(Anderson
Gurgel, jornalista e professor universitário, no ADNews) - Já de
antemão falo que sou jornalista formado há mais dez anos, continuo trabalhando
na área como colaborador e sou professor na área há mais de sete anos. Já fui,
inclusive, até coordenador em universidade - o que me permitiu entender melhor
a filosofia do curso de jornalismo, com seus acertos e erros. Sendo assim, este
não é um texto neutro, mas tento, como jornalista, fazer uma reflexão equilibrada.
De início, acho que o assunto está
"medievalizado", ou seja, nas trevas. Virou um "Fla-Flu".
Uns acham que sim e outros acham que não precisa de diploma. Em síntese, muita
gente acha que não precisar de diploma de jornalismo é igual a não precisar de
diploma nenhum. Basta ter o dom e ir chegando às redações.
O que não contam é que a grande
imprensa é cada vez mais uma "tribozinha", cheia de cunhadismos
(famílias-grife, QI, etc.) na qual uma base gingante (os operários da
informação) ganha muito mal, tem péssimas condições de trabalho e alguns
"gênios da raça" ganham muito, sem necessariamente entregar o que vendem. Veja que
se entregassem (ou seja, fossem tão bons assim), as empresas de jornalismo não
viviam em crise.
Mas voltando ao diploma, acho que não necessariamente precisaria ser um curso de quatro anos para trabalhar como jornalista (uma pós, um curso até técnico pode ajudar), mas achar que não se precisa de NADA para ser jornalista é demais. Como a educação no Brasil não vale nada essa ideia já pegou. Vários jovens já me pararam para perguntar se não precisa mesmo de diploma para ser jornalista, e veem isso como um caminho mais fácil para conseguir emprego, ganhar dinheiro ou sei lá.
Mas voltando ao diploma, acho que não necessariamente precisaria ser um curso de quatro anos para trabalhar como jornalista (uma pós, um curso até técnico pode ajudar), mas achar que não se precisa de NADA para ser jornalista é demais. Como a educação no Brasil não vale nada essa ideia já pegou. Vários jovens já me pararam para perguntar se não precisa mesmo de diploma para ser jornalista, e veem isso como um caminho mais fácil para conseguir emprego, ganhar dinheiro ou sei lá.
Alguns professores e muitos profissionais formados
na área acham que isso é correto. "Basta ter talento", dizem. Isso é
uma balela enorme promovida pelos donos das empresas, sobretudo para continuar
pagando mal. Ter talento é outra coisa e quem é realmente talentoso ganha rios
de dinheiro. Bolt, Messi, Talese, Spielberg têm talento. Escrever para um
veículo, com os constrangimentos do tempo, das condições de trabalho e das
questões éticas e legais, requer preparo técnico e um excelente repertório
humanístico. Afinal, você tem que ir de mensalão à Olimpíada, de Belo Monte à
crise financeira e, as vezes no mesmo dia! E, sinceramente, não acho que seja
possível ter isso sem preparação (seja graduação, pós ou mesmo um curso
técnico).
Para piorar acho que, para manipular
a opinião pública, aqueles que ganham com a desmobilização da categoria vendem
que não precisamos de algum diploma (se entendermos diploma como um símbolo que
você buscou qualificação), como se fôssemos um país europeu com altos níveis de
qualidade de ensino e qualificação e não como um país que está à beira de um
apagão de profissionais qualificados. Mas para esses, basta ter talento, não é?
Só se esqueceram de dizer que
"basta ter talento" também para ter outras fontes de renda, pois com
a desvalorização da categoria há uma imensa base de profissionais ganhando
menos que o piso e/ou fazendo reportagens de capa para grandes veículos
recebendo R$ 200 ou R$ 300.
Não tenho a arrogância de achar que
resolvo o problema aqui. Mas o que mais me choca é, como já disse, a falta de
luz para esse debate. Por outro lado, isso não surpreende, já que o problema do
Brasil é justamente formar profissionais que pensem e não ostentem diplomas em
quadro na parede.
TI
e MARKETING: UMA ALIANÇA NECESSÁRIA
(Texto de Paulo
Miranda, diretor de marketing e alianças na eWave do Brasil.
Há mais de 20 anos no mercado de tecnologia da informação, já atuou em empresas
nacionais e multinacionais tais como Ci&T, grupo O Estado de São Paulo,
Rational Software e IBM. Para entrar em contato envie e-mail para paulo.miranda@ewave.com.br) - Quando analisamos, sob a ótica de
suporte tecnológico, os principais processos de negócio que constituem a
operação de uma empresa, notamos que alguns desses processos recebem um
excelente suporte de sistemas de TI. Como, por exemplo: Finanças/Contabilidade;
Recursos Humanos; Manufatura; Logística/ Cadeia de Suprimentos; Gerência de
Projetos; Automação da Força de Vendas (SFA) e Relacionamento com Clientes
(CRM).
Infelizmente,
para os times de marketing das empresas, os processos dessa importante área de
negócios ficaram muito tempo sem receber a devida atenção dos fornecedores de
tecnologia. Por conta dessa falta de suporte eficiente, esses times tiveram que
criar soluções paliativas para tentar facilitar o trabalho do dia a dia. Essas
soluções, na maioria dos casos, envolvem a criação de muitas planilhas, trocas
de e-mail, controles manuais e uma grande troca de documentos. Tudo isso para
que esses times possam tentar gerenciar as diversas fases e atividades dos
processos envolvidos na operação de uma área de marketing.
Com
o crescimento do número de canais de comunicação entre empresa e consumidores,
em especial nas redes sociais, entre eles blogs, Twitter, Facebook, o trabalho
dos times de marketing ficou muito mais complexo. Acompanhar as campanhas,
gerenciar os diversos canais de comunicação e responder rapidamente aos
contatos feitos por clientes através desses vários canais só faz aumentar a
necessidade de um suporte mais eficiente de ferramentas de tecnologia.
Verdade
seja dita, já existe no mercado uma gama bastante grande de ferramentas
voltadas para marketing. O grande problema é que elas são especializadas e não
atendem de forma a suportar os processos de marketing de forma completa. É
muito fácil encontrar ferramentas para monitorar redes sociais e campanhas.
Entretanto, o que é muito raro encontrar são ferramentas que tratem de forma
integrada todos os principais processos de marketing.
De
olho no potencial de mercado e na demanda reprimida por ferramentas de suporte
aos times de marketing das empresas, os fornecedores de tecnologia
desenvolveram soluções que têm por base a ideia de ser um ERP (Enterprise
Resource Planning) para a área de marketing, integrando de forma transparente
os processos e atividades que constituem o trabalho desse time. A essa nova
categoria de ferramentas os analistas de mercado deram o nome de EMM
(Enterprise Marketing Management) ou Gerência de Marketing Corporativo.
O
objetivo proposto por essa categoria de ferramentas é a de funcionar como uma
plataforma centralizada para que os times de marketing criem, gerenciem,
acompanhem e tomem decisões sobre as campanhas executadas pela empresa. Dentre
os muitos benefícios propostos estão, ainda, relacionamento com fornecedores,
gerenciamento de canais de comunicação com clientes, criação de relatórios
operacionais e gerenciais, além da otimização dos recursos disponíveis. Dessa
forma, o marketing pode eliminar tarefas manuais, trocas intermináveis de
e-mails e planilhas de controle.
O BRANDING E OS
PROCESSOS DE FUSÃO E AQUISIÇÃO
(André Alves,
Diretor de branding da Cauduro Associados, NO Portal da Propaganda) -
A
nova lei do Cade, que entrou em vigor no final do mês de maio, acelerou
processos de fusões e aquisições que estavam em andamento no País. Segundo
dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e
de Capitais), entre 2010 e 2011 a compra de empresas movimentou valores da
ordem de 320 bilhões.
Do
ponto de vista do branding, o assunto “marca” tem ganhado destaque nas mesas de
negociação. Cada vez mais, os executivos, responsáveis pelas operações,
percebem e consideram o impacto das decisões no futuro das marcas envolvidas
nas transações de compra e venda.
Em muitos casos, alinhar valores e percepções em torno do que a empresa representa torna-se um diferencial competitivo. Geralmente, somente depois do negócio concretizado, é que surge o desafio de gerir marcas, com histórias, valores e filosofias distintas e, que agora, fazem parte de uma única empresa. Nesse sentido, há um trabalho exaustivo no que diz respeito ao estudo das marcas, ou seja, qual a melhor opção: permitir que as marcas coexistam; substituir uma pela outra ou criar uma nova identidade?
A decisão deve levar em conta o tipo de negócio da empresa e os riscos envolvidos neste processo. O posicionamento bem definido do que a nova empresa busca é um direcionador de negócios, que fornece respostas claras sobre qual marca deverá prevalecer, ou então, se as marcas devem coexistir no mercado.
Em linhas gerais, para definir a estratégia de marca após uma fusão deve-se levar em consideração, além do posicionamento, a proposta de valor de cada empresa e o tipo de consumidor que está inserido no contexto. Se as marcas possuem estratégias complementares e, juntas, agregam valor ao negócio, é indicado permanecer com as duas marcas. Podemos citar como exemplo a Exxon Mobil. No caso de uma marca prevalecer sobre a outra, a escolha deve considerar qual delas é capaz de entregar todos os atributos e qualidades que ambas representam. Embora o cenário seja muito mais delicado, se bem administrada e planejada, essa estratégia motiva resultados positivos, como aumento da participação no mercado e valor da marca. Um exemplo dessa estratégia foi o caso de Itaú e Unibanco.
Para unir duas culturas distintas, deve-se, primeiro, entender quais as principais características de ambas as culturas e, em seguida, buscar elementos comuns que possam ser usados como catalizadores desta integração. Quando a estratégia indica para criação de uma nova marca (A + B = C), a integração torna-se mais fácil, visto que todos estão motivados na construção desta nova marca. Uma nova marca representa uma inovação, com novas expectativas e resultados superiores aos das marcas que foram unidas.
Além de definição de posicionamento e valores, é preciso criar um novo design para a marca resultante da fusão. Trata-se também de um trabalho complexo e de extrema importância para a aceitação e inclusão na mente do consumidor do nome proposto. Esta situação sempre gera muita expectativa e precisa ser monitorada ao passo que a marca começa a ganhar vida.
Em processos de fusão, a preocupação de posicionamento e futuro das marcas permeia diferentes níveis da organização. Quem já esteve envolvido em uma fusão ou aquisição empresarial conhece as angústias e expectativas inerentes ao processo. Por isso, a gestão e compreensão dos fatores humanos envolvem não apenas o público final, mas principalmente os colaboradores da empresa.
Comunicar oficialmente as decisões da empresa ao público interno, seja sobre uma fusão ou aquisição, representa uma oportunidade estratégica para minimizar ruídos e estabelecer uma relação de confiança e credibilidade com a equipe.
Para garantir o sucesso em um ambiente de transição, o planejamento para a fusão ou aquisição deve identificar com antecedência as questões que possam prejudicar o desempenho dos trabalhos combinados.
Ao público final, a comunicação da fusão deve ser clara e transparente, informando o passo a passo das mudanças e, principalmente, mostrando que o resultado da ação torna a empresa mais bem estruturada e eficiente, oferecendo produtos e serviços mais amplos e completos.
Fundamental é definir claramente qual mensagem passar neste momento de transição, sem perder o foco na estratégia e na qualidade da operação. Tanto para quem compra, vende ou participa como colaborador, um processo de fusão ou aquisição é excitante e, ao mesmo tempo estressante. Como em qualquer experiência cheia de incertezas e riscos, o mais recomendável é não se esquecer da importância que a marca tem.
A atenção a todos os detalhes é necessária para que esta nova realidade realidade represente um crescimento em todos os sentidos, principalmente, nos resultados para clientes, acionistas e outros stakeholders que, de alguma forma, influenciam no sucesso do negócio.
Em muitos casos, alinhar valores e percepções em torno do que a empresa representa torna-se um diferencial competitivo. Geralmente, somente depois do negócio concretizado, é que surge o desafio de gerir marcas, com histórias, valores e filosofias distintas e, que agora, fazem parte de uma única empresa. Nesse sentido, há um trabalho exaustivo no que diz respeito ao estudo das marcas, ou seja, qual a melhor opção: permitir que as marcas coexistam; substituir uma pela outra ou criar uma nova identidade?
A decisão deve levar em conta o tipo de negócio da empresa e os riscos envolvidos neste processo. O posicionamento bem definido do que a nova empresa busca é um direcionador de negócios, que fornece respostas claras sobre qual marca deverá prevalecer, ou então, se as marcas devem coexistir no mercado.
Em linhas gerais, para definir a estratégia de marca após uma fusão deve-se levar em consideração, além do posicionamento, a proposta de valor de cada empresa e o tipo de consumidor que está inserido no contexto. Se as marcas possuem estratégias complementares e, juntas, agregam valor ao negócio, é indicado permanecer com as duas marcas. Podemos citar como exemplo a Exxon Mobil. No caso de uma marca prevalecer sobre a outra, a escolha deve considerar qual delas é capaz de entregar todos os atributos e qualidades que ambas representam. Embora o cenário seja muito mais delicado, se bem administrada e planejada, essa estratégia motiva resultados positivos, como aumento da participação no mercado e valor da marca. Um exemplo dessa estratégia foi o caso de Itaú e Unibanco.
Para unir duas culturas distintas, deve-se, primeiro, entender quais as principais características de ambas as culturas e, em seguida, buscar elementos comuns que possam ser usados como catalizadores desta integração. Quando a estratégia indica para criação de uma nova marca (A + B = C), a integração torna-se mais fácil, visto que todos estão motivados na construção desta nova marca. Uma nova marca representa uma inovação, com novas expectativas e resultados superiores aos das marcas que foram unidas.
Além de definição de posicionamento e valores, é preciso criar um novo design para a marca resultante da fusão. Trata-se também de um trabalho complexo e de extrema importância para a aceitação e inclusão na mente do consumidor do nome proposto. Esta situação sempre gera muita expectativa e precisa ser monitorada ao passo que a marca começa a ganhar vida.
Em processos de fusão, a preocupação de posicionamento e futuro das marcas permeia diferentes níveis da organização. Quem já esteve envolvido em uma fusão ou aquisição empresarial conhece as angústias e expectativas inerentes ao processo. Por isso, a gestão e compreensão dos fatores humanos envolvem não apenas o público final, mas principalmente os colaboradores da empresa.
Comunicar oficialmente as decisões da empresa ao público interno, seja sobre uma fusão ou aquisição, representa uma oportunidade estratégica para minimizar ruídos e estabelecer uma relação de confiança e credibilidade com a equipe.
Para garantir o sucesso em um ambiente de transição, o planejamento para a fusão ou aquisição deve identificar com antecedência as questões que possam prejudicar o desempenho dos trabalhos combinados.
Ao público final, a comunicação da fusão deve ser clara e transparente, informando o passo a passo das mudanças e, principalmente, mostrando que o resultado da ação torna a empresa mais bem estruturada e eficiente, oferecendo produtos e serviços mais amplos e completos.
Fundamental é definir claramente qual mensagem passar neste momento de transição, sem perder o foco na estratégia e na qualidade da operação. Tanto para quem compra, vende ou participa como colaborador, um processo de fusão ou aquisição é excitante e, ao mesmo tempo estressante. Como em qualquer experiência cheia de incertezas e riscos, o mais recomendável é não se esquecer da importância que a marca tem.
A atenção a todos os detalhes é necessária para que esta nova realidade realidade represente um crescimento em todos os sentidos, principalmente, nos resultados para clientes, acionistas e outros stakeholders que, de alguma forma, influenciam no sucesso do negócio.
UM NOVO SERVIÇO DE CLIPPING
A Digital Pages
acaba de lançar o O DP Clipping, um serviço de monitoramento de palavras em
veículos da mídia impressa. Um dos seus principais benefícios, além da
cobertura, é a agilidade e precisão na entrega de resultados buscados no menor
tempo possível. O serviço, sem dúvida alguma, revoluciona a forma tradicional
de clipagem, ao oferecer acesso e pesquisa instantânea sobre os mais diversos
assuntos, ao mesmo tempo que a disponibilidade da publicação em banca. Por meio
da tecnologia Digital Pages, líder e pioneira em publicações digitais,
informações de total relevância podem ser encontradas em torno do universo de
diferentes assuntos, como Corporativo, Político, Econômico, Social, etc., e
atuar como subsídio na tomada de decisões estratégicas dentro dos mais diferentes
segmentos de negócios, do público ao privado.
Será possível encontrar e
monitorar palavras na maior parte delas, além de publicações regionais ou de
acesso limitado, todas reunidas na plataforma do DP Clipping. Isto significa
que os problemas de cobertura que tanto afetam os serviços de clipagem, agora
estão prestes a acabar.
O
DP Clipping tem várias vantagens: é o único serviço que disponibiliza a versão
digital fac-símile à publicação impressa, ao mesmo tempo que as bancas
físicas; monitora e entrega resultados sobre uma empresa, clientes e
concorrentes, de forma instantânea à pesquisa; monitora palavras relativas a
produtos, serviços e mercado de atuação; pode ser também uma ótima ferramenta
de prospecção, entregando resultados de palavras que apontem novas
oportunidades de mercado; acaba com a imprecisão de resultados dos serviços de
clipping na mídia impressa; oferece maior cobertura com a disponibilidade de
publicações de regiões mais distantes.
O
serviço é destinado a empresas do segmento de comunicação: clipadoras,
assessorias de imprensa, agências de comunicação de um modo geral, e empresas
que realizam serviços de clipping internamente.
LIBERDADE
E ESCRAVIDÃO NO USO DAS DROGAS
(Texto de Bianca Keda, estudante de
Jornalismo da Unisu)l -
Com o enfoque “Liberdade e escravidão no uso das
drogas”, estudantes de duas disciplinas do Curso de Jornalismo da Unisul irão a
campo para presenciar a vida de pessoas que lidam com o vício, adquirindo
conhecimento enriquecedor de um novo ambiente. Eles visitarão comunidades
terapêuticas da grande Florianópolis para compreender a luta para superar a
dependência. As atividades previstas na vivência englobam ensino pesquisa e
extensão e iniciam na próxima
quinta-feira, com uma mesa-redonda sobre a dependência química, às 19 horas, no Espaço Hipermídia.
O projeto envolve
diretamente as disciplinas de Laboratório de Vivência - Jornal-laboratório
(professora Raquel Wandelli) e Jornalismo Especializado (Giovanna Flores), com
participação de professores e alunos de Legislação para Comunicação (Jaci
Rocha); Linguagem e Argumentação (Josefina Hassmann) e Núcleo Orientado -
Fotografia Criativa (Roberto Forlin). Participam
como debatedores da mesa-redonda de quinta-feira o padre Luiz Primm, coordenador dos trabalhos de apoio à superação do vício
em Florianópolis; o professor Ubirajara Santos, dos cursos de Farmácia e
Naturologia; o professor de Ética e Legislação Jaci Rocha e a professora de
Psicologia e diretora da Editora da UFSC Maria do Rosário Stotz, todos atuantes
na Unisul. Com a discussão, as professoras Raquel Wandelli e Giovanna
Flores, que organizam a vivência, pretendem proporcionar embasamento para que
os aspirantes a repórter saiam para o trabalho presencial mais preparados, com
a suspensão do discurso moralista e dos preconceitos recorrentes.
O foco da vivência
são as pessoas e suas histórias de vida e o contexto do drama da adicção. Durante as vivências, que vão acontecer nos dia 06/09,
13/09 e 27/09, no Recanto Silvestre, centro de recuperação dos dependentes
químicos em Biguaçu, os estudantes serão instigados a pensar como se dá a
dialética do vício. “Queremos tratar a droga como um fenômeno social
relacionado à compulsão, e não como um evento isolado”, complementa a
professora Raquel.
A discussão em sala
de aula, com as disciplinas integradas, partiu da leitura do texto Discurso
da escravidão consentida ou Discurso da Servidão Voluntária, ensaio
elaborado no século XVI pelo jurista Etienne de La Boëtié, que contava então 18
anos de idade. Nesse texto, o teórico analisa o comportamento das multidões
diante de regimes políticos opressores. Boëtié qualifica como “vício da
opressão” a falta de vontade dos súditos para combater os tiranos, partindo da
lógica de que bastaria as massas se recusarem a servi-los para que eles fossem
naturalmente vencidos. “O texto foi norteador para os estudantes compreenderem
essa delicada relação de cumplicidade entre opressor e oprimido”, revelam as
professoras.
Com base no resultado desse trabalho, as disciplinas vão
produzir uma plataforma de materiais das mais diversas mídias que vão ser
veiculados na Revista Com Versão e no jornal-laboratório Fato & Versão,
incluindo fotografia, vídeo, texto, reportagem, áudio e webjornalismo. “A ideia
é superar o jornalismo especializado em editorias clássicas e fragmentado que
separa o conhecimento, abrindo leque para outras formas de linguagem e
organização dos conteúdos”, explica a professora Giovanna Flores.
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