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segunda-feira, 25 de junho de 2012

INDÚSTRIA DE EVENTOS – EM QUE NEGÓCIO ESTAMOS¿

Eu penso muito sobre o fato de que o setor de convenções e eventos é disfuncional, de muitas formas. Nossos desafios são muitos. Talvez a maior é que estamos confusos sobre o negócio em que realmente atuamos.


Vamos começar falando sobre alguns dos desafios menores, como: somos seriamente desafiados a definir e medir nossas unidades de produção. No nível micro, se estamos no negócio de consumo de quartos de hotel, não podemos finalmente saber quantos quartos uma determinada convenção efetivamente utilizou, já que muitos não utilizam a agência oficial, hóspedes migram para outros hotéis e as informações são desencontradas.

Em contrapartida, na indústria de TI, como um exemplo, existe uma contabilidade clara sobre sua produção – a Apple sabe exatamente quantos iPhones rolaram em suas linhas de montagem e foram distribuídos todos os dias.

E quanto às questões macro de exportação e comércio? A Apple não só sabe quantos iPhones foram vendidos em todos os mercados globais e a que valores foram comercializados, como também eles possuem detalhes sobre montantes consumidos no processo de fabricação.

Em nosso setor, as exportações que geramos incluem milhares de produtos – alimentos, energia, bens de varejo, eletrônicos, materiais de construção, etc. – e também a exportação de centenas de serviços – entretenimento, design, construção, decoração, limpeza, segurança, frete, voos, transporte terrestre, e a lista continua…

Podemos tomar como exemplo qualquer destino e falar sobre como convenções e eventos estimulam as exportações e o comércio, mas, não podemos quantificar (e garantir a veracidade e precisão de) quaisquer dados significativos.

Em última instância, isso porque quando se trata de entrega do produto não enviamos nossos produtos para os consumidores, são os consumidores que se dirigem até os nossos produtos. E então o seu consumo se perde no éter.



Por muito tempo, como uma indústria, temos dito que estamos em turismo. Mas, para dizer que é a análise dos resultados do turismo como quartos de hotel e refeições em restaurantes, que novamente somente abrange as microeconomias da nossa indústria, ou parte dela, deixando nossos dados estatísticos míopes. Apenas esta parte da economia da nossa indústria é certamente um fio minúsculo em comparação com os impactos macro, totais, do que produzimos.

Os impactos macro da nossa indústria são exportações, desenvolvimento de conhecimentos, capacitação, branding de região e nação, desenvolvimento e aprimoramento de capital intelectual, atração de investimentos, formação de capital tecnológico e cultural, desenvolvimento de infraestrutura e comércio, links de pesquisa e mercado, entre outros.

Para mim, isso tudo é um conjunto muito mais emocionante e importante do que a receita cambial, o retorno para a economia local, que é do que mais se fala. Sem dúvida, gastos diretos que a nossa indústria gera são quase ridiculamente insignificante comparado aos impactos mais amplos da nossa indústria. Nosso problema é que não podemos, ou não conseguimos decifrar e representar adequadamente estes itens. E isso inclui do material grande ao insignificante.

Uma coisa que eu sei é que nós definitivamente não estamos na indústria do turismo (existe um artigo EdgyThinking sobre como convenções e turismo não têm nada em comum, por exemplo). Então, em que indústria estamos?

As pessoas da Nike diriam que eles não estão no negócio de venda de calçados, mas que estão no negócio de vender sonhos. Seguindo essa mesma lógica, os destinos e locais para eventos poderiam dizer que eles não estão no negócio de venda de espaços e regiões, eles estão no negócio de fornecer experiências e realizações. Pelo menos esse seria o caso se fossem da indústria do turismo. Mas, eles não são.

Enquanto a indústria do turismo pode ser uma parte do nosso meio, a educação e conscientização é a nossa mensagem. Então, eu não acho que estamos na indústria do turismo, acho que estamos na indústria do conhecimento.

Em um mundo de rápidas mudanças, a educação continuada é a diferença entre o conhecimento passado (o que temos por meio da aprendizagem institucional) e conhecimentos atuais (o que temos por ser os alunos ao longo da vida.) É por isso que as comunidades e associações são mundialmente tão importantes, porque associações profissionais e comerciais fornecem educação continuada pós-graduação a uma maioria.

De certa forma, o setor de educação formal e nós temos muito em comum. Nós dois estamos muito centrados no conhecimento (ou deveria ser assim). E ninguém ainda descobriu exatamente como colocar um preço no conhecimento.

Mas, as sociedades bem-sucedidas colocam um valor enorme no conhecimento, e é por isso que todos nós precisamos parar de pensar que estamos na indústria do turismo, se o que nós ajudamos a construir é, ao final das contas, conhecimento. (Gary Grimmer, CEO da GainingEdge, empresas especializada em eventos de negócio, no Promoview).

TURBULÊNCIAS NO CÉU E NA TERRA

As duas maiores empresas da aviação comercial brasileira passam por fortes turbulências. Em boa parte causada por fatores internos, em boa parte pelas chamadas variáveis exógenas que frequentam com maior e forte incidência o território da aviação.

Desde a morte prematura do COMANDANTE ROLIM numa segunda-feira, 9 de julho de 2001, pilotando um helicóptero e em companhia de uma funcionária da empresa, na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, a TAM não conseguiu se recuperar. No início, a família incomodada com as circunstâncias do acidente, fez de tudo para apagar o Rolim da marca da empresa, como se isso possível fosse. Depois equivocou-se na escolha dos novos dirigentes. E, mais recentemente, e orientada pelos novos acionistas e gestores de fundos, optou por sua venda para a LAN dando origem, em algum momento no futuro, e superadas as barreiras legais nos dois países, a LATAM.

Já a GOL, fundada 6 meses antes do trágico acidente com o Comandante ROLIM, no dia 15 de janeiro de 2001, posicionou-se desde a partida no território do low cost e assim construiu uma forte base e prosperou. Mas, e depois de ter resistido duas ou três tentações, acabou sucumbindo e olhando em outras direções perdendo seu eixo e quase entrando em parafuso nos últimos 5 anos. Seu posicionamento original fez com que as demais empresas do setor, muito especialmente a TAM, optassem por uma política de preços mais agressiva, reduzindo, em princípio e em tese, as margens de lucro.

A morte de ROLIM, e o desposicionamento da GOL, sintetizam as turbulências em terra das duas companhias. Já as turbulências no céu dizem respeito as chamadas variáveis exógenas que têm feito seus aviões “jogarem” fortemente. E isso passa, principalmente, pelas flutuações recentes do dólar. As duas empresas possuem contratos pesados atrelados ao dólar no que tange aos investimentos que permanentemente realizam na manutenção e atualização da frota. Por outro lado, o querosene de aviação, responsável por um terço de todo o custo das companhias aéreas também está atrelado ao dólar. E ainda, e em decorrência, com o dólar mais caro, as pessoas começam a reconsiderar seus planos de viagens, muito especialmente para o exterior.

Assim, e no momento em que os aviões batem recordes de ocupação, as empresas amargam prejuízos consideráveis, trimestre após trimestre. E sem nenhuma perspectiva, no curto prazo de reverterem a situação.

Em decorrência dessa situação, ingressamos num momento ruim para GOL e TAM, e para nós passageiros. Que viajaremos nos aviões de empresas pressionadas por resultados, cortando custo, reduzindo a frequência dos voos, lotando aviões, e postergando para algum momento do futuro a renovação e atualização da frota.

Isso posto, as perspectivas para o segundo semestre de 2012 para a aviação comercial brasileira e suas duas principais empresas estão muito distantes de “céu de brigadeiro”. E a nós, passageiros, tudo o que resta fazer é agregarmos doses adicionais de paciência e compreensão a uma inevitável queda na qualidade dos serviços que já andam em baixa há muito tempo. (Madiamundomnarketing)

BIOETANOL EM CRISE

(Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP) – O Brasil precisa criar políticas públicas para assegurar a continuidade do programa de bioetanol brasileiro e evitar ou minimizar as sucessivas crises pelas quais tem passado desde que foi criado na década de 1970, sob a alcunha de Programa Nacional do Álcool (Proálcool), para enfrentar os choques de preço do petróleo.

A avaliação foi feita por representantes do governo, de instituições de pesquisa e das indústrias sucroalcooleira e automotiva, que participaram diretamente dos processos de planejamento, implantação e construção do Proálcool, durante o seminário O renascimento do bioetanol brasileiro: os fundadores do Proálcool. realizado pelo IEE\ USP.

Na opinião de participantes do evento, de todas as crises pelas quais o programa de bioetanol brasileiro passou ao longo das últimas décadas, a que está vivendo hoje – caracterizada pela estagnação da produção do álcool no país e o elevado endividamento de diversas usinas – é a mais grave. Isso porque ela depende de uma intervenção do governo para ser solucionada, enquanto as crises anteriores foram sanadas por meio de soluções tecnológicas.

“A crise atual é a mais séria, porque depende de políticas públicas para corrigir a distorção do preço da gasolina, que está congelado, enquanto os custos de produção do álcool e da cana dobraram nos últimos oito anos”, disse Maurílio Biagi Filho, pertencente a uma tradicional família de usineiros do país que fundou a usina Santa Elisa e um dos primeiros signatários do Proálcool.

A opinião de Biagi Filho foi compartilhada por Cícero Junqueira Franco, fundador da Usina Vale do Rosário e um dos idealizadores do Proálcool juntamente com o engenheiro Lamartine Navarro Júnior (1932-2001).

“É preciso iniciar uma prática de política pública para o álcool. Até hoje estamos patinando nesse quesito, o que gera insegurança tanto para os produtores de álcool como para os consumidores”, avaliou Franco.

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