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domingo, 28 de abril de 2013

DOMINGO É DIA DE AUDITORIA


 

AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO

AS PALAVRAS

“A conformação é um caminho mais fácil; já a rebeldia pode ser difícil, mas é muito mais compensadora.”(Haifaa Al Mansour)

O MESMO DO MESMO

Já começou, e vai se intensificar nos próximos dias o esforço da imprensa para promover o dia das mães. Pura ferramenta de marketing.

Pra veicular essa matéria, não é preciso fazer os repórteres visitarem lojas e supermercados. Basta pegar matérias produzidas no passado e veicular.

Saudade do tempo em que uma coisa era uma coisa, outra coisa era outra coisa.

BELEZA!

Na década de oitenta do século passado a Lopes veiculou anúncio histórico. Mostrava barriga de mulher grávida, e a frase:

“No duro, no duro, esta é a melhor casa que já tivemos.

Agora, ela acaba de publicar outro anúncio eu vai fazer história. Título:

“A Lopes conquistou

500 mil fãz no Facebook.

Fala a verdade:

Tem um dedinho seu aí, né¿”

No meio de tanta mediocridade sendo veiculada por aí, é uma lufada de oxigênio.

ATÉ TUDO, Mc¿

Com esse comercial do Monopoly que está sendo veiculado, o McDonald’s também resolveu entrar para a turma que quer conquistar pó consumidor no grito. Cruz Credo!

 

VICHE, O ESTADÃO ENCOLHEU!

 

OUVI POR AÍ (1)

“Viu¿ A Dilma disse que a obrigação dela é dirigir o país.”

“Então, por que não começa¿”

OUVI POR AÍ (2)

“Deputados e senadores estão promovendo briga com o Judiciário.”

“E por acaso eles têm autoridade moral pra isso¿”

AS (MÁS) NOTÍCIAS DA SEMANA

1.      Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo de domingo passado:

 

“Ao contrário do que foi publicado no domingo passado, é razoável a chance de reversão da sentença quadrilha, levando-o a penar em regime fechado.”

 

“Basta que o ministro Teori Zavaski, que não estava no tribunal em novembro, vote a favor do recurso. O jogo empata, com Celso Mello, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Marco Aurélio e Joaquim Barbosa de um lado, e Rosa Weber, Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Ricardo Lwevandowski e Zavaski do outro. Zerado o placar, cai  a decisão que levaria Dirceu ao presídio de Tremembé.”

 

2.      Manchete do Estadão do dia 23:

 

“Condenados do mensalão podem ter novo julgamento”

 

3.      Na mesma edição:

 

“O país abrirá mão de coletar mais de 1 bilhão em impostos na Copa em razão das isenções fiscais que concedeu à Fifa, seus parceiros e a construção de estádios.”

4.      Isto é da semana passada revelou escândalo envolvendo o ministro da Agricultura Antonio Andrada. A presidente faxineira está se fazendo de cega, surda e muda.

 

SERÁ¿

 

A Folha de S. Paulo do dia 25 publicou notícia sob o título

 

Ex-agente acuasa Folha de ter colaborado com a repressão.

 

Diz o texto:

 

O ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra disse que o empresário Octávio Frias de Oliveira, Publisher da Folha, visitou frequentemente na ditadura militar dependências do DOPS de S. Paulo, um dos principais centros de repressão a opositores do regime, (...) e que a Folha emprestou carros e ajudou a financiar os órgãos de repressão da época.”

 

A Folha, claro, desmente.

 

Se visitou, se ajudou e financiar, se emprestou carros, eu não sei, mas se a Comissão das Verdade da Câmara Municipal de S. Paulo, quiser mesmo ir fundo no assunto, deve requisitar  os exemplares da Folha da Tarde publicados na época.

 

A PREGUIÇA ESTÁ VENCENDO O TALENTO

Cannes criou uma nova categoria, a Innovation, que junta tecnologia e publicidade. Pra membro do júri, convidou um... economista.

É o que tenho escrito e falado com insistência; quanto maisos publicitários abdicam da sua obrigação de criar, apelando pás os berros, as histórias quecexcluem o produto e os testemunhais, mais os Ronaldos e os Neymar faturam, e os técnicos avançam.

CORRINDO UMA UNJUSTIÇA

 

Recebi um release que afirma:

 

Case de cerveja criado por Eduardo Fischer é eleito uma das melhores campanhas dos últimos 30 anos por publicação especializada e é elogiado no livro recém-lançado Sonho Grande

 

Abril 2013 - Mais de 20 anos depois, o case Brahma Nº 1 continua dando o que falar. A campanha de comunicação integrada que levou a marca de cerveja a alcançar a liderança de mercado nos anos 90, rendeu menção elogiosa a seu criador, o publicitário Eduardo Fischer, no recém lançado Sonho Grande, livro de Cristiane Correa (editora Sextante) que conta a trajetória de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.

 

Diz a autora que “apoiado no slogan (da número 1), o publicitário fez o diabo” e que a campanha “alcançou um de seus momentos mais geniais na Copa do Mundo de 1994”, quando a marca apareceu mais que os patrocinadores oficiais do evento.

 

O case da Brahma acaba também de ser eleito pela revista About, especializada em propaganda, uma das 20 melhores campanhas das últimas três décadas – “campanhas que mudaram a história da propaganda brasileira entre 1980 e 2010” e que são “exemplos que podem servir de inspiração e parâmetro para (...) melhorar a performance dos investimentos feitos em comunicação de marketing”.

