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quinta-feira, 14 de junho de 2012

A ESCRAVIDÃO NO PAÍS


(Texto de Fábio de Castro distribuído pela Agência FAPESP) – Depois de mais de dez anos engavetada, a Proposta de Emenda Constitucional 438 – conhecida como PEC do Trabalho Escravo – foi aprovada em segunda instância no dia 22 de maio, na Câmara dos Deputados.

Além desse importante passo para viabilizar a nova legislação – que prevê o confisco de propriedades onde houver trabalho compulsório –, o combate à escravidão no século 21 acaba de ganhar mais um aliado: o Atlas do Trabalho Escravo no Brasil.

A publicação, produzida com base em uma extensa pesquisa realizada por geógrafos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), caracteriza pela primeira vez a distribuição, os fluxos e as modalidades do trabalho escravo no país.

Além do diagnóstico, o Atlas apresenta duas novas ferramentas – o Índice de Probabilidade de Trabalho Escravo e o Índice de Vulnerabilidade ao Aliciamento – que poderão auxiliar na implementação da legislação e orientar as políticas públicas de combate à escravidão.

De acordo com os autores, a publicação permitirá que o poder público avalie a probabilidade de ocorrência de trabalho escravo em regiões e setores da economia específicos, facilitando o trabalho de prevenção e as ações de combate ao problema. Desde 1995, mais de 42 mil pessoas foram libertadas das condições de escravidão pelo Estado brasileiro, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Produzido por Eduardo Paulon Girardi, da Unesp, Hervé Théry, Neli Aparecida de Mello e Julio Hato, da USP, o Atlas foi idealizado e lançado pela organização Amigos da Terra – Amazônia Brasileira e publicado exclusivamente na internet.

O documento incorpora os dados do Atlas da Questão Agrária Brasileira, produzido por Girardi a partir de sua tese de doutorado, realizada com Bolsa da FAPESP e defendida em 2008 na Faculdade de Ciências e

Tecnologia da Unesp.

Segundo Girardi, o Atlas permite traçar o perfil típico do escravo brasileiro do século 21: um migrante do Maranhão, do norte do Tocantins ou do oeste do Piauí, do sexo masculino e analfabeto funcional. O destino mais comum desses trabalhadores são as fronteiras agropecuárias da Amazônia, em municípios de criação recente, onde são utilizados principalmente em atividades vinculadas ao desmatamento.

“O Atlas demonstra que há uma profunda ligação entre escravidão e pobreza extrema. Não por acaso muitos trabalhadores escravizados são provenientes do Maranhão e do Piauí, que são as unidades mais pobres da Federação. O trabalho escravo ocorre principalmente nas propriedades cuja localização é muito remota”, disse Girardi à Agência FAPESP.

Esse isolamento geográfico dificulta os trabalhos de verificação de denúncias e é uma das principais características da escravidão contemporânea, segundo Girardi. As grandes distâncias dos centros urbanos funcionam como um recurso para impedir as fugas.

“Os outros recursos são a coerção pela violência dos jagunços, diversos tipos de humilhação impingida a quem tenta fugir e, principalmente, o endividamento”, disse Girardi.

“Ao ser aliciado em uma região pobre, com promessas de um salário que nunca conseguiria ali, o trabalhador contrai a dívida relativa ao transporte ao local de trabalho – geralmente exorbitante. Chegando ao local, é obrigado a comprar todos seus instrumentos de trabalho, comida e moradia. A dívida se torna impagável e a condição de escravidão se pereniza”, explicou.

O Atlas, segundo Girardi, utiliza fontes oficiais e consolidadas do Ministério do Trabalho e da Comissão Pastoral da Terra. O detalhamento das ocorrências é dividido por setores da economia e em todo o território nacional.

Atividades relacionadas com pecuária ou carvão vegetal, em certas regiões da Amazônia, estão entre os exemplos de risco muito alto de existência de trabalho escravo.

“Obtivemos os dados do Ministério do Trabalho sobre origem dos trabalhadores escravizados e seu destino após a libertação. Mapeamos esses dados e depois fizemos as análises usando outras informações do setor produtivo, aliadas a dados sobre desenvolvimento humano, condições econômicas e renda. Com isso, conseguimos mapear os fluxos e as características sociais e geográficas dessa população”, disse Girardi.

Miséria gera escravidão

A partir desse diagnóstico, os pesquisadores produziram duas ferramentas inovadoras: o Índice de Probabilidade de Trabalho Escravo e o Índice de Vulnerabilidade ao Aliciamento – sendo que o primeiro é apropriado para orientar a prática do combate à escravidão e o segundo foi planejado para auxiliar as ações de prevenção.

Segundo Girardi, os índices serão fundamentais para que os gestores de políticas públicas possam traçar o planejamento para o combate à escravidão. A expectativa é que as ferramentas também auxiliem financiadores e empresas a evitar associações com empresários criminosos ligados ao trabalho escravo.

“Para produzir o índice de probabilidade, analisamos as principais atividades nas quais há trabalho escravo – a pecuária e a abertura de novas áreas de pastagens, em especial – e mapeamos as características econômicas das regiões onde ele ocorre. Esse índice indica os municípios que têm características semelhantes àqueles onde há trabalho escravo. Com isso, os gestores têm um instrumento para a prática de combate à escravidão”, disse.

