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terça-feira, 20 de novembro de 2012

AS PERSPECTIVAS DA TV POR ASSINATURA


   
A consultoria inglesa Farncombe – uma das principais empresas do setor especializada em TV – realizou, a pedido da ABTA, uma análise sobre os impactos das novas tecnologias e produtos nos modelos de negócios e estratégia das empresas de televisão por assinatura.
 
A propósito, a brasileira Adriana Menezes Whitsley, Diretora da Prática Estratégica da Farncombe, concedeu a seguinte entrevista:
P: Quais as oportunidades e desafios para o mercado brasileiro de TV por assinatura, tendo em vista as constantes inovações e custo da operação?
Adriana – No mundo todo, as operadoras de TV por assinatura têm enfrentado os serviços over-the-top, que podem ser um competidor para serviços básicos. No entanto, mais do que competição, as tecnologias over-the-top têm sido usadas para complementar os serviços de TV por assinatura, além de servirem como um novo canal de distribuição, já que as operadoras têm conseguido expandir sua base tradicional de clientes por meio de aplicativos em TVs por exemplo.
Especificamente para o Brasil, o mercado tem a vantagem de estar muito avançado na oferta de "triple-play". Por outro lado, a maior parte do crescimento tem vindo de serviços via satélite, que não são sempre oferecidos dentro de um pacote com canal de retorno.
Empresas que vendem mais pacotes têm a oportunidade de se diferenciar por meio de serviços multi-tela e video-on-demand, e especialmente catch-up TV, que tem uma grande aceitação pelos clientes. Além disso, a oferta de TV aberta digital é bastante restrita em relação ao número de canais, mas é o HD que ajuda a disseminar a tecnologia e proporciona outra oportunidade de diferenciação.
P: A internet e as recentes tecnologias têm transformado o modo como os assinantes se relacionam com os conteúdos. De que forma, os players do setor devem utilizar isso?
Adriana: – Operadoras têm abordado essas oportunidades de maneiras diferentes. Quando elas têm conteúdo exclusivo e uma marca forte, alavancar o que gastaram com conteúdo é fundamental, e isso pode incluir distribuir esse conteúdo em outras redes e equipamentos de competidores.
Quando as operadoras ganham mais dinheiro com a banda larga do que com o conteúdo, é comum que elas façam o contrário e tentem incorporar o maior número de fontes de conteúdo possível no serviço que chega pela conexão que elas vendem.
Além disso, em geral, a Internet pode trazer novos conteúdos para as TVs por assinatura. Integrar bem esse conteúdo no serviço com uma boa experiência para o usuário é essencial.
Um dos problemas em consolidar múltiplas fontes de conteúdo é que alguns desses serviços podem ficar muito complicados para o usuário. Para aproveitar ao máximo o potencial dessas tecnologias, uma experiência integrada e simples é essencial.
P – Como você avalia que as operadoras brasileiras têm lidado com a questão das múltiplas plataformas?
Adriana:  – Em geral, o brasileiro adota inovações rapidamente, apesar do preço alto no Brasil de equipamentos como tablets e TVs conectadas, por exemplo.
Uma das poucas áreas em que vejo o Brasil num estágio não tão avançado é na integração de serviços de catch-up como, por exemplo, assistir episódios passados de um programa. Esse tem sido um dos grandes fatores de incentivo ao uso de serviços integrados over-the-top e TV por assinatura, e responsável pela vasta maioria do uso de serviços on-demand.
 MOVIMENTO A INDÚSTRIA PELA EDUCAÇÃO
Desde o dia 19 o Sistema FIESC promoverá eventos pelo Estado para lançar o Movimento A Indústria pela Educação. Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau, Criciúma, Chapecó, Lages e São José, sediarão os encontros nos dias 19, 21, 22, 28, 29 de novembro, 03 e 04 de dezembro, respectivamente. O movimento, lançado em setembro em Florianópolis, é baseado em dois pilares: investir na ampliação da oferta de programas de educação do Sistema FIESC e incentivar empresas de Santa Catarina a destinar maior atenção a ações voltadas para a área.
Os participantes dos encontros debaterão sobre educação como fator de competitividade. O tema será abordado por especialistas como Mozart Neves, membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.

