Pesquisar este blog

segunda-feira, 29 de abril de 2013

CLASSE C CRESCE MAIS NO INTERIOR


 
“O interior, a nova classe média e o mercado de TV por assinatura”. Esse foi o tema da pesquisa apresentada por Renato Meirelles, sócio-diretor do Datapopular, durante a 11ª edição do Expo e Congresso NeoTV, que começou nesta terça-feira (23), em São Paulo. Segundo o executivo, o objetivo da pesquisa foi abordar, de forma mais aprofundada, as mudanças que vem acontecendo no país e mostrar quem são os verdadeiros protagonistas.

 

Para Meirelles, entre os diferenciais do estudo está a constatação de que dois agentes foram responsáveis pela maioria das transformações. “Um deles é a tão falada classe media e o outro é o consumidor do interior, que tem crescido mais do que do restante do pais”. Ele destacou que, de acordo com o levantamento, essa parcela da população tem impulsionado todo o consumo, incluindo o de TV por assinatura.

Outro dado importante da pesquisa, segundo o executivo, são as classes A e B, que também cresceram nos últimos anos, cerca de 7%, e devem crescer o dobro do volume nos próximos dez.

Para ele, um ponto importante que precisa ser observado é que, nos próximos anos, os consumidores das classes mais altas terão mais renda para consumir, mas o modo de pensar será o mesmo da C, já que são emergentes. “Por isso, entender a nova classe média hoje é entender a classe A e B de amanhã”, ressaltou.

Meirelles lembrou também a constatação do levantamento de que a classe média cresceu mais no interior do Brasil do que nas capitais. “Para se ter uma ideia, de cada dez brasileiros da classe media, seis são do interior”. Outro ponto detectado pela pesquisa é que o crescimento da renda dos últimos anos permitiu a ampliação e a diversificação do consumo da classe média brasileira. Segundo o estudo, essa parcela da população já representa 51% dos consumidores de internet e 45% dos assinantes de TV por assinatura. (Propmark)

GRAMADO DESTACA A RAZÃO E A EMOÇÃO


O 19º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, que será realizado entre os dias 5 e 7 de junho de 2013, no Serra Park, em Gramado, terá como tema central Razão & Emoção.

 

Promovido pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (ALAP), o festival é considerado o maior evento do setor na América Latina e o terceiro do mundo, e se consagra como um ponto de encontro, discussão e análise do segmento publicitário, passando por temas de interesse de profissionais, agências e mercado.


“Vamos falar das dualidades da vida. A nossa forma de entender e interagir com o mundo está marcada pelo contraste entre ideias e sentimentos, cálculos e impulsos, conceitos e preconceitos. Esta foi a inspiração para escolher um tema cotidiano e atual, mas extremamente amplo e instigante, para compor o centro da discussão do 19º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, um evento que dará ênfase à qualidade do conteúdo proporcionado aos mais de 5 mil participantes esperados”, afirma o presidente desta edição, o publicitário e presidente do Grupo DEZ Comunicação, Mauro Dorfman.


Grandes nomes da propaganda brasileira e mundial, da arte e da ciência, estarão no Festival, representando os diversos segmentos de pensamentos e formas de abordagem sobre o tema central. De forma inédita, os dois dias de palestras e seminários serão totalmente diferentes. No primeiro, as palestras e programação visual estarão inspirados na racionalidade da publicidade. Já o segundo dia, as emoções que governam os impulsos e atitudes na propaganda ganham espaço.


O Festival Mundial de Publicidade de Gramado acontece regularmente desde 1975 na primeira quinzena de junho na cidade de Gramado, e é promovido pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (ALAP), entidade, sem fins lucrativos, com sede em Porto Alegre.


A ALAP congrega as agências de publicidade com atuação comercial em países que integram a América Latina e tem como objetivo promover a constante troca de informações e experiências entre as agências associadas, assim como analisar e solucionar problemas comuns com o intuito de aperfeiçoar o setor. (Fontes: Neiva Mello | Neiva Mello Comunicação Empresarial | Portal da Propaganda)

 

EM BUSCA DE BOAS IDEIAS EM DIRECT

 

Em 2012, o Brasil teve um desempenho em Direct Lions inferior ao de 2011 (quando conquistou 10 Leões), mas não deixou a desejar. Com uma performance elogiada pelos jurados, levou para casa cinco Leões, com destaque para a prata por “Recibo com receita”, da Ogilvy para a Hellmann´s – peça que também ganhou ouro em Promo & Activation.

Além da prata, foram conquistados quatro Leões de bronze, com três trabalhos da DM9DDB e outro da Age Isobar.  Representante do Brasil na área, Marcio Salem, presidente e diretor de criação da Salem, acompanha a evolução de Direct desde seu primeiro ano, quando atuou como jurado.

 

Em 2008 voltou ao júri da área, mas no posto de presidente. O executivo é enfático ao afirmar que priorizará as grandes ideias, independentemente do resultado, e garante: falta pouco para o país conquistar um GP na área.

 

Lembranças

 

“Vou ao festival há muito tempo, acho que há uns 15 anos. A primeira lembrança que me vem à mente quando penso em Cannes tem a ver com as visitas que eu fazia bem no início, para ver de perto as campanhas, ouvir as palestras e acompanhar tudo que fosse possível.

No começo, quando só tinha filme e mídia impressa, ia para ver as peças e me inspirar. Com o tempo, eles começaram a incluir outras áreas e a grande mudança, na minha opinião, foi quando inauguraram Direct, em 2002.

A Salem, apesar de ser uma agência completa, tem origem no marketing direto e é muito forte nesse segmento. Por isso, a chegada da área foi vista com bons olhos por nós.

Para a minha sorte, fui convidado para ser jurado logo no primeiro ano, em uma época em que ainda estávamos tentando definir o formato que a área teria. Depois disso, continuei participando, inscrevendo peças e ganhando Leões.

Tempos depois, em 2008, tive a enorme surpresa de ser convidado para ser presidente do júri. Foi muito exaustivo, eu precisava coordenar 32 jurados de diversos países, com pronúncias de inglês diferentes e pensamentos diferentes. Mas foi absolutamente incrível. Quando saí de lá, pensei: ‘Bom, agora acabou.

Minha participação como jurado ou presidente é finita’. Mas, novamente, fui pego de surpresa pelo convite de ser jurado da edição de 60 anos do festival, e não poderia estar mais feliz. Realmente achei que não faria mais parte do júri, pelo menos em Direct.

O legal é que houve um espaço entre essas participações, então pude me reciclar e poderei levar novas ideias e um novo olhar ao julgamento. Para falar bem a verdade, acho que gosto mais de participar e acompanhar o festival como espectador do que como jurado, pois tenho mais tempo para viver aquilo tudo. Mas, é claro, recebo com muita felicidade o que vier.”

Preparação

 

“O convite deste ano veio em um momento único, no qual a Salem está passando por adaptações e se tornando uma agência mais completa. Ainda não tive contato com os jurados brasileiros dos anos anteriores, mas pretendo falar com alguns.

 

Vejo que minha visão sobre ser jurado mudou com os anos. Na primeira vez, ficava preocupadíssimo em como iria avaliar as peças, o que iria dizer e fazer, o que iriam pensar de mim. Dessa vez vou tranquilo. Quero fazer meu trabalho bem feito, mas com calma, curtindo as peças e lidando com o processo com mais leveza. Não dou a menor importância para o glamour de fazer parte do júri. O meu barato é poder ver de perto as peças e ter contato com grandes profissionais.”

 

Vantagens e desvantagens

 

“Acho muito positiva a transição do festival, que antes era mais restrito à publicidade, para um evento da comunicação. Essa mudança foi natural, acompanhou as mudanças do mundo e dos anunciantes. Seria até estranho que Cannes se mantivesse fechado em um mundo em que a multidisciplinaridade das ferramentas de comunicação é o principal assunto de hoje.

Por outro lado, sinto que algumas áreas não têm personalidade, como é o caso de Direct. Acho que ela se misturou muito com digital, com promoção e com mídia, e acabou perdendo um pouco da sua essência. Algumas se mantêm fiéis, como mídia impressa, filme, spot e design, mas outras são áreas amorfas.

O ideal seria que o festival pensasse integrado, como já vem fazendo, mas que soubesse reconhecer a essência de cada área. Acho que essa divisão mais clara motivaria muito mais as inscrições em cada competição.”

Critérios

 

“Para ser sincero, acho a avaliação de resultados uma parte muito chata do julgamento. As pessoas estão em Cannes em busca de boas ideias. Uma campanha pode ser corretíssima, ter dado ótimos resultados, mas, sem uma grande ideia por trás, não me conquista. Eu vou buscar apenas boas ideias. É claro que elas precisam ter resultado, mas esse não é meu foco. No final das contas, o que fica na cabeça das pessoas e se torna inesquecível é a ideia.”

 

Concorrência

 

“Gosto dos trabalhos da Inglaterra, que têm uma sutileza no humor e uma perspicácia. Também gosto de campanhas da Austrália, dos Estados Unidos, da França, da Espanha e da Argentina.”

 

Brasil

 

“Acho que o Brasil terá um bom desempenho nesse ano. O legal é que todas as agências inscrevem em Direct, não só as especializadas. Isso traz uma garra de participar e ganhar e, com isso, felizmente, o nível criativo eleva.

 

Estou muito otimista e com grandes expectativas, pois sei que vou encontrar peças da AlmapBBDO, da F/Nazca, da DM9DDB e de todas as agências que respeito e que são ótimas. Aliás, o Brasil terá um bom desempenho em várias áreas, não só Direct. Já somos um país muito premiado, com dois GPs maravilhosos em Press. Acho que, em breve, virá um GP para o Brasil em Direct.”

 

Trabalhos memoráveis

 

“Adorei um case do ano passado, no qual um idoso recebia um ingresso para um show de rock, mas, caso um jovem o ensinasse a utilizar a internet, ele ganhava esse ingresso como recompensa. Também gosto muito do supermercado na estação de metrô, da Coreia do Sul (GP do Media Lions em 2011), e de uma campanha da Unicef que materializava doações em camisetas.

 

 Por exemplo, quem ajudava a combater a dengue comprava uma camiseta por 20 reais com o desenho do mosquito. Teve um doador que comprou um avião para ajudar crianças necessitadas e ganhou uma camiseta com um avião. Achei lindo. Também adorei “Recibo com receita”, da Ogilvy brasileira para Hellman´s. Achei uma ideia inteligentíssima e simples. Sou fã de ideias criativas e diferentes.”

 

Participação

 

“Infelizmente, não dá tempo de ver e estudar tudo o que gostaria. Na agência tenho o costume de selecionar algumas peças para os criativos apresentarem aos clientes, mas nunca consigo ver todas. É muita coisa.

 

Quando estou lá, se estou vendo um filme sei que já perdi algum shortlist ou alguma palestra. E ainda tem as premiações à noite. É uma loucura. Gostaria de ter tempo para ver todas as campanhas e parabenizar os responsáveis por elas. Não tenho ego do tipo ‘se não é meu trabalho, não valorizo’.

 

 Eu aplaudo as agências brasileiras merecedoras, porque isso me alimenta. Quando você está aberto, essas inspirações voltam para você.”

 

Marketing direto

 

“A concorrência por atenção do público é geral, inclusive na mídia dirigida. A gente precisa encantar o consumidor no momento em que ele tem contato com a peça. Não acho que só porque é uma peça de marketing direto que você já retém a atenção da pessoa.

 

Eu posso estar falando com você e olhando para você, mas você pode estar pensando em outra coisa, por exemplo. É preciso conquistar essa atenção. Sempre encho o saco dos meus criativos e de mim mesmo para sempre ter uma boa ideia, independentemente de ser para uma peça de varejo ou para apresentar uma nova solução de tecnologia.

 

Quando existe uma boa ideia, ela tem eco, é comentada, gera repercussão. Outra coisa importante é saber qual o perfil da pessoa que se quer atingir, senão todo o trabalho é em vão. Quando o cliente souber com quem quer falar, deve investir no meio mais próximo de interação com essa pessoa. Se juntarmos tudo isso, é muito mais fácil obter a resposta esperada.”

 
Ferramentas

 
“Acho que a febre do digital já passou. Hoje, clientes voltam a analisar todas as ferramentas com equilíbrio. Eles sabem que um e-mail, por exemplo, é muito vulnerável, ninguém mais dá atenção. Por outro lado, um e-mail casado com uma ação legal é ótimo.

 
A solução é pensar na melhor forma de abordar. O digital não é barato, barato é receber a resposta que se quer pelo menor preço. O barato de economizar não é barato de verdade, porque pode por tudo a perder.”

 
Lazer

 
“Sou um CDF, careta mesmo, assumo. Vou ao festival para ver o festival. Acordo cedo e aproveito ao máximo. Mas é óbvio que, estando em um lugar maravilhoso como a França, tento fazer alguma coisa antes de tudo começar ou depois, para não perder nada.

 
Gosto de passear nas cidades lindas que ficam ao redor, como Saint-Paul de Vence e Mônaco. Adoro jantar em lugares legais, sempre que posso me dou esse privilégio – acompanhado ou não. Sou apenas avesso aos points da cidade. Não sou contra, mas não aproveito o festival dessa forma.”

