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terça-feira, 26 de junho de 2012

EM BUSCA DO COMPUTADOR INTELIGENTE

(Texto de Karina Toledo, distribuído pela Agência FAPESP) – A capacidade de processamento e a memória dos computadores cresceram exponencialmente nos últimos 50 anos, mas a lógica das máquinas pouco evoluiu. A classe de problemas possíveis de serem resolvidos foi determinada na década de 1930, quando o primeiro computador nem sequer havia sido construído. Depois foi descoberto que há problemas sabidamente fáceis, outros sabidamente difíceis – os chamados “problemas intratáveis” – e um conjunto cuja real dificuldade é desconhecida.

A avaliação foi feita por Marcelo Finger, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), que desde 2009 coordena um Projeto Temático financiado pela FAPESP cuja meta é tornar os programas computacionais mais “inteligentes”.

Para isso, a equipe pesquisa novas metodologias para resolver problemas que estão na intersecção de duas formas de raciocínio: o lógico e o probabilístico. As aplicações práticas são variadas e vão desde o desenvolvimento de sites de busca e tradutores automáticos mais eficientes até softwares capazes de analisar imagens gravadas em vídeo e detectar quando algo está fora do normal em um determinado local ou situação.

O Temático já resultou em 104 artigos publicados, três pós-doutorados, quatro doutorados, 15 mestrados e seis projetos de iniciação científica. Em entrevista à Agência FAPESP, Finger conta detalhes sobre alguns dos resultados alcançados.

Agência FAPESP – De que forma o Projeto Temático que o senhor coordena pode contribuir para tornar os programas mais inteligentes?

Marcelo Finger – Em computação existem problemas solúveis e problemas insolúveis. E dentro da categoria solúvel, grande parte é considerada intratável, ou seja, o tempo de resolução é tão grande que se torna inviável na prática. Os problemas na intersecção entre o raciocínio lógico e probabilístico geralmente estão na classe dos intratáveis ou em uma zona cinzenta, onde não sabemos se são passíveis de serem resolvidos rapidamente ou não. Uma das linhas de pesquisa do Temático se dedica a buscar meios para identificar quais desses problemas são possíveis de serem resolvidos e desenvolver metodologias para resolvê-los rapidamente.

Agência FAPESP – De que forma isso vem sendo feito?

Finger – Mostramos que para alguns dos problemas intratáveis há um fenômeno de transição de fase. De um lado há uma grande classe de problemas fáceis, cuja resposta é sempre sim. Do outro lado, há uma classe de problemas um pouco mais difíceis, cuja resposta é sempre não. No meio estão os casos realmente complicados, para os quais não sabemos se há resposta rápida. Com base nesse conhecimento, criamos três algoritmos, um melhor do que o outro, para solucionar rapidamente os problemas que estão em um dos dois extremos. Antes, acreditava-se que era impossível resolver um problema com mais de seis variáveis. Mas, com esse método, conseguimos solucionar problemas com 400 variáveis em menos de um segundo.

Agência FAPESP – Poderia dar algum exemplo de aplicação prática desse método?

Finger – Queremos aplicá-lo em várias áreas, como a Linguística Computacional. Com o método que desenvolvemos será possível melhorar programas que fazem análise sintática. Isso pode ser usado em tradutores automáticos, por exemplo. Também estamos tentando melhorar os algoritmos de robôs, para que eles se tornem capazes de realizar tarefas mais complexas. Há ainda outras duas linhas, uma que trabalha com análise de imagens e outra com a web semântica.

Agência FAPESP – O que é a web semântica?

Finger – Significa relacionar domínios distintos e fazer com que eles se comuniquem. Hoje os sites de busca funcionam por associação de palavras. Com a web semântica é possível criar programas capazes de associar conceitos e fazer uma busca muito mais inteligente. Você procura por um termo e o programa responde com outra terminologia e de forma correta. No nosso projeto estamos trabalhando com a web semântica aplicada na área médica.

Agência FAPESP – Que tipo de aplicação poderemos ter em medicina?

Finger – A ideia é criar uma ferramenta capaz de ajudar o médico no diagnóstico. O programa uniria as descrições de sintomas e outras informações lógicas sobre a doença com as observações médicas, que são de natureza probabilística. Por exemplo, febre pode ser sintoma de uma determinada doença, mas nem todos os portadores dessa doença vão ter febre. São dados probabilísticos. Isso tem uma aplicação prática mais imediata. Já temos um hospital interessado.

Agência FAPESP – E o que pretende a linha de pesquisa do Temático que trabalha com análise de imagens?

Finger – Criar um programa capaz de analisar as cenas gravadas por uma câmera e detectar quando ocorre algo fora do previsto. Isso poderia ser usado, por exemplo, por empresas aéreas para supervisionar procedimentos de abastecimento, carga e descarga de aviões. Ou então por empresas de segurança patrimonial. Estamos trabalhando com filmagens de voos, mas por enquanto conseguimos apenas casos em que não ocorreu nenhum imprevisto e, portanto, nossos dados não eram bons o suficiente para fazer um treinamento das probabilidades de erro.

Agência FAPESP – Quais são os projetos futuros do Temático?

Marcelo Finger – Pretendemos estender o projeto por mais dois anos para dar continuidade aos trabalhos. Continuaremos com as mesmas linhas de pesquisa. Vamos tentar desenvolver algoritmos melhores, buscar soluções mais rápidas e expandir a metodologia para outros tipos de problema relacionados. Devo passar um ano na Universidade Cornell, nos Estados Unidos, para levar os nossos resultados e criar uma iteração com os pesquisadores de lá. Durante a minha ausência, o professor Fabio Gagliardi Cozman, da Escola Politécnica da USP, assumirá a coordenação.

BATE-PAPO NO FESTIVAL ALATUR DE CINEMA 2012

A consultora de comunicação intercultural Regina Lucia Gagliardi de Assumpção participa de bate-papo hoje, às 20h30, no Reserva Cultural, em São Paulo, durante o Festival Alatur de Cinema 2012. Especialista em Comunicação, Marketing e Psicodrama com mais de 20 anos de experiência no Brasil e na Europa, ela abordará questões relacionadas ao filme “O Último Dançarino de Mao”, que será exibido em seguida como parte da programação do festival, que traz o tema “Você viaja por quê?”.

O longa narra a difícil história de um jovem chinês que sempre sonhou em ser dançarino e muda radicalmente de vida quando consegue uma bolsa para estudar balé nos Estados Unidos. A atividade é aberta ao público, com ingressos limitados - os interessados devem retirar os bilhetes no Reserva Cultural, localizado na Avenida Paulista, 900, até às 16h do dia do evento. O Festival Alatur de Cinema 2012 tem a proposta de apresentar quatro filmes dentro de quatro subtemas: Gastronomia, Cultura de um País, Viagens como Fonte de Transformação Pessoal, Reencontros. A primeira sessão ocorreu em 21 de junho e, as duas últimas, serão nos dias 5 e 12 de julho

XX ENCONTRO INTERNACIONAL DE ENSINO A DISTÂNCIA

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) facilitam o rompimento das barreiras impostas pelo espaço físico, redefinindo o conceito de fronteiras entre o próximo e o distante. A internet deixa de ser um canal de comunicação de alta velocidade que conecta pessoas e comunidades em distantes espaços físicos para tornar-se um ambiente próprio onde os indivíduos interagem e formam comunidades.

Uma transformação dessa natureza em nosso meio ambiente está ligada a grandes mudanças em nosso comportamento individual e coletivo em todas as áreas da sociedade, igualmente em nossa percepção de mundo e de nós mesmos. O trabalho acadêmico não está fora dessa transformação, pois nos deparamos com evidências claras de mudança no mesmo, entre as quais podemos destacar duas:

- A formação de redes virtuais acadêmicas, entendidas como comunidades de estudiosos geograficamente dispersos, mas que conservam um alto grau de interação e construção coletiva no ciberespaço.

- A combinação de métodos educacionais antes claramente distinguíveis, tanto em seus modos de operação quanto em seu mercado e avaliação social.

É aqui onde devemos fazer uma série de perguntas que nos permitam conhecer quais são as condições atuais e as tendências no que diz respeito às redes sociais, particularmente aquelas de caráter acadêmico ou educativo, bem como em relação à mistura cada vez mais variada de modalidades educativas. Perguntas tais como: de que forma ocorre a colaboração entre acadêmicos em redes virtuais? Que características do ambiente virtual/misto facilitam ou dificultam a colaboração em rede? Quais são as competências, habilidades, estilos cognitivos, disposições afetivas cuja presença/ausência favorece/dificulta a participação em redes sociais? Que tipos de redes sociais acadêmicos e educacionais existem? Como elas têm evoluído? Em que sentido exigem ou condicionam novos modelos educacionais e de colaboração? Qual seria um marco de referência adequado para organizar as diferentes combinações de modalidades educativas que tenham ocorrido até a data? Quais são as tendências?

O XX Encontro Internacional de Ensino à Distância, que será realizado de 26 a 30 de novembro em Gujadalajara, México, visa a criar um espaço para análise, discussão e socialização de experiências, propostas e pesquisas relacionadas a redes virtuais e mistas para a colaboração e integração de modalidades educativas.

Reconhecer os vínculos entre os ambientes físicos e digitais, assim como as mudanças em modelos e práticas acadêmicas de ensino e aprendizagem e de gestão em instituições de ensino que são produzidas por hibridação. Detalhes: http://www.udgvirtual.udg.mx/encuentro/

PAPEL DO RH NA RETENÇÃO DE TALENTOS

Nos últimos cinco anos, poucas áreas se desenvolveram tanto dentro das agências de publicidade quanto a de recursos humanos. Se a propaganda, historicamente, nunca primou pelo cuidado extremo com seus funcionários, hoje incorporou expressões como plano de carreira, benefícios e capacitação à sua prática diária. Várias agências montaram departamentos de RH, trazendo para dentro de casa profissionais que afirmam ter vindo do mercado formal e reconhecem que trabalhar em agência de publicidade é de fato diferente. E trazem ventos de mudança para essa que sempre foi — e continua sendo, em certa medida — a indústria do para ontem, onde virar noites e fins de semana sempre foi rotina. E a pressão chega a provocar crises de choro rotineiras entre funcionários menos preparados para a linha de frente.

Propaganda não é mesmo para amadores. Nunca foi e jamais será. Ao mesmo tempo, para um nova geração de profissionais que domina a cena, o que faz mesmo diferença é a alegria de fazer o que se gosta e ter oportunidade de crescer, mais do que o salário. O que está realmente por trás da consolidação das áreas de RH nas empresas é a necessidade de reter seus talentos mais preciosos — aqueles que já rendem ou que prometem render bons resultados para o negócio. Perder bons profissionais tornou-se um prejuízo bem maior do que em outros tempos, quando ser generalista funcionava e havia gente preparada a rodo circulando no mercado.

Mas o fato é que o mundo mudou. O cenário demanda muitos novos talentos e habilidades difíceis de encontrar, demanda reciclagem e atualização permanentes. “É preciso reconhecer que de fato há uma maior profissionalização do RH das agências. Estamos em um negócio feito por pessoas, em que as empresas em grande parte foram construídas por ‘self made men’, do jeito deles, sem um olhar muito específico para técnicas de RH. Em outros tempos, encontravam-se consumidores com tiros de canhão de resultados imediatos e homéricos. O negócio se sofisticou, exigindo das agências maior apuração técnica. Com isso o RH ganhou uma série de desafios”, avalia Marcio Oliveira, vice-presidente de operações da Lew’Lara/TBWA.

Na visão dele, a área de RH tem três grandes desafios: atuar na formação profissional, no clima da agência para manter funcionários permanentemente motivados e na criação de perspectivas e plano de carreira para os colaboradores. “A nova geração não se importa em mudar inclusive de profissão de uma hora para outra. Antigamente construíamos uma carreira, e hoje o que valem são os novos desafios, que levam a novas carreiras e constantes possibilidades de mudanças”. O foco dos programas de treinamento das áreas de RH que se formaram dentro de agências de publicidade está voltado, principalmente, para aprimorar técnicas de negociação, técnicas de apresentação e a capacidade de liderar. Para os presidentes e diretores, engloba coaching e a participação em cursos de administração sênior no exterior. (Propmark)

O QUE APRENDI EM CANNES

(Fernando Moulin, Gerente geral corporativo de e-Business da Cyrela Brazil Realty) - Não há palavras apropriadas para descrever a emoção e encantamento com minha primeira participação no festival internacional de criatividade de Cannes, o Cannes Lions.

É fascinante estar num evento que conta com a participação de profissionais da propaganda e marketing de 110 países. Este ano, houve a quebra de todos os recordes do evento – 34.301 peças inscritas (19% mais que em 2011), 119 sessões previstas (entre seminários, workshops, fóruns, etc), dezenas de prêmios, 12 mil pessoas participando ao longo da semana de 17 a 23 de junho. Um borbulhar de ideias, projetos e pensamentos intercambiados num frenesi criativo ao longo destes 7 dias e noites, intensamente. E o Brasil conta com uma presença bastante relevante no evento, tanto nas premiações e júris, quanto nos participantes. Ouve-se português em todas as filas, happy-hours e encontros casuais ao redor do Palais.

Até o momento, para mim o mais marcante foi perceber que cada vez se torna mais difícil desassociar resultados concretos e integração on e offline dos cases mais impactantes e que levam os leões de ouro. Aquele marketing antigo, em que uma boa ideia por si só era suficiente, já morreu faz tempo. As agências estão buscando assertivamente mensurações efetivas dos impactos no negócio dos anunciantes, ao mesmo tempo em que usam recursos tecnológicos de alto impacto e custo mais reduzido para entrar efetivamente na vida dos consumidores das marcas com suas campanhas. Ponto para nós do marketing direto, que já temos esta filosofia de trabalho em nossos DNAs e, portanto, estamos mais pré-capacitados em minha opinião para o marketing do século XXI.

Outros dois pontos a destacar por enquanto são:

1. A força dos cases premiados na nova categoria criada este ano, Mobile Lions - tecnologia humanizada e relevante para as pessoas através de geolocalização, conteúdo e contextos individualizados transformou campanhas que seriam comuns (sem as possibilidades trazidas pela mobilidade) em cases geniais e de altíssimo impacto - vale conferir os vencedores dos leões desta categoria e entender como todo profissional que efetivamente não conhecer e usar estas possibilidades novas de marketing e comunicação estará fora do jogo muito em breve;

2. A tendência de anos anteriores de fragmentação das "boas escolas de propaganda": há cases interessantes oriundos de todo o mundo e países outrora 'fora do radar', como Turquia, Filipinas, Guatemala e Chile - o que é excelente para a indústria. Uma boa ideia pode ser melhor ainda, com uma execução correta, em qualquer lugar deste mundo cada vez mais integrado.


























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