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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA EM TEMPOS DE CRISE


 Eduardo Lapa e Elisabeth Braz Pereira Gomes | Plugar | (GC)
Apesar de ser recomendação da boa escola de Administração, nem sempre as decisões de uma empresa são precedidas de planejamento ou de um estudo de inteligência de mercado. Em épocas de vacas gordas, muitos empresários podem até se dar ao luxo de agir pelo “instinto” e ter bons resultados. Mas em épocas de crise, com tamanha oscilação e incerteza no mercado, agir pelo instinto pode ser fatal.



E não há dúvidas de que estamos diante de um novo período de crise: no cenário externo, mercados amadurecidos como Europa e Estados Unidos estão à beira da recessão, enquanto o gigante chinês já dá sinais de que seu crescimento não continuará no ritmo acelerado de antes. No cenário interno, o governo tem dificuldade em manter o crescimento em um ritmo adequado, a carga tributária continua alta e os níveis de inadimplência cada vez mais elevados mostram o preço alto que podemos vir a pagar pela recente farra de crédito fácil.




Diante de um cenário como este, como devem se comportar os empresários? Para responder a uma pergunta como esta, só com planejamento e um estudo bem conduzido de inteligência competitiva. São as boas práticas de inteligência competitiva que vão permitir desenhar um panorama mais real do negócio, dos concorrentes e do mercado, ajudando o empresário a tomar decisões mais efetivas, livres de preconceitos, menos emotivas e, portanto, com maior probabilidade de acertos.




Já dizia o ditado que tempo é dinheiro. Esta é apenas mais uma das inúmeras variáveis que devem ser monitoradas e analisadas em cada movimentação, para que a decisão seja tomada com fundamento e, principalmente, no tempo certo. Antecipar as decisões é uma das grandes vantagens da inteligência competitiva. Além disso, a IC permite a análise de todo o contexto, inclusive prevendo qual será a reação dos concorrentes.

Não por acaso, um dos setores que mais investe em inteligência competitiva é a indústria farmacêutica. Além dos bilhões aplicados em pesquisa científica e desenvolvimento de novos produtos, os laboratórios investem em inteligência competitiva por saberem que, exatamente como o jogo de xadrez, para cada iniciativa haverá uma reação dos concorrentes. Que reação será esta? De qual proporção? Para cada pergunta, há um estudo de IC apontando para as respostas mais prováveis.

Mas não devemos pensar que apenas as grandes empresas podem usar a inteligência competitiva para auxiliar os processos de decisão. Toda empresa, de qualquer porte, pode e deve buscar informações para embasar suas iniciativas. Muitas vezes, pequenos empresários se organizam em clusters para obter inteligência sobre um determinado setor e acabam encontrando a oportunidade de expansão que vai garantir seu crescimento, mesmo na crise.




Portanto, se as notícias que você lê em seu jornal não são boas, está mais do que na hora de iniciar um processo de inteligência competitiva em seu negócio! Informe-se a respeito, tome a iniciativa. Acostume-se a monitorar seu negócio, seu mercado, seus concorrentes; aprenda a separar as informações que são relevantes; desenvolva análises objetivas; e não deixe que preconceitos ou emoções conduzam a sua empresa. Use a inteligência competitiva a seu favor.


(Eduardo Lapa , CEO da Plugar (eduardo.lapa@plugar.coPlum.br) e Elisabeth Braz Pereira Gomes é conselheira da Plugar (beth.gomes@plugar.com.br) no Portal da Propaganda.



TENDÊNCIAS

Criatividade e inovação são ingredientes fundamentais para fazer a diferença no mundo da arquitetura e do design integrados à arte. É o que acredita Beto Cocenza, idealizador do evento BoomSPDesign – Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Arte desde 2008 e que teve sua última edição na semana passada. Cerca de 400 pessoas circularam diariamente pela feira de negócios que teve um total de 24 palestras de pessoas com profissões e formações das mais diversas – de pipoqueiro a cabeleireiros e tatuadores.

