(Texto de Fábio de Castro,
distribuído pela Agência
FAPESP) – Na avaliação de especialistas reunidos em São Paulo para discutir
a gestão de riscos dos extremos climáticos e desastres, para que seja possível
gerenciar de forma adequada os impactos desses eventos, é fundamental informar
a sociedade – incluindo os formuladores de políticas públicas – sobre as
descobertas das ciências climáticas.
No entanto, pesquisadores estão
preocupados com as dificuldades encontradas na comunicação com a sociedade. A
complexidade dos estudos climáticos tende a gerar distorções na cobertura
jornalística do tema e o resultado pode ser uma ameaça à confiança do público
em relação à ciência.
A avaliação foi feita por
participantes do workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e
desastres na América Central e na América do Sul – o que podemos aprender com o
Relatório Especial do IPCC sobre extremos?”, realizado na semana passada na
capital paulista.
O evento teve o objetivo de
debater as conclusões do Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Extremos
Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês) – elaborado e recentemente
publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – e
discutir opções para gerenciamento dos impactos dos extremos climáticos,
especialmente nas Américas do Sul e Central.
O workshop foi realizado pela
FAPESP e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com
o IPCC, o Overseas Development Institute (ODI) e a Climate and Development
Knowledge (CKDN), ambos do Reino Unido, e apoio da Agência de Clima e Poluição
do Ministério de Relações Exteriores da Noruega.
Durante o evento, o tema da
comunicação foi debatido por autores do IPCC-SREX, especialistas em extremos
climáticos, gestores e líderes de instituições de prevenção de desastres.
De acordo com Vicente Barros, do
Centro de Investigação do Mar e da Atmosfera da Universidade de Buenos Aires, o
IPCC, do qual é membro, entrou há três anos em um processo de reestruturação
que compreende uma mudança na estratégia de comunicação.
“A partir de 2009, o IPCC passou
a ser atacado violentamente e não estávamos preparados para isso, porque nossa
função era divulgar o conhecimento adquirido, mas não traduzi-lo para a
imprensa. Temos agora um grupo de jornalistas que procura fazer essa mediação,
mas não podemos diluir demais as informações e a última palavra na formulação
da comunicação é sempre do comitê executivo, porque o peso político do que é
expresso pelo painel é muito grande”, disse Barros.
A linguagem é um grande problema,
segundo Barros. Se for muito complexa, não atinge o público. Se for muito
simplificada, tende a distorcer as conclusões e disseminar visões que não
correspondem à realidade.
“O IPCC trata de problemas muito
complexos e admitimos que não podemos fazer uma divulgação que chegue a todos.
Isso é um problema. Acredito que a comunicação deve permanecer nas mãos dos
jornalistas, mas talvez seja preciso investir em iniciativas de treinamento
desses profissionais”, disse.
Fábio Feldman, do Fórum Paulista
de Mudanças Climáticas, manifestou preocupação com as dificuldades de
comunicação dos cientistas com o público, que, segundo ele, possibilitam que os
pesquisadores “céticos” – isto é, que negam a influência humana nos eventos de
mudanças climáticas – ganhem cada vez mais espaço na mídia e no debate público.
“Vejo com preocupação um avanço
do espaço dado aos negacionistas no debate público. A imprensa acha que é
preciso usar necessariamente o princípio do contraditório, dando espaço e
importância equânimes para as diferentes posições no debate”, disse.
De acordo com Feldman, os
cientistas – especialmente aqueles ligados ao IPCC – deveriam ter uma atitude
mais pró-ativa no sentido de se contrapor aos “céticos” no debate público.
Posições diferentes
Para Reynaldo Luiz Victoria, da
Coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, é
importante que a imprensa trate as diferentes posições de modo mais equitativo.
“Há casos específicos em que a
imprensa trata questões de maneira pouco equitativa – e eventualmente
sensacionalista –, mas acho que nós, como pesquisadores, não temos obrigação de
reagir. A imprensa deveria nos procurar para fazer o contraponto e esclarecer o
público”, disse Victoria à Agência FAPESP.
Victoria, no entanto, destacou a
importância de que os “céticos” também sejam ouvidos. “Alguns são cientistas
sérios e merecem um tratamento equitativo. Certamente que não se pode
ignorá-los, mas, quando fazem afirmações passíveis de contestação, a imprensa
deve procurar alguém que possa dar um contraponto. Os jornalistas precisam nos
procurar e não o contrário”, disse.