A diferença de produtividade entre os trabalhadores que possuem dois anos de escolaridade e os que têm cinco anos chega a 54%, segundo estudo realizado pela consultoria John Snow Brasil. "Temos trabalhado para a melhoria da competitividade da nossa indústria, que precisa, mais do nunca, de trabalhadores qualificados. Para tanto, precisamos promover uma verdadeira revolução na formação dos trabalhadores do setor", afirma o presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte.

Além de buscar a adesão da indústria ao movimento pela educação, para contribuir com a melhoria dos índices educacionais no Estado, SESI, SENAI e IEL - entidades integrantes do Sistema FIESC - vão ampliar a oferta de serviços na área educacional. A meta é registrar 795 mil matrículas entre 2012 e 2014, relacionadas principalmente à formação básica, continuada e técnica dos trabalhadores. Serão investidos R$ 330 milhões neste período, inclusive na estruturação de institutos de tecnologia e inovação.

Confira a programação dos eventos

19/11
 - Joinville: Associação Comercial e Industrial de Joinville - ACIJ (Avenida Aluísio Pires Condeixa, 2.550 - Saguaçu)

21/11 - Jaraguá do Sul: (Rua Jorge Czerniewicz, 160)

22/11 - Blumenau: Tabajara Tênis Clube (Rua Alwin Schrader, 415, Centro)

28/11 - Criciúma: Centro de Eventos Germano Rigo (Rod. Luiz Rosso, 2500 - Primeira Linha)

29/11 - Chapecó: Salão Nobre do Lang Palace Hotel (Rua Sete de Setembro, 150 D, Centro)

03/12 - Lages: Serrano Tênis Clube (Av. Dom Pedro II, 579, Coral)

04/12 - São José: Unidade SENAI São José (Rod. BR 101 - Km 211 - Área Industrial)
A PESQUISA CADARINENSE EM COMUNICAÇÃO SOCIAL

A revista acadêmica Vozes e Diálogo<http://www6.univali.br/seer/index.php/vd>, dos cursos de Comunicação Social da Univali, está convidando para colaborar com a edição especial que pretende lançar  em dezembro de sobre A pesquisa Catarinense em Comunicação Social.

Para participar, basta enviar para  seligman@univali.br<mailto:seligman@univali.br> até o dia 30,  os  artigos de até 15 páginas, contendo título, resumo, abstract, palavras-chave, bibliografia e ainda indicando autoria e co-autoria, instituição vinculada, grupo de pesquisa e a titulação dos autores.


O CONHECIMENTO E A CIÊNCIA


(Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP) As pesquisas sobre percepção pública da ciência e tecnologia realizadas em diferentes países, incluindo o Brasil, com o objetivo de avaliar a opinião dos cidadãos sobre temas científicos e tecnológicos deparam com o desafio de explicar quais fatores influenciam atitudes, interesse e engajamento em relação a esses assuntos.

Isso porque, do conjunto de indicadores utilizados nessas pesquisas para analisar quais fatores são mais relevantes na formação de interesses e atitudes dos cidadãos sobre ciência e tecnologia – como renda, educação, idade e escolaridade –, nenhum deles consegue explicar minimamente a variabilidade das respostas.

“Tem alguma outra variável que não estamos medindo que determina o tipo de atitude das pessoas sobre ciência e tecnologia em geral”, disse Juri Castelfranchi, professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), durante conferência sobre os desafios interpretativos e metodológicos para o estudo da percepção pública da ciência e tecnologia que proferiu no dia 27 de outubro no 2º Seminário Internacional Empírika.

