Há muitos prognósticos sobre as novas fronteiras do digital, mas para
Alan Moss, vice-presidente de vendas do Google para as Américas, a essência do
marketing continua a mesma: “Ela continua sendo sobre conectar pessoas a marcas
e sobre guiar vendas”.
Segundo o executivo, a grande vantagem hoje são as ferramentas
disponíveis com o ecossistema digital, que permitem alto nível de eficiência,
mas também a criação de engajamento e de interação. Em entrevista ao propmark,
Moss fala sobre como o Google vê a tecnologia aplicada à publicidade, a
expectativa da companhia com o crescimento de mobile e porquê as marcas devem
compreender o poder do digital.
Tecnologia
“A tecnologia tem muitas dimensões. Ela realmente traz eficiência, mas oferece muito mais. Uma delas, do ponto de vista do anunciante, é a habilidade de medir os benefícios para o negócio, ter maior retorno para os investimentos. Eu acredito, francamente, que o Google e sua máquina de buscas são uma grande parte desse novo aspecto da tecnologia aplicada à publicidade.”
“O segundo benefício é a habilidade que ela trouxe ao anunciante de
mudar rapidamente o curso de uma ação. Isso traz eficiência. Os anunciantes
precisam ver o retorno dos seus investimentos, a performance de seus anúncios,
o alcance de sua audiência. Mas outro ponto acerca da tecnologia é sua
capacidade de promover engajamento e interação. Tecnologia é acerca de
investimentos e retorno, mas também sobre engajamento com marcas que as pessoas
amam e a habilidade de mudar rápido se preciso.”
Desafios
“Vejo as melhores companhias em situações desafiadoras, como quando separam
o departamento de gerenciamento de marca e o de marketing digital. Os dois
talvez reportem para o mesmo chief marketing officer ou não. Mas o que tentamos
fazer é trazê-los para trabalhar em conjunto. Porque sabemos que tais áreas não
são independentes.”
“A marca, o awareness, seu posicionamento: sabemos que o digital pode
ajudar a conectar todas essas pontas, que esses dois mundos precisam estar
interligados de um modo mais holístico. TV é uma grande ferramenta para gerar
demanda, mas o YouTube acelera o alcance da audiência e gera 50% mais recall
para uma marca quando ela está não em uma, mas em quatro telas.”
Mobile
“Todos temos aparelhos mobile conosco. No último ano, o número de
celulares no mundo excedeu o de desktops. Os telefones que tínhamos nos anos 90
não se comparam aos atuais, transformados em computadores super potentes e que
carregamos conosco para todos os cantos. Eles têm buscadores poderosos e estão
gerando demanda.”
“Se estamos perdidos, esperamos que o Google Maps nos ajude a chegar a
nosso destino. Se estamos em uma loja e encontramos algo que gostamos, mas não
estamos seguros sobre o preço, fazemos uma busca e checamos se o valor é justo
ou não. É a esfera imediata do mobile. Há uma explosão no número desses
aparelhos e eles são muito viciantes. Antes de ter um smartphone eu não
esperava ter serviços à mão como tenho hoje. Agora ele é um dispositivo pessoal
que sabe muito sobre mim.”
Negócio
“Nós definitivamente encorajamos anunciantes e companhias a reconhecerem
que essa é uma importante e gigantesca plataforma que está explodindo
globalmente. Eu acredito que o Brasil é um lugar muito especial para o mobile.”
“Há alto nível de utilização,
está crescendo a adoção de aparelhos de alta performance e as pessoas realmente
estão vivenciando esse tipo de experiência. Se você é um anunciante e não tem
um bom site mobile é como se tivesse sua loja fechada por um ou dois dias
durante a semana. Isso não é estar aberto a fazer negócios porque as pessoas não
serão capazes de encontrá-lo quando procurarem por você.”
Receita
“Não pensamos do ponto de vista de receita [ao lançar novas soluções
para mobile], mas sob o aspecto de experiência do usuário. A trajetória de 13
anos do Google nesse negócio mostra que se você proporciona uma boa experiência
para o usuário você terá receita relevante — e isso não será diferente no
ambiente mobile.”
