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sábado, 1 de setembro de 2012

O PORQUINHO, O CISNE, A VACA E… O BURRO


(Tony Coelho, no Promoview) - Parece até um conto.
Sei que, muitas vezes, nos questionamos por que tantos clientes, hoje, nos pedem absurdos. Pior: por que alguns agem com despreparo e desconhecimento de causa, às vezes antieticamente, parecendo não entender – alguns não entendem mesmo – o que são eventos, ações, ativações, promoções… e por aí vai.
Muito pior, para reduzir custos, reduzem tudo, inclusive o de suas marcas e eventos, com pedidos inexplicáveis, sempre com a frase: “Tá muito caro! Precisa reduzir o custo!”. Confundem PREÇO com VALOR.
Quando você replica, informando que reduzir custo implica cortar ou adaptar itens, gritam: “Nãoooooooo! Custos sim, itens não!” (Ou seja, querem comprar BMW pagando por um FUSCA). Vá entender e ter saco!
Não raro – fala a verdade? – Você tem vontade de mandar esse tipo de cliente tomar no… bar mais próximo uma cerveja pra clarear seu pensamento. Mas não pode.
Nem entoar aquela musiquinha que ficou famosa no FB você pode mais, porque alguém já bateu pra ele que o “Na na na na na. Na na na na na. Bem no meio do na na na”, é uma maneira que você tem de se sentir mais leve ao fazer uma “M” que não é sua, mas que vai sobrar pra você, quando ele mandar fazê-la e não assumir.
Pois bem, um sábio chinês me deu uma dica pra você se aliviar. É uma história que tem quatro personagens.
“O BURRO foi demandado pelo cliente PORQUINHO para fazer um ESTANDE/CASA para ele. Briefing cheio de especificações, tipo: ‘Quero um lugar para relaxar, um lounge, algo tecnológico, clean e inovador que… blá, blá, blá… Budget? Não posso declarar. Quero ver se você tem ideias. Ah!, é pra amanhã.” Concluiu.
O BURRO, coitado, ralou, não dormiu, virou a noite para cumprir o prazo, mas entregou uma PÉROLA como projeto, com todas as soluções necessárias, a um custo de 100 dinheiros. O PORQUINHO levou duas semanas pra responder – então, por que pediu para o dia seguinte? Vai saber. Coisa de PORQUINHO.
Disse que adorou, mas que só tinha 20 dinheiros e que tinha “dado uma chance” ao BURRO e que ele deveria trabalhar para ele por aquele valor e blá, blá, blá… O Burro, infeliz, declinou!
Aí, veio a VACA e pediu a mesma coisa. Novamente, o BURRO não dormiu para entregar. Esmerou-se num projeto de arrepiar, criou até um game interativo com o qual a VACA poderia escolher quem entraria no ESTANDE/CASA, sabendo tudo sobre o ‘bicho’ e suas necessidades. Tecnologia de VACA, digo, de ponta mesmo. E apresentou o Projeto.
A VACA adorou, disse que nunca havia visto nada igual, mas que tinha desistido do briefing, porque decidira ela mesma executá-lo com “suas próprias ideias”. E fez isso mesmo. Chamou um outro BURRO, entregou a ideia do pobre primeiro BURRO e fez tudo que ele apresentou como se dela fosse, pela metade do valor, porque o segundo BURRO era BURRO mesmo.
Triste, quase desistindo dessa vida, o BURRO recebeu o mesmo briefing do CISNE. Arredio, confuso, mas por amor à sua profissão, uma cachaça – ou melhor, para ser fiel ao texto, uma espiga de milho das grandes, arriscou de novo, já preparado, dessa vez, para mandar um “JÁ CHEGOU!?” bem na cara do CISNE se acontecesse o mesmo que ocorrera com o PORQUINHO e a VACA.
Apresentou o Projeto. E, para sua surpresa, o CISNE, ao vê-lo encantou-se, deu valor. Fez pequenos ajustes, algo normal, não reclamou do custo, pois entendeu que o que tinha em mãos era o que queria, diferenciado, algo que ressaltava sua marca de CISNE e o fazia único.
O BURRO sorriu. Havia esperança. Existiam CISNES, ainda que poucos, e ele poderia buscá-los entre VACAS e PORQUINHOS e assim, quem sabe, virar, um dia, um ALAZÃO.”
E aí, qual a moral da história? Fácil!
“No mercado, quem dá pérola pra PORQUINHO e mole pra VACA é BURRO ou MUITO BURRO, mas, se souber entendê-lo, procurar, se posicionar e perseverar vai encontrar um CISNE, podendo vir a crescer e virar ALAZÃO.”

Será que alguém se vê nessa fábula? Não!? Que ótimo! Sim? Xiiiiiiiiii! Então sugiro olhar suas VACAS e PORQUINHOS e começar a gritar bem alto pra eles: “Já chego    ? Já chegou? Já chegou? JÁ CHEGA, PÔ!”

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AS VÁRIAS FACETAS DA CIÊNCIA
(Texto de  Fábio de Castro, distribuído pela Agência FAPESP) – Quando os resultados finais de estudos científicos são observados isoladamente, parece fácil enquadrá-los em categorias predeterminadas como “ciência aplicada”, “ciência fundamental”, “pesquisa inovativa” ou “pesquisa exploratória”.
Mas, quando o processo científico é observado desde o início, fica claro que ele é bem mais dinâmico e complexo e uma descoberta pode ter aplicações jamais imaginadas no início, ou pode abrir caminho para avanços conceituais que seus autores nem haviam suspeitado.
Essas diferentes facetas da ciência foram debatidas nesta quinta-feira (30/08) durante o 1º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, realizado na sede da FAPESP entre 29 e 31 de agosto.
O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, abriu os trabalhos destacando que a ciência se baseia em ideias, que podem ter diferentes trajetórias. Algumas delas têm impacto tão grande a ponto de mudar a história da humanidade, como, por exemplo, a descoberta do transistor, patenteada em 1951 por John Bardeen, Walter Houser Brattain e William Bradford Shockley nos Laboratórios Bell, nos Estados Unidos.
“Era um tipo de ideia completamente nova, que mostra uma trajetória particular da pesquisa científica. Eles não se limitaram a aprofundar uma área da ciência e criar uma aplicação para aquilo, mas criaram de fato uma nova área da física, dando início à microeletrônica. Não é à toa que os autores ganharam o prêmio Nobel da Física. Aquela ideia continua mudando nossas vidas até hoje”, disse Brito Cruz.
Outras ideias têm a característica de ganhar espaço rapidamente no mercado, segundo Brito Cruz. Foi o caso dos pesquisadores Sergey Brin e Lawrence Page, da Universidade Stanford.
“Em 1998, na revista Computer Networks, eles publicaram um artigo que descrevia o algoritmo de um motor de busca que daria origem ao Google, uma das maiores e mais importantes empresas da atualidade”, disse Brito Cruz.
Eventualmente, as ideias podem surgir como algo aparentemente complicado e incompreensível para quem não é especialista, demorar muito tempo para chegar ao mercado, mas representar um avanço de importância incalculável para a humanidade.
Foi o caso de um artigo publicado em 2007 no Journal of the American Medical Association, por uma equipe liderada por Julio Voltarelli, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), que morreu em março de 2012. “O artigo descrevia um experimento com células-tronco que eliminou os sintomas de diabetes em 19 pacientes, algo que a ciência busca há muito tempo”, disse Brito Cruz.
Brito Cruz destacou também que algumas ideias surgem de um interesse absolutamente abstrato, mas depois ganham aplicações inesperadas. Um caso desses é o estudo feito por Jurandir Yanagihara e Mauricio Ferreira, da Escola Politécnica da USP. Publicado em 2001, o estudo calculava a dinâmica da condução de calor em cilindros de secção elíptica tridimensionais.
“Era uma ideia altamente abstrata, os pesquisadores queriam saber como um corpo desse formato ganha ou perde calor. Em 2009, eles perceberam que o cilindro elíptico podia ser o modelo para calcular a condução de calor nas várias partes do corpo humano e publicaram outro artigo. O resultado foi aplicado pelo Centro de Pesquisa FAPESP-Embraer de Engenharia de Conforto, na Poli-USP, para projetar aviões mais confortáveis”, disse Brito Cruz.
A chamada pesquisa aplicada, segundo o diretor científico da FAPESP, pode ter a função de aumentar a competitividade da indústria, curar os doentes ou tornar as pessoas mais ricas, enquanto a pesquisa básica tem a função de fazer com que a humanidade se torne mais sábia. Segundo ele, todas essas funções são igualmente importantes.
“Não se pode desprezar a pesquisa dedicada a saber mais coisas, porque essa é a história da humanidade. Desde o início, queremos saber sempre mais do que sabíamos no ano anterior. Essa ciência não está só na filosofia, nas artes e ciências humanas, mas na física de partículas, na química fundamental e em toda a ciência que se interessa pelo fundamento das coisas”, afirmou.
Ciências e artes
Luiz Davidovich, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou outra faceta da ciência: sua relação com a cultura e com as artes. Um exemplo dessa relação é a profunda influência exercida pelo matemático Henri Poincaré sobre figuras iminentes das ciências e das artes, como Albert Einstein e Pablo Picasso.
“Poincaré dizia que o cientista não estuda a natureza porque ela é útil, mas porque se deleita com sua beleza. Picasso, por outro lado, falava que o estúdio de um pintor deveria ser um laboratório, porque pintar é um jogo da mente. Já Einstein apontava que a experiência do misterioso é a mais bela que podemos ter, por ser fonte de toda a arte e de toda a ciência”, disse Davidovich.
A faceta econômica da ciência também foi abordada por Davidovich. Segundo ele, os investimentos em ciência básica já são vistos por alguns países como a China, a Índia e a Rússia como a melhor resposta à crise financeira global.
“Em março, após a previsão de que o crescimento da China cairia de 8% para 7,5%, o primeiro-ministro chinês anunciou que aumentaria em 26% o financiamento em universidades de pesquisa e investiria US$ 14 bilhões em pesquisa básica. Infelizmente, no Brasil, não estamos seguindo esse exemplo”, afirmou.
Segundo Fernando Galembeck, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ninguém questiona a necessidade, a importância, os benefícios e a beleza da ciência e da inovação. Mas é preciso definir por qual modelo de ciência e inovação optar.
A questão, segundo ele, foi discutida recentemente pelo grupo do G8 que trata do tema “Instalações de pesquisas de interesse global”. “O foco dos investimentos são, em geral, grandes aceleradores de partículas e observatórios astronômicos. Eles concluíram que não existe a infraestrutura para suprir as necessidades de uma ciência voltada para a sustentabilidade e a transição para uma economia verde”, disse Galembeck.
A ciência pela qual é preciso optar, segundo o pesquisador, deve ser original, relevante e competitiva, criadora de impactos radicais, significativa em um contexto amplo.
“A ciência não deve ser apenas baseada em modas ou tribos. Deve contribuir para enfrentar os grandes problemas da humanidade. É importante também que abandonemos as ideias errôneas e superadas sobre a estrutura da ciência, que ainda leva em conta as hierarquias positivistas”, afirmou Galembeck.
Ensino informal
Marcelo Knobel, pró-reitor de Graduação da Unicamp e membro da Coordenação Adjunta de Colaborações em Pesquisa da FAPESP, destacou os desafios e perspectivas da educação e divulgação de ciências. Segundo ele, o governo dos Estados Unidos, país que é líder na produção científica mundial, detectou um declínio do ensino de ciências, tecnologia e matemáticas.
“Um comitê designado para isso recomendou que é preciso melhorar a educação básica em matemática e ciências e reforçar o compromisso do governo norte-americano com a pesquisa básica de longo prazo. No Brasil, a situação é mais grave, como mostra o exame internacional Pisa, no qual estamos em 53º lugar. Mais de 40% dos nossos estudantes estão abaixo do nível 1 no exame – isto é, não sabem fazer uma regra de três – e apenas 0,8%, ou 150 mil jovens, têm nível 5 ou 6”, disse.
Knobel ressaltou o papel importante do ensino informal, que inclui museus, zoológicos, jardins botânicos, parques, programas de televisão, revistas e livros, entre outros recursos. Segundo ele, o ensino informal corresponde ao aprendizado adquirido fora do sistema educacional, o que corresponde a 92% da vida dos indivíduos.
“É um setor que ainda desprezamos no Brasil. Temos algumas iniciativas, mas nada que se aproxime dos mais de 350 museus de ciências dos Estados Unidos, que geram mais de US$ 1 bilhão por ano, com 177 milhões de visitantes”, disse.
Roberto Lotufo, da Agência de Inovação da Unicamp, falou sobre a necessidade de conectar a universidade e a pesquisa industrial. Para competir globalmente, segundo ele, as empresas de tecnologia precisam estar em uma região rica em conhecimento, com uma grande sinergia de pesquisa e empreendedorismo e infraestrutura para a inovação. Esse lugar, segundo ele, poderia ser a universidade.
“Sabemos que cada vez mais surgirão novos negócios que não existiam antes. Dos novos desafios da sustentabilidade até as oportunidades criadas pela internet, a chance de que surjam novas empresas é muito grande. Não vejo por que não possam surgir no ambiente universitário”, afirmou.
Segundo Lotufo, a função da universidade, que no passado se limitava à educação, foi expandida para a pesquisa e o avanço do conhecimento. Na atualidade, a inovação e o empreendedorismo estão sendo incorporados nessa missão. A interação entre a universidade e a indústria, segundo ele, gera contribuições mútuas.
“A contribuição para a universidade é melhorar a qualidade do ensino e pesquisa, entrar em contato com os desafios do mundo real, incrementar o currículo e as áreas de pesquisa, além de motivar e trazer experiência aos estudantes. A contribuição para a indústria é o acesso à tecnologia de ponta, a identificação de talentos entre os estudantes e o aumento da capacidade de inovação”, disse Lotufo. 

























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