Realizado nos dias 26 e 27 de outubro no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o evento integrou a programação da Feira Ibero-americana de Ciência, Tecnologia e Inovação (Empírika).

De acordo com Castelfranchi, um dos fatores que contribuem para a dificuldade de as pesquisas sobre percepção pública da ciência e tecnologia determinarem qual ou quais processos contribuem para a construção da opinião pública sobre o tema é que elas estão “baseadas na hipótese mal fundada e fundamentada de que as atitudes das pessoas em relação aos assuntos científicos e tecnológicos são moduladas pelo conhecimento que têm sobre esses temas”.

Tradicionalmente, segundo Castelfranchi, a maioria dos estudos realizados sobre o que faz com que as pessoas aceitem ou rejeitem a realização de uma pesquisa científica ou uma nova tecnologia focalizou o interesse, o conhecimento e as atitudes dos entrevistados em relação à ciência e tecnologia, baseado na ideia de que esses três aspectos estariam relacionados.

Dessa forma, as pessoas não interessadas teriam baixo nível de informação e tenderiam, em geral, a ter atitudes mais negativas em relação à ciência e tecnologia. Por outro lado, ao estimular o interesse dessas pessoas por temas científicos e tecnológicos seria possível melhorar o nível de conhecimento delas sobre essas áreas e, consequentemente, suas atitudes em relação à ciência e tecnologia se tornariam mais positivas.

Entretanto, pesquisas de campo demonstraram que essas premissas são falsas e que a situação real é muito mais complexa do que a defendida por esse modelo, que foi derrubado.

Em geral, de acordo com os resultados de estudos recentes na área, existe um grande interesse de boa parte da população sobre os temas de ciência e tecnologia, mas que não corresponde à busca de informação.

“Há grupos de público com baixa escolaridade, principalmente em países em desenvolvimento, que não conhecem e não buscam informação sobre ciência e que têm atitudes bastante positivas em relação à ciência e tecnologia”, disse Castelfranchi.

“Em contrapartida, alguns estudos detectaram que não é verdade que, ao aumentar o conhecimento, a atitude das pessoas se torna mais positiva. Em alguns casos ocorre o contrário, elas tendem a ser mais cautelosas e críticas”, disse.

Segundo Castelfranchi, um dos exemplos que ilustram essa suposta contradição, batizada de “paradoxo do conhecimento versus atitude”, é a questão dos transgênicos na Europa.

O continente, que é um dos que mais investem em ciência e tecnologia, decretou no início dos anos 2000 uma moratória contra os alimentos transgênicos após intensos debates entre segmentos da sociedade favoráveis e outros contrários à tecnologia, baseados no apelo emocional e argumentos mais de cunho econômico e político do que científico.

Uma pesquisa realizada em 1998 e replicada em 2010 em toda a Comunidade Europeia sobre o conhecimento e atitudes dos europeus em relação a aplicações biotecnológicas, incluindo alimentos e vacinas transgênicas, apontou que o fator risco não era determinante para a rejeição ou não da população à nova tecnologia.

Em muitos casos, os entrevistados responderam que algumas aplicações biotecnológicas eram perigosas, mas que eram úteis, moralmente aceitáveis e que deveriam ser encorajadas. Em outros casos, os participantes da pesquisa apontaram determinadas aplicações biotecnológicas como não tão perigosas, mas politicamente e moralmente questionáveis – como os transgênicos –, o que fez com que a tecnologia fosse rejeitada.

“Não foi o risco o fator mais relevante que levou à rejeição dos transgênicos na Europa, mas considerações políticas como, entre elas, o fato de a tecnologia ser controlada por multinacionais, ser patenteada e porque os países europeus eram contrários a monoculturas”, avaliou Castelfranchi.

A pesquisa também apontou que os cidadãos europeus que tinham conhecimento mais baixo não rejeitavam os transgênicos, mas não tinham uma opinião formada sobre eles. Por outro lado, os participantes com maior escolaridade tinham opiniões favoráveis ou contrárias mais definidas.

