O Google Street Viewer parece estar
respondendo à provocação
da Toyota com essa aí. É que para acessar aos lugares menos acessíveis do
planeta eles se lembraram de usar não um veículo mas… uma mochila.
Já
não há Google Car que sirva nessa missão da Google
de mapear o nosso planeta inteiro. Para suprir essa falha de não ter como
chegar de carro a alguns lugares, eles lançaram a Street View Trekker,
uma mochila de 18 kg com sistema operacional Android e 15
câmaras incorporadas.
Talvez
corramos o risco de esses caminhos que o Google vai
acrescentando à sua missão de registo só serem percorridos uma vez. É que
depois de termos paisagens do mundo todo acessíveis por intermédio de um
computador, quem vai querer se levantar da cadeira e partir à aventura de um
mundo que não tem mais recanto nenhum por explorar? (Promoview)
Agências do DF questionam concorrência
Foi o Fernando Vasconcelos que
levantou o assunto em seu blog, com grande audiência em Brasília, na última
semana.
No último mês de Maio o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas publicou edital de concorrência, no modelo pregão presencial contratação de “empresas de prestação de serviços em produção de eventos”, no valor de R$ 25.874.038,50.
No último mês de Maio o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas publicou edital de concorrência, no modelo pregão presencial contratação de “empresas de prestação de serviços em produção de eventos”, no valor de R$ 25.874.038,50.
Desse total, R$ 17.412.677,65 eram destinados a eventos no
Distrito Federal e os outros R$ 8.461.370,85 restantes deveriam ser voltados
para a realização de eventos nos demais estados da federação. As empresas
participantes poderiam disputar os dois itens com lances separados ou apenas um
deles.
Os empresários do mercado de marketing promocional ficaram
surpresos com alguns termos do edital e resolveram questionar nas redes
sociais.
Primeiramente questionam : se a maior parte dos eventos serão
realizados no Distrito Federal, de acordo com a reserva da maior parte da
previsão dos recursos, porque o Sebrae optou por dar publicidade ao pregão
apenas nos jornais Zero Hora (RS) e O Liberal
(PA) deixando de fora Correio Braziliense, Jornal de
Brasília ou Jornal da Comunidade, já que em Brasília
estão sediadas grandes empresas de marketing promocional e eventos, que tem
também sedes em São Paulo e Rio de Janeiro – praças que igualmente ficaram de
fora da publicação da concorrência, já que o edital previa realização de eventos
em outras capitais.
A segunda razão que levou as empresas a levantarem dúvidas
acerca do edital foi em relação a data. O edital foi publicado no dia 30/05 e
marcada a entrega das propostas para o dia 11/06, tendo apenas seis dias úteis
para a apresentação, levando-se em conta a importância do objeto da licitação.
Outro questionamento foi a exigência de patrimônio líquido ou
capital social integralizado de mais de um milhão de reais, muito acima do
praticado quando a Lei 8.666 visa economicidade, e para alcançar mais propostas
deve possibilitar maior quantidade de concorrentes, contrário às especificações
do edital em questão.
Para completar, o grupo coloca lupa no item que exige
atestado de capacidade técnica, comprovando a realização de pelo menos 130
eventos no período de um ano. Empresários ouvidos pelo Promoview entendem que,
desta forma o próprio Sebrae, que tem a função de apoiar pequenas e médias
empresas, se perde na finalidade de sua exigências. Ao invés de exigir
quantidade de eventos poderia dividir a conta para atendimento de duas
agências, atingindo maior eficiência e eficácia dos investimentos públicos e
garantindo que os serviços seriam realizados com mais foco e qualidade.
Os empresários do setor entendem, também, que o Sebrae não
optou por uma modalidade de licitação adequada para escolha de agência de
promoção e eventos. Segundo eles, o pregão presencial tipo menor preço –
conhecido pelos profissionais como “comprar planejamento, criação e
produção como se fossem pregos” – é adequado para aquisição de
material (escritório, máquinas, insumos, etc), mas vai na contramão da
qualidade, da competência técnica, da criatividade entre outras características
desejáveis para a realização de eventos e ações de marketing promocional,
ferramenta de caráter essencialmente intelectual, baseada em conceito e
estratégia.
Segundo Fernando Vasconcelos revelou em seu post, os
empresários brasilienses estudam agora a possibilidade de acionar o TCU e o
Ministério Público e encaminhar a esses órgãos uma carta com relação ao
episódio. A intenção é abrir uma discussão madura, responsável e franca a
respeito do processo de contratação de empresas de marketing promocional e
eventos por parte dos entes públicos e organismos de interesse social como o
próprio Sebrae (Promoview).
ABERTAS INSCRIÇÕES PARA
OS PREMIOS ABRANGE
Estão
abertas as inscrições para a 18ª edição dos Prêmios Abramge de Medicina e de
Jornalismo Domingos de Lucca Junior. Nesse ano, o tema será Obesidade Mórbida –
Causas, Efeitos e Tratamentos. Detalhes: www.abramge.com.br.
DA RETÓRICA À MÉTRICA
(Texto
de Washington Castilhos distribuído pela
Agência FAPESP) – Cerca de 50% da energia elétrica no
Brasil é consumida pelas indústrias, sendo que 30% dela se restringe a seis
setores: cimento, aço, alumínio, ferro, petroquímica e papel e celulose. Apenas
as empresas do setor de alumínio utilizam 8% de toda a energia elétrica do
país.
A fim de rever processos e insumos, pesquisadores e
representantes do governo brasileiro e do setor produtivo nacional –
siderúrgico e de mineração – se reuniram no Rio de Janeiro para debater as
principais ações das indústrias para a redução dos gases de efeito estufa (GEE)
e avaliar a negociação multilateral em cena na RIO+20.
Um dos participantes no painel Diálogo sobre a
mudança do clima – cenários nacional e internacional, organizado pelo sistema
Fiesp/Firjan, foi o economista Jacques Marcovitch, professor da FEA-USP.
“Quando anunciamos objetivos de desenvolvimento
sustentável, dizemos, em outras palavras, que sabemos onde queremos chegar.
Mas, para atingir a convergência, temos que passar da retórica para as
métricas. Um discurso ambiental mais estruturado em métricas do que na retórica
evitaria desgastes entre os participantes da RIO+20”, afirmou Marcovitch, que
foi reitor da USP, presidente de empresas de energia (Cesp, CPFL, Eletropaulo e
Comgás) e secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo.
Marcovitch defende a criação de um índice para
padrões de sustentabilidade dos países, a exemplo do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), que mede indicadores como educação e saúde.
Coordenador do estudo Economia das Mudanças
Climáticas no Brasil e autor dos livros “Para Mudar o Futuro: Mudanças
Climáticas, Políticas Públicas e Estratégias Empresariais (2006) e A Gestão da
Amazônia - Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas (2011),
Marcovitch destaca o que o Brasil fez e ainda precisa fazer para estruturar uma
economia verdadeiramente verde e o papel que a indústria deve desempenhar.
Agência FAPESP – O senhor defende a criação de um
indicador para medir o desenvolvimento sustentável de um país. Como seria esse
indicador?
Jacques Marcovitch – A proposta seria somar ao
Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH), já consolidado, um Indicador de
Sustentabilidade Ambiental (ISA), a ser acordado. Dessa soma poderá resultar um
Indicador de Desenvolvimento Sustentável (IDS). Apesar de suas inter-relações,
a distinção entre a mensuração do desenvolvimento humano e da sustentabilidade
ambiental permite focar melhor as políticas públicas e as responsabilidades dos
dirigentes responsáveis pela sua implantação.
Agência FAPESP – O que o senhor apontaria como êxito
na política ambiental do Brasil?
Marcovitch – Destaco o que fizemos até agora na área
de energia, primeiramente. Na área de alimentos, fomos capazes de construir uma
infraestrutura que permite ao Brasil não somente oferecer segurança alimentar à
sua população como também ser um exportador líquido. Em saúde pública, o Brasil
é visto como um grande gerador de conhecimento. A tecnologia utilizada no
monitoramento da Amazônia é outro exemplo. Nessas áreas conseguimos avançar
muito, o que não quer dizer que devemos parar por aí.
Agência FAPESP – De que maneira o Brasil pode
transformar seu potencial ambiental em vantagem?
Marcovitch – Desatrelando o crescimento econômico
com uso de recursos naturais da evolução das emissões de gases de efeito estufa
e de dejetos, promovendo a inovação tecnológica como instrumento de crescimento
com sustentabilidade ambiental e ampliando a sua cobertura florestal e
preservando a biodiversidade.
Agência FAPESP – Há uma tendência de se dizer que o
Brasil ocupa uma posição confortável por ter uma matriz energética limpa,
baseada em fontes renováveis. Também tem se destacado a eventual redução no
desmatamento. Como o senhor vê todo esse otimismo?
Marcovitch – Para podermos oferecer propostas é
preciso enxergar o que ainda falta fazer. A tendência de se conformar com o que
foi feito beira a passividade. Lógico que precisamos ver os êxitos, mas o êxito
não pode ser apresentado como um sinal de que continuaremos acertando. O fato
de o desmatamento declinar no Brasil nos dá uma segurança. Mas esse declínio
quer dizer apenas que estamos menos pior do que no passado e não é uma garantia
de que a curva vai se manter. Não devemos esquecer que já degradamos 18% da
Amazônia, o que é muito. O volume que degradamos por ano ainda é absolutamente
elevado. Tivemos, de 2001 para cá, uma robotização do monitoramento, na luta
contra o terrorismo. Não era uma ação ambiental. Mas por que não utilizamos
essa evolução tecnológica na área de óptica, de nanotecnologia e de
monitoramento de alta definição a distância para lutar contra o desmatamento
ilegal? Isso sem falar nas tecnologias que reduzem a emissão de gases do efeito
estufa, que geram emprego e que ao mesmo tempo diminuem a degradação do
planeta.
Agência FAPESP – Como é possível estruturar
concretamente a chamada economia verde, conciliando suas três dimensões:
econômica, ambiental e social?
Marcovitch – A economia verde é aquela que vai
responder ao desafio trazido pela ciência – que alertou que o acúmulo de gases
de efeito estufa pode ter uma influência sobre as mudanças do clima – e,
portanto, temos uma métrica clara de concentração de gases. Resolver essa
questão significa levar em conta as dimensões social e econômica, é preciso ter
uma equação que leve em conta esses dois pilares.
Agência FAPESP – E qual é o papel da indústria nesse
processo, levando em conta que ela é também responsável pela emissão de gases e
é a maior consumidora de energia?
Marcovitch – Sempre haverá 10% da indústria que é
pioneira e inovadora. A questão é como convencer os outros 90% a fazer o mesmo.
Os que fazem deveriam ser valorizados – por meio de um leque de incentivos
oferecidos pelas legislações municipal, estadual e federal – e os que não fazem
devem ser induzidos a fazer.
Agência FAPESP – Quais setores da indústria o senhor
citaria como exemplos dos que mais têm se adaptado ao cenário de
sustentabilidade ambiental?
Marcovitch – Setores globalizados como o de cimento
tiveram um crescimento anual de 6% de 1992 a 2009. Isso mostra que se trata de
um setor dinâmico que deveria ser uma fonte de importantes inovações. Durante
esse período, houve duas tendências: o crescimento da demanda em função da
expansão de moradias e uma pressão crescente dos consumidores, da sociedade
civil e de alguns acionistas para que fossem adotadas tecnologias mais limpas.
Algumas iniciativas ambientais do setor podem ser encontradas no uso mais
racional da água, na redução de emissão de quilo de CO2 por tonelada produzida,
no monitoramento de outros gases de efeito estufa, na adoção do
coprocessamento, na recuperação de áreas degradadas, na profissionalização da
gestão ambiental. Apesar desses esforços, a tonelada de cimento produzida no
Brasil em 2011 ainda emitiu 567 quilos de CO2. Isso evidencia o quanto ainda
está por se fazer nessa área.
Agência FAPESP – No momento em que o Brasil sedia a
Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20) o governo anuncia
a redução do IPI para estimular a compra de carros novos. Como conciliar a
sustentabilidade com o incentivo à produção e ao consumo dos automóveis,
grandes poluidores?
Marcovitch – No caso do setor automotivo, a
etiquetagem obrigatória deve informar o consumidor da eficiência energética e
da emissão de poluentes de cada veículo. Além disso, é preciso haver uma
simetria entre os incentivos para a produção e comercialização de carros de
baixa emissão de poluentes e os desincentivos para os carros de alta emissão.
Somente dessa forma o setor produtivo e o consumidor receberão a sinalização
pertinente para o alinhamento urgente às prioridades ambientais. Nesse sentido,
a redução do IPI deve priorizar os carros de elevada eficiência energética e de
baixa emissão de poluentes.
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