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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

GRUPO PETRÓLOLIS VAI À LUTA


Segunda maior cervejaria brasileira, que fechou o ano de 2012 com 11,17% do mercado – segundo dados do Nielsen, que aponta a Ambev na liderança (68,18%), Brasil Kirin (ex-Grupo Schincariol, com 10,38%) em terceiro e Heineken (8,72%) na quarta posição –, o Grupo Petrópolis espera se consolidar na vice-liderança de mercado nos próximos dois anos.

Tem planos arrojados para suas duas principais marcas de cerveja, Itaipava (hoje na quinta posição do ranking, que tem Skol e Brahma nas duas primeiras colocações e Antarctica e Nova Schin pouco à frente dela) e Crystal, além de dobrar a verba de marketing para 2013. Segundo Douglas Costa, diretor de marketing e relações com o mercado da companhia, o montante passará dos R$ 172 milhões investidos no ano passado para R$ 360 milhões. Nesta entrevista, o executivo fala ainda sobre as ações do energético TNT, uma outra importante marca do grupo.

O Grupo Petrópolis ocupa, há quase dois anos, a vice-liderança do mercado brasileiro de cervejas, segundo dados do Nielsen. Quais são os planos da companhia para os próximos anos, considerando-se que a distância para o líder é muito grande?


Já em 2013, teremos uma situação diferente do que no anterior. Em maio ou junho, iremos inaugurar mais uma unidade fabril, em Alagoinhas, na Bahia. O que fará com que tenhamos um crescimento em volume. A projeção é de 20% de aumento, contra 13% que tivemos em 2012. E, em 2014, devemos inaugurar outra fábrica, em Itapissuma, Pernambuco.

 

Daí existe aquela lógica – “plantas novas, mercados novos”. Que deve trazer para nós ganhos não só em produção, mas também em market share. Com isso, o objetivo é, em dois anos, ver nosso share entre 13% e 14%, consolidando-se na segunda posição.

 

Alagoinhas abriga também uma grande fábrica de um concorrente que briga diretamente pela segunda posição com vocês – a Brasil Kirin (ex-Grupo Schincariol). Isso pesou na escolha do local da implantação da fábrica?


Não. São outros dois fatores que impulsionam esse local. Primeiro a questão do suprimento de água, recurso que a região tem em abundância. Água, todos sabem, é a grande matéria-prima da cerveja. E também a localização dentro do Estado da Bahia, que permite um bom escoamento da produção. Tem ainda o fato da disponibilidade de terreno no local.

 

O Nordeste é a região que mais cresce no Brasil, principalmente por conta da nova classe média brasileira. Isso explica duas fábricas no local em tão curto espaço de tempo?


Sim, é o segundo maior mercado consumidor do país e tem um aumento no consumo per capita – realmente por conta da Classe C – na casa dos dois dígitos. E não só nas capitais como também nas cidades do interior dos Estados, muitas delas com 100 mil, 200 mil habitantes. Temos que estar presentes na região.

 

Falando não apenas de grupo, mas de marcas, até onde podem chegar Itaipava e Crystal, as duas principais cervejas da companhia?


Crescemos, nos últimos anos, na proporção de 60% para Itaipava e 40% para Cystal. E no Nordeste, por meio de diversas pesquisas que realizamos, conseguimos detectar uma forte ansiedade por parte dos varejistas e consumidores, especialmente pela Itaipava.

 

O nosso objetivo é que a marca ultrapasse a Nova Schin e ocupe a quarta posição do mercado nacional em dois anos. Creio que por meio das novas fábricas na região é possível também encostar na Antarctica, a terceira cerveja do mercado. Até porque, o grande desempenho deles é no Rio de Janeiro, principalmente a região metropolitana do Estado, onde fecharam 2012 com 45,2% de share. E onde nós somos vice-líderes, com 20,6%.

 

O principal mercado do Grupo Petrópolis ainda é o Rio?


Sim, seguido por São Paulo, mas por causa de Itaipava, nosso carro-chefe. Para Crystal, os locais prioritários são interior de São Paulo e Centro-Oeste do país.

 

A verba de marketing da companhia também irá subir com esse novo momento de 2013?


Muito. Investimos R$ 172 milhões em patrocínios, publicidade e outros meios em 2012. E estamos programando R$ 360 milhões para 2013. Também iremos qualificar mais nossa compra de mídia. Estávamos ausentes da TV Globo, e isso deixa as marcas um pouco fora do mercado.