“O que eu percebi é que o mercado de design gráfico e comunicação estava evoluindo muito rápido, e a nossa área – da arquitetura e do design – estava comoditizada. Por isso decidi montar uma plataforma de negócios. Na feira há palestras sim, mas o maior foco é em produtos, na conexão com o mercado, no consumo e nos contatos entre pessoas, pois é um evento de relacionamento”, disse Cocenza.
Entre os presentes este ano estiveram o designer belga Maarten De Ceulaer, o arquiteto alemão Jürgen Mayer H., a estilista belgo-brasileira Valerie Ciriades e o arquiteto brasileiro Rodrigo Loeb, entre outros. O designer homenageado foi o inglês Tom Price, nome cada vez mais presente em museus e galerias. “Convidamos este ano pessoas para falarem como estão pensando o futuro. Queremos ouvir suas histórias. Uma das grandes tônicas atuais é a liberdade que as pessoas têm de fazer o que gostam na vida. O design autoral nunca foi mais forte. Nunca houve tantos estúdios de criação sendo abertos”, destacou Cocenza.
Uma das palestras mais concorridas do evento foi sobre o “Slow Design”, do argentino Alvaro Guillermo, arquiteto e mestre em história da cultura. O slow design é considerado uma tendência mundial como resposta ao consumo exacerbado. Não se trata de um estímulo a uma desaceleração do consumo e sim uma resposta a um desejo das pessoas de consumir de maneira mais qualificada, com produtos de melhor qualidade e mais duradouros.
Outra palestra concorrida foi a do designer homenageado, Tom Price, que trabalha com objetos de mobiliário, esculturas e instalações, elevando o design ao patamar artístico. Suas criações fazem parte do acervo de importantes museus de arte contemporânea, como o Denver Museum of Art, o San Francisco Museum of Modern Art, nos EUA, e o Museum für Kunst und Gewerbe, na Alemanha. Ele classifica seu trabalho como a combinação de materiais, processos e fenômenos na concepção de obras de consenso mútuo.
Paralelamente, foi realizada a exposição de Todd Bracher, pela primeira vez na América Latina, no Museu da Casa Brasileira, em parceria com o BoomSPDesign e patrocínio da Etna. Estiveram expostas peças de mobiliário, utensílios de cozinha e luminárias, além de painéis fotográficos e vídeos com imagens referentes ao processo criativo. A curadoria e montagem foram do alemão Albrecht Bangert.
O BoomSPDesign foi realizado no D&D Shopping e no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Uma extensão dele será realizada em setembro no interior paulista, em São José do Rio Preto, com palestras (dia 17 de setembro) e exposição de design (de 15 a 30 de setembro). (Propmark)
DO LIMÃO UMA LIMONADA, OU SERIA DO TOMATE UMA BELA MACARRONADA??!

A web cria a cada momento novos desafios para as empresas. O Spoleto se aproveitou de uma situação inusitada para ativar um canal direto com o consumidor final. Ao identificar há 15 dias que um vídeo de humor sobre a empresa vinha estourando na web (até o momento ultrapassou 400 mil visualizações), procurou imediatamente os responsáveis, o ator Fábio Porchat e a produtora Porta dos Fundos, e propôs uma parceria. Agora, lança um novo filme intitulado "Spoleto 2 – O retorno", no canal Kibe Loco, filmado na unidade de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.

A estratégia é valer-se da oportunidade para ativar o SAC da empresa e tornar a experiência uma eficiente ferramenta de treinamento (há um link no final do vídeo). O novo filme apresenta um Fábio Porchat em diferentes situações de atendimento, em que demonstra impaciência, e em treinamento no restaurante, onde tenta melhorar sua postura com uma cliente muito indecisa.

“A agilidade faz parte de nosso modelo de negócio. Nossa proposta é baseada na premissa de levarmos uma experiência de restaurante para o ambiente de culinária rápida. Entretanto, nos esforçamos diariamente para oferecer um bom atendimento nesse ambiente de conveniência e rapidez e não queremos que os clientes se sintam tão pressionados como mostra de forma bem humorada o filme”, explica o diretor de marketing e franquia do Spoleto, Antônio Moreira Leite.

