica.
Segundo Gombossy, o programa da escola foi planejado para cobrir os aspectos teóricos e práticos dos temas que serão apresentados por 23 pesquisadores renomados de diversos países. As palestras e os trabalhos apresentados serão publicados em uma edição especial do Brazilian Journal of Microbiology. Haverá também uma seção de pôsteres e apresentações orais das pesquisas dos participantes.
Entre os palestrantes estrangeiros estão Jozsef Baranyi, do Institute of Food Research, de Norwich (Reino Unido), Stanley Brul, da University of Amsterdam (Holanda), e Paw Dalgaard, da Danish Technical University (Dinamarca). Todas as apresentações serão feitas em inglês, sem tradução simultânea.
Haverá duas categorias de participantes: os patrocinados e os não patrocinados. Para o primeiro caso, serão selecionados até 50 estudantes de mestrado ou doutorado ou jovens pós-doutores, que receberão apoio inclusive para despesas de viagem. As inscrições para receber o auxílio serão avaliadas pelo comitê científico. Ao menos um resumo deve ser apresentado para se inscrever nessa categoria. O prazo para essa inscrição é 31 de maio.
As vagas também são limitadas a 50 para as inscrições não patrocinadas. A taxa de inscrição é de R$ 500 para mestrandos, doutorandos e jovens pós-doutores e de R$ 1,8 mil para profissionais. Detalhes: www.fcf.usp.br/espca2013. 
 
O CEU E A TERRA, UM LIVRO
 (Zenit.org) - O diálogo como encontro de duas culturas milenares que não procuram o conflito, mas a proximidade em prol de um entendimento mútuo: cristãos e judeus comungam não para assimilar uns aos outros e se tornar iguais, mas para encontrar uma base comum na história da humanidade.
No livro O Céu e a Terra (2013), o diálogo entre Jorge Mario Bergoglio, futuro papa Francisco, e Abram Skorka, rabino da comunidade de Benei Tiuka e professor de direito judaico na Universidade de Salamanca, Espanha, é um exemplo de comunicação respeitosa entre duas identidades religiosas diferentes: a cristã e a judaica. Ambos sentem a necessidade de escrever sobre a sua amizade para divulgar seu pensamento religioso pessoal.
Os temas abordados no livro vão do conceito de Deus à educação, da mulher ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, da ciência à globalização, passando pela pobreza e pelo futuro das religiões.
Como o papa de origens italianas nascido no continente americano e o professor judeu explicam a sua experiência religiosa? As páginas do livro mostram dois homens unidos pela busca de Deus e revelam o quanto as suas interpretações são interligadas.
Se para Francisco é "o instinto do coração" que guia o homem num caminho de alegrias, tristezas e vicissitudes a ser entendidas como um ato de introspecção da alma, para o rabino a experiência espiritual é descrita em perspectiva "dinâmica". Eles repropõem, mais adiante, os termos das matérias químicas, de que ambos foram estudiosos, fazendo uma transposição dos termos científicos em perspectiva religiosa.
Nosso papa usa o termo "síndrome de Babel" para explicar a exaltação arrivista do homem moderno, expressão de uma "ética construtivista": o homem se coloca no centro do universo e perturba o seu equilíbrio natural, erigindo-se criador e, num delírio de onipotência, exaltando a si mesmo.
O rabino Abram Skorka afirma que o progresso, de que o ser humano é sem dúvida o artífice, quer se restituir ao homem, com o objetivo final do bem-estar global, enquanto o sistema econômico o domina em todo o cenário internacional.
Como Jorge Mario Bergoglio descreve a mulher? Ele diz, no livro, que a sua função é identificar-se com Maria, "a mãe da comunidade", e que na maternidade ela expressa plenamente o seu ser. Sua exortação é contra a caricaturização do ser mulher pelos extremismos, como os que aconteceram com os movimentos feministas dos anos vinte. Esses extremismos assumem aparências de machismo: com as suas ações e comportamentos, os dois aviltam a dignidade e a alma do ser homem e do ser mulher.
Estamos imersos numa sociedade global em que há muitas dificuldades políticas, sociais, econômicas, que, transversal e diretamente, afetam todas as populações, tanto hoje quanto no passado. Dando alguns passos para trás no tempo, em 1991, o papa João Paulo II aborda esta questão no centenário da Rerum Novarum: para lidar com as mudanças de um mundo que sai da Guerra Fria, acentua-se a delicada questão do comunismo e do "capitalismo selvagem": ambos são responsáveis ​​pelas desigualdades sociais que minam os direitos fundamentais da dignidade de todo ser humano.
Em O Céu e a Terra, Bergoglio concentra o seu pensamento sobre capitalismo e comunismo: ele compara os dois sistemas ao ópio.
A tarefa do homem de progredir em todas as áreas, científica, moral, do trabalho, é bloqueada por ambas as ideologias; se, porém, no capitalismo se vislumbra uma aceitação da religiosidade, ainda que mascarada de mundanidade, no comunismo não há espaço algum para o que é transcendente.

UM DEBATE FRANCO-BRASILEIRO

 O Consulado Geral da França em São Paulo e a Universidade de São Paulo (USP) realizarão o colóquio internacional “A ‘Responsabilidade de Proteger’ em questão: um debate franco-brasileiro” no dia 25, das 9h30 às 18h30.

Entre os participantes do evento estão Bruno Delaye, embaixador da França no Brasil, Alain Rouquie, ex-embaixador da França no Brasil, Rony Brauman, ex-presidente da ONG Médicos Sem Fronteiras, Celso Lafer, presidente da FAPESP e ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, e Pedro Dallari, professor em Direito Internacional do Instituto de Relações Internacionais da USP.
Aluísio Segurado, vice-reitor Executivo de Relações Internacionais da USP, Jean-Baptiste Jeangène Vilmer, pesquisador em Direito Internacional da McGill University, Oliver Stuenkel, professor assistente em Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, e Fernando Mello Barreto, chefe do Escritório de Representação do Itamaraty em São Paulo, serão outros dos participantes.
Em 2005, os Estados membros da Organização das Nações Unidas reconheceram o princípio de uma “Responsabilidade de Proteger” (R2P) por parte da comunidade internacional, que se aplica a partir do momento em que um Estado se mostra incapaz ou não disposto a proteger a sua população contra os crimes mais graves.
Produto da reformulação do antigo “direito de ingerência” essa noção, embora promova uma visão generosa da defesa dos direitos humanos, não deixa de suscitar vários questionamentos e até críticas.
A França e o Brasil são dois atores essenciais nesse debate em aberto. O primeiro, com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e detentor de uma diplomacia global, está diretamente envolvido em todas as decisões referentes à aplicação da R2P. O segundo propôs, no início de 2012, o conceito de “Responsabilidade ao Proteger”, que busca elevar o nível de exigência dos critérios do uso da força no quadro da R2P.
O colóquio, organizado com apoio do Círculo Lévi-Strauss, pretende reunir diplomatas, universitários e ativistas para expor um panorama da situação e dos debates atuais, tanto no que se refere à reflexão conceitual quanto à discussão de casos concretos: desde o Sudão e a Líbia recentemente, até o Mali e a Síria hoje.
O evento será realizado no Auditório István Jancsó da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, Rua da Biblioteca, s/nº, Cidade Universitária, São Paulo. Detalhes: pierre-louis.mayaux@cendotec.org.br. 
 

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