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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A IMPRENSA E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS


(Texto de Fábio de Castro, distribuído pela Agência FAPESP) – Na avaliação de especialistas reunidos em São Paulo para discutir a gestão de riscos dos extremos climáticos e desastres, para que seja possível gerenciar de forma adequada os impactos desses eventos, é fundamental informar a sociedade – incluindo os formuladores de políticas públicas – sobre as descobertas das ciências climáticas.
No entanto, pesquisadores estão preocupados com as dificuldades encontradas na comunicação com a sociedade. A complexidade dos estudos climáticos tende a gerar distorções na cobertura jornalística do tema e o resultado pode ser uma ameaça à confiança do público em relação à ciência.
A avaliação foi feita por participantes do workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres na América Central e na América do Sul – o que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre extremos?”, realizado na semana passada na capital paulista.
O evento teve o objetivo de debater as conclusões do Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Extremos Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês) – elaborado e recentemente publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – e discutir opções para gerenciamento dos impactos dos extremos climáticos, especialmente nas Américas do Sul e Central.
O workshop foi realizado pela FAPESP e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o IPCC, o Overseas Development Institute (ODI) e a Climate and Development Knowledge (CKDN), ambos do Reino Unido, e apoio da Agência de Clima e Poluição do Ministério de Relações Exteriores da Noruega.
Durante o evento, o tema da comunicação foi debatido por autores do IPCC-SREX, especialistas em extremos climáticos, gestores e líderes de instituições de prevenção de desastres.
De acordo com Vicente Barros, do Centro de Investigação do Mar e da Atmosfera da Universidade de Buenos Aires, o IPCC, do qual é membro, entrou há três anos em um processo de reestruturação que compreende uma mudança na estratégia de comunicação.
“A partir de 2009, o IPCC passou a ser atacado violentamente e não estávamos preparados para isso, porque nossa função era divulgar o conhecimento adquirido, mas não traduzi-lo para a imprensa. Temos agora um grupo de jornalistas que procura fazer essa mediação, mas não podemos diluir demais as informações e a última palavra na formulação da comunicação é sempre do comitê executivo, porque o peso político do que é expresso pelo painel é muito grande”, disse Barros.
A linguagem é um grande problema, segundo Barros. Se for muito complexa, não atinge o público. Se for muito simplificada, tende a distorcer as conclusões e disseminar visões que não correspondem à realidade.
“O IPCC trata de problemas muito complexos e admitimos que não podemos fazer uma divulgação que chegue a todos. Isso é um problema. Acredito que a comunicação deve permanecer nas mãos dos jornalistas, mas talvez seja preciso investir em iniciativas de treinamento desses profissionais”, disse.
Fábio Feldman, do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas, manifestou preocupação com as dificuldades de comunicação dos cientistas com o público, que, segundo ele, possibilitam que os pesquisadores “céticos” – isto é, que negam a influência humana nos eventos de mudanças climáticas – ganhem cada vez mais espaço na mídia e no debate público.
“Vejo com preocupação um avanço do espaço dado aos negacionistas no debate público. A imprensa acha que é preciso usar necessariamente o princípio do contraditório, dando espaço e importância equânimes para as diferentes posições no debate”, disse.
De acordo com Feldman, os cientistas – especialmente aqueles ligados ao IPCC – deveriam ter uma atitude mais pró-ativa no sentido de se contrapor aos “céticos” no debate público.
Posições diferentes
Para Reynaldo Luiz Victoria, da Coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, é importante que a imprensa trate as diferentes posições de modo mais equitativo.
“Há casos específicos em que a imprensa trata questões de maneira pouco equitativa – e eventualmente sensacionalista –, mas acho que nós, como pesquisadores, não temos obrigação de reagir. A imprensa deveria nos procurar para fazer o contraponto e esclarecer o público”, disse Victoria à Agência FAPESP.
Victoria, no entanto, destacou a importância de que os “céticos” também sejam ouvidos. “Alguns são cientistas sérios e merecem um tratamento equitativo. Certamente que não se pode ignorá-los, mas, quando fazem afirmações passíveis de contestação, a imprensa deve procurar alguém que possa dar um contraponto. Os jornalistas precisam nos procurar e não o contrário”, disse.