De modo geral, a cobertura da
imprensa sobre mudanças climáticas é satisfatória, segundo Victoria. “Os bons
jornais publicam artigos corretos e há jornalistas muito sérios produzindo
material de alta qualidade”, destacou.
Para Luci Hidalgo Nunes,
professora do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), os negacionistas ganham espaço porque muitas vezes o discurso
polêmico tem mais apelo midiático do que a complexidade do conhecimento
científico.
“O cientista pode ter um discurso
bem fundamentado, mas que é considerado enfadonho pelo público. Enquanto isso,
um pesquisador com argumentos pouco estruturados pode fazer um discurso
simplificado, portanto atraente para o público, e polêmico, o que rende
manchetes”, disse à Agência FAPESP.
Apesar de a boa ciência ter, em
relação ao debate público, uma desvantagem inerente à sua complexidade, Nunes
acredita ser importante que a imprensa continue pluralista. A pesquisadora
publicou um estudo no qual analisa a cobertura do jornal O Estado de S.
Paulo sobre mudanças climáticas durante um ano. Segundo Nunes, um dos
principais pontos positivos observados consistiu em dar voz às diferentes
posições.
“Sou favorável a que a imprensa
cumpra seu papel e dê todos os parâmetros, para que haja um debate democrático.
Acho que isso está sendo bem feito e a própria imprensa está aberta para nos
dar mais espaço. Mas precisamos nos manifestar para criar essas oportunidades”,
disse.
Nunes também considera que a
cobertura da imprensa sobre mudanças climáticas, de modo geral, tem sido
satisfatória, ainda que irregular. “O tema ganha vulto em determinados
momentos, mas não se mantém na pauta do noticiário de forma permanente”, disse.
Segundo ela, o assunto sobressaiu
especialmente em 2007, com a publicação do primeiro relatório do IPCC, e em
2012 durante a RIO+20.
“Em 2007, a cobertura foi intensa, mas a
popularização do tema também deu margem a distorções e exageros. O
sensacionalismo é ruim para a ciência, porque faz o tema ganhar as manchetes
rapidamente por algum tempo, mas no médio prazo o efeito é inverso: as pessoas
percebem os exageros e passam a olhar com descrédito os resultados científicos
de modo geral”, disse.
TRABALHO INFORMAL E FUNK CARIOCA
Quão marginais são de fato o
trabalho informal e o funk carioca hoje? Este é o tema do encontro com o tema
“Marginalidades (?): questões de gênero no trabalho informal e no funk
carioca”, que ocorrerá dia 27 na Unesp,
em Araraquara. Detalhes: www.fclar.unesp.br, apf@fclar.unesp.br e (16) 3334-6218/6490.
telhados brancos contra O aquecimento
global
Conhecida
pela divulgação de ações de sustentabilidade, a Prefeitura de Nova
York criou um programa pelo qual pretende pintar de branco a maior
quantidade possível de telhados da cidade.
O
objetivo da medida é reduzir o consumo de energia dos moradores, e, assim, o
impacto que causam no meio ambiente. Isso porque, com os telhados
pintados de branco, a temperatura no interior de um edifício pode cair até 30%,
diminuindo os gastos com ar-condicionado, e, consequentemente, a emissão de
gases do efeito estufa, o que ajuda a controlar os efeitos nocivos do aquecimento
global.
O
programa, chamado de “Cool Roofs” faz parte de um conjunto de medidas
tomadas por Nova York com o intuito a reduzir em 30% a emissão de gases
causadores do efeito estufa até 2030.
Segundo
um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa de Sistemas Climáticos da
Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, um telhado pintado na cor branca
registrou, no dia mais quente deste ano, uma temperatura até seis graus menor
do que a verificada em um tradicional, sem a tinta.
A
explicação é simples e tem origem nas leis da física: enquanto os telhados
pretos ou escuros absorvem a energia do sol quase completamente, os brancos
refletem os raios solares, dispersando o calor.
Especialistas
também indicam que a cobertura branca ajuda na conservação dos telhados das
edificações. Lançado há três anos, o programa já totaliza 260 mil metros
quadrados de telhados pintados de branco.
