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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O SILÊNCIO (IN) EXPLICÁVEL


 (tONY cOELHO, NO pROMOVIEW) - Em meio à efervescência do mercado, vendo as ações de ativação em Londres, em meio aos Jogos Olímpicos, à transmissão histórica do Ampro Globes Awards, ao vivo, pelo Promoview, e a iniciativas fantásticas da Ampro como seu novo Portal, a estreia da Rádio Ampro, a criação de uma nova categoria de associado, que inclui estudantes de Comunicação, professores e profissionais do mercado etc., eu fiz silêncio. Foi reflexão mesmo!
Meu último texto foi uma provocação aos promocitários. Numa história que propunha uma atitude postural, mostrei que estamos diante de três tipos de cliente quase sempre: o cliente PORQUINHO, o cliente VACA e o cliente CISNE. Indo mais longe, mostrei que, na fábula, costumamos ser os BURROS e os MUITO BURROS.
Como todo e qualquer escritor, esperava o retorno, sempre bem-vindo daqueles que nos apoiam, criticam, ensinam e justificam sobre o texto. Isso é comum em todos os meus textos, desde os mais bobinhos (eu tenho muitos, confesso) aos mais provocantes. E o que aconteceu? Nada! Isso mesmo, nada!
Pensei: o texto estava muito metafórico. Talvez? Ninguém mais lê o Promocitários (ai meu Deus! Esse pensamento me fez triste.) Daí, lembrei que ninguém lê textos grandes e pensei: Foi isso! Grande demais! Não! Será que foi desproposital? Inadequado? Agressivo? Chato? Bobo? Isso? Aquilo? Chhhheeega!
Mas que besteira de escritor, essa? A gente escreve pra quem quer ler. E quem lê tem o direito de refletir sobre o texto e não se pronunciar. O silêncio nem sempre significa que algo é ruim. Pode até significar, mas não é uma norma. O silêncio pode ser uma reflexão sobre o que se lê. Preferi ficar com essa posição, mas, e ao mesmo tempo, resolvi rever meus textos e imaginar o que você, leitor, espera de mim.
Textos que reflitam tão-somente o que acontece no mercado, sem metáfora alguma? Textos voltados para a formação promocional? Textos que falem da Ampro e das novidades desse mercado? Textos que nos levem a refletir sobre nossa responsabilidade profissional ante um mercado que se ajusta e se corrompe ao mesmo tempo?
Textos que convoquem a atitudes e me faça o porta-voz de algumas agências e profissionais que gostariam de dizer alg umas coisas a seus clientes, fornecedores e ao próprio mercado? Textos de toda natureza, dentro do escopo do marketing promocional, seus profissionais e estudantes de Comunicação?
Não obtive respostas internas e para não brigar com as palavras, fiz do silêncio minha resposta. Fiquei sem escrever um tempo. Lendo e vendo o que acontecia por aí. Senti saudade das palavras e voltei. Taí, também sou BURRO à espera de CISNES. Também tenho meus PORQUINHOS para os quais reservo meu melhor lixo de projetos. Só não quero mais as VACAS, essas não. Dão coices e não são donas das divinas tetas.
Meu silêncio é (in) explicável porque é unilateral, e quem me lê não o merece. Foi-se o tempo em que o silêncio resolvia alguma coisa. No máximo, nos colocava nas mãos de algozes donos de verdades nunca ditas.
Por isso resolvi romper esse voto bobo e escrever pra você que me lê à espera do texto. Simples assim. Afinal, quem garante que não dar respostas é estar em silêncio? Não é, não!
E descobri isso em pleno Ampro Globes quando, ao ser abordado por uma pessoa, ouvi o seguinte:
- Você o Tony Coelho, do Promoview?
- Sou eu, sim.
- Tava vendo você ali na TV. Leio todos os seu textos. São muito legais!
- Obrigado, cara. Já comentou algum deles? De repente já até nos falamos por lá…
- Comentei não. Leio e levo pro pessoal da faculdade ler. Só isso.
Fim da conversa e uma certeza: O Promoview me leva aonde quero estar. Por isso, estou aqui.

PERFIL DO NOVO ASSINANTE DA CLASSE C

http://tvporassinatura.org.br/newsletter/276/f_6.jpgConsiderada um dos principais motores de crescimento do setor de TV por assinatura no Brasil, a Classe C foi objeto de uma pesquisa voltada a mapear o comportamento de consumo desses assinantes, apresentada no Congresso da ABTA 2012, durante a palestra "As perspectivas da TV paga como mídia".