O primeiro vídeo foi ao ar em 13 de agosto e, com apenas 300 visualizações, o departamento de marketing digital do Spoleto o descobriu. Em seguida, a empresa entrou em contato com a produtora Porta dos Fundos, da qual o ator Fábio Porchat é sócio, e sugeriu um “chope no Baixo Gávea”, local da boemia carioca. Ali mesmo, de forma informal, bem ao estilo do Spoleto, criou-se um roteiro e em sete dias estava pronta uma nova proposta com a intenção de ampliar a comunicação com o consumidor.
(Texto de Lúcia Rego, da | Polen Comunicação distribuído pelo  Portal da Propaganda)

CICLOPE PREPARA TERCEIRA EDIÇÃO

O festival internacional Ciclope, que premia a produção publicitária, está com inscrições abertas para sua terceira edição. O evento é realizado na Argentina e é o único a premiar exclusivamente as empresas de produção. Líderes globais da indústria, como as produtoras Stink, The Mill e Framestore; e as agências AKQA e Wieden+Kennedy Amsterdã, estão entre as participantes. O Ciclope acontece entre os dias 5 e 8 de novembro em Buenos Aires e premiará todos os aspectos da execução, como animações em 3D e produções digitais.
Nesta edição, o festival deseja atrair mais brasileiros, principalmente após o abrandamento do decreto argentino “Lei de los Medios”. Baixada em 2009, a lei proibia a veiculação de campanhas estrangeiras naquele país. Em vigor até o ano passado, ela acirrou os ânimos entre clientes, agências e produtoras do Brasil, temerosos de perder projetos para a Argentina. Por conta dela, o diretor brasileiro João Daniel Tikhomiroff, hoje chairman da Mixer, declinou de participar do júri na primeira edição. Em 2012, ele é um dos participantes do Brasil no corpo de jurados, que reúne 23 profissionais de 13 países, entre Índia, Reino Unido, Cingapura, Alemanha e EUA.
Tikhomiroff afirma que o festival é uma oportunidade de intercâmbio. Para ele, enaltecer a produção publicitária é uma tendência, em um momento em que comunicação comercial e conteúdo convergem cada vez mais. “O Ciclope é um festival interessante por ser um evento que foca fundamentalmente a qualidade de desenvolvimento e de produção, que deve ser enaltecida e observada”, diz.
Alex Mehedff, cofundador da Hungry Man e um dos brasileiros no júri, acredita que o evento é uma forma de agências e produtoras do país mostrarem o seu trabalho para o mercado internacional. “O Ciclope visa o reconhecimento para produtoras e diretores, seu know-how e sua capacidade de realizar obras internacionalmente. Os jurados vêm de todos os mercados-chave do mundo, com produtores-executivos de diversas produtoras que buscam abrir escritórios também no Brasil. É uma ótima oportunidade para nós”.
Além de Tikhomiroff e Mehedff, completam o grupo de jurados brasileiros Karin Stuckenschmidt, cofundadora da Planet, ex-Filmplanet, e Jarbas Agnelli, da AD/Studio. As inscrições para o Ciclope estão abertas até o dia 22 de setembro (mais informações no site do festival). O evento é produzido pelo governo argentino e pelas associações de produtoras do Reino Unido e dos Estados Unidos. O festival tem o apoio da Filmbrazil e do jornal propmark.
AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO E O BULLYNG

Desde a vigência do Código do Consumidor, estabeleceu-se a responsabilidade objetiva das instituições de ensino (art. 14 do Código de Defesa do Consumidor), na hipótese de danos causados ao educando ou pelo educando. Diz-se responsabilidade objetiva, porque independe de apuração de culpa ou dolo.

O Supremo Tribunal Federal entendeu, em análise de ação indenizatória (RJTJSP 25/611), que o estabelecimento de ensino é responsável pela vigilância e disciplina dos educandos no interior da instituição, ou em seus domínios.

A decisão judicial mencionada discutiu a responsabilidade de escola frente ao “bullying”, assegurando ao estabelecimento de ensino o direito de regresso contra os responsáveis pelos menores (pais, tutores ou curadores).