 Salem por Salem

“Sou muito família, amo ficar com meus quatro filhos e com minha mulher, e um apaixonado por cinema. Também sou um curioso, o que reflete no meu trabalho criativo. Gosto de ouvir as histórias das pessoas e de falar com elas. Gosto de ouvir o cliente e de dar soluções ao seu problema. Eu me definiria como um interessado em ouvir e criar em função do que ouvi.” (Propmark)

PROTEÇÃO  DA GRAVIDEZ CONTRA O CÂNCER DA MAMA
(Texto de Karina Toledo, disrribuído pela Agência FAPESP) Estudos epidemiológicos indicam que mulheres sem filhos apresentam cerca de quatro vezes mais risco de desenvolver câncer de mama na menopausa do que aquelas que se tornaram mães ainda jovens.

Um artigo publicado recentemente no International Journal of Cancer por um grupo do Fox Chase Cancer Center, dos Estados Unidos, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ajuda a entender melhor as transformações que ocorrem com as células mamárias durante a gravidez que as tornam menos suscetíveis ao surgimento de tumores.

A pesquisa foi feita com amostras de tecido mamário de mulheres saudáveis entre 50 e 69 anos que já estavam havia pelo menos um ano sem menstruar. As amostras foram divididas em dois grupos: 42 mulheres que nunca tiveram filhos e foram classificadas como nulíparas e 71 mulheres que tiveram um ou mais filhos e ficaram grávidas pela primeira vez aos 23 anos em média (com variação de 4,25 anos para mais ou para menos).

Por meio de uma série de análises, os pesquisadores buscaram avaliar se havia diferenças morfológicas e no padrão de expressão dos genes no tecido mamário dos dois grupos. Maria Luiza Silveira Mello e Benedicto Campos Vidal, da Unicamp, ficaram responsáveis por avaliar a supraorganização da cromatina no núcleo das células.

“A cromatina é a estrutura que contém o DNA. Ela forma complexos com proteínas (entre elas, as histonas) e com diversos tipos de pequenos RNAs. Quando a célula entra em processo de divisão, a cromatina se compacta na forma de cromossomo”, explicou Mello.

As análises feitas pelos pesquisadores da Unicamp, com apoio da FAPESP, mostraram que nas amostras dos dois grupos de pacientes havia dois tipos diferentes de núcleo: um em que a cromatina estava mais frouxa e outro em que o material genético estava mais condensado.

“Nas amostras das mulheres que tiveram filhos, a quantidade de núcleos com a cromatina mais condensada foi muito maior. Isso sugere que houve uma modificação epigenética intensa nessas células e isso permaneceu até a menopausa”, afirmou Mello.

As modificações epigenéticas correspondem a um conjunto de processos bioquímicos disparado por estímulos ambientais que moldam o funcionamento do genoma e, consequentemente, o perfil fenotípico, por meio da ativação ou desativação de genes. Metaforicamente, é possível comparar o genoma ao hardware de um computador e o epigenoma ao software que faz a máquina funcionar.

Entre os mecanismos epigenéticos conhecidos estão a metilação do DNA – que ocorre quando há adição de um grupo metila (formado de partículas de hidrogênio e carbono) à base citosina do DNA, podendo impedir que alguns genes se expressem – e a modificação de histonas – relacionadas à adição ou subtração de grupos acetila e metila aos aminoácidos que formam essas proteínas.

No trabalho realizado no Fox Chase Cancer Center, os pesquisadores focaram sua atenção em dois tipos de modificações de histonas e encontraram um número muito maior de resíduos da proteína metilados nas amostras das mulheres que tiveram filhos.

“Aos comparar os dois grupos, encontramos diferença no padrão de expressão de 298 genes. Há cerca de duas a três vezes mais genes metilados no tecido das mulheres que tiveram filhos. Isso mostra que a gestação induziu uma reprogramação local e silenciou alguns genes que poderiam ser inadequados, como aqueles relacionados à proliferação celular”, afirmou Jose Russo, do Fox Chase Cancer Center e autor principal do trabalho.

Segundo Russo, essas alterações na expressão dos genes também modificaram a forma como as células produzem certas proteínas e processam o RNA mensageiro.

“A mama após a gravidez adquire uma assinatura genômica e um perfil fenotípico diferente. Acreditamos que são essas mudanças que fazem com que a mulher fique mais protegida contra o câncer”, disse.

Gravidez precoce

Os resultados confirmam achados de pesquisas anteriores conduzidas pelo grupo de Russo, segundo os quais as células da mama só se diferenciam totalmente quando recebem o estímulo dos hormônios da gravidez.

“Descrevemos anteriormente que existem quatro tipos de lóbulos – as estruturas funcionais da mama responsáveis pela produção do leite. O tipo um é o mais pobremente desenvolvido, como se fosse uma árvore sem folhas durante o inverno. O tipo quatro é o mais desenvolvido, seria a árvore em seu esplendor. Somente no fim da gravidez os lóbulos atingem o nível quatro. Durante esse processo, a glândula mamária se diferencia. As células-tronco ali presentes assumem sua função e isso parece induzir o remodelamento da cromatina”, explicou Russo.

Mas para que a gravidez tenha de fato esse efeito protetor, ressaltou o cientista, é preciso que a diferenciação celular ocorra precocemente, entre 18 e 24 anos. “As células-tronco são mais suscetíveis à ação de carcinogênicos, como tabaco, álcool e radiação, do que as células diferenciadas. Quanto antes ocorrer a diferenciação, portanto, menor é o risco de as células sofrerem mutação”, explicou Russo.

Ciente, no entanto, de que a tendência é as mulheres adiarem cada vez mais a primeira gestação, o pesquisador tem se dedicado a testar um coquetel de hormônios capazes de mimetizar o efeito da gravidez e estimular a diferenciação das células mamárias.

“Em ratos já vimos que isso é possível e de fato confere proteção contra o câncer. Mas em humanos ainda não sabemos”, disse Russo.
 

EM DEFESA DAS INICIAIVAS CIENTÍFICAS SUSTENTÁVEIS


(Texto de Washington Castilhos, diasrribuído pela Agência FAPESP) O cenário de sustentabilidade global não está limitado ao controle da produção de dióxido de carbono, de acordo com o engenheiro agrônomo Elibio Rech, pesquisador do Laboratório de Biologia Sintética da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen).

“A equação da sustentabilidade é composta de diversos componentes, como saúde humana, educação, segurança alimentar, ambiental e ecológica e valor de mercado.

É particularmente importante que as tecnologias modernas, incluindo os transgênicos, sejam cada vez mais utilizados para atingir a intensificação sustentável da produção de alimentos”, disse Rech, que também é  professor da pós-graduação em Biologia Molecular da Universidade de Brasília (UnB), durante a 7ª Conferência e Assembleia Geral da Rede Global de Academias de Ciências (IAP).

De acordo com o engenheiro agrônomo, exemplos no Brasil de iniciativas científicas sustentáveis não faltam: na área de bioenergia e de óleos, por exemplo, a Embrapa Cenargen está fazendo a chamada engenharia metabólica.

“Nós mudamos a rota metabólica dentro da soja para aumentar a quantidade de ácido oleico – o bom óleo – e reduzir o ácido palmítico, o que é interessante para a área de bioenergia de combustíveis.

O óleo da soja usado como combustível, composto por aproximadamente 25% de ácido oleico e 13% de palmítico, apresenta menor desempenho e dano ao motor por oxidar mais rapidamente e ter um ponto de congelamento alto.

A soja que desenvolvemos tem 95% de oleico e 4% de palmítico, o que faz com que ela não oxide e não congele facilmente, melhorando o desempenho do motor”, exemplificou Rech.

Para uso no consumo humano, o alto nível de ácido oleico na soja possibilita expandir o tempo de saturação do óleo durante o processo de frituras.

A Embrapa desenvolveu também uma série de moléculas transgênicas recombinantes, como a insulina transgênica e o hormônio do crescimento, contou Rech.

Em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos Estados Unidos, a empresa brasileira desenvolveu linhagens de soja produtoras de sementes contendo a molécula cianovirina, de ação microbicida, que os cientistas pretendem usar para a fabricação de um gel vaginal anti-HIV [leia mais na revista Pesquisa FAPESP].

Segundo Rech, o maior problema ainda é o preço dessas tecnologias. “Essas moléculas já estão disponíveis, mas ainda são muito caras. O tratamento com o hormônio do crescimento humano, por exemplo, custa cerca de R$ 4 mil por mês.”

“Temos evidências de que, usando plantas para gerar a matéria-prima, conseguiremos reduzir o custo desses medicamentos, o que terá uma implicação social importante, uma vez que assim aumentaremos o acesso da população a eles”, afirmou.
Organizada pela Academia Brasileira de Ciências, a 7ª Conferência e Assembleia da IAP, que teve como tema "Ciência para a Erradicação da Pobreza e o Desenvolvimento Sustentável", reuniu no início do ano mais de 130 cientistas de diversos países no Rio de Janeiro. 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário