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Organizado
pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de
Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (Procam-IEE-USP) e a
Humboldt-Universität zu Berlin, o evento apresentará o conceito de Jardinagem e
Horticultura Urbana (Urban Gardening).
“Jardinagem
e Horticultura Urbana” é uma proposta teórica e prática focada na
sustentabilidade, preservação dos recursos naturais e promoção da qualidade de
vida, com vistas à melhoria dos parâmetros de saúde, segurança alimentar,
geração de empregos e erradicação da pobreza.
A proposta
envolve a gestão de condições complexas associadas ao cultivo de plantas em
áreas urbanas densamente povoadas.
O workshop
também oferecerá uma introdução à permacultura – método agrícola alternativo,
concebido para minimizar o trabalho e maximizar a colheita, com base nas
dinâmicas naturais.
USP MAPEIA EX-ALUNOS
A Universidade de São Paulo quer saber por onde andam seus mais de 400 mil egressos dos cursos de graduação e de pós-graduação.
Pesquisa
desenvolvida pela Vice-Reitoria, em parceria com as Pró-Reitorias de Graduação
e de Pós-Graduação e o Departamento de Informática da Vice-Reitoria Executiva
de Administração da universidade, pretende mapear o perfil dos formados pela
USP, sua atividade profissional e a contribuição do curso concluído na
instituição para sua área de atuação.
O
questionário, lançado no dia 22 de outubro e disponível no Portal da USP,
permitirá ainda que o ex-aluno possa avaliar o curso que fez em relação ao
currículo, qualidade do corpo docente e da infraestrutura.
Além disso,
será possível avaliar, em uma escala de 1 a 5, dentre outros itens, o quanto o
curso realizado na USP contribuiu para o conhecimento técnico da profissão,
para a ética profissional e responsabilidade social, bem como para o formado
ser bem-sucedido financeiramente, desenvolver-se e adquirir novos conhecimentos
e a ajudar outras pessoas a melhorar em suas vidas. Os resultados do
levantamento serão usados nos trabalhos da Comissão Permanente de Avaliação
(CPA) da USP.
“No próximo
ano, teremos novo ciclo de avaliação dos Departamentos e Unidades, que são
realizadas por meio de formulários, visitas de pares e a sistematização das
informações sobre os Planos de Metas das Unidades e seus indicadores”, disse
Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor da USP e presidente da CPA.
“Reconhecemos
que existe uma lacuna de informações referente à opinião dos egressos sobre
vários aspectos de suas experiências em nossa universidade, por exemplo, quanto
à estrutura e organização curricular, aos vários aspectos da formação cidadã e
profissional que lhes foi oferecida e quanto à infraestrutura”, afirmou.
Segundo
ele, a iniciativa visa a estabelecer um novo canal de comunicação, mais ágil,
direto e simples com os egressos. Posteriormente, as Pró-Reitorias de Graduação
e de Pós-Graduação realizarão estudos mais completos e detalhados em suas áreas
de atuação para complementar as informações geradas nesta primeira fase do
processo.
INPE DESENVOLVE CÂMERA ASTRONÔMICA
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais está desenvolvendo um instrumento inovador para estudos astronômicos. Trata-se de uma câmera que permitirá a realização de fotometria e polarimetria com resolução temporal moderal e em quatro bandas espectrais de modo simultâneo.
Denominada Simultaneous Polarimeter and Rapid Camera in Four Bands (SPARC4), o projeto conceitual da câmera é realizado com
apoio da FAPESP.
Em astronomia, quando se fala de câmeras ópticas, o padrão é que
as imagens sejam obtidas em um único intervalo de comprimento de onda (da luz).
Por obter imagens em quatro cores ao mesmo tempo e permitir medir a polarização
da luz, a SPARC4 será única no mundo.
O projeto conceitual do novo instrumento foi aprovado por um
comitê de especialistas do Inpe e do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA),
externos à equipe técnica do SPARC4.
O instrumento deverá ficar pronto no prazo de dois a três anos e
será instalado no telescópio de 1,60m do Observatório do Pico dos Dias,
coordenado pelo LNA, em Itajubá, Minas Gerais.
De acordo com Claudia Vilega Rodrigues, pesquisadora da Divisão de
Astrofísica do Inpe, os dados científicos em astronomia são basicamente
informações sobre a luz emitida pelos objetos de interesse – como estrelas e
galáxias – , que são obtidos por instrumentos acoplados a telescópios.
Também chamados de “medidores de luz”, esses instrumentos medem
fluxo, espectro (fluxo como função do comprimento de onda), obtêm imagens e
medem polarização, entre outras funções. Já a SPARC4 é bidimensional e,
portanto, não obterá imagens. “Com ela nós vamos medir não apenas o fluxo, mas
também a polarização”, disse Rodrigues.
PROGRAMA DE FINANCIAMENTO DA FUNDAÇÃO BILL & MELINDA GATES RECEBE PROPOSTAS
A 10ª rodada do Grand Challanges Explorations (GCE) – programa de financiamento oferecido pela Fundação Bill & Melinda Gates a indivíduos com ideias inovadoras para solucionar desafios na área de saúde, agricultura e desenvolvimento – recebe propostas até o dia 7.
No Brasil,
o programa conta com a parceria da FAPESP e de outras 16 Fundações
Estaduais de Amparo a Pesquisa (FAPs). Os projetos brasileiros aprovados terão,
além de apoio da Fundação Bill & Melinda Gates, recursos da FAP do Estado
do pesquisador.
As
propostas devem se enquadrar nos tópicos Novas Abordagens para a Investigação
de Compostos Antimalária; Novas Abordagens em Sistemas Modelo, Diagnósticos e
Medicamentos para Doenças Tropicais Negligenciadas Específicas; Projetos de
Cooperação Funcionam. Conte Isso para Todo Mundo e Inovações que Facilitem o
Trabalho de Mulheres em Pequenas Lavouras.
Os
selecionados receberão US$ 100 mil da Fundação Bill & Melinda Gates para
sua execução, mais um complemento de US$ 50 mil a US$ 100 mil das FAPs
parceiras. Os projetos bem-sucedidos com os recursos iniciais terão a ortunidade
de concorrer a um financiamento adicional de até US$ 1 milhão.Detslhes : http://www.grandchallenges.org/bre
DEVAGAR COM O AÇAÍ!
Texto
de Flora Serra, distribuído pela Agência FAPESP) – “Um dos principais desafios na luta contra o câncer
é esclarecer os mitos que cercam a doença.” Assim começa reportagem publicada
em 4 de outubro de 2012 no siteda BBC Brasil, sobre uma pesquisa apresentada
no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica, na Áustria, que
destacou os principais mal-entendidos acerca do câncer que permeiam o
imaginário popular.
No Brasil,
estudos feitos por Marília Seelaender, professora associada do Instituto de
Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), também têm ajudado
a esclarecer aspectos associados ao câncer.
Segundo
Seelaender, muitos profissionais da saúde buscam combater o tumor e não se
importam em tratar o paciente por inteiro. As pesquisas que realiza buscam
caracterizar a caquexia associada ao câncer, que consiste em uma inflamação
crônica dos órgãos que causa desnutrição e perda excessiva de peso.
“A caquexia
se manifesta em 80% dos casos terminais e é responsável pela morte de mais de
20% dos pacientes com câncer. Ainda assim, é tratada por meio da reposição
calórica, a qual tem se revelado completamente inócua”, disse.
Em seu mais
recente trabalho científico concluído a respeito do tema, Seelaender investigou
a suplementação com açaí em casos de caquexia. O estudo teve apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa
– Regular.
Muito além
de uma dieta de calorias – o que, segundo Seelaender, é a recomendação mais
comum para atenuar a caquexia –, a pesquisa propôs analisar o efeito desse
alimento em uma dieta de longo prazo, visando à modulação da expressão gênica
pelo nutriente da fruta.
Sabe-se que
o açaí tem propriedades antiinflamatórias em sua composição natural. No entanto,
os estudos feitos no ICB-USP verificaram que, em bebidas comerciais, com a
adição de xarope de glicose, os ganhos metabólicos dos nutrientes são
eliminados.
“Essa
constatação foi feita na primeira fase do projeto, quando testamos bebidas de
açaí encontradas em supermercados na suplementação de ratos sadios. Pudemos
notar início de esteatose – ou fígado gorduroso –, redução de enzimas ligadas
ao metabolismo da glicose e aumento de peso e adiposidade”, destacou
Seelaender.
Na segunda
etapa da pesquisa, o xarope de glicose foi substituído por mel orgânico, que
tem propriedades antiproliferativas. “Dessa vez, comprovamos que, tanto nos
animais sadios como nos que portavam tumor, a ingestão desse suco finalmente
fez com que a propriedade antiinflamatória do açaí se manifestasse”, disse
Seelaender.
Para
análise dos experimentos foi levada em conta a razão entre as citocinas pró e
antiinflamatórias – IL-6 e IL-10 (interleucinas), respectivamente – presentes
no fígado, no músculo e nos tecidos adiposos epididimal e retoperitoneal dos
ratos.
Isso
porque, em pacientes humanos caquéticos, a relação entre essas citocinas indica
um perfil pró-inflamatório (ou seja, mais IL-6 do que IL-10), o que determina
inflamação nos órgãos e, consequentemente, desnutrição nos pacientes com
câncer.
“Então,
nesse aspecto, a suplementação com açaí causou efeitos positivos, uma vez que
reduziu a expressão da citocina pró-inflamatória no organismo”, disse
Seelaender.
Aumento
tumoral
Outra
propriedade do açaí, ainda mais conhecida do que a antiinflamatória, é a
antioxidante. Seelaender e equipe procuraram verificar se a suplementação com
suco de açaí e mel resultava na redução do estresse oxidativo relacionado à
caquexia.
“A ingestão
desse composto diminuiu a concentração de malondialdeído – que é um elemento
pró-oxidante – apenas em ratos sadios. Além disso, em animais doentes, ela
causou um aumento significativo da massa tumoral”, disse.
O resultado
é que, embora os nutrientes do açaí tragam melhorias em relação ao perfil
antiinflamatório do organismo, eles não são eficientes no combate ao estresse
oxidativo e ainda podem resultar no crescimento do tumor.
“Por conta
disso, não indicamos a suplementação com açaí para o tratamento da caquexia
associada ao câncer”, advertiu Seelaender, que, atualmente, realiza testes em
humanos, para analisar as consequências da prática de exercícios físicos no
combate a esse sintoma.
Segundo a
pesquisadora, essa relação já havia sido estudada em ratos com resultados
surpreendentes. “Todos os sintomas da caquexia foram contrabalançados pela
atividade física regular e, em humanos, já temos notado inclusive uma
diminuição da massa tumoral”, disse.
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