 

Vamos investir mais pesado na emissora e também em outros veículos da TV Aberta, aumentando a verba destinada ao meio.

 

E as outras plataformas?


Estávamos fora da mídia exterior, que também iremos abranger, e seremos também mais atuantes no rádio. Em relação aos patrocínios, outra plataforma de destaque do grupo, fizemos um pente fino, enxugamos e resolvemos diminuir a quantidade para priorizar a qualidade.

 

Isso vale para o “Team TNT”, grupo de atletas patrocinados pelo nosso energy drink. Por exemplo, hoje temos menos pilotos de automobilismo, mas em compensação patrocinamos a Ferrari na Fórmula 1 e seus dois pilotos, Fernando Alonso e Felipe Massa, estão entre nossos atletas. Assim como os lutadores de MMA Júnior Cigano e José Aldo, a patinadora Fabíola da Silva, e outros nomes de destaque.

 

Além dos dois lutadores, hoje destaques no UFC (Aldo é campeão dos penas e Cigano era o detentor do cinturão dos pesados até o final do ano passado), vocês também estão apoiando a modalidade. É o esporte da moda no Brasil também para os patrocinadores?


É realmente um público bem interessante para trabalharmos. Quando falamos em marketing esportivo, seguimos três caminhos: um é a própria Ferrari, que abrange posicionamento e qualificação de marca em um nível muito alto; depois temos os atletas, quase todos de esportes radicais, onde trabalhamos com um público jovem e fazendo ativações e gerando conteúdo para a web; e o UFC, que conversa diretamente com o público do energético.

 

A modalidade, mesmo não aparentando, deixou de ser caracterizada como violenta. É um esporte de luta completo, e superou até o boxe em audiência. Ficamos impressionados com o retorno de mídia dos primeiros eventos que patrocinamos, agora em 2013. Também iremos apoiar a edição deste ano do TUF Brasil (The Ultimate Fighter), o reality show da modalidade, que será transmitido pela Globo a partir de março.

 

O grupo também está entrando no futebol, com a Copa do Brasil e Campeonato Gaúcho. Tem alguma relação com os grandes eventos mundiais que o Brasil irá sediar, apesar de serem campos que já contam com o patrocínio da Ambev?


Fechamos também a transmissão do Campeonato Brasileiro com a Band por dois anos. O futebol é mesmo bem blindado, principalmente pela forte presença da Ambev, seja nos torneios da Fifa ou no patrocínio da Globo.

 

Mas diferente do UFC ou esportes radicais, onde trabalhamos com um energético, é o esporte que conversa diretamente com o consumidor de cerveja. Não vamos bater de frente com nosso concorrente em alguns pontos que exigem um investimento altíssimo. Mas iremos trabalhar onde tivermos oportunidades.

 

E na Copa das Confederações e Copa do Mundo, onde essas oportunidades são mais escassas?


Em paralelo a esses eventos, temos a Copa do Brasil. Lógico que está longe de ser a mesma coisa, mas os grandes torneios mundiais potencializam o consumo de cerveja. Então precisamos estar ligado ao esporte no Brasil.

 

Se não podemos trabalhar dentro dos eventos, temos uma série de oportunidades onde podemos investir em relação ao consumo. É uma minoria que estará dentro dos estádios. Segundo o Nielsen, 90% do consumo de cerveja durante a Copa ocorre dentro de casa, onde a maioria assiste aos jogos.

 

E quanto aos grandes shows internacionais, outro campo onde o Brasil tem se destacado recentemente? Existe alguma plataforma musical ligada à cervejaria?


Estamos avaliando, pois é uma plataforma muito interessante. Mas é algo que tem que ser bem dimensionado. Pois os custos são altos e, se não forem bem calculados, o retorno pode não vir. Mesmo sendo um campo onde esse retorno é mais de imagem do que de venda, exige muito estudo.

 

Este ano, já tivemos uma presença mais ampla no Carnaval. Fizemos ações junto às escolas de samba do Rio, caso da Salgueiro, onde estivemos presentes em sua quadra – que é até um famoso ponto turístico da cidade –, durante os ensaios. Lançamos latas temáticas de Itaipava. E patrocinamos três dos mais tradicionais camarotes de Salvador, também com a marca – Marta Góes, Axé Bahia e Daniela Mercury –, além do trio elétrico Dodô e Osmar. Foi um ensaio para avaliarmos o quanto estaremos mais fortes nos próximos carnavais.