Enquanto isso, o índice de vulnerabilidade conjuga elementos que apontam a fragilidade econômica e social dos trabalhadores que correm risco de aliciamento.

Segundo Girardi, as regiões que têm características de desenvolvimento humano precário e baixa renda semelhantes às dos focos de escravização são classificadas como áreas com alto índice de possibilidade de aliciamento.

“Os dados mostram que o trabalho escravo no Brasil contemporâneo é essencialmente um problema de pobreza. A miséria dessa população é explorada por grupos de proprietários de terras criminosos, desprovidos de escrúpulos, que não enxergam o trabalhador como um ser humano”, disse Girardi.

“Por isso, não adianta apenas aumentar a fiscalização e as ações de libertação de escravos: para prevenção, é preciso combater a pobreza extrema. Muitas vezes, os trabalhadores que são libertados da escravidão voltam para sua região de origem e, sem encontrar condições para prover seu sustento, acabam sendo escravizados novamente”, disse.

Atlas do Trabalho Escravo no Brasil: http://amazonia.org.br/wp-content/uploads/2012/04/Atlas-do-Trabalho-Escravo.pdf

UMA NOVA FORMA DIVERTIDA E GRÁTIS DE LOCALIZAR FOTOS E VÍDEOS

Percorrer dezenas de pastas, quase ficar vesgo espiando centenas de miniaturas indistinguíveis e fundir os miolos para lembrar onde foi que você guardou aquela bendita foto ou aquele vídeo incrível não tem nada de divertido – em especial quando você quer mostrá-los a alguém agora mesmo e não consegue encontrar.

A nova versão do Nero Kwik Media, já disponível em download gratuito (no site http://kwikmedia.nero.com/ptb), acaba com a frustração de não achar na hora fotos e vídeos no PC, em dispositivos móveis e discos rígidos externos. O novo aplicativo da Nero automaticamente localiza conteúdos no PC e em dispositivos a ele conectados, catalogando tudo em uma biblioteca inteligente de mídia.

Totalmente em português do Brasil, o programa tem uma série de ferramentas que vão encantar o usuário. Uma das mais legais é o identificador automático de rostos. Depois que o usuário identifica algumas vezes uma mesma pessoa, o programa aprende o nome dela e, quando surge uma nova foto, o Kwik Media automaticamente já dá a opção de nomeá-la em uma etiqueta.

“O Nero Kwik Media é a forma mais rápida, inteligente e bacana de localizar e usar vídeos e fotos, especialmente quando estão espalhados por vários dispositivos diferentes”, diz Martin Stein, Vice Presidente Senior de Produtos Globais da Nero.

• A mais recente versão do Nero Kwik Media tem várias novidades:

• Maior usabilidade para o usuário curtir os conteúdos sem aborrecimento

• Desempenho superior para gerenciar e navegar instantaneamente por fotos, vídeos e músicas

• Linha do tempo automática de vídeos e fotos, baseada na data em que foram gravados

• Identificador de rostos com etiquetas (tags) para localizar fotos através de quem está nelas

• Etiquetador automático de palavras-chave usando estrutura de pastas e metadados de cada arquivo de foto e vídeo

• Etiquetador customizável de palavras-chave aplicável a quaisquer arquivos ou grupos de fotos e vídeos

• Filtro de etiquetas que combina tags de rostos e de palavras-chave, localizando com exatidão o que você quer

• Classificador para identificar na hora fotos e vídeos favoritos

• Álbuns inteligentes salvam combinações de palavras-chave e automaticamente adicionam novos conteúdos etiquetados com critérios semelhantes

O ponto central do Nero Kwik Media é tornar mais divertido o uso de fotos, vídeos e videoclipes, ajudando o usuário a criar em minutos shows de slides e álbuns fotográficos de qualidade profissional, calendários e cartões comemorativos. Além disso, o aplicativo sincroniza fotos, vídeos e playlists de músicas do iTunes entre o PC e dispositivos móveis com simplicidade única: é só arrastar e soltar os arquivos. Publicá-los no Facebook, YouTube e em outras redes sociais também foi facilitado, e agora é missão de poucos cliques.

O software gratuito Nero Kwik Media pode ainda ser expandido com APPs de baixo custo e pacotes de modelos para criar shows de slides.

PÓS-DOUTORADO EM PARASITOLOGIA COM BOLSA

O projeto de pesquisa Modelo de estudo para avaliar o impacto de patógenos entéricos em mananciais de abastecimento público dispõe de oportunidade de pós-doutoramento. Detalhes: www.fapesp.br/bolsas/pd.

Outras vagas de Bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento, estão no www.fapesp.br/oportunidades.

BIBLIOTECA

A Biblioteca Universitária da Unisul disponibiliza a base de dados Proquest e Ebsco com acesso temporário para divulgação, uso e posterior análise. O acesso de 30 dias é restrito aos IPs da Unisul está disponibilizado na página da biblioteca no item base de dados > bases de dados de acesso temporário http://www.unisul.br/biblioteca/base-de-dados/acesso-temporario.html



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