O tema Cenários e Tendências do
Mercado Brasileiro de Consumo foi abordado por Laure Castelnau, diretora de
marketing do Ibope, na segunda palestra do 3º Fórum de Marketing Empresarial.
Laure iniciou seu discurso falando das diversas pesquisas que o instituto faz
prata integrar informações de diversos aspectos, como cenários econômicos,
demográficos, sociais e outros. E assim se chegar às tendências do mercado e
dar um norte às companhias para que estas possam alavancar seus produtos e
serviços.
Dentro desse espectro, o instituto
chegou a diversos cenários. O primeiro deles, o crescimento da população. “O
Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, mas muito em breve, questão de
pouco mais de 10 anos, vamos parar de crescer”, afirmou, se referindo à
pirâmide etária do país, que caminha para uma terceira idade consistente, como
já ocorre nos países mais desenvolvidos. “Com isso teremos que ter serviços,
públicos e privados, direcionados especialmente à população idosa;. Temos que
olhar para a Europa e ver como os países do continente tem lidado com essa
faixa de público, e ver também os problemas que surgiram por lá, para não se
repetir aqui. Fora isso, teremos cada vez mais mulheres, menos conservadoras e
mais independente, que trazem consigo outra série de valores que as empresas
terão que detectar”.
Mais mulheres e população mais idosa
refletem também na taxa de fecundidade. Em 2008, o cenário apontava 1,85 filho
por família. Dois anos depois a média caiu para 1,5 filho. “Isso significa
moradias menores, embalagens menores, produtos feitos sob medida para o tamanho
da família brasileira”, ressaltou Laure. A executiva chamou atenção ainda para
o nível de instrução, que está tendo uma melhora qualitativa e também
quantitativa, com pessoas dedicando mais tempo ao estudo. Que traz consumidores
mais preparados e exigentes ao mercado.
O número de negros também já é maior
do que o dos brancos. E a religiosidade está cada vez mais definida, com a
população evangélica crescendo. Outras minorias, como os homossexuais, já são
mais visíveis. As pessoas tem menos medo de assumir condições que até anos
atrás eram alvo de um preconceito muito maior. “Sem falar na Classe C, cujo
crescimento é debatido há um bom tempo. Hoje temos 54% da população nessa faixa
social, um crescimento de 20 pontos percentuais em apenas duas décadas. Somando
com a B, temos cerca de 80% da população”, constata Laure, explicando os
motivos para o boom das duas classes: fim da inflação exorbitante, controle da
taxa de juros, explosão total do crédito e alongamento no prazo de pagamento.
“E éé algo que está longe do fim. Hoje, o crédito representa 50% de nosso PIB.
Há muito o que crescer, ainda”.
Por outro lado, Laure diz que temos
um país muito caro hoje. “Estamos apenas atrás de Suíça, Noruega e Suécia”. O
que não impede a explosão de compra de bens como computadores, celulares,
microondas, DVDs, TVs de plasma e LCD e acesso à internet e TV por assinatura.
Em compensação, o volume de venda de rádios e o “luxo” de ter uma empregada
mensalista em casa diminuiu consideravelmente.
Valores
Saindo dos bens e indo para aspectos
emocionais, a família ainda é o valor mais relevante para o brasileiro. Mas
qualidade de vida e saudabilidade são dois aspectos muito cobrados hoje em dia.
“Qualidade de vida significa ter prazer naquilo que se faz, seja no trabalho,
no lazer, no ato de comprar – e este último aspecto é bem observado na Classe C
E saudabilidade vem ocupando a mente do brasileiro. Significa tanto ter uma
alimentação saudável e focar nas atividades físicas, como também a preocupação
com a estética, a beleza”, explicou Laure, mostrando, como exemplo, a revista
Veja, que em 2011 dedicou mais de seis capas ao assunto, fora reportagens
relevantes que abordaram saúde, atividade física e a indústria de cosmético,
uma das que mais crescem no Brasil. “E todos esses aspectos vem acompanhado de
um país que recentemente ultrapassou a Inglaterra e se tornou a sexta maior
economia do mundo.
Que em 2015 deve estar em quinto, à frente do Japão. E, em
2050, entre as quatro maiores economias”, ressaltou, lembrando que os países
emergentes representam hoje 45% do PIB mundial. “E os quatro países do Bric,
20%”.
O índice de otimismo do brasileiro
também dobrou nos últimos 20 anos. Cerca de 75% da população se diz feliz,
contra poucos mais de 40% da média mundial. Porém, muitos problemas persistem:
desigualdade social, problemas de educação, transporte e segurança,
vulnerabilidade ética, agências reguladores ineficientes, impostos excessivos e
uma sustentabilidade que ainda não aconteceu como deveria. “Mais de 50% dos
municípios brasileiros ainda não tem tratamento de esgoto, e temos 16 milhões
de pessoas em estado de extrema pobreza. São dois ‘Brasis’ totalmente diferentes”,
oncluiu a executiva.
Impactos
O cenário traçado pelo Ibope traz
conclusões como que as empresas devem estar atentas a públicos diferentes. “Com
mais mulheres tomando decisões importante no dia-a-dia, mais companhias devem
olhar para o público feminino. E quando eu digo mais companhias, falo de
setores como o automobilístico e financeiro, que nunca olharam para elas. A
população é mais velha também, temos que adequar produtos a um público que não
consome a mesma coisa do que os jovens. E, como disse antes, temos que
personalizar marcas e serviços à medida que a população irá diminuir e as
famílias são menores”, explicou Laure.
A executiva também diz que as marcas
devem estar mais preocupadas com o poder do atual consumidor. “Redes sociais
não são mais tendência, mas sim realidade. Hoje a conversa entre empresa e
consumidor é uma via de mão dupla. Ele está mais exigente, reclama publicamente,
vai ao Procon. A pesquisa na web é hoje a principal consulta pré-compra. E em
2015 teremos 110 milhões de internautas”. Laure finalizou sua apresentação
apontando as 10 tendências observadas pelo Ibope: bem estar; espiritualidade,
até mais relevante do que a própria religiosidade; competitividade;
conveniência, um estilo urbano de ser; customização de produtos e serviços;
produtos de maior qualidade e mais seguros, com padrões mais rígidos;
responsabilidade social e ambiental; alimentação vista sob um novo ângulo;
vendas multicanais; e liberdade, de mobilidade e conectividade. (Propmark)
Cacau Show pode ser
notificada por ação promo enganosa
A
Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) enviou uma solicitação
à Cacau Show
pedindo a retirada do comercial veiculado pela empresa na internet e nos
intervalos da novela
Carrossel, do SBT.
De acordo com o Órgão, o produto do comercial não é mais encontrado nas lojas.
Segundo
a propaganda, o chocolate contém bilhetes que dão direito a visitar a fábrica
da empresa na companhia de atores da novela. São seis crianças com idade entre
sete e dez anos que participariam da visita. A ação promocional
termina no dia 31/08.
De
acordo com informações confirmadas pelo Procon-SP,
a empresa colocou à venda 200 mil chocolates em todo o País e todo o estoque já
acabou. Como o regulamento da promoção limita a quantidade de produtos, a
empresa não fabricou mais, e, por este motivo, o Procon-SP pede a retirada
imediata da propaganda do ar.
Segundo
o Procon, caso a Cacau Show não cumpra a determinação, pode ser multada em
valores que variam entre R$ 400,00 e R$ 6 milhões. A fundação também afirma que
existe a possibilidade de a empresa ter de fazer uma retratação pública
informando que não existe mais o produto em seus estoques.
A
marca também terá de explicar ao Procon os motivos de ter fabricado apenas 200
mil chocolates para uma campanha de âmbito nacional, e, informou que já
solicitou junto ao canal de TV o cancelamento dos comerciais e vinhetas e disse
que ainda que não foi notificada pelo Procon. (Tterra.com.br
e Promoview)
WORKSHOP SUSTENTABILIDADE NO CAMPO
CIENTÍFICO DA QUÍMICA
A UFSCar promoverá o 1º Workshop
Sustentabilidade no Campo Científico da Química – Diálogos sobre experiências de IES paulistas,
americanas e europeias. O evento reunirá especialistas em química verde do
Brasil e do exterior. O aprimoramento da pesquisa e a formação de profissionais
e educadores são alguns dos objetivos buscados. Detalhes: www.ufscar.br/gpqv/workshop.
Transporte no Parque
Nacional do Iguaçu gera protesto
Há
mais de uma década, o Parque Nacional do Iguaçu é considerado
internacionalmente um case de sucesso; enquanto modelo de parceria entre
poder público e iniciativa privada, capaz de assegurar práticas sustentáveis de
gestão, voltadas ao pleno desenvolvimento da atividade turística, com geração
de divisas, tributos, distribuição de renda e de empregos na região.
Entretanto,
de maneira extemporânea, as agências de viagens de todo o País são,
agora, surpreendidas com a decisão liminar da 2ª Vara Cível da Subseção
Judiciária de Foz do Iguaçu-PR, segundo a qual o transporte de turistas no
interior do Parque deverá ser exercido apenas por uma única empresa.
Antes
que a medida entre em vigor, no próximo dia 1º/08, a Abav Nacional –
Associação Brasileira de Agências de Viagens conclama as autoridades
competentes e a comunidade local para que mobilizem esforços no sentido de
reverter “esse absurdo”, define Antonio Azevedo, presidente da entidade.
De
acordo com o dirigente da Abav Nacional, além de colocar em risco a qualidade
do atendimento aos turistas, comprometer empregos de centenas de guias de
turismo, taxistas, e, consequentemente, reduzir o número de visitantes que
sustentam parcela expressiva (mais de 20%) da atividade econômica regional, a
medida também fere a Lei Geral do Turismo.
“Apoiamos
integralmente os pleitos formalizados em nome do Foz de Iguaçu Convention &
Visitors Bureau e dos representantes das várias entidades laborais da região,
que se manifestam contrários a essa liminar”, informa Azevedo. (Promoview)
MEU
NAMORO COM O CINEMA
O
que faz alguém escrever sobre cinema? Deve-se manter apenas o olhar distante na
hora de analisar um filme? Ou é preciso escrever com paixão? O famoso crítico
musical norte-americano Lester Bangs aconselhava a segunda opção. “Meu
Namoro com o Cinema” traz uma compilação de textos do jornalista e editor
do www.cinezen.net,
André
Azenha, que dão ao leitor exatamente isso: textos
passionais sobre filmes igualmente intensos. São obras que miram o amor e
desamor em várias possibilidades. O prefácio é assinado por Gustavo Klein,
jornalista e editor de cultura do jornal A Tribuna – principal diário do
litoral paulista - e igualmente amante da sétima arte.
Tal
qual um namoro longo, de altos e baixos, essa é a relação entre o crítico e a
arte, e os casais mostrados nos filmes aqui abordados. Publicado pela Edições
Caiçaras, de Marcio Barreto, o livro versa desde os amantes derrotados de “A
Moça com a Valise”, de Valério Zurlini, passa pelos jovens dos anos 80, nos filmes
de John Hughes, até os mais recentes “Brilho Eterno de Uma Mente Sem
Lembranças” e “Desejo e Reparação”, além de prestar homenagem à Marilyn Monroe,
que faleceu 50 anos atrás.
CONSELHOS A FUTUROS ATIVISTAS
“Lembrando que é sempre dentro de ti onde militam
os verdugos mais nefastos e onde deve iniciar o primeiro ato
revolucionário”
(Ezio Flavio Bazzo, Manifesto aberto à estupidez humana)
(Ezio Flavio Bazzo, Manifesto aberto à estupidez humana)
(Ellen
Augusta Valer de Fre, no ANDA, Agência de Noticias dos Direitos Humanos)) Um dos mantras mais
repetidos, porém pouco usado, é tentar ver o lado bom das coisas. Mas somente
ver o lado bom não é suficientemente seguro para uma vida melhor. Isto porque
tantas vezes vemos o lado bom, mas o descartamos, em favor de negativismos, de
perder tempo com pessoas que roubam nossa criatividade, por serem vazias.
A injustiça é um tema
recorrente em nosso trabalho. Lutamos contra toda e qualquer injustiça contra
animais e também contra a sociedade. E todos sabem o quanto é desgastante lidar
com injustiças.
É importante focar nos
objetivos e não perder tempo com pessoas mesquinhas, com fofocas, com
falsidades.
Da mesma forma que uma
empolgação impensada é nociva para um trabalho sério, o pessimismo também é
nocivo e pode matar.
Um ativista doente,
estressado, mal-humorado ou instável pouco pode acrescentar à causa, e até
mesmo àqueles ao seu redor.
É importante sempre
festejar as conquistas, por pequenas que sejam, e as grandes também. Essas
conquistas são ferramentas que nos ensinam, nos estimulam a continuar e servem
de exemplo a novos ativistas.
Sempre devemos acolher com
carinho os novos ativistas e entender aqueles que, por motivos pessoais,
seguiram outro caminho.
Educação, repito aqui o
que escrevi em outros artigos, nunca é demais, porém é raridade e deve ser
cultivada, independentemente se, no seu meio, você é um dos poucos a usá-la.
Não é porque o outro é um
idiota que você tem que ser igual. A fineza, além de elegante, faz bem ao
coração.
Vejo que pessoas
desagradáveis, mentirosas, fofoqueiras, rancorosas estão aí justamente para
servir de exemplo do que não fazer, do que não ser, e até mesmo do que se
afastar, caso necessário. Não devemos dar crédito a essas pessoas, mas sim
pensar naquelas que contribuem, que têm energia boa, que trabalham pensando nos
animais de verdade. Elas existem e, se você ainda não as viu, cuidado, pois
pode estar sendo pessimista demais ou se juntando à pessoas ruins.
O trabalho de ativismo
pode ser feito por uma única pessoa sozinha, ou por muitas. Mas é a seriedade
desse trabalho que conta e o tempo mostra os resultados.
Procure pessoas de alto
astral, com sorriso sincero, sem ‘respostas prontas’, que seu trabalho como
ativista será bem mais fácil. Não é preciso ser ‘amigo de fé’, mas é preciso
que haja respeito. Já temos problemas demais para lidar em nossa luta pela
conquista dos direitos animais. Devemos focar no trabalho e não em problemas
pessoais. Aliás, é recorrente o abandono da causa em virtude de qualquer
instabilidade pessoal.
Quando alguém faz algo
legal, é interessante estimular seu trabalho, e não pichar, denegrir ou
boicotar, simplesmente porque não é o seu trabalho. Há diversas formas de
ativismo, e há algumas pouco reconhecidas, por serem anônimas, mas não menos
importantes.
De outra forma, é
importante escrever, publicar livros, fazer o seu trabalho ser lido e ser
eternizado em páginas de papel. É fundamental a leitura, inclusive daquilo que
você não concorda, pois pode mudar de ideia e é bom mudar, desde que seja para
o bem daqueles por quem você luta. Lembrando que ter material publicado em
livros e revistas é importante para sua carreira pessoal e também para o
ativismo.
Não leia apenas o mesmo
assunto, ativistas devem ser inteligentes, independentes, ter ideias próprias e
trazer ao mundo novas correlações, entre o ativismo animal e outros assuntos.
Por fim, considero que
devemos estar bem com nós mesmos para realizar um ativismo sério, devemos
investir na profissão, na formação, e devemos ter orgulho de ver nosso trabalho
publicado, por que não? É importante estarmos preparados, de bem com a vida,
pois isso vai gerar lá na ponta um trabalho bem feito.
Talvez um dia as pessoas
aprendam que a bondade não é algo tão fácil assim e que é preciso preparar-se
para ser bondoso com os demais (incluindo aqui todos mesmo, animais, humanos, Terra),
a fim de não transformar um ato de ajuda em maldade.
Bibliografia
GUEVARA, Che. La Guerra de
Guerrillas. La Habana: Dep. de Instrucción del MINFAR, 1960. baixado no
site Angelfire.com.
BAZZO, Ezio Flavio. Manifesto
aberto à estupidez humana. 1979, Ed. LGE, 2007. Lido pela primeira vez em
espanhol em site publicado no México, com posterior re-publicação em português.
COELHO, Paulo. O Manual do
Guerreiro da Luz. Ed. Planeta, 2006.
FALUDI, Susan. Blacklash – O
contra ataque na guerra não declarada contra as mulheres. Ed. Rocco, 2001.
WATSON, Paul. Earthforce! Um guia
de estratégia para o guerreiro da Terra, Ed. Tomo, 2010.
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