“Estamos
trabalhando lentamente e não será possível pintar todos os telhados da cidade,
ora pelo material, ora pelas condições de segurança necessárias para pintá-lo.
Mas vamos fazer tudo o que pudermos”, diz BBC Tori Edmiston,
vice-diretor de Relações Exteriores Comunitárias do Conselho da Cidade de Nova
York, a agência da Prefeitura responsável pelo programa.
Para
concluir tal tarefa, a Prefeitura conta com a ajuda de jovens voluntários, que
atuam como pintores temporários. “Aqui em cima faz muito calor, mas o esforço
vale a pena, porque conhecemos pessoas e ajudamos nossa comunidade com um projeto
sustentável maravilhoso”, diz James Allison, da ONG Inroads,
que seleciona voluntários para participar no programa.
A
segurança dos voluntários e a implementação do projeto ficam a cargo de Loreta
Tapia, supervisora do programa. “Em primeiro lugar, aplicamos duas demãos de
tinta látex, que, por ser muito densa, se contrai para depois se expandir. A
cor, um branco brilhante, transforma completamente os telhados ‘fechados’ de
Nova York, antes cinza, preto e prata”.
Por
enquanto, os tetos mais pintados são os de universidades, bibliotecas e
edifícios públicos, além de blocos de apartamentos de moradores de baixa renda.
A pintura, entretanto, não prescinde de um detalhado estudo de caso. Nele,
calcula-se o consumo de energia do edifício, o valor da economia com a
cobertura branca e uma averiguação minuciosa da estrutura do telhado.
No
verão, a temperatura registrada nos telhados de Nova York pode superar
facilmente 80 graus Celsius. Há dias, inclusive, que tal limite é ultrapassado.
Termômetros já chegaram a marcar 87 graus Celsius no topo dos edifícios da
cidade. (Fontes:: Portal iG e Promoview).
Feira Office Solution
Arquishow
A 14ª edição da
Feira Office Solution Arquishow Facility Show começa no dia 18/09, em
novo local, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Durante os
quatro dias de exposição, cerca de 180 empresas nacionais e estrangeiras vão
mostrar quais são as principais novidades para ambientes corporativos.
Em
um espaço de 22 mil metros quadrados, o público vai poder conferir o que há de
mais moderno em produtos e soluções para escritórios, hotéis, shopping
centers, órgãos públicos, hospitais, escolas, comércios e outros diferentes
espaços profissionais.
Alguns
dos mais importantes escritórios de arquitetura do País também estarão
presentes na feira para apresentar seus portfólios e também participar
da Rodada de Negócios – um meeting point que vai reunir mais de 100
grandes clientes finais que irão interagir entre si e receber a visita de novos
e competentes fornecedores. Isso visando atender à imensa demanda do setor
corporativo, que fatura mais de R$ 30 bilhões por ano.
“Representantes
de importantes instituições financeiras, redes hoteleira, de saúde e de
shopping centers, órgãos públicos e grandes corporações, entre outros
empreendimentos, participarão deste encontro. Todos atrás de boas soluções e de
bons negócios”, diz Ricardo Aronovich, diretor da Flex Eventos, empresa
responsável pela realização da feira.
O
público-alvo da Office Solution ArquiShow FacilityShow é formado por
empresários, investidores e executivos do mundo corporativo, além de
arquitetos, pregoeiros, decoradores, designers, facility managers,
engenheiros e demais profissionais liberais.
“Mas
a feira é aberta ao público em geral, com entrada gratuita”, alerta Aronovich,
que aguarda mais de 40 mil visitantes durante os quatro dias de evento, de 18 a
21/09. De terça à quinta-feira, o horário de funcionamento será das 14h às 22h.
Na sexta-feira, ela será encerrada uma hora mais cedo, às 21h. (Promoview)
Pesquisadores
de universidades do Chile, Israel, México e da Finlândia estarão na PUCRS, nos
dias 29 e 30, para participar do Seminário Internacional Inovação,
Universidade e Prestação de Serviços. Podem participar diretores, coordenadores e
professores da Instituição. As inscrições podem ser feitas na secretaria da
Pró-Reitoria de Extensão (Proex), sala 201 do prédio 40, ou no site www.pucrs.br/eventos/inovacao.
Outras informações pelo telefone (51) 3320-3680 ou e-mail proexsecretaria@pucrs.br.
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