 

Como você avalia o trabalho com a Y&R, que completa um ano em março?


Muito bom. Diria que a relação entre agência e anunciante é um casamento, e estamos namorando, ajustando pontos, adequando a cultura entre as duas pontas. Mas a primeira avaliação é que passamos a transitar em um nível diferenciado de imagem, junto a um rol de marcas onde precisamos estar. Pois nossos produtos possuem potencial, qualidade e distribuição eficiente. E começam a ter mais status, agora. Itaipava se sobressai, TNT nos surpreende cada vez mais.

 

Surpreende até os consumidores, pois muitos perguntam se somos licenciados de uma marca americana, nem imaginam que se trata de uma marca brasileira, até pela agressividade do marketing. Ao contrário, nós que levaremos o energético para o exterior, começando agora em março pela Alemanha e, depois, estendendo para outros países da Europa e Estados Unidos. E em relação à Crystal, estamos em processo de evolução. A campanha “Plano C” serviu para resgatar a imagem da cerveja, e sua segunda fase irá consolidar este movimento.

 

Quais as ações previstas em relação às marcas premium Petra, Black Princess e Weltenburger? É perceptível um aumento do interesse do público pelas importadas, artesanais e outros produtos diferenciados.


É um mercado interessante e que vem crescendo. E é qualificado, já que a cultura cervejeira começa a ser disseminada no país por meio das marcas especiais. Cultura essa que faz com que o produto não seja visto pelo viés do álcool. Mas possui um volume bem baixo.

 

Chega somente a 4,5% do mercado de cervejas no Brasil. E por isso, é relativamente oneroso, pois não é só fabricar o produto – é preciso ter um copo adequado para cada tipo de cerveja, comunicar no ponto de venda. Irá crescer mais no futuro, e daí exigirá mais ações por parte dos fabricantes.

 

Também aposta em crescimento para o mercado de cervejas em geral?


Sim, vai se aquecer principalmente agora, com os dois grandes torneios esportivos mundiais, conforme falei anteriormente. Em 2012, o setor ficou estagnado no país. O que precisamos analisar é como o efeito da Lei Seca, agora bem mais rigorosa, poderá afetá-lo. Claro que a fiscalização ao álcool é importante, mas deveria existir também uma maior educação aos consumidores, não apenas punição. Acredito que teremos um aumento do consumo dentro de casa e, com isso, um volume maior de venda por parte das embalagens descartáveis.

 

Isso mudaria o carro-chefe das cervejarias brasileiras, que é a garrafa de 600 mililitros?


Ainda não. A garrafa de 600ml ainda é prioridade no Brasil. Mas falando pelo Petrópolis, hoje temos um desempenho muito bom em long neck e lata. Em long neck, aliás, somos líderes no país. Em lata estamos em terceiro, atrás de Skol e Brahma.

 

E como você vê as restrições que tentam impor ao setor, como na publicidade?


Acho que temos que estar sempre atentos a isso. Principalmente nós, uma companhia que está em franco crescimento e que precisa usar a comunicação para construção de marca. Para isso que nós e as outras três grandes cervejarias do país – Ambev, Brasil Kirin e Heineken – fundamos, no ano passado, a CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja), uma entidade que pretende fazer um trabalho de educação e mostrar que este é um importante setor para a economia brasileira, gerando empregos e divisas para o país. E qualquer movimento mais agressivo de restrição afeta todo o mercado. (Propmark)

 

OS PERIGOS DE SE CONFIAR NO ACASO

Esta é uma propensão que inibe o homem no sentido de tomar determinações oportunas e felizes, com parti­cipação ativa de seu esforço e aptidões. Atraído pela parte artifi­ciosa do acaso, prefere confiar em temerários desenlaces, que poucas vezes acabam sendo favoráveis.

Pode-se perceber quanta ilusão, ingenuidade e insensa­tez convivem na pessoa que assim se conduz.

A impossibilidade de conquistar pelos próprios meios o que se deseja, seja por incapacidade, seja por desproporção entre as ambições e as aptidões para alcançá-las, é geralmente a causa desta propensão no homem, cuja mente começa a ativar-se com a ideia de que o acaso pode satisfazer seus desejos, solucionar seus problemas ou convertê-lo da noite para o dia em privilegiado da fortuna. Desta atitude ilógica nasce o que leva tantas pessoas a correr incansavelmente em busca do sugestivo feitiço da sorte.