“ Há muitos prognósticos acerca de quanto geraremos de receita em outros
dispositivos onde estamos além do desktop, mas estou quase certo de que mobile
é uma plataforma importante não apenas para nós, mas também para os usuários e
para as companhias que estão tentando atingir seu target nesses dispositivos.”
Fim do banner
“Não descontinuamos formatos de banners. Talvez recomendemos às marcas
que deixem de utilizar determinado formato que não seja mais eficiente. Quando
você pensa em oferecer diferentes possibilidades para o anunciante você não
pensa sobre formatos de banner. O anunciante precisa pensar sobre o seu target.
Pensamos holisticamente quanto a criar awareness, demanda e sobre como capturar
isso.”
Marketing
“O objetivo do marketing não mudou com a publicidade online. Ele
continua sendo sobre conectar pessoas a marcas e sobre guiar vendas, mas as
ferramentas disponíveis hoje nos dão grande vantagem. Com a tecnologia do
digital, somos facilmente capazes de ter resultados mais precisos sobre quem
viu um anúncio, quantos clicaram e se alguém chegou a comprar o produto
anunciado.”
“As ações são inacreditavelmente mais passíveis de mensuração
hoje. Ferramentas tradicionais, na melhor das possibilidades, estimaria, dentro
de uma amostra populacional, quantas pessoas viram um anúncio. No digital não
temos estimativas. Você sabe todos os dias quem viu sua peça, qual a porção
precisa de pessoas clicaram no seu banner e quantas de fato compraram o seu
produto.”
O futuro
“Estamos vendo o futuro que pensamos tornar-se realidade. A velocidade
com que as mudanças estão ocorrendo é fenomenal. Definitivamente o Google
deseja fazer com que a web funcione tanto para consumidores quanto para fazer
negócios. Você vê de forma recorrente melhorias nos produtos da companhia, como
o Google Chrome, um buscador de alta performance que me fez ficar bastante
impaciente sobre o desempenho dos outros disponíveis hoje. Acredito que os
consumidores podem continuar olhando para o Google como uma companhia que
desafia os limites da tecnologia para melhorar a vida das pessoas.”
Motorola
“Estamos muito entusiasmados com a aquisição da Motorola Mobility
[compra anunciada em dezembro de 2011 e aprovada em maio por autoridades
antitruste da Europa, dos EUA e da China], uma companhia que tem atuado por
anos no mercado de mobile e que agora está conosco para guiar o desenvolvimento
de inovação em plataformas móveis. Não há muita informação disponível,
especialmente sobre casos envolvendo grandes acordos e lançamento de produtos.
As pessoas verão muita inovação, não apenas em tecnologia para novos produtos,
mas no que se refere à tecnologia para os anunciantes também.”
Google+
“Estamos testando algumas oportunidades de anunciar no Brasil, com o
‘Hangout on Air’. O nível de aceitação tem sido alto, mais do que satisfatório.
Em abril, a Claro patrocinou a conversa entre Ronaldo e Marco Luque [para
divulgar a tecnologia 3G Max, a primeira marca no país a utilizar o recurso]. E
isso é o mais interessante: as pessoas não sabiam claramente que era
publicidade porque ela estava conectada à informação. Essa é a beleza.
Publicidade boa acontece quando a marca oferta valor e informação para os
consumidores e não age como alguém que está gritando para você acerca de produtos.
Porque talvez você não os vá ouvir assim.” (Propmark)
O PROGRAMA DE
TV MAIS BUSCADO
Quais foram os termos mais procurados em 2012? Que segmentos foram mais
populares? Qual foi o evento mais importante? Os principais fatos? O
Google divulgou nesta quarta-feira (12) o relatório Zeitgeist — que significa
"espírito do tempo" —, onde responde a todos estes questionamentos e
mostra um panorama de tudo o que foi buscado neste ano, globalmente e dividido
entre países.
O estudo contabiliza 1,2 trilhão de buscas, e foi mostrado ao público acompanhado
de umvídeo de retrospectiva
deste ano. Zeitgeist significa "espírito do tempo".
O relatório traz os mais buscados em
números reais, os termos que mais se destacaram em 2012 em relação a 2011
e uma divisão por país e segmento (esportes, artistas, etc.). Além da
segmentação por nicho, a pesquisa ainda traz dados curiosos como buscas com a
pergunta “o que é” (Como em “O que é ecossistema?”, termo mais buscado no
Brasil), “como fazer” e outros.
O termo mais buscado no Google neste ano foi Whitney Houston. A cantora
americana faleceu em fevereiro deste ano. Logo depois está a sensação
"Gangnam style", música do sul-coreano Psy, enquanto figura na
terceira posição o furacão Sandy, desastre natural que assolou os Estados
Unidos.
Um fato que não pode passar despercebido é a presença do termo “BBB 12”
no Top 10 global. O reality show da Globo é o segundo termo mais buscado no
Brasil, atrás de “Face” (apelido comumente usado para o Facebook), e também é o
programa de TV mais buscado no mundo todo. Ainda entre os dez termos mais
buscados estão o iPad 3 (4º), o jogo Diablo 3 (5º), a primeira-dama do Reino
Unido Kate Middleton (6º), os Jogos Olímpicos de 2012 (7º), a canadense Amanda
Todd, que se suicidou por causa do cyberbullying (8º), e o falecido ator
Michael Clarke Duncan (9º).
O relatório completo ainda divide o estudo por tópicos de pesquisa. Em
Imagens, o líder das buscas foi a banda One Direction; entre os atletas, venceu
o jogador de basquete Jeremy Lin; o furacão Sandy foi o termo mais buscado em
Eventos, lembrando que o Google fez um mapa de crise da tempestade natural que
assolou os EUA; "Jogos vorazes" foi o filme mais buscado; em
eletrônicos, batalha entre Samsung e Apple com o iPad 3 em primeiro e o Galaxy
S3 em segundo lugar; e finalmente em Televisão, domínio brasileiro:
"Avenida Brasil" em segundo, atrás do já citado "Big Brother
Brasil".
Marcas mais buscadas
Um dos itens no levantamento do Google mostra as marcas mais buscadas no
Brasil. O que se percebe na lista do Top 10 é a presença massiva de empresas
que possuem vendas pela internet, que respondem a seis das dez primeiras
posições. As companhias aéreas também se destacam, com duas representantes. Em
ordem, as dez marcas mais buscadas foram Mercado Livre, Casas Bahia, Correios,
Americanas, Netshoes, Pontofrio, Magazine Luiza, TAM, Vivo e Gol. (Propmark)
ZUCKERBERG
ADMITE TROPEÇOS, MAS FOCA O MOBILE
Diante de uma queda vertiginosa de suas ações desde o IPO
(Initial Public Offering, a abertura de capital no mercado financeiro) e do
pleno foco global na nova geração de smartphones liderada por Samsung e Apple,
o fundador e ceo do Facebook, Mark Zuckerberg, veio a público para ressaltar
que a companhia apostará muito forte no mercado mobile, mas não
irá conceber um aparelho próprio.
O executivo também admitiu a posição falha do Facebook no
segmento no último semestre, mas ressaltou que virou o canhão da empresa nessa
direção. “Não há dúvidas que demos diversos passos errados nisso. Mas mudamos e
hoje somos uma companhia mobile”, afirmou o executivo ao Advertising Age.
De acordo com o ceo, o principal engano teria sido reunir
esforços em uma plataforma web para estes aparelhos, em vez de aplicativos
próprios para iOS e Android. “As pessoas subestimam o quão bem
estamos evoluindo em mobile. Já sabemos que este tipo de consumidor acessa mais
a rede social do que os provenientes dos desktops”, explicou Zuckerberg, que
comparou o mercado de celulares com a publicidade na televisão.
O fundador da rede social também rechaçou qualquer boato sobre
um telefone próprio de sua marca, argumentando que em vez de trazer 10 ou 20
milhões de usuários para sua base, quer levar a base do Facebook para todas as
plataformas e aparelhos. Entretanto, ele confirmou que existe um time de sua
empresa focado no mercado de buscas, o que pode gerar uma nova frente ao rival
Google. A fala de Zuckerberg influenciou na cotação das ações do Facebook, que
já perderam 50% de seu valor desde o IPO. A alta pós-discurso chegou a 3%. (Propmark)
TRANSISTOR 3D É FABRICADO
NO BRASIL
(Texto de Karina Toledo, disrribuído pela Agência FAPESP) – O surgimento de um
novo tipo de transistor, conhecido como FinFET ou transistor 3D, poderá
revolucionar a eletrônica e abrir caminho para uma nova geração de
computadores, smartphones, tablets, televisores e outro
equipamentos com maior capacidade de processamento e de memória, porém menores
e mais leves.
