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sábado, 3 de novembro de 2012

SENHORAS E SENHORES, EU APRENDI

 
“Quer conhecer uma pessoa maravilhosa¿ Então, venha comigo.”

Sem saber quem era a pessoa, topei na hora. O professor Osvaldo Della Giustina sabe das coisas, não iria me botar numa fria. Mas, mesmo depois de ter aceitado o convite, não resisti:

“Quem é essa pessoa¿”

“Colombo Salles, ex-governador de Santa Catarina.”

Ouvi a resposta como quem recebe um soco no estômago.

Colombo Salles¿ Para mim, até então, era um nome de ponte. Paulista de Cachoeira Paulista, vivendo há pouco mais de vinte anos em Florianópolis, jamais tinha associado  a figura, em carne e osso, de um ex-governador a uma ponte.

“Você vai conhecer um sábio”, completou o prof. Osvaldo, antes que eu conseguisse botar as ideias no lugar.

Eu fui. Fui e recebi a mais rica aula de toda minha vida.

O assunto era o livro Colombo Machado Salles – Desafio da Transformação, no qual o prof. Osvaldo, como gosh right estava trabalhando.

Imagine dois sábios conversando.

Não, você não imagina, é alguma coisa acima da mente humana. Só estando presente mesmo.

O que eles combinaram está contido no livro, que acaba de ser lançado.  Mas não foi fácil chegar lá.

Com espantosa simplicidade, Colombo Salles pediu que fosse retirado do texto original tudo o que ele entendia poder magoar alguém e fossem acrescentadas e valorizadas as pessoas que com ele trabalharam.

“Sem eles, eu não teria feito nada.”

E tem a parte, que não consta por inteiro do livro, por que nele não cabia,  em que ambos falaram sobre o mundo, as coisas e a vida.  

Várias delas estão no capítulo III do livro intitulada Fragmentos Reflexivos. Separei algumas:

. A humildade de ouvir para aprender, pois aprendendo, um dia, também, poderá ser ouvido.

. Enfrentar, com espírito forte, os sinais vermelhos da vida, com a certeza de que os sinais verdes virão a seguir.

. Rios são estradas que a Criação levou ao homem.

. As pessoas, pela casualidade das circunstâncias, classificam-se, na sociedade humana, e monumentos e estacas. Para que os monumentos possam vislumbrar amplo horizonte, é necessário eu os indivíduos estaca sustentem, no seu instável meio, a estrutura aparente da monumentalidade social.

. Na vida, algumas vezes, é indispensável imitar a dignidade das árvores: morrer em pé, mesmo que só.

. O sucesso tem uma multidão de aplausos, mas a derrota é solitária.

. É impossível conhecer, por antecipação, o caminho correto, mas a experiência pode revelar aqueles que não dão certo.

. Quando tudo que nos cerca parece feio, surge alguma coisa bonita.

. Acontecem fatos e episódios que preocupam muito, às vezes mais do que deviam, e outros que não deveriam nunca, ser motivo de tormento pessoal. Existem pessoas que vivem permanentemente torturadas, seja pelos fatos presentes  ou por pressupostos futuros.

. Se o receio dominá-lo completamente a vida não terá sentido, pois faltará apoio às decisões oportunas e adequadas.  Então, quanto maior o medo, maior o fantasma.

. Às vezes, na imaginação, a realidade amedronta.

. Carente é o homem que persegue, exclusivamente, a conquista dos bens materiais, pois jamais existirá riqueza

capaz de compensar a decepção dos objetivos não alcançados e a dignidade conspurcada.

. Aquele que se deixa dominar pela angústia do poder, acaba submisso das suas próprias ambições, mascarando a dignidade com a ausência da sua consciência.

. Às vezes, depois dos desencontros é que as pessoas se conhecem.

. O medo ensurdece a voz.

. Ninguém é isento do ritmo da história.

. A maneira mais cruel de humilhar um autor é deixá-lo representar em um teatro vazio.

. A força não substitui o saber.

E tem mais, muito mais, que você também aprenderá no III e nos dois capítulos anteriores do livro.

(Aliás, para me manter vivo o que aprendi aquele dia, ou o li e reli. De ponta a ponta.)

A reunião terminou sem que eu dissesse uma palavra, porque entrei mudo e saí calado. Só ouvi. Afinal, quem sou eu pra enfiar uma colher enferrujada naquele concílio¿ Assim, foi melhor ouvir. Ouvir e aprender. Muito.

Saí calado, e há pouco mergulhar no livro. Tudo para ser melhor, como pessoa. (Elóy Simões)

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