A pesquisa, realizada pela Ipsos Marplan, no primeiro semestre de 2012, apontou que 29% da população da Classe C tem acesso à TV por assinatura – contra uma penetração de 85% na Classe A e 59% na Classe B –, com um crescimento de 15 pontos percentuais nos últimos dois anos.

Quanto aos motivos que têm impulsionado esse crescimento dos assinantes de Classe C, o diretor da Ipsos Marplan, Diego Oliveira, afirmou que a pesquisa identificou que para 45% dos entrevistados, o principal motivador para contratar os serviços de TV por assinatura é a variedade de canais, seguida pela qualidade de som e acesso a programas diferenciados, para 26% e 15% dos entrevistados, respectivamente.

De acordo com a pesquisa, a maioria dos anunciantes da Classe C (74%) contrataram os serviços de TV por assinatura há menos de três anos e 82% deles têm um único ponto de acesso. "Isso significa que as famílias da Classe C se reúnem para assistir a TV paga", pontuou Oliveira.

Aumento do bolo publicitário

Ainda no mesmo painel, Geraldo Leite, diretor da consultoria Singular, apresentou uma outra pesquisa sobre pretensão de investimentos dos anunciantes no Brasil. O levantamento, realizado com 90 profissionais – entre as maiores agências e empresas anunciantes do país –, revelou que 97% dos entrevistados têm intenção de investir no mercado de TV por assinatura no segundo semestre de 2012.