Quem confia no acaso põe nisso boa parte de especula­ção, pois tende a fazer o menos possível em favor de suas necessidades ou aspirações. É isso o que mostra quem realiza uma operação comercial sem um prévio e criterioso exame dos problemas que essas questões envolvem, e sem assegurar-se da forma de enfrentar eventuais reveses; quem empreende uma longa viagem sem colocar seu veículo em condições; quem pretende sair de uma enfermidade sem fazer de sua parte nada para dela se livrar; quem empresta ou compromete valores, confiando em que haverão de se multiplicar prodi­giosamente; quem confia no jogo para remediar suas precárias economias.
 

A confiança no acaso submete o indivíduo a situações de aperto


Sua vida é insegura, ameaçada pela impre­visão, pois sob o fascínio do acaso ele chega a arriscar tudo, sem pensar nas consequências. Nem as aflições nem a realidade mais convincente curam a pessoa de sua cândida tendência, porque sempre ensaia alguma justificativa, a modo de consolo, para atenuar seu erro. Quantos fracassos, quantos desenganos ela precisa experimen­tar para chegar ao epílogo de sua equivocada conduta.

Para evitar que esta propensão se converta, com o tem­po, em força psicológica dominante, aconselhamos esperar tudo da própria capacidade. Recorde-se que o futuro jamais deve ser deixado nas mãos do acaso, pois com isso se corre o risco de anular as próprias possibilidades.

Confiar em si mesmo, eis aí a chave. Confiar em si mesmo sem recorrer jamais a uma aparente
 (Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol) Trechos extraídos do livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, p. 195)

TEM NOVIDADES NA GETTY IMAGES

A coleção Contour Style, da Getty Images, conta agora com uma nova página para facilitar as buscas pelas melhores imagens de beleza, moda e estilo de vida. O objetivo é aumentar sua base de consumidores na compra de fotos com temas sofisticados para editoriais ou comerciais a partir de consultas claras e acessíveis. 

Pelo segundo ano consecutivo, a Contour Style, que pode ser acessada no site: www.gettyimages.com/contourstyle, complementa a variada e exclusiva coleção de imagens posadas de celebridades oferecidas pela Contour. Para ambas o ano passado foi de sucesso com a inclusão do material de renomados fotógrafos como Greg Gorman, Ken Regan, Christophe Jounay e Michel Haddi. 

INTELIGÊNCIA NA PALMA DA MÃO

Foi em um mercado com 174 milhões de linhas de celular que em 2009 nasceu a Kanamobi, uma empresa que oferece serviço de inteligência em mobile marketing orientada a resultado. Comandada por Cristiano Kanashiro, com mais de 14 anos de experiência no mercado publicitário, telecomunicações e tecnologia, hoje, ela atua em um cenário ainda mais favorável.

Segundo pesquisas,  já são mais de 260 milhões de linhas pelo Brasil, sendo 18% delas usadas em smartphones, um número que vem crescendo a cada ano. Somando a isso, as operadoras de telefonia estão investindo fortemente para possibilitarem o acesso à internet móvel no Brasil, onde 80,53% dos usuários hoje usam o sistema pré-pago.

Quando iniciou suas atividades, a Kanamobi atuava como consultoria para agências digitais e tradicionais com o objetivo de introduzir e desenvolver projetos mobile.

Em 2010 veio sua primeira mudança, deixou de ser apenas consultoria e passou a ser uma empresa de mobile marketing e atingiu um faturamento próximo R$ 2 milhões. Mas foi em 2012 que a Kanamobi teve sua grande mudança. Com a chegada de um novo membros para o board Gustavo Luveira (ex- Red Cube e fundador da Brands Lounge), como Sócio e Diretor de Marketing, que ela se tornou uma empresa de Inteligência em Mobile Marketing com foco na mensuração dos resultados e encerrou o ano com faturamento de R$ 3,2 milhões.

Foi em 2012 também, que desenvolveram um modelo inovador de negócio reforçando seu posicionamento orientado a resultado, e se tornaram a primeira empresa no Brasil a aplicar para o mercado de mobile o formato de Performance: desenvolver campanhas para venda de produtos e serviços dos anunciantes e serem remunerados pelo resultado final.

