(Texto de
Roberto Muller Filho e Liliana Lavoratti, publicado no DCI – De Olho na
Notícia) - A expansão descontrolada e os
inúmeros desafios vividos pelos moradores das grandes cidades brasileiras
trazem à tona uma discussão relevante: as mesmas regras que regulam a
construção em estados como Amazonas devem valer para megalópoles como São
Paulo?
O arquiteto e urbanista Alberto Botti
afirma em entrevista ao DCI que é urgente um debate amplo nas grandes
metrópoles sobre as leis municipais e federais. Arquiteto de visão modernista,
Botti é especialista em urbanismo e já foi presidente da Empresa Municipal de
Urbanização (Emurb), entre outras entidades de classe.
Para ele, as cidades têm leis
destoantes e vagas que dão margens a interpretações diversas e dificultam o
crescimento sustentável e controlado. Para reverter tal problemática, Botti
aposta no projeto das parcerias público-privadas (PPPs), que são
"importantes, sem nenhuma dúvida, porque definem a fórmula usada para a
ação.
A prefeitura dá ao empresário a
garantia de que ele pode investir no local com a certeza de que o município não
irá intervir com outras leis mais para frente", diz o especialista - que
tem entre seus projetos o Plano Diretor de Cuiabá (MS) e, na cidade de São
Paulo, os planos urbanísticos regionais de Itaquera e Guaianazes e a
reurbanização da Avenida Água Espraiada.
DCI: O senhor acredita que as grandes
metrópoles podem ter uma efetiva solução, do ponto de vista urbanístico?
Alberto Botti: As grandes metrópoles
nunca se transformarão em um paraíso a céu aberto, mas, evidentemente, temos
que procurar, de maneira efetiva, as soluções possíveis para os problemas mais
agudos. Se não para resolvê-los totalmente, ao menos no sentido de
minimizá-los.
DCI: E como vê a situação da cidade
de São Paulo?
AB: Li nos jornais que o prefeito
Fernando Haddad está pretendendo reestudar a lei que define o Plano Diretor
Estratégico. É um texto que foi muito trabalhado, sob o comando do arquiteto
Jorge Wilheim, quando a prefeita era Marta Suplicy. Esse texto, por sua vez,
gerou a Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município de São Paulo. A lei do Plano
Diretor é geral e traça diretrizes desenvolvidas nos vários planos regionais.
DCI: Qual seria a saída mais viável
para melhorar o marco regulatório neste contexto?
AB: Uma reanálise do projeto deveria
começar juntamente com aquela da Lei de Uso do Solo e ver as implicações que
traz ao Plano Diretor, já que algumas questões da Lei do Solo não podem ser
alteradas por limitação do Plano Diretor, teremos que mudá-lo. Mas não faz
sentido analisar o Plano Diretor de maneira isolada. O Plano Diretor formulado
contém princípios que são sadios. O problema não está no texto do Plano
Diretor, mas na sua aplicação ao dia a dia, que é a Lei de Uso do Solo.
DCI: O que não está bom na Lei de Uso
do Solo?
AB: O Plano Diretor é de 2002. E a
Lei de Uso do Solo veio logo depois. Na verdade, já existia, só foi modificada
para se adaptar ao Plano Diretor. E foi o que causou o grande debate. Para mim,
a nova Lei de Uso do Solo, baseada no Plano Diretor, teve uma instrumentação
muito malfeita. A lei não é ruim, mas sua instrumentação é pouco clara,
confunde, leva a dúvidas e a uma análise muito subjetiva de seus artigos. Toda
vez que uma lei é subjetiva, acaba sendo muito perigosa. Não é que esteja
errada, mas a forma como foi escrita, gera confusão.
DCI: Que medidas práticas o senhor
defende que sejam tomadas no caso?
AB: Estamos defasados na própria
aplicação da lei, que trouxe uma série de problemas pela confusão da
apresentação. Havia um quesito no Estatuto da Cidade que apontava que o Plano
Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo deveriam passar por uma revisão a
cada 10 anos, mas só aconteceu agora. Mas, na minha opinião, ao revisar o Plano
Diretor, precisamos também revisar suas aplicações, ou seja, a Lei de Uso e
Ocupação do Solo. Nós temos uma série de exemplos de como tem funcionado a lei,
e o que se conclui é que não é clara.
DCI: O senhor poderia dar um exemplo
disso?
AB: O primeiro exemplo é o sem número
de revisões de limites de zoneamento submetidos à Câmara Técnica de Legislação
Urbanística [CTLU] nos últimos anos, dos quais fui testemunha como membro desta
câmara cerca de 30 anos, até o final do ano passado. Outro exemplo são os
recuos necessários das edificações com respeito aos cursos d'água existentes.
No Município de São Paulo está
previsto na legislação um recuo (área non aedificandi) de 15 metros, no mínimo,
das margens de corpos d'água, fundo de vales, etc. De repente, esta medida foi
alterada para 100 metros para corpos d'água de maior tamanho (rios Pinheiros,
Tietê), aparentemente em função de lei federal. Levar esta medida de 15 metros
para 100 metros não se encaixa certamente no espirito do legislador, que fixou
o valor de 15 metros como mínimo.
Os rios Pinheiros e Tietê têm
centenas de edificações em suas marginais que, segundo esta lei, não deveriam
existir. Não pode, obviamente, ser aplicada numa área urbana uma lei de caráter
geral que vale para a mata atlântica, Amazonas, etc. Hoje, 90% das obras no
entorno de grandes cursos de água já estão construídas, e no resto a ser
construído a prefeitura vem exigindo um afastamento de 100 metros do curso de
água. Em minha opinião, uma lei federal não deveria poder mudar uma lei
municipal. Nós somos uma república municipalista, mas não sou jurista.
DCI: Essa lei municipal é a Lei de
Uso do Solo?
AB: Sim, de parte da lei e do Plano
Diretor. Certo ou errado, são leis municipais de São Paulo, a qual nenhuma lei
federal deveria interferir. Ou seja, acredito que uma lei federal não deveria
poder mudar também o Código de Obras de São Paulo.
DCI: Essa sobreposição também
acontece em outras cidades?
AB: Sim, mas São Paulo é um caso
especial. Não podemos comparar os problemas da Região Metropolitana de São
Paulo com os encontrados no Amazonas, por exemplo. O professor Cláudio Lembo
foi secretário municipal de Negócios Jurídicos de São Paulo no governo anterior
e chegou a dar um parecer que dizia que essa lei acolhida pela Secretaria
Municipal do Verde e Meio Ambiente não poderia afetar as áreas metropolitanas.
Na época, o prefeito da cidade - que provavelmente não estava muito interessado
em ter problemas políticos - ignorou e nada mudou.
DCI: E a gestão de Fernando Haddad
emitiu sinais de que poderá enfrentar o problema?
AB: Minha expectativa é que esse tipo
de problema seja discutido na gestão do Fernando Haddad, na companhia dos
técnicos dele. É importante lembrar que no governo passado se começou a fazer
um grande estudo do Novo Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do solo, e
uma comissão trabalhou meses a fio nessa questão. Espero que a nova gestão
municipal aproveite esse esforço anterior, pois foi um trabalho feito por
pessoas capacitadas e de alto nível.
DCI: O Plano Diretor regula também o
volume de obras na cidade de São Paulo?
AB: O Plano Diretor e a Lei de Uso do
Solo limitam estas áreas conforme as zonas, mas preveem a possibilidade de a
iniciativa privada comprar áreas da prefeitura para ir além destes limites
impostos hoje pela lei, em termos de edificação. Isso se chama outorga onerosa.
Mas isso também tem limite, cada zona de São Paulo tem um estoque de áreas que
podem ser comercializadas nesse modelo.
Obviamente, esse estoque foi traçado
ao tempo dessas leis e ele é baseado em premissas que vão evoluindo, e precisam
ser revistas. Um bom exemplo disso é que não é possível mais comprar sequer um
metro quadrado ao longo da Avenida Brigadeiro Faria Lima.
DCI: E como funciona o controle desse
estoque?
AB: Trata-se de um cálculo de
metragem que mede quanto ainda há de espaço, em metros quadrados, para
construção. Esse estoque de área pode ser ampliado, baseado em informações como
o plano metropolitano de vias públicas. Porque as vias estão mudando, e à
medida que as mudanças vão acontecendo, crescem as possibilidades de aumentar o
estoque. Hoje várias zonas da cidade já chegaram a alcançar esse limite.
DCI: O senhor acha que existem áreas
onde esses estoques não deveriam aumentar?
AB: Dentro de limites, porque o
processo de desenvolvimento é algo constante, mas de forma desigual. Por
exemplo: abriram-se muitas áreas para o oeste e poucas áreas para a região
central. E isso foi uma tentativa do Plano Diretor de desenvolver a cidade nas
periferias de uma maneira mais equilibrada.
DCI: E tem que haver uma
compatibilização?
AB: Sem dúvida, e essa questão precisa
ser regida pela Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo. Quando a
secretaria realiza um tipo de proposta que viabiliza eixos viários por todo o
estado, ela não irá, absolutamente, abrir as ruas, mas irá passar as
diretrizes, orientando as prefeituras até onde cada via tem que ir. E cabe ao
município aceitar ou não. E se aceitar, abrir essa via. E esses parâmetros são
definitivamente importantes para o estoque de áreas.
DCI: E o que pode ser feito, hoje, na
questão urbanística, para ajudar a vida do paulistano?
AB: Evidentemente, as respostas são
as mais óbvias: melhorar a rede de transporte é a primeira da lista. A solução
dos corredores é muito interessante, mas acontece às custas do transporte
individual. Ou seja, em locais como a Avenida Rebouças, em que foram criados
corredores em uma via realmente muito estreita, acabou prejudicando o
transporte individual em detrimento de um corredor para ônibus.
DCI: Esta situação foi criada pelo
sistema de leis mais antigo?
AB: O antigo Código de Obras - que
veio antes da Lei do Zoneamento - é uma lei que servia de parâmetro de uso para
todas as áreas da cidade de São Paulo. Este conjunto de determinações legais
dividia o sistema das vias com ruas a partir de quatro metros. Então, se
disséssemos, há 30 anos, que todas as vias precisam ter pelo menos 14 metros,
seria possível prever o alargamento de ruas e corrigir o sistema viário.
Infelizmente, não podemos fazer isso. Nossa história mostra que as ruas são
estreitas porque a lei que estava em vigor então permitia que isto acontecesse.
DCI: O senhor acha que São Paulo vai
ter uma rede de transporte coletivo metropolitano compatível com a necessidade
em quanto tempo?
AB: Essas resoluções não são
técnicas, são políticas. E não preciso dizer mais nada. A minha experiência me
mostrou que as propostas técnicas nem sempre batem com as propostas políticas.
DCI: Com relação ao centro de São
Paulo, como deve ser conduzida a recuperação?
AB: Certamente, com uma nova oferta
de moradias por toda a área, o que já vem acontecendo, mas dentro dos limites
possíveis. A legislação de proteção ao patrimônio histórico define em torno de
cada bem tombado uma área envoltória de proteção - que forma um círculo de 40
metros - na qual nada pode ser alterado sem a prévia aprovação.
Logo, se eu tenho um determinado
prédio tombado, e quiser modificar uma obra próxima, se ela estiver dentro
desse círculo é preciso consultar o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico, o Condephaat. Acredito que essa vi são
precisa ser revista.
No mundo todo, a revitalização é
muito importante, mas com regras. Aqui nós não temos regras e as soluções
possíveis passam pela visão de técnicos diversos, com longos prazos para
definições e respostas, o que também prejudica. E, como eu disse antes, tudo
que é subjetivo não funciona e inibe investimentos. E quando demora...
DCI: E o que poderia chamar
investimentos para algo assim?
AB: A proposta das parcerias
público-privadas, as PPPs, é importante, sem nenhuma dúvida, porque define a
fórmula usada para a ação. A prefeitura dá ao empresário a garantia de que ele
pode investir no local com a certeza de que o município não irá intervir com
outras leis mais para frente. Esse é um caminho realmente saudável para
efetivar um crescimento que é sadio.
DE
PARIS PSRA AS PORTA DOS BRASILEIROS
O mês de abril marca a
entrada da Bourjois na venda porta a porta. A marca francesa completa 150 anos
e escolheu o Brasil para iniciar esse novo canal. A parceria exclusiva com a
Racco promete movimentar o mercado brasileiro de cosméticos. No catálogo da
Racco, que circula em abril, já é possível encontrar um mix com mais de 30
produtos da Bourjois.
A Racco também ficará responsável pela distribuição dos produtos Bourjois nos pontos de venda oficiais da marca, presentes no Brasil há 10 anos.
Na foto (divulgação), o representante da Bourjois no Mercosul, Roberto Thiry, e o Gerente Geral Brasil/Espanha da marca francesa, Alexandre Galfré, com os proprietários da Racco, Gisela e Luiz Felipe Rauen.
GATORADE VAI ENTRAR NO JOGO
A Racco também ficará responsável pela distribuição dos produtos Bourjois nos pontos de venda oficiais da marca, presentes no Brasil há 10 anos.
Na foto (divulgação), o representante da Bourjois no Mercosul, Roberto Thiry, e o Gerente Geral Brasil/Espanha da marca francesa, Alexandre Galfré, com os proprietários da Racco, Gisela e Luiz Felipe Rauen.
GATORADE VAI ENTRAR NO JOGO
Com a proximidade da Copa das
Confederações, a Gatorade dá o pontapé inicial nas ações que divulgarão a marca
durante o “ano de 18 meses”, que começou em janeiro, conforme definiu Tiago
Pinto, diretor de marketing da marca. Estritamente ligada ao esporte, a
Gatorade planeja usar o bom momento da economia e as competições deste e dos
próximos anos para fazer crescer o mercado de nutrição esportiva e hidratação.
“Estamos mais preocupados com a
expansão do setor de isotônicos do que com a nossa participação no segmento”,
revela. Nesta entrevista, ele fala dos investimentos em marketing e como a
marca pretende firmar sua identidade como “combustível do esporte”.
Quais os investimentos em marketing
previstos pela Gatorade neste ano?
Como qualquer marca que trabalha com
esportes, estamos começando a tangenciar o que todos chamam de a década dos
esportes no Brasil, porque, desde 2007, o Brasil ganhou o direito de sediar a
Copa do Mundo e, depois, em 2009, veio a notícia das Olimpíadas. E é em 2013
que tudo isso começa, pois temos a Copa das Confederações, que é um ato
contínuo para a Copa do Mundo de 2014.
É um ano em que todo esse trabalho de
ensaio e planejamento tem que ir para a rua e estamos muito entusiasmados, com
planos muito interessantes para o foco da primeira parte desses dez anos, que é
o futebol. Confiamos que nosso projeto é consistente, porque mais do que uma
marca que estará presente no evento, entre tantas outras, somos uma das poucas
que entrarão em campo com a seleção e a única que estará no corpo dos jogadores
que vão representar 200 milhões de pessoas.
Com esse ponto de vista, nosso
trabalho caminha no sentido de mostrar esse papel da Gatorade junto à seleção
brasileira nos próximos meses, tão importantes, e mostrar para o consumidor que
a ciência e a tecnologia às quais os jogadores têm acesso para representar o
país são as mesmas que estão à disposição de qualquer atleta para a prática da
atividade física.
O foco da marca nesse período, então, será a Copa das Confederações e a
Copa do Mundo?
Estamos em um ‘ano de 18 meses’. Até a Copa do Mundo temos um calendário
muito robusto de inovação, de comunicação e de relacionamento com este momento
tão importante para o futebol e para todos nós, que queremos empurrar a seleção
rumo ao hexa dentro de casa. Começamos agora e vamos até o final do torneio sem
parar, sem paralisarmos os trabalhos para fazer um planejamento no final do
ano. Estamos com o posicionamento definido e as ações engatilhadas.
Quando essas ações começarão?
Vamos dar início ao processo antes da Copa das Confederações, que é um momento
de comunicação muito importante. Será um insight novo sobre o jogo, reforçando
a ideia de que somos a única marca presente no corpo dos nossos atletas e
falando sobre a relação da Gatorade com os esportistas.
Comenta-se muito sobre a seleção brasileira como um conjunto, mas o que
vale é nossa relação individual com os atletas, pois cada um tem seus gostos,
suas preferências e seus hábitos em busca da maximização do seu desempenho, e
nós queremos contar isso para o consumidor nesse novo projeto de comunicação.
Qual é o market share da marca no Brasil?
Aproximadamente 70%. Somos dominantes no mercado. Ainda assim, há uma
tendência de crescimento e, por isso, estamos investindo de forma agressiva no
Brasil. Estamos mais preocupados com a expansão do mercado de isotônicos do que
com a nossa participação no segmento.
Somos um país cuja renda está aumentando, levando a um crescimento do
tempo livre das pessoas, e, por causa da vocação do Brasil, a população
naturalmente acaba ocupando esse intervalo com a prática de esportes. Com isso,
as ocasiões de consumo de bebida esportivas e de isotônicos, como é nosso caso,
aumentam bastante.
Nosso projeto é trabalhar para que o brasileiro tenha cada vez mais
informação sobre nutrição esportiva e sobre o papel da hidratação, para então
apresentarmos as soluções. No ano passado, trouxemos nosso complemento de
linha, com produtos à base de carboidrato para antes da prática do esporte e à
base de proteína para consumo posterior.
Logo, somos uma marca que oferece a solução completa, de carboidrato
para antes, o isotônico para durante e a proteína para depois. Apostamos no
crescimento do mercado de isotônicos, que é nosso carro-chefe, mas também
acreditamos na ampliação da linha de produtos para atender os diversos momentos
de consumo no Brasil.
Como você definiria o DNA da marca?
Sem dúvida, nosso DNA é ser o combustível do esporte. Claramente é isso
o que fazemos – possibilitar que as pessoas, ao praticar esporte, possam
fazê-lo por mais tempo e aumentar seu rendimento.
A maneira como expressamos isso é um diálogo no qual dizemos ao
consumidor que ‘vencer vem de dentro’, que significa que mais importante do que
tudo é o desejo da pessoa de sair, de fazer uma atividade esportiva e de
melhorar seu desempenho. Somos o combustível para isso, mas deixamos claro que
o papel preponderante é o dos atletas, não nosso.
Em quantos países a marca atua?
São mais de 80. O Brasil é o segundo em faturamento no mundo, atrás
apenas dos Estados Unidos.
E de quanto é esse faturamento?
Não podemos revelar.
Além de patrocínio e publicidade, em quais outras frentes do marketing a
marca atua?
Também trabalhamos com os mais diferentes agentes do esporte.
Atualmente, somos responsáveis pela hidratação de mais de 150 provas de corrida
no Brasil, somos os parceiros técnicos de nutrição esportiva da CBF
(Confederação Brasileira de Futebol), trabalhamos com a hidratação e a nutrição
de mais de 40 clubes de futebol, com todos os clubes da Superliga da CBV
(Confederação Brasileira de Vôlei), com a CBB (Confederação Brasileira de
Basquete) e com uma série de academias, professores e formadores de opinião.
Nossa principal ferramenta é conversar, hidratar e receber o feedback
sobre o desempenho do nosso produto. Uma vez estabelecido que as pessoas
consomem Gatorade, passamos à segunda etapa, que é contar isso para as pessoas,
e aí entram os meios tradicionais de propaganda e marketing.
Chamamos nosso modelo de gestão de ‘marketing de futebol de areia’ –
todo mundo entra em campo junto, chutam para o mesmo lado e constroem a marca
em equipe. Procuramos não separar por departamentos, classificando se isso é
propaganda e aquilo não. Temos um grupo de trabalho, pessoas que entendem de
esporte e entendem da marca, sabem qual nossa identidade e vamos para a rua
mostrar isso.
A Gatorade está no Brasil há 25 anos. Como a marca construiu esse
caminho? Ela já faz parte do cotidiano do brasileiro?
O brasileiro com certeza abraçou a Gatorade, tanto que somos o segundo
maior país do mundo para a marca. Esse caminho foi construído sobre essa
preocupação de estar junto dos principais atores do esporte brasileiro,
mostrando o que o produto faz. Esse diálogo com o consumidor tem sido a grande
mola propulsora do crescimento da marca.
Naturalmente, acompanhamos os movimentos da economia, seja com
crescimento mais rápido ou mais lento, mas acreditamos que essa combinação, de
que o brasileiro tem mais tempo livre e de que a renda aumentou com o
crescimento econômico, como um momento muito positivo para a marca.
A marca investe em outro segmento que não seja o esportivo?
Não. Somos uma marca esportiva. O isotônico é um produto desenvolvido para
matar a sede e hidratar, e acaba sendo usado em outras situações, mas o foco da
nossa relação com o consumidor é a atividade esportiva.
Há planos para lançamentos de novos produtos?
No curto prazo, temos uma edição comemorativa da Copa das Confederações.
Pensando no futuro, continuamos o desenvolvimento de novos sabores, formatos,
embalagens e estudando a oferta de produtos para as demais ocasiões de consumo,
o antes e o depois da atividade esportiva.
No Brasil, por exemplo, trouxemos no ano passado o gel de carboidrato e
o drink de proteína. Há outros tamanhos de garrafas que estão sendo testados em
diferentes regiões do país, mas ainda não são distribuídos em todo o
território. Tem muita coisa acontecendo.
Quais são os produtos oferecidos no mercado brasileiro?
No Brasil, estão disponíveis os três produtos da linha principal, a G
Series, composta pelos itens prime, rico em carboidratos, para consumo antes da
atividade esportiva; Perform, o isotônico tradicional; e Recover, combinação de
proteínas para depois do exercício.
Qual a previsão de crescimento?
Somos uma empresa de capital aberto e não podemos revelar, mas esperamos
um crescimento vigoroso com base nos investimentos que temos feito, no momento
do país em termos de esporte e no crescimento da atividade esportiva da
população. Como somos uma marca com uma liderança bastante destacada, estamos
investindo para fazer o mercado crescer.
Além dos clubes e federações, quais são os principais nomes do esporte
que a marca apoia?
Estamos com atletas como César Cielo e destaques do futebol, como Lucas,
Leandro Damião e Paulo Henrique Ganso. Continuamos trabalhando com esses nomes
e possivelmente com outros para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas, mas
também apoiamos aqueles que não estão na mídia, ou seja, todos os times de
fisiologistas e nutricionistas dos clubes e federações.
Mesclamos esses atletas que o consumidor está acostumado a ver na
televisão com o pessoal de bastidor, com quem a gente trabalha efetivamente
desenvolvendo produtos e entregando as melhores soluções para os atletas.
Já é o terceiro ano que a marca patrocina a Copa Libertadores. O que
justifica o investimento na competição?
Nosso investimento tem acompanhado o crescimento da Libertadores. Este
ano, aumentou o número de canais que transmitem os jogos, então seguimos o
mesmo caminho e investimos mais. Mas o grande ponto da competição é podermos
aumentar o número de clubes que recebem o tipo de trabalho que oferecemos.
Junto à Conmebol, disponibilizamos esse serviço para os clubes que participam.
Os brasileiros que já estão acostumados com Gatorade terão essa presença em
qualquer lugar do continente, enquanto os outros passam a ter o mesmo
tratamento dentro do campeonato.
Como a marca visa os investimentos nas categorias de base e competições
amadoras?
Temos nos aprofundado. Patrocinamos campeonatos universitários e fazemos
trabalhos nas categorias de base de clubes de futebol e da CBV. Se tem uma área
ilimitada de desenvolvimento é essa, porque a quantidade de campeonatos
amadores e de jovens, seja do esporte que for, é muito grande. É uma área para
qual estamos de olho para nos aproximar ainda mais desse consumidor. (Propmark)
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