“O conhecimento não mudou a atitude dos cidadãos europeus em relação aos transgênicos, mas sim o fato de terem uma atitude mais definida em relação à tecnologia, a exemplo do que também pode ser observado no Brasil e em outros países ibero-americanos onde foram realizadas pesquisas do gênero”, disse Castelfranchi.

Na mais recente pesquisa Percepção pública da ciência e tecnologia, realizada no fim de 2010 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com mais de 2 mil pessoas em todo o país, nenhum dos grupos específicos, de diferentes níveis sociais e de escolaridade, respondeu que as tecnologias trazem mais malefícios do que benefícios, quando perguntados sobre isso.

Porém, os participantes que mais conheciam cientistas e instituições de pesquisa foram justamente os que declararam em maior proporção que os cientistas podem ser perigosos em função do conhecimento que possuem.

“Não há nenhuma associação entre baixa escolaridade e achar que a ciência é perigosa. Mas, pelo contrário: pessoas de alta escolaridade tendem a ter uma postura mais cautelosa tanto em relação aos benefícios como sobre os malefícios apresentados pela ciência e tecnologia”, afirmou Castelfranchi.

No caso do Brasil, um dos fatores relevantes que influenciam as atitudes dos brasileiros em relação à ciência e tecnologia, identificado por Castelfranchi e outros pesquisadores que analisaram os dados da pesquisa realizada pelo MCTI, é o porte das cidades onde os entrevistados moram.

Os pesquisadores constataram que os participantes da pesquisa que moram em cidades brasileiras de grande porte tendem a avaliar melhor os prós e contras do desenvolvimento tecnocientífico para responder se a ciência e tecnologia trazem só benefícios ou malefícios. Já as pessoas que residem em cidades pequenas têm uma chance ligeiramente maior de apontar que a ciência só traz benefícios.

Contudo, tanto essa variável como nenhuma outra, como o sexo dos entrevistados, não consegue explicar, por si só, a variabilidade das respostas se a ciência e a tecnologia trazem mais benefícios ou malefícios.

“Nenhum dos fatores analisados até agora implica as pessoas terem uma posição mais otimista ou pessimista sobre a ciência e a tecnologia. Tem outros pontos, que precisamos descobrir, que influenciam essa resposta”, avaliou Castelfranchi.

Uma das hipóteses levantadas pelo pesquisador é que os códigos morais e políticos das pessoas, como a religião, podem ser mais determinantes do que o conhecimento que elas possuem ou não para formar suas opiniões sobre aspectos específicos da ciência e da tecnologia.

Entre os participantes da pesquisa sobre percepção pública da ciência e tecnologia realizada pelo MCTI, os que se declararam católicos concordaram mais do que os evangélicos com uma das afirmações feitas durante o estudo de que por causa de seu conhecimento os cientistas têm poderes que os tornam perigosos e que a ciência tem que ser controlada socialmente.

“A trajetória e a orientação de vida e os valores morais das pessoas, provavelmente, exercem uma influência muito maior na modulação de suas atitudes em relação à ciência e tecnologia em geral e sobre aspectos específicos da pesquisa do que o nível de conhecimento que elas têm”, estima Castelfranchi.

Para comprovar essa hipótese, de acordo com o pesquisador, é preciso desenvolver novas metodologias qualitativas e quantitativas e grandes quantidades de observações etnográficas para verificar como as pessoas se posicionam em relação à ciência e tecnologia, abolindo a ideia de que isso está relacionado apenas ao nível de conhecimento.
“Precisamos renovar nossas metodologias de pesquisa e a forma como olhamos e interpretamos os dados das pesquisas de percepção pública da ciência e tecnologia para entender como as pessoas atribuem sentido e constroem suas opiniões sobre questões científicas e tecnológicas, para termos uma visão dinâmica de como formam suas atitudes”, afirmou Castelfranchi. 

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