Hoje, a empresa atribui seu crescimento consistente ao fato de ter criado uma estrutura direcionada a apresentar resultados aos seus clientes. Isso porque trabalham com um alto nível de inteligência em pesquisa, definindo perfis dos usuários e consumidores para otimizar e potencializar resultados. Todos os projetos contam com uma equipe de gerenciamento altamente capacitada, que trabalha sempre apresentando tendências e inovações aos projetos e campanhas. Outro grande diferencial é o fato de desenvolverem produtos e aplicações diretamente com as operadoras.  Detalhes: www.kanamobi.com.br (11) 4063-2943

RBS VENDE CANAL RURAL


 


O Grupo RBS assinou, na semana passada, a venda do Canal Rural para a J&F Investimentos. O anúncio do negócio foi no último dia 20. O Canal Rural é a principal emissora de televisão especializada no agronegócio. A estratégia da J&F é investir em empresas com potencial de crescimento e, ao mesmo tempo, estreitar sua relação com o agronegócio, já estabelecida por meio de suas empresas.


 

De acordo com Humberto Farias, diretor de novos negócios da J&F, por ser uma companhia fechada, o valor do negócio não é divulgado. Farias conta que a J&F costuma “olhar” ativos que a empresa acredita que tenham condições de agregar valor aos negócios do grupo, seja pelo alinhamento estratégico e posicionamento empresarial ou porque acha que tem condições de gerar mais valor.

 

“Neste caso específico, a gente olhava para o Canal Rural e via que era o melhor ativo do nicho onde está posicionado, tinha bom management e podia valer mais ainda nas nossas mãos porque estava num contexto estratégico”, conta Farias. “Já na RBS não tinha esse alinhamento estratégico. Nosso grupo nasceu no agro, temos várias outras empresas ligadas ao agronegócio. Nós temos muita interação com o setor. Nossa visão é que este ativo aqui pode ter mais valor”, explica.

 

Mesmo sem experiência em televisão, o diretor de novos negócios da J&F conta que só compraram o Canal Rural porque tem um bom management. “Não conhecemos o negócio em televisão, mas a diretoria atual conhece. Vamos manter a mesma equipe”, adianta. O diretor-geral do Canal Rural continua sendo Donario Lopes de Almeida e a equipe permanece a mesma. “Não temos nenhum plano de redução. Pelo contrário. Ainda temos um período de transição que pode chegar a um ano”, destaca.

 

Farias conta ainda que o canal segue sendo uma empresa independente. “Entendemos que o ativo do Canal Rural é justamente a sua independência”, diz. “Não olhamos como um negócio de mídia clássico, mas pela aderência enorme ao nosso posicionamento empresarial. O canal continua sendo independente na linha editorial”, reforça ele.

 

A J&F afirma que não pretende adquirir outros veículos de mídia. A empresa investe em vários setores da economia como a JBS, maior processadora de proteína animal do mundo; a Vigor, de produtos lácteos; a Flora, de cosméticos e limpeza; a Eldorado, de celulose; o Banco Original, que é uma  instituição financeira voltada ao agronegócio; a Oklahoma e a Floresta Agropecuária, do setor de agronegócios. Atualmente, a J&F reúne cerca de 150 mil colaboradores, responsáveis pela produção e comercialização de 50 marcas. A proposta do grupo é encontrar oportunidades de investimento e profissionalizar a gestão das empresas.

 

O Canal Rural, considerado o mais importante meio de comunicação dirigido aos produtores rurais e profissionais do setor, tem grande audiência no segmento, com aproximadamente 110 milhões de telespectadores potenciais, principalmente através de antena parabólica. O Canal Rural foi criado pelo Grupo RBS há 16 anos. É pioneiro e líder na transmissão de leilões, cobrindo mais de 400 eventos por ano em todas as regiões do país.

 

É, hoje, uma abrangente plataforma de comunicação, incluindo mídias como TV, internet e mobile, além de promover eventos, oferecer capacitação profissional por meio de MBAs e telecursos. Além da programação jornalística com cobertura nacional das atividades ligadas ao agronegócio, o Canal Rural oferece soluções de comunicação para empresas e marcas que precisam interagir com o setor.

 

Segundo Eduardo Sirotsky Melzer, presidente-executivo do Grupo RBS, com a venda do Canal Rural, o foco de investimentos e expansão do Grupo RBS será nos veículos de comunicação no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e, nacionalmente, os negócios digitais e a educação executiva.

 

Na visão de Melzer, dentro da estratégia de expansão da RBS, o Canal Rural, mesmo sendo um ativo importante, deixou de ser prioritário. “A oferta da J&F, reconhecida pela visão de longo prazo para o desenvolvimento do meio rural, veio ao encontro dos objetivos de ambos os grupos”, afirmou ele. (Propmark)
 

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