De modo geral, a cobertura da imprensa sobre mudanças climáticas é satisfatória, segundo Victoria. “Os bons jornais publicam artigos corretos e há jornalistas muito sérios produzindo material de alta qualidade”, destacou.
Para Luci Hidalgo Nunes, professora do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os negacionistas ganham espaço porque muitas vezes o discurso polêmico tem mais apelo midiático do que a complexidade do conhecimento científico.
“O cientista pode ter um discurso bem fundamentado, mas que é considerado enfadonho pelo público. Enquanto isso, um pesquisador com argumentos pouco estruturados pode fazer um discurso simplificado, portanto atraente para o público, e polêmico, o que rende manchetes”, disse à Agência FAPESP.
Apesar de a boa ciência ter, em relação ao debate público, uma desvantagem inerente à sua complexidade, Nunes acredita ser importante que a imprensa continue pluralista. A pesquisadora publicou um estudo no qual analisa a cobertura do jornal O Estado de S. Paulo sobre mudanças climáticas durante um ano. Segundo Nunes, um dos principais pontos positivos observados consistiu em dar voz às diferentes posições.
“Sou favorável a que a imprensa cumpra seu papel e dê todos os parâmetros, para que haja um debate democrático. Acho que isso está sendo bem feito e a própria imprensa está aberta para nos dar mais espaço. Mas precisamos nos manifestar para criar essas oportunidades”, disse.
Nunes também considera que a cobertura da imprensa sobre mudanças climáticas, de modo geral, tem sido satisfatória, ainda que irregular. “O tema ganha vulto em determinados momentos, mas não se mantém na pauta do noticiário de forma permanente”, disse.
Segundo ela, o assunto sobressaiu especialmente em 2007, com a publicação do primeiro relatório do IPCC, e em 2012 durante a RIO+20.
“Em 2007, a cobertura foi intensa, mas a popularização do tema também deu margem a distorções e exageros. O sensacionalismo é ruim para a ciência, porque faz o tema ganhar as manchetes rapidamente por algum tempo, mas no médio prazo o efeito é inverso: as pessoas percebem os exageros e passam a olhar com descrédito os resultados científicos de modo geral”, disse.
TRABALHO INFORMAL E FUNK CARIOCA
Quão marginais são de fato o trabalho informal e o funk carioca hoje? Este é o tema do encontro com o tema “Marginalidades (?): questões de gênero no trabalho informal e no funk carioca”, que ocorrerá dia 27  na Unesp, em Araraquara. Detalhes: www.fclar.unesp.br, apf@fclar.unesp.br e (16) 3334-6218/6490.
telhados brancos contra O aquecimento global
Conhecida pela divulgação de ações de sustentabilidade, a Prefeitura de Nova York criou um programa pelo qual pretende pintar de branco a maior quantidade possível de telhados da cidade.
O objetivo da medida é reduzir o consumo de energia dos moradores, e, assim, o impacto que causam no meio ambiente. Isso porque, com os telhados pintados de branco, a temperatura no interior de um edifício pode cair até 30%, diminuindo os gastos com ar-condicionado, e, consequentemente, a emissão de gases do efeito estufa, o que ajuda a controlar os efeitos nocivos do aquecimento global.
O programa, chamado de “Cool Roofs” faz parte de um conjunto de medidas tomadas por Nova York com o intuito a reduzir em 30% a emissão de gases causadores do efeito estufa até 2030.
Segundo um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa de Sistemas Climáticos da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, um telhado pintado na cor branca registrou, no dia mais quente deste ano, uma temperatura até seis graus menor do que a verificada em um tradicional, sem a tinta.
A explicação é simples e tem origem nas leis da física: enquanto os telhados pretos ou escuros absorvem a energia do sol quase completamente, os brancos refletem os raios solares, dispersando o calor.
Especialistas também indicam que a cobertura branca ajuda na conservação dos telhados das edificações. Lançado há três anos, o programa já totaliza 260 mil metros quadrados de telhados pintados de branco.
“Estamos trabalhando lentamente e não será possível pintar todos os telhados da cidade, ora pelo material, ora pelas condições de segurança necessárias para pintá-lo. Mas vamos fazer tudo o que pudermos”, diz BBC Tori Edmiston, vice-diretor de Relações Exteriores Comunitárias do Conselho da Cidade de Nova York, a agência da Prefeitura responsável pelo programa.
Para concluir tal tarefa, a Prefeitura conta com a ajuda de jovens voluntários, que atuam como pintores temporários. “Aqui em cima faz muito calor, mas o esforço vale a pena, porque conhecemos pessoas e ajudamos nossa comunidade com um projeto sustentável maravilhoso”, diz James Allison, da ONG Inroads, que seleciona voluntários para participar no programa.
A segurança dos voluntários e a implementação do projeto ficam a cargo de Loreta Tapia, supervisora do programa. “Em primeiro lugar, aplicamos duas demãos de tinta látex, que, por ser muito densa, se contrai para depois se expandir. A cor, um branco brilhante, transforma completamente os telhados ‘fechados’ de Nova York, antes cinza, preto e prata”.
Por enquanto, os tetos mais pintados são os de universidades, bibliotecas e edifícios públicos, além de blocos de apartamentos de moradores de baixa renda. A pintura, entretanto, não prescinde de um detalhado estudo de caso. Nele, calcula-se o consumo de energia do edifício, o valor da economia com a cobertura branca e uma averiguação minuciosa da estrutura do telhado.
No verão, a temperatura registrada nos telhados de Nova York pode superar facilmente 80 graus Celsius. Há dias, inclusive, que tal limite é ultrapassado. Termômetros já chegaram a marcar 87 graus Celsius no topo dos edifícios da cidade. (Fontes:: Portal iG e Promoview).
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Feira Office Solution Arquishow

A 14ª edição da Feira Office Solution Arquishow Facility Show começa no dia 18/09, em novo local, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Durante os quatro dias de exposição, cerca de 180 empresas nacionais e estrangeiras vão mostrar quais são as principais novidades para ambientes corporativos.
Em um espaço de 22 mil metros quadrados, o público vai poder conferir o que há de mais moderno em produtos e soluções para escritórios, hotéis, shopping centers, órgãos públicos, hospitais, escolas, comércios e outros diferentes espaços profissionais.
Alguns dos mais importantes escritórios de arquitetura do País também estarão presentes na feira para apresentar seus portfólios e também participar da Rodada de Negócios – um meeting point que vai reunir mais de 100 grandes clientes finais que irão interagir entre si e receber a visita de novos e competentes fornecedores. Isso visando atender à imensa demanda do setor corporativo, que fatura mais de R$ 30 bilhões por ano.
“Representantes de importantes instituições financeiras, redes hoteleira, de saúde e de shopping centers, órgãos públicos e grandes corporações, entre outros empreendimentos, participarão deste encontro. Todos atrás de boas soluções e de bons negócios”, diz Ricardo Aronovich, diretor da Flex Eventos, empresa responsável pela realização da feira.
O público-alvo da Office Solution ArquiShow FacilityShow é formado por empresários, investidores e executivos do mundo corporativo, além de arquitetos, pregoeiros, decoradores, designers, facility managers, engenheiros e demais profissionais liberais.
“Mas a feira é aberta ao público em geral, com entrada gratuita”, alerta Aronovich, que aguarda mais de 40 mil visitantes durante os quatro dias de evento, de 18 a 21/09. De terça à quinta-feira, o horário de funcionamento será das 14h às 22h. Na sexta-feira, ela será encerrada uma hora mais cedo, às 21h. (Promoview)

INOVAÇÃO, UNIVERSIDADE E SERVIÇOS
Pesquisadores de universidades do Chile, Israel, México e da Finlândia estarão na PUCRS, nos dias 29 e 30, para participar do Seminário Internacional Inovação, Universidade e Prestação de Serviços.  Podem participar diretores, coordenadores e professores da Instituição. As inscrições podem ser feitas na secretaria da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), sala 201 do prédio 40, ou no site www.pucrs.br/eventos/inovacao. Outras informações pelo telefone (51) 3320-3680 ou e-mail proexsecretaria@pucrs.br.

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