Critica-se, contudo, a decisão em foco e convida-se à seguinte reflexão: como imputar responsabilidade aos  pais do menor no caso de “bullying”, quando não se pode apurar dolo ou culpa na ação deles? Aqui, na ação de regresso, não há possibilidade jurídica de responsabilidade objetiva.

Afinal, cumprindo o dever assinalado no texto constitucional de 1988, de que a criança e o adolescente devem estudar, aos pais ou responsáveis não cabe outra alternativa, senão aquela de confiá-los ao estabelecimento de ensino que, nesse momento, assume a vigilância do educando.

Entendem os críticos dessa deliberação judicial, que juízes e tribunais devem, por isso, ter cautela na imputação de responsabilidade nos casos de “bullying” envolvendo menores, porque no campo da responsabilidade civil, a teoria do dano “par ricochet” ganha corpo. Não raro, os pais das vítimas de “bullying” sofrem pela vergonha, pela angústia ou sensação de inferioridade da vítima. Mas assim também, sofrem os pais do agressor.

Ação regressiva sobre os pais do agressor de “bullying” seria, nessa visão dos fatos, um “non sense”, porque o agressor, no caso, também é vítima da falta de vigilância da instituição de ensino. Portanto, a escola estaria a converter a indenização de regresso, em enriquecimento ilícito.

Sem contar ainda, que haverão lesados indiretos nessa relação, a reclamar a reparação pecuniária em razão do dano moral decorrente da privação, no ambiente escolar, da segurança. Por exemplo, se uma pessoa com parentesco próximo da vítima de “bullying”, sofrer também humilhação, angústia e desgosto pelo padecimento desta. No caso, esse parente também terá interesse reconhecido juridicamente à indenização pela lesão jurídica sofrida.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, ao se prever indenização por dano moral, os magistrados devem procurar na reparação respectiva, atingir um lenitivo ao sofrimento do lesado, ante a impossibilidade da reparação integral do dano, que, destarte, tem justificado indenizações pecuniárias de expressivo valor. E não será necessário, no caso, que o dano tenha sido resultado imediato do fato que o provocou, bastando prova de que o dano moral não aconteceria, acaso o fato não tivesse acontecido.

Com efeito, os pais ao colocarem seus filhos numa instituição de ensino, o fazem em cumprimento de um dever constitucional e não apenas pela circunstância de “colocá-los numa escola”, como ainda, e sobretudo, pela certeza de que seus filhos vão ficar sob a vigilância de técnicos da educação.

Por conta disso, afirma-se que o nexo causal para a imputabilidade de responsabilidade à instituição de ensino faz-se, então, presente no caso de “bullying”, se dando essa responsabilidade, senão objetivamente, por culpa “in vigilando” e “in custodiendo”, incumbindo  indenizar os pais e estudantes dos gravames decorrentes do “bullying”, dependendo, obviamente, de prova cabal de eventuais excludentes, tais como: incentivo dos pais à pratica do “bullying”; se a vítima e o ofensor causaram culposamente e em conjunto o mesmo dano reciprocamente; ou se a prática do “bullying” foi estabelecida fora das dependências e domínios da instituição de ensino.

Concluindo, enquanto o aluno se encontra no estabelecimento de ensino e sob sua responsabilidade, a escola responde não somente pela incolumidade física do educando, como também pelos atos ilícitos praticados por este a terceiros ou a outro educando. Afinal, existe um dever basilar de vigilância e incolumidade inerente ao estabelecimento de educação, que, modernamente, decorre da responsabilidade objetiva prevista no Código de Defesa do Consumidor.

O aluno é consumidor de serviços de educação e  sofrendo dano físico ou moral no interior do estabelecimento de ensino detém o direito a indenização.  E ainda que se descarte esse modo de interpretação (da responsabilidade objetiva), no mínimo o estabelecimento de ensino estará frente a uma “culpa in vigilando” e “in custodiendo” e, por isso, será possível a imputação de responsabilidade. (Texto de Elaine Rodrigues é consultora empresarial do Gabinete Jurídico – Consultoria Empresarial e Treinamento Elaine Rodrigues)

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