Além disso, 32% dos entrevistados pretendem aumentar em 15% a 20% seus investimentos publicitários na TV por assinatura e 59% querem fazer ações de brand content no meio.
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CHUVAS INTENSAS E SECA: ELES JÁ SABIAM
(Texto de Elton Alisson, distribuído pelaAgência FAPESP – Apesar de necessitar de mais estudos para reiterar evidências e esclarecer algumas incertezas sobre os níveis de confiança de algumas previsões, as conclusões do Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Eventos Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês) – elaborado e recentemente divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – podem ser corroboradas pela maior ocorrência de eventos climáticos extremos em diferentes regiões do mundo, como a atual seca nos Estados Unidos, e pelo aumento de gastos realizados nos últimos anos por países como o Brasil para sanar os prejuízos causados por enchentes e deslizamentos provocados por chuvas intensas.
A avaliação foi feita por pesquisadores participantes do workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres na América do Sul – O que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre os extremos?”, realizado nos dias 16 e 17 de agosto, em São Paulo.
Realizado pela FAPESP e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o IPCC, o Overseas Development Institute (ODI) e a Climate and Development Knowledge Development (CKDN), ambos do Reino Unido, e apoio da Agência de Clima e Poluição e do Ministério de Relações Exteriores da Noruega, o objetivo do evento foi debater as conclusões do SREX e as opções para o gerenciamento dos impactos dos extremos climáticos, especialmente nas Américas do Sul e Central.
Uma das principais conclusões do relatório, elaborado pelo IPCC a pedido do governo da Noruega e da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (EIRD), da Organização das Nações Unidas (ONU), é o aumento na frequência de eventos climáticos extremos no mundo nas últimas décadas em função das mudanças climáticas.
Consequentemente, também aumentaram os impactos socioeconômicos desses fenômenos nos últimos anos devido a maior vulnerabilidade e exposição da população humana a eles, em função de fatores como o aumento desordenado da urbanização em regiões como a América do Sul.
Entretanto, de acordo com os pesquisadores, há incertezas a respeito de se alguns fenômenos climáticos extremos tendem a ocorrer em escala global, devido à escassez de dados.
O relatório indica, por exemplo, que é muito provável um aumento na frequência de dias e noites quentes nos próximos anos em diferentes regiões do planeta, tendência já detectada em observações meteorológicas realizadas em grande parte das regiões Sul e Sudeste do Brasil e no sudeste da América do Sul.
Por outro lado, o documento aponta dúvidas em relação ao aumento da frequência de chuvas intensas em todo o mundo, indicando regiões que apresentam aumento e outras onde ocorreu redução do evento climático – o que impossibilita generalizar a conclusão de que o fenômeno deve acontecer mais frequentemente em todo o planeta.
Contudo, as chuvas torrenciais em São Paulo com maior frequência nas últimas décadas indicam que têm ocorrido mais fortes precipitações de chuvas, pelo menos em escala regional.
“Se ainda há incertezas sobre a tendência de aumento da frequência de chuva em escala global, no caso de São Paulo não restam dúvidas de que as chuvas intensas têm aumentado muito na cidade nos últimos 50 ou 70 anos”, disse Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e do IPCC e um dos autores do SREX.
“Hoje temos três vezes mais chuvas intensas, que causam enchentes e desastres em São Paulo, do que há 70 anos. E as evidências de que esse tipo de evento climático extremo ocorre com maior frequência na capital paulista estão muito bem documentadas”, afirmou Nobre.
Em função de existir evidências mais concretas e consistentes do aumento na frequência de chuvas intensas em São Paulo nas últimas décadas, de acordo com Nobre, a cidade poderia servir como um laboratório excelente para a realização de estudos que relacionem os impactos socioeconômicos causados pelo aumento da frequência de eventos climáticos extremos com o nível de exposição e vulnerabilidade das populações a eles, de modo a reiterar as conclusões do IPCC.
“Seria muito interessante realizar pesquisas para quantificar as enormes mudanças climáticas em São Paulo causadas pelo impacto da urbanização e do efeito de ilha urbana de calor na cidade”, avaliou Nobre.
Impactos socioeconômicos
Nobre deu alguns exemplos de estudos publicados recentemente por pesquisadores do Estado de São Paulo que relacionam o aumento nos riscos à população causados pela maior frequência de chuvas intensas.
Um dos estudos apontou um aumento do número de áreas suscetíveis a alagamentos e que apresentam risco mais elevado de deslizamentos de terra na capital paulista. Outro estudo demonstrou que, com a urbanização, as áreas de chuva intensa se expandem e aumenta o risco de contaminação por leptospirose – doença transmitida pela urina do rato.
Já uma pesquisa feita no Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro, em parceria com o Inpe, identificou que Campinas e Ribeirão Preto são as duas regiões no Estado de São Paulo que apresentam maior vulnerabilidade às mudanças climáticas nas próximas décadas.
A grande concentração populacional em Campinas potencializa as consequências de uma enchente. Já no caso de Ribeirão Preto, além de ser populosa, a região deverá registrar temperaturas mais altas nas próximas décadas.
“Podemos discernir em algumas regiões os impactos socioeconômicos causados pela aceleração dos eventos climáticos extremos, que estão associados a maior vulnerabilidade das populações em função da crescente urbanização do mundo e, em particular, das cidades da América Latina, onde esse processo ocorreu nas últimas décadas de forma caótica”, avaliou Nobre.
Segundo ele, no Brasil, por exemplo, os recursos para reconstrução de regiões assoladas por desastres causados por eventos climáticos extremos tiveram uma evolução muito rápida nos últimos dez anos e ultrapassaram o patamar de R$ 1,6 bilhão em 2011. “O impacto econômico dos desastres causados por eventos climáticos extremos já é sensível no país”, afirmou.
Alguns dos exemplos dados pelos pesquisadores para ilustrar o aumento da frequência de eventos climáticos extremos no Brasil nos últimos anos são a baixa umidade do ar registrada atualmente no Centro-Oeste do país e no sudeste de São Paulo, além das constantes enchentes no verão em São Paulo, Rio de Janeiro e em outras regiões do oeste do Brasil, e das secas no oeste da Amazônia.
Já no exterior, a seca que atinge os Estados Unidos atualmente é apontada pelos pesquisadores como um exemplo bastante consistente de evento climático extremo de ocorrência e dimensões raras, que corrobora as conclusões do SREX.
“É um evento climático que talvez ocorre somente a cada cem anos e que provoca um enorme impacto econômico e social, na medida em que perturba todo o sistema de preço de commodities agrícolas e afeta, inclusive, a segurança alimentar do país”, avaliou Nobre.
De acordo com Nobre, a seca nos Estados Unidos não foi documentada no SREX, mas deve ser incluída no próximo relatório do IPCC, previsto para ser publicado em 2013, que deve esclarecer algumas das incertezas sobre o nível de confiança de algumas previsões apontadas no documento atual.
“Muitas das informações publicadas no SREX serão atualizadas no quinto relatório do IPCC, por meio do qual esperamos ter uma melhor compreensão dos eventos climáticos extremos”, disse José Marengo, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe, membro do IPCC e um dos autores do SREX.
As palestras realizadas no workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres na América do Sul" estão disponíveis em: www.fapesp.br/ipccsrex/program

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