 

Segundo a revista, nenhuma campanha como a da Brahma nº 1 obteve na década “tanto impacto sobre a categoria, o mercado em geral, a atividade publicitária e, mesmo, toda a população”.

 

Concordo: a campanha Brahma – a  número 1 foi uma das melhores coisas que aconteceram na história da publicidade brasileira. Só que ela não foi criada pelo Eduardo Fisher, o dono da agência eu tem o nome dele, e sim pelo Heitor Carillo, na época diretor de  criação da agência.

 

CIRCULANDO NA INTERNET

 

A culpa é minha

 

A maioria da população brasileira fala mal dos políticos. Mas na verdade a culpa é da falta de caráter do eleitor e não da pobreza de espírito do eleito.

 

Notícias de suborno pipocam na mídia, e o que ouvimos nas ruas?

 

“É assim mesmo...”  

 

“O que se pode fazer...”

 

Pura hipocrisia, o povo de maneira geral perdeu o pudor, a vergonha. O ilícito parece ser algo comum, “aceitável”.

Mas como cobrar algo de uma população que por vezes se revela imersa no analfabetismo funcional: lê, mas não entende; ouve, mas não consegue discernir.

 

Também não podemos nos esquecer da mídia (TV, jornais, rádios), que por vezes dá mais espaço para o futebol do fim de semana do que propriamente para programas que possam revelar e despertar a cultura de uma nação.

 

Mas a culpa é minha, é sua, é nossa. Estamos acomodados, inertes, anestesiados. Ninguém quer dar o primeiro passo rumo à libertação.

 

Afinal de contas, para que rejeitar um sistema que já está posto, “uma cultura do toma lá dá cá”, que via de regra nos favorece.

Afinal de contas, argumentar com alguém e convencê-lo das minhas ideias forçará o interlocutor ao confronto. E isso é assombroso para a maioria dos políticos, pois não estão preparados para discutir com alguém que ainda consegue pensar, sem em contrapartida pedir algo em troca, a não ser o respeito.

 

Ainda me lembro de uma eleição, há 8 anos atrás, quando estava de férias na cidade de Florianópolis. No dia da eleição dirigi-me a devida seção eleitoral para justificar o meu voto, pois estava em trânsito. Ao sair daquele local, dirigi-me a um restaurante que ficava nas proximidades. Jamais imaginara o que estava para acontecer.

 

Era aproximadamente 10:15h  da manhã,  quando uma senhora aparentando unas 60 anos adentra ao local, senta-se próximo de mim e pede um lanche. Parecia estar radiante, como que tivesse acertado os números da mega-sena. Falava pelos cotovelos...

 

Virei-me para ela, cumprimentei-a e disse:

 

_  “Que bom vê-la assim tão feliz minha senhora”.

... alguns segundos se passaram e ela com um largo sorriso nos lábios me responde:

 

_ “Claro que estou feliz, como poderia ser diferente, ganhei $R 1.500,00 para votar num determinado candidato. Eu e meus dois netos votamos nele.”

 

Tudo aquilo me surpreendeu. Parei de comer, aliás perdi a fome. Olhei para aquela “inocente” senhora e perguntei:

 

_ “Mas como assim, a senhora está feliz por ter vendido o seu voto?”

 

... e mais uma vez a franqueza dela me surpreendeu:

 

_ “Ontem à noite, bateram lá na porta de casa e perguntaram quantas pessoas moravam lá. No que eu respondi, eu e dois netos.

Então eles me perguntaram se eu tinha candidato, e se  aceitaria uma ajudinha para votar no candidato deles.

 

Aí eu disse que sim, que qualquer ajuda era bem vinda. Logo em seguida me deram uma cesta básica, e dentro dela havia um envelope com o santinho do candidato e mil e quinhentos em dinheiro”.

 

Sim, foi assim que ela me contou. Aliás, não só pra mim, mas pra quem quisesse ouvir.

 

Diante daquela confissão espontânea, fiquei completamente sem ação. Mas logo após alguns segundos, tomei fôlego e enfrentei aquela eleitora com a seguinte frase:

 

_ “Mas a senhora acha correto trocar seu voto, sua consciência, por dinheiro? Que moral a senhora vai ter para cobrar deste candidato as promessas de campanha?”

 

...e  aquela senhora me surpreende mais uma vez:

 

_ “Meu filho, se eu não fizer isso outro vai fazer. Então o melhor mesmo é garantir algum no bolso. Ademais, se é pra votar em alguém de graça, que nunca vai cumprir o que prometeu e que ainda por cima (se eleito) vai roubar do povo, então que pelo menos eu ganhe um troquinho antes”.

 

Após aquela explanação, paguei a conta, despedi-me da senhorinha e fui-me embora pensativo. Caminhei por 30 minutos pensando na célebre frase de Rui Barbosa: “De tanto ver crescer a INJUSTIÇA, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos MAUS, o homem chega a RIR-SE da honra, DESANIMAR_SE de justiça e TER VERGONHA de ser honesto.”

 

A expressão de felicidade daquela senhora, que sem pudor anunciava aos quatro cantos que vendera o voto, foi uma ducha de água fria no meu entusiasmo e na crença de um mundo melhor.

 

 O fato é que nossa sociedade está doente...  Uma doença que nasce no coração, petrificado pelo egoísmo; se alastra pelo sangue, contaminado pela desfaçatez; atinge o cérebro, numa metástase de hipocrisia; e que por último se alastra por todo o corpo, já cerceado pela sede de poder. (Autor: Vilson Sampaio Schambeck

Dentista - CRO 4947 ssvilson@yahoo.com.br Fone: (48) 9904-3512  

 

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