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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Livro narra trajetória da Revista do Brasil


(Texto de Por Karina Toledo, distribuído pela Agência FAPESP) – Entre 1916 e 1944, a Revista do Brasil reuniu em suas páginas os expoentes da intelectualidade brasileira. Nomes como Olavo Bilac, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Manuel Bandeira e Graciliano Ramos valeram-se do periódico para tratar de arte e debater questões nacionais em momentos decisivos da história.

A longevidade da publicação chama a atenção em uma época em que as revistas literárias sofriam, por falta de leitores, o que Bilac definiu como o “mal de sete números”. Aparentemente imune, a Revista do Brasil teve 113 edições somente em sua primeira fase, de 1916 a 1925.

“Os periódicos que fizeram sucesso no início do século 20 eram cheios de fotografias e ilustrações, traziam mulheres bonitas na capa e textos leves. A Revista do Brasil foi o oposto. Tinha mais de 100 páginas de textos e quase nenhuma imagem”, disse Tania Regina de Luca, professora de História da Faculdade de Ciências e Letras de Assis da Unesp.

As razões por trás do improvável sucesso da publicação e o papel ocupado por ela na história da imprensa foram investigados pela historiadora durante seu doutorado e livre-docência. Os resultados da pesquisa deram origem ao livro , que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.

“A Revista surgiu na redação do jornal O Estado de S. Paulo, por iniciativa do diretor deste último, Júlio de Mesquita, e com o objetivo de discutir o futuro do país em um período crucial: a Primeira Guerra Mundial”..

Estava claro que as relações entre as nações não seriam as mesmas após o conflito. Era preciso entender o lugar que o Brasil ocuparia nesse novo contexto. “Na primeira fase, a revista apresentou uma visão de país que tinha São Paulo como modelo a ser seguido. E a força dessa ideologia vinha do fato de que ela não era difundida apenas por paulistas, mas por parcela significativa dos intelectuais do período”, disse Luca.

Embora desfrutasse de grande prestígio no meio letrado, a revista acumulava prejuízos financeiros e, em 1918, Mesquisa decide vendê-la para Lobato. Ele transforma a publicação em ponta de lança para sua recém-criada editora.

“Lobato desenvolveu um sistema nacional de distribuição de livros em consignação, que era absolutamente inovador e sustentava a revista. E ele usava o periódico para divulgar sua própria imagem e para familiarizar os leitores com os autores que depois seriam vendidos pela editora”, contou.

Em 1923, com a intenção de aumentar os negócios, Lobato aceitou o apoio financeiro de Paulo Prado, um dos organizadores da Semana de Arte Moderna. Em troca, Prado passou a dirigir a Revista do Brasil, abrindo espaço para nomes como Mário e Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Sérgio Milliet.

“Costuma-se classificar a Revista do Brasil como conservadora, mas isso não é verdade. Durante a subfase em que foi comandada por Paulo Prado, é possível incluí-la no rol das revistas modernistas. Esse período preencheu o intervalo entre o fim da revista Klaxon e o lançamento da Estética”.

Em 1925, após a falência de sua editora, Lobato vendeu a Revista do Brasil para Assis Chateaubriand. No ano seguinte, o periódico entrou em sua segunda fase, ainda marcada pelo conflito de poder entre conservadores e modernistas.

“A vertente tradicional era representada por Pandiá Calógeras, um dos escolhido por Chatô para dirigir a revista. Mas foi Prudente de Moraes Neto quem ficou encarregado de pensar e executar as edições, e ele estava muito próximo dos modernistas”, disse Luca.

Em 1927, a revista encerrou suas atividades e somente em 1938 Chateaubriand decidiu relaçar a publicação com um novo papel: fazer oposição ao Estado Novo e defender os ideais da democracia.

A importância da Revista do Brasil nesse período é, na opinião de Luca, subestimada pela historiografia. “Costuma-se dizer que o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e os outros órgãos criados por Getúlio Vargas para controlar a informação conseguiram silenciar a imprensa. Mas seria preciso matizar essa interpretação”, afirmou Luca.

Dentro dos limites impostos por uma ditadura, a Revista do Brasil conseguiu articular um projeto antivarguista dirigido pelo historiador Otávio Tarquínio de Sousa. Entre os colaboradores estavam Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Raquel de Queiroz e, mais uma vez, Mário de Andrade.

“Eles não podiam questionar Vargas, mas podiam criticar os regimes nazifascistas europeus e defender a Inglaterra e os Estados Unidos. O fato de a revista ignorar solenemente a existência do presidente durante esse período já era uma posição política. Em suas páginas, não havia espaço para integralistas ou para os ideólogos do regime”, contou a professora.

A publicação tampouco abordava os problemas sociais do país, ