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domingo, 21 de abril de 2013

DOMINGO É DIA DE AUDITORIA


Auditoria da Comunicação
 
AS PALAVRAS

“O mercado é a linguagem em que os demandantes e os ofertantes falam através de produtos ou serviços...

Nesta analogia, cada produto ou serviço é combinação de palavras nessa linguagem. É por isso que devemos distinguira estrutura de signos que é construída na oferta do significado que a demanda interpreta.

A diferenciação é  esse sentido de diferenciar significados.” (Alberto Levy)

O PUBLICITÁRIO E O JORNALISTA

 Carlos Alberto Di Franco, doutor em comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacionais de Ciências Sociais. Não o conheço pessoalmente, mas sou seu fã de carteirinha. Leio e releio com muito cuidado tudo o que ele escreve e que tenho a sorte de ter acesso.

Semana passada mesmo, dia 15,  o Estadão publicou artigo dele sob o título O Rapto do Jornalismo.

Vale a pena lê-lo.

Chamou-me atenção, especialmente, o trecho em que ele afirma:

“Quando jornalistas, entrincheirados e hipnotizados pelas telas dos computadores, não saem à luta, as reações se convertem em centros de informação.”

“O lugar de repórter é na rua, garimpando a informação, prestando serviço ao leitor e contando boas histórias. Elas existem. Estão em cada esquina das nossas cidades. É só procurar.”

Leu¿

Agora releia, trocando a palavra jornalistas por publicitários. Você vai ver que ambos enfrentam o mesmo problema.

(MÁS) NOTÍCIAS DA SEMANA QUE PASSOU

1.Milho brasileiro chega na China mas não consegue chegar no nordeste por falta de transporte.

2. Ministros usaram jatos da FAB em 5.800 voos nos últimos dois anos, a maioria deles para resolver problemas particulares. Daria párea ir e voltar da lua. Custaram 44,8 milhões ao governo.

 

3.O governo diz que não quer, mas segundo o Datafolha, 93% dos brasileiros querem a redução das maioridade penal. A oposição: com exceção de Alckmin permanece calada, o que não é de se estranhar, pois se acovarda cada vez que tem de tomar uma posição importante.

 

TÃO FALANDO SÉRIO¿

 

Cada vez que vejo o comercial do Café Damasco tenho a impressão de que estão chamando o consumidor de burro.

 

SERÁ QUE É PRA VALER¿

 

Li o anúncio da Shell, fiquei com a impressão de que ela está chamando a Petrobrás para briga, quando li o conceito:

“Nossa energia fez história. Vai fazer no futuro.”

 

FALTAM PONTUAÇÃO E CONCORDÂNCIA

 

Repórteres de TV precisam aprender que a fala também transmite pontuação. O ponto final, a vírgula, o ponto e vírgula precisam ser pronunciados no lugar certo.

 

Precisam também caprichar na concordância, que vai demal a pior.

 

BOA PRA QUE¿

 

A agência Heads veiculou, na Folha de S. Paulo, um anúncio dizendo, no título

Escolha a melhor agência de propaganda para se trabalhar.

Para comprovar isso, fez um texto ilegível.

 

O QUE ESTÁ ACONTECENDO¿

 

Só tem comercial ruim de carros na TV.

 

TOMARA QUE MUDE

 

A Brognoli publicou anúncio informando que criou uma Ouvidoria. Tomara que agora ela pare de tratar como inimigas as pessoas que alugam imóveis dos clientes dela.

 

PLANETA DOS MACACOS E CONTOS EM QUADRINHOS

 

Lançado com o selo Clube dos Autores, de São Paulo, o livro Perdidos no Planeta dos Macacos, de Saulo Adami e Angelo Júnior. A obra é a concretização de um projeto criado no ano 2000, resultado do intercâmbio iniciado pelos autores em 1997. Angelo Júnior colaborou com o fãzine de Saulo Adami, Century City News com histórias em quadrinhos e ilustrações de capa.

 

Antes de amadurecerem a ideia de publicarem este livro em parceria, trocaram centenas de cartas e e-mails, pois Saulo Adami morava em Brusque e Angelo Júnior em Potirendaba, São Paulo. Sobre o tema Planeta dos Macacos, Saulo Adami tem publicados os livros O único humano bom é aquele que está morto! (1996) e Diários de Hollywood – Um Brasileiro no Planeta dos Macacos (2008). Angelo Júnior é autor dos livros Esse mundo é uma brincadeira e nós somos a sua maior piada! (2011), Divina Vertigem (2012) e Almanaque de Araque (2013).

 

CIRCULANDO NA INTERNET

 

ESCREVER NÃO É FÁCIL

 

Escrever sempre me fascinou, fosse pelo componente criativo do ato, fosse pelo fantástico poder de registrar idéias. Mas escrever diferente de como faz a maioria – que que escreve da forma como fala – é algo ao alcance de poucos.

 

Escrever com correção e estilo, com conteúdo, com leveza e graça, uma crônica, um conto ou um romance, constitui incrível desafio. E quem não acreditar, que experimente; é uma encarniçada batalha.

 

Até hoje, não consigo escapar de um desconfortável mal-estar ao encontrar tanta dificuldade na busca desse privilégio.

 

Há algum tempo, li com surpresa e alegria uma entrevista com alguns notáveis, unânimes em confessar que o ato de escrever, para eles, representa uma guerra sem trégua contra as palavras, que, assim como fazem comigo, do mesmo modo lhes fogem nos momentos cruciais.

 

À primeira vista, parece incrível que seja assim. Mas é. É, porque se trata de um esforço de imaginação, como compor música, pintar um quadro ou esculpir um mármore. Daí por que uma folha de papel, uma partitura, uma tela em branco ou uma pedra bruta, ávidas por nutrir-se de palavras, notas, cores ou formas, são, talvez, a mais formidável provocação dirigida ao cérebro humano.

 

Sempre que leio qualquer texto saído da pena de um autor talentoso, convenço-me de quão penosa tarefa é essa de extrair de acontecimentos aparentemente banais aquele misterioso vínculo com o inusitado, aquela insuspeitada carga de significância, aquele toque de singularidade, aquele imprevisto sopro de drama ou de comédia que se esconde nos bastidores do corriqueiro.

 

 Esse fantástico senso de aproveitamento não deveria ser, todavia, privilégio de tão poucos.

 

Ilusão, quimera ou fantasia, venho, por todos os meios, perseguindo esse insondável segredo de como extrair do cotidiano sua índole inexplorada; de como focar meus sensores nos cernes do trivial.

 

Basta – como se isso fosse pouco – saber dar forma e corpo a um texto fluente, enfileirando idéias capazes de prender o interesse do leitor impaciente de nossos dias, viciado na mera síntese de um linguajar que está se transformando num informe sucinto, quase telegráfico.

 

Em suma, é hercúlea a missão de converter uma página em branco no suporte das obras-primas que dão sentido à arte de escrever.

Mario Gentil Costa ( médico)

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