O papel do Estado em relação à cultura diz muito sobre o projeto de desenvolvimento do país. Largar a produção simbólica, a construção de significados e meios de difusão cultural de uma sociedade nas mãos do mercado é dar ao poder econômico o giz que contorna a ética, a moral e os modos de vida de uma sociedade. Por outro lado, controlar a produção cultural, escolhendo o que deve e o que não deve ser produzido, significa concentrar todo esse poder nas mãos dos governantes.
O debate promovido pelo Seminário #Procultura, realizado em maio, em São Paulo, tratou de maneira emblemática esse delicado tema. No auditório da Associação dos Advogados de São Paulo, cerca de duzentos agentes culturais de todo o Brasil reuniam-se com representantes de inúmeras organizações culturais para avaliar o projeto de lei que revoga a Lei Rouanet e cria o Procultura, com o relator da comissão de finanças e tributação da Câmara, Deputado Pedro Eugênio (PT/PE) e o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Vitor Ortiz, entre outros especialistas no assunto, que avaliaram pontos positivos e negativos do projeto.
O que se observou foi uma busca por maior equilíbrio entre o "mecenato", mecanismo de renúncia fiscal concedida pela Lei Rouanet responsável por consagrar a indústria cultural brasileira em parceria com as empresas patrocinadoras, e o investimento estatal direto, capaz de dar volume e substância à formação do cidadão brasileiro, em sua maioria alijado do processo cultural formal, aquele adquirido por meio de visita frequente a livros, discos, cinema, teatro, biblioteca, exposição ou centro cultural.
A luta travada entre o incentivo e o investimento estatal é inglória. Meia dúzia de manifestantes da extrema esquerda, pertencentes a grupos de teatro de grupo, avolumavam sua presença ao encontro com megafones e gritos de guerra. Estavam ali, legitimamente, para lutar por algo que a sociedade brasileira deu por perdido: a retomada da responsabilidade do Estado para com as suas responsabilidades constitucionais em relação à cultura.
Do lado de dentro, ninguém considerava a possibilidade de, da noite para o dia, o Estado acordar e se deparar com a relevância estratégica da cultura para a formação do cidadão brasileiro do futuro, da construção de uma sociedade mais justa, crítica, inteligente, livre, democrática, participativa. E de um Brasil contemporâneo, preparado para os desafios impostos pela pós-modernidade e pela globalização. Acreditam no Procultura, uma espécie de meio-termo, uma ponte entre o desmanche neoliberal provocado por Collor e o compromisso assumido pela esquerda, de preservar e promover a nossa rica diversidade criativa.
O discurso político esvazia-se sem gestão e orçamento. Diante da impossibilidade de engordar a participação da cultura na briga por distribuição do Erário, o relator Pedro Eugênio criou uma traquinagem contábil digna de nota. Aumentou a renúncia fiscal para sugerir às empresas patrocinadoras a colocar dinheiro no famigerado Fundo Nacional de Cultura, a verba que o Estado disponibiliza para tudo aquilo que o não interessa ao mercado. Como em cultura isso é muita coisa, busca-se ao menos equiparar a renúncia com o fundo. Além disso, o relator quer estimular o uso do Ficart (Fundo de Investimento Cultural e Artístico) pela indústria cultural e o mercado de entretenimento, dedicando o mecenato aos pequenos e independentes.
Com estímulo ao empreendedorismo criativo, o Procultura busca dar mais acesso e gerar condições de sustentabilidade para toda uma gama de novos agentes provenientes da nova classe média, adequando-se às demandas e necessidades culturais da sociedade contemporânea, em pleno processo de transformação, sobretudo pela convergência digital e as mudanças de comportamento em relação aos usos e consumos de cultura.
Um novo mecenato vem ganhando força no Brasil, por meio de sistemas de financiamento e construção de conhecimentos coletivos, que permitem o fortalecimento e a ascensão da classe criativa. No lado da indústria, o entretenimento no Brasil é o que mais cresce no mundo. O novo projeto está mais adequado à essa nova realidade do mercado cultural brasileiro. (Leonardo Brant,consultor e pesquisador cultural, autor do livro O poder da cultura e diretor do documentário Ctrl-V, no Portal da Propaganda).
FACEBOOK QUER ANÚNCIOS
Para tentar monetizar o alto tráfego que recebe por meio de celulares, o Facebook anunciou a comercialização de espaços publicitários exclusivos para sua versão mobile, desvinculando-a da publicidade em browsers acessados por computadores fixos.
A publicidade móvel na rede social começou a ser disponibilizada em março, mas inicialmente apenas para anunciantes com o mínimo de 500 mil likes em pacotes premium, com preço mínimo de US$ 125 mil por peça.
Agora, o Facebook abre-se para a ampla gama de anunciantes de menor porte, o que pode trazer cerca de US$ 3,7 bilhões de receita adicional à empresa. De acordo com o site EMarketer, o Facebook deve ter, em curto prazo, 60% de sua receita proveniente de mobile.
A ação também é uma resposta à violenta desvalorização das ações FB no mercado financeiro, que configuraram o pior IPO (Initial Public Offering, a abertura de capital na bolsa de valores) da década. “Acreditamos que o uso crescente do Facebook em dispositivos mobile contribuiu para o aumento dos usuários ativos diariamente, com essa evolução sendo superior à da propaganda entregue. Se os usuários passam a acessar o Facebook por meio do celular em vez de um computador e estamos ainda incapazes de monetizar as estratégias para esse usuário, a nossa performance e crescimento acabam sendo negativamente afetados”, informou a companhia em nota no início de maio. A rede social tem uma base de 500 milhões de usuários mobile. (propmark)
SEGURANÇA CORPORATIVA E O MENOR PRIVILÉGIO
Quantas vezes não vivemos situações em que um elemento da organização chega para você e diz: “Preciso de acesso de administrador! Urgente! Vamos, vamos!”. Ele não se dá nem ao trabalho de explicar o motivo pelo qual necessita disso, ele simplesmente quer o acesso. E é urgente. Outro caso clássico é quando um erro está insistentemente ocorrendo e você, como está sobrecarregado de trabalho ou sem tempo hábil para investigar a causa, simplesmente concede todas as permissões a um usuário para “solucionar” o problema. Além de ferir gravemente os princípios da empresa, pode não ter solucionado o problema e sim acabado de criar um.
O princípio do menor privilégio é aquele que preza por delegar somente os privilégios necessários para que um determinado elemento possa realizar sua função na organização. Nesta definição o alvo do princípio é generalizado, por isso pode ser facilmente aplicado a diferentes aspectos da organização. Sua segurança envolve pessoas, processos e tecnologias e deve ser aplicado em todas estas áreas. Acredita-se que esse princípio foi aplicado originalmente pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos em 1970, sendo projetado para limitar o dano potencial de qualquer violação de segurança, seja acidental ou mal intencionado.
Quando decidimos desenvolver um projeto de sistemas – de banco de dados, de redes etc. –, a questão da segurança não pode e nunca poderá ser deixada de lado. A fim de manter um ambiente seguro, é importante aplicar a abordagem de conceder o mínimo de permissões possíveis a qualquer elemento solicitando um recurso.
Se um usuário não necessita de tarefas administrativas, este não deverá ser adicionado a um eventual grupo de administradores. Mas por que isso não acontece? Preguiça, pressa, medo de conflitos com os demais colaboradores da organização, ou falta de conhecimento: qualquer uma dessas opções pode fazer com que um profissional de TI não aplique esse valioso princípio.
Ao impor um ambiente mais restrito, os profissionais de TI têm maior controle e conseguem ser mais pró-ativos e menos reativos. Contudo, existem barreiras e é necessário que a organização viva a cultura da segurança de cima para baixo. Por que de cima para baixo? Porque o alto patrocínio é fundamental. Se um executivo do alto escalão dá seu exemplo de concordância com tal princípio, os demais colaboradores serão influenciados de maneira positiva. E, sejamos sinceros, ficam até constrangidos de questionar suas permissões.
Às vezes quem está em determinados cargos insiste em ter direitos administrativos. Os demais usuários também confundem os seus privilégios com seu status dentro da organização e querem os mesmos direitos de outros usuários que executam funções completamente diferentes. O profissional de TI, que é responsável por garantir o princípio do menor privilégio, deve sempre ter o conhecimento de todas as funções que estão sob sua administração para que não conceda acessos indevidos e não comprometa a segurança da organização.
Se você não está familiarizado com qual acesso está permitindo, pode inadvertidamente elevar o acesso do usuário, o que pode significar um risco de segurança. Certifique-se de que você esteja inteirado com o acesso que foi concedido, ou o que esse acesso permite um usuário fazer. Não aplique a tática do “vamosimbora”: dar todos os acessos e depois ir removendo o que o usuário não estiver utilizando. Nós sabemos que isso não será feito. Os acessos devem ser concedidos de maneira criteriosa de acordo com a função de cada um.
Aplicar o princípio do menor privilégio é uma tarefa árdua a ser cumprida pelos profissionais de TI e deve ser abraçada por todos. Não deve ser vista como peso e sim como um benefício global. Afinal, quem não gosta de trabalhar em um ambiente seguro? (Max dos Santos , coordenador de sistemas da Arcon, empresa especializada em serviços gerenciados de segurança, no Portal da Propaganda).
A INTERNET MULTIPLICADA POR TRILHÕES
Quando a internet foi criada em 1973, era apenas um experimento. Para finalmente lançar a world wide web dez anos depois, seus criadores estabeleceram o protocolo IPv4 com limite de 4 bilhões de IPs, espaços a serem ocupados por dispositivos conectados, um número que parecia infinito à época. Atualmente, por causa da proliferação de smartphones, tablets e outros gadgets, quase todos estes espaços estão sendo utilizados.
Em fevereiro de 2011, a Iana (Internet Assigned Numbers Authority, órgão responsável por comercializar IPs globalmente) ficou sem endereços para oferecer e entrou no lote reserva, motivando a adoção global do IPv6, que teve sua primeira versão criada em 1996. Para manter a internet crescendo e evitar que a web entre em colapso, a Internet Society lançou globalmente este mês, o IPv6, novo protocolo para a rede mundial. A modificação está sendo considerada o “Big Bang” online, pois expande a capacidade atual em milhões de vezes: de 4 bilhões no IPv4 (4 vezes 10 à nona potência) , o limite de IPs do IPv6 é de mais de 340 trilhões de trilhões de trilhões. Sim, trilhões de trilhões de trilhões, algo como 3,4 multiplicado por 10 à trigésima oitava potência, ou 340 seguido de 36 zeros.
Alguns portais já experimentam o IPv6 desde 2008, mas agora a transição é completa. Os dois protocolos coexistirão por alguns anos até que todos os IPs se mudem totalmente. O Google conta a história detalhadamente em um vídeo (em inglês). Cerca de 8 bilhões de dispositivos mobile e fixos estarão conectados em 2016, número oito vezes maior que o montante de 2011. (Propmark)
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