Um grupo de
pesquisadores coordenado por João Antônio Martino, da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (USP), conseguiu, pela primeira vez no Brasil,
desenhar e fabricar um protótipo do gênero.
O anúncio foi feito
nesta quarta-feira (12/12), durante o evento “Fronteras de la
Ciencia – Brasil y España en los 50 años de la FAPESP.
O simpósio integra as
comemorações dos 50 anos da FAPESP e reúne, nas cidades de Salamanca (10 a
12/12) e Madri (13 e 14/12), pesquisadores do Estado de São Paulo e de
diferentes instituições de ensino e pesquisa do país ibérico, em uma
programação intensa, diversificada e aberta ao público.
“Todos os
equipamentos eletrônicos possuem um circuito formado por transistores
interligados para um determinado fim. Quanto melhor o transistor, melhor o
circuito, ou seja, maior é sua capacidade de processamento e de memória”, disse
Martino à Agência FAPESP.
Formado basicamente
por silício – que atua como base semicondutora –, metal e isolantes, esse
componente eletrônico serve para amplificar ou interromper sinais elétricos.
Os modelos
tradicionais são montados e interligados de forma horizontal, deixando portas
para a passagem da corrente elétrica apenas na face superior. Já os do tipo
FinFETs, além de consideravelmente menores, são dispostos na vertical.
“Além de permitir
colocar mais transistores na mesma área de silício, a disposição vertical
possibilita colocar portas para a passagem de corrente elétrica nas duas
laterais e na parte de cima. Isso mais do que dobra a capacidade de
processamento”, disse Martino.
Grupos de pesquisa de
diversos países têm se dedicado na última década a desenvolver a tecnologia
para a fabricação desses componentes. Em 2012, a Intel lançou a linha de
processadores Ivy Bridge, primeiro produto comercial que conta com transistores
3D.
“Agora, o Brasil
também domina essa tecnologia. No mês de novembro, conseguimos fabricar os
primeiros FinFETs totalmente desenvolvidos no país”, disse Martino.
A pesquisa contou com apoio da FAPESP e parceria de cientistas da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e do Centro Universitário da FEI.
O Projeto Temático
teve início em 2009, mas antes disso o grupo já vinha estudando o funcionamento
de transistores 3D fabricados no exterior.
“Primeiro era preciso
entender seu comportamento elétrico. Depois investigar como ele reagia diante
de condições especiais, como altas temperaturas, baixas temperaturas ou
radiação. Isso tudo para descobrir quais eram as aplicações possíveis para esse
tipo de componente. Só então começamos a tentar fabricá-lo”, contou Martino.
Parceria com
indústria
Agora, o objetivo é
iniciar um novo projeto para tentar aperfeiçoar o protótipo brasileiro, que tem
50 nanômetros (nm) de largura, 100 nm de altura e 1.000 nm de comprimento. Para
ter um parâmetro de comparação, um fio de cabelo tem espessura aproximada de
80.000 nm.
“Ainda é uma versão
simplificada, com apenas três camadas. Os circuitos da Intel têm entre 15 e 20
camadas. Mas, a partir desse protótipo, podemos evoluir até onde for
necessário”, disse Martino.
As camadas, explicou
o pesquisador, determinam o layout dos materiais que compõem o transistor. “A
mistura de semicondutor, metal e isolante forma um transistor. Para dar o
desenho e definir onde cada um fica, usa-se a máscara, processo fotográfico
bastante sofisticado e caro.”
A simplificação desse
processo, explicou Martino, foi necessária para obter os primeiros
dispositivos. “Não tenho conhecimento de nenhum outro grupo que tenha feito um
transistor com tamanha complexidade e um número tão pequeno de máscaras. Isso
também é difícil”, disse.
O próximo passo,
segundo o pesquisador, é aperfeiçoar o modelo de FinFET. “Por enquanto, ele
está com um perfil acadêmico. Fomos até onde era possível em nível de pesquisa.
Agora, precisamos de parceria com a indústria para desenvolver um modelo de uso
comercial”, destacou.
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