Outro destaque do estudo é os
fornecedores que as empresas buscam. Quando perguntados sobre que tipo de
agência procuram, metade declarou preferir a especializada. O resultado
evidencia uma certa descrença do mercado anunciante na entrega 360º, diz
Graziela.
“A partir do momento que os clientes
perceberam que a agência integrada é uma promessa que não se cumpriu, eles
optam pela que vai resolver o problema, nem que tenham que dividir sua conta
entre várias empresas de publicidade”, analisa.
Apenas 38% dizem preferir uma agência
integrada, mostra a pesquisa. Em mercados maduros, como a Inglaterra, a relação
é inversa e mais da metade optam pelas que oferecem soluções variadas de
comunicação. Em média, os clientes brasileiros consultados trabalham com quatro
agências diferentes.
A capacidade de executar ações no
digital também entrou no estudo e é considerada importante por metade dos
anunciantes. Contudo, a convergência ainda é um desafio: 20,3% dos
entrevistados se queixam da falta de soluções que integrem meios tradicionais e
o online. “Em 2008, a ideia do 360º veio com tudo, mas, ao longo dos anos, os
anunciantes viram que ele não era uma realidade e ainda hoje buscam a
integração entre on e offline”, explica a executiva.
Ao todo, foram
ouvidos 323 anunciantes. Metade da amostra é composta por multinacionais
estrangeiras. Empresas brasileiras com operações no exterior representam 12%
dos entrevistados. Entre as participantes, constam Itaú, Vivo, J&J,
Braskem, Globo.com, Havaianas, Visa, PepsiCo, Avon e Intel. Já entre as
agências, participaram JWT, F/Nazca S&S, Dentsu, Publicis Brasil, Peralta,
Cheil e AlmapBBDO.
Certificadas
“Nos orgulhamos de entender, acompanhar
e vivenciar o consumidor. A paixão e o entendimento vão desde a visita à Rua 25
de Março (tradicional centro do comércio popular paulistano) a estar no
restaurante mais badalado da cidade e ver como as pessoas bem-sucedidas se
comportam”, afirma Hugo Rodrigues, CCO e COO das agências Publicis Brasil,
Salles Chemistri e Publicis Dialog.
Já a Peralta figurou em primeiro na
categoria “bons serviços de atendimento”. Na edição anterior da pesquisa, em
2010, ela havia alcançado a liderança em seis itens. Para Alexandre Peralta,
fundador da agência, o destaque se deve ao envolvimento da companhia no negócio
do cliente. “Criatividade é importante, mas precisa ser acompanhada de
cumplicidade, que é onde entra o atendimento eficaz”, aponta.
(Propmark)
VEM AÍ O 1º FÓRUM MULHER
A Editora Abril anunciou nesta quinta-feira (16) a realização do 1º Fórum
Mulher, que deve acontecer em novembro deste ano, em São Paulo. De acordo com a
diretora superintendente do núcleo feminino da Abril, Brenda Fukuta, o
principal objetivo do evento é discutir o futuro das mulheres da geração Y no
mercado de trabalho.
O Fórum, segundo ela, deve ter duração de um dia e
será dividido em dois momentos. No primeiro, haverá um debate entre as
gerações. Posteriormente, deve haver uma palestra com convidados internacionais
— que ainda serão definidos. A meta é abordar assuntos como carreira, gestão de
tempo, realização profissional, talento, entre outros.
Segundo Roberto Civita, presidente do conselho de administração
e diretor editorial do Grupo Abril, o evento pretende lançar luz para os
desafios que as mulheres ainda têm hoje, de conciliar carreira, filhos, marido
e cuidados pessoais. "Precisamos discutir como auxiliar essas mulheres e,
com isso, contribuir com o Brasil", avaliou.
Para embasar as discussões, o núcleo feminino da Editora Abril
preparou uma ampla compilação de dados sobre o universo das mulheres, que
apontou as tendências para os próximos 20 anos. Esse trabalho foi coordenado
por Cynthia Almeida e indica, entre outros pontos, que a mulher brasileira
será mais capacitada e estará em mais cargos de liderança. Além disso, também
aponta que a mulher será mãe mais tarde do que é hoje e terá menos filhos.
Também haverá uma mudança na família brasileira, com um grande número de casais
sem filhos. (Propmark)
REVISTAS PROMETEM REAGIR
A retomada do
crescimento do meio revista é a principal meta para 2013 para a Aner
(Associação Nacional dos Editores de Revistas), de acordo com o presidente da
entidade e diretor geral da Editora Globo, Frederic Kachar. Segundo o executivo,
2012 foi um ano bastante desafiador para o mercado, de uma forma geral, muito
por conta de uma clara retração dos investimentos publicitários. Para ele, as
empresas deram um peso maior para o varejo — por conta da desaceleração da
economia e da necessidade de vender mais — e deixaram um pouco de lado as
estratégias para construção de marcas.
Kachar acredita que, por conta disso, houve uma retração que
girou entre 3% e 5%. Para 2013, o executivo está otimista e prevê um
crescimento na ordem de 5%. Ele disse que deve acontecer uma retomada
desses investimentos, já que os anunciantes não podem deixar suas marcas de
lado por muito tempo.
O executivo, que assumiu o cargo de presidente da entidade no
final do ano passado, contou que já está trabalhando para desenvolver
ferramentas que consigam medir de forma tangível o retorno que o meio traz para
o mercado e, assim, diminuir a possível migração das verbas para outras mídias.
Como ponto positivo de 2012, Kachar destacou a evolução da
digitalização das publicações. Ele lembrou que todas as publicações avançaram e
estão encarando esse novo processo como um negócio de marca. “As editoras
entenderam a importância de disponibilizar seu conteúdo para o leitor e fazer
com que ele não fique restrito apenas ao papel”.
O presidente executivo da Abril Mídia, Jairo Leal, também
ressaltou as dificuldades ocasionadas por um crescimento econômico que
não aconteceu, como todos esperavam. “Nós trabalhávamos com um PIB pelo menos
3% maior e acabamos o ano em torno de 1%”. Ele concorda que essa desaceleração
empurrou muitos setores para promoções no varejo, para ofertas de ocasião e
menos para a construção e fortalecimento de marcas.
Leal também lembrou que foi um ano com movimentos atípicos.
“Empresas que tiveram aumento de faturamento de publicidade em contrapartida
viram a audiência média cair. Outras que mantiveram a circulação e até
aumentaram a penetração, segundo o Marplan, como aconteceu com a Abril,
receberam uma parte menor da publicidade”.
O executivo ressaltou ainda que a experiência de 2012 ensina a
ter um otimismo realista, monitorando constantemente os sinais emitidos pelo
mercado. “Para nós, a produtividade sempre será o maior desafio. O objetivo é
fazer mais, entregar melhor, com custos e rentabilidade compatíveis. Também,
como todos, estamos em busca da monetização relevante no digital”.
O presidente executivo da Editora 3, Caco Alzugaray, por sua
vez, reforçou que o mercado vem passando por um momento desafiador e que
deve continuar na mesma linha este ano. Ele acredita que serão períodos
difíceis, mas com excelentes oportunidades para quem conseguir aproveitar.
Alzugaray lembrou que esse cenário é reflexo de um ano apático, da
macroeconomia do país, com crescimento baixíssimo.
O executivo disse também que o meio está passando por um momento
de transformação, em que as publicações estão deixando de ser puramente
impressa para se digitalizar. “É exatamente nessa situação de definição dos
novos caminhos, que quem está perseguindo as lideranças de mercado, como é nosso
caso, tem as maiores oportunidades”.
Já o presidente do IVC (Instituto Verificador de Circulação),
Pedro Martins Silva, destacou que 2012 foi um ano ativo em termos de lançamento
de edições digitais e aplicativos. Ele disse que, no ano passado, a circulação
se manteve estável, mas daqui para frente deve ocorrer uma migração da edição
impressa para a digital, principalmente, nas vendas avulsas, pela própria
facilidade e praticidade. “A meta principal das editoras é fidelizar o leitor
dentro de um novo ambiente”, ressaltou Silva. (Propmark)
DEVER
INADIÁVEL: REPENSAR O USO DA ÁGUA
A água é um recurso vital porque os organismos
vivos são inviáveis sem ela, ao passo que está presente, em maior ou menor
intensidade, em todo e qualquer processo produtivo. Não existe vida, sociedade,
economia nem cultura sem água. Por esse motivo, a água é um bem público e,
sendo também recurso e insumo, possui valor econômico, atributos devidamente
reconhecidos na legislação brasileira sobre recursos hídricos.O desafio dos governos tem sido o de gerenciar o atendimento aos diferentes usos em um quadro no qual a relativa abundância de água no planeta não se traduz em disponibilidade e acesso universal. O cenário atual é de demandas múltiplas e crescentes em função da necessidade de produzir mais alimentos, bens, serviços e energia com reservas de água ameaçadas pelo mau uso nas bacias hidrográficas e pelo comprometimento dos ecossistemas locais. Ademais, apenas 3% de toda a reserva hídrica global são de água doce, distribuída desigualmente entre os países e em suas regiões.
A cooperação entre os países para a resolução dos desafios da gestão da água diante desse estado de coisas foi discutida no International Annual UN-Water Conference (Saragoça, Espanha, de 8 a 10 de janeiro), como parte das atividades do Ano Internacional de Cooperação pela Água (2013). O UN-Water é um mecanismo interagencial que reúne os órgãos das Nações Unidas com atuação nas questões relacionadas à água e ao saneamento. Esses desafios referem-se, afinal, à segurança hídrica.
A segurança hídrica relaciona-se diretamente com as seguranças alimentar e energética, interpondo questões econômicas relevantes. Como compatibilizá-las é uma tarefa ainda em progresso. Sabe-se que essa responsabilidade não pode e não deve ficar unicamente com os governos. As empresas têm capacidade de internalizar diversas ações relacionadas à conservação da água por meio de um uso econômica e socialmente benéfico e ambientalmente sustentável - o Uso Responsável da Água. Os consumidores podem inteirar-se da realidade da água e buscar bens e serviços produzidos de maneira responsável.
Em essência, usar responsavelmente a água significa cuidar daquilo que não nos pertence individualmente e sim a todos indistintamente, enfatizando a responsabilidade coletiva por esse bem público. O uso ambientalmente sustentável favorece a biodiversidade e os processos ecológicos na escala da bacia hidrográfica. O uso socialmente benéfico assegura benefícios de longo prazo, como os econômicos, para a população local e a sociedade como um todo. Isso pressupõe que os grandes usuários aceitem suas responsabilidades pelo gerenciamento sustentável da água em sua cadeia de valor.
Muitas empresas têm utilizado esta abordagem em suas políticas de sustentabilidade. Há exemplos de como conseguir economias e eficiências financeiras melhorando a qualidade do uso da água em toda a cadeia de produção, integrando a empresa aos esforços de conservação dos ecossistemas e inserindo-as na governança da água de maneira proativa. De seu turno, alguns governos nacionais criaram instâncias que cuidam especificamente do uso responsável da água em seu território.
O Brasil tem uma legislação avançada de gestão de recursos hídricos, com princípios, diretrizes e instrumentos que visam a assegurar a disponibilidade de água para os usos preponderantes nas bacias hidrográficas e a minimizar os conflitos pelo uso, dentro de um sistema participativo de gestão e segundo padrões de qualidade definidos em planos diretores de bacia. Ocorre que há um descompasso entre o avanço legal e as capacidades reais para aplicar plenamente os instrumentos, resultando uma consecução apenas relativa dos objetivos do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Todavia, o pioneirismo de alguns agentes privados que reconheceram a importância da agenda da água para seus negócios e para o equilíbrio ecológico não é ainda o bastante para a manutenção do bem-estar e a conservação do recurso em escala global. Tampouco as ações regulatórias em países como o Brasil estão produzindo plenos resultados.
Nesse cenário, o Uso Responsável da Água vem se consolidando como abordagem de gestão privada alinhada às prioridades de conservação ecossistêmica. Um padrão internacional de certificação e verificação está sendo desenvolvido sob os auspícios da Aliança Global pelo Uso Responsável da Água, que reúne instituições com destacada atuação em conservação ambiental e gestão de recursos hídricos. Por meio desse padrão as empresas obterão reconhecimento de mercado às suas práticas de gestão. Está em fase final de preparação o protocolo da certificação, prevendo-se que esta opere dentro de dois anos.
A abordagem de responsabilidade coletiva trazida pelo Uso Responsável da Água vem para mudar a percepção ainda comum de que o “que é de todos a ninguém pertence”. Trata-se de um estímulo de alcance também econômico às empresas que verificadamente cumprirem a agenda de conservação das águas e um desestímulo aos agentes privados que não a promoverem.
O avanço dessa agenda e o seu sucesso dependem de uma estrutura de incentivos adequada aos agentes privados, o que implica ajustes nos marcos regulatórios e a criação de maior conhecimento na sociedade e nas próprias empresas. Depende ainda do desenvolvimento de conhecimento técnico para que seja possível medir de forma confiável as contribuições para a recuperação da qualidade e quantidade dos serviços ecossistêmicos relacionados à água.
Deve-se ressaltar que, do ponto de vista da governança da água e da superação desses condicionantes, o Uso Responsável da Água contribui para a resolução dos conflitos e para os esforços de conservação nas bacias hidrográficas, justamente o que a legislação brasileira de águas preconiza e do que a sociedade precisa para o seu desenvolvimento.
Repensar o
uso da água na perspectiva da sustentabilidade é, antes de tudo e mais nada,
uma oportunidade. ( Artigo de Felipe Bottini, economista e sócio-fundador da Green Domus
Desenvolvimento Sustentável e da Neutralize Carbono (@neutralizeCO2), além de
consultor especial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; e de Silneiton
Favero, especialista em Gestão de Recursos Hídricos, consultor sênior da Green
Domus e colaborador da Aliança Global pelo Uso Responsável da Água.
Encaminhado por Morgana Almeida (morgana@informamidia.com.br, e distribuído pelo Portal da Propaganda )
Encaminhado por Morgana Almeida (morgana@informamidia.com.br, e distribuído pelo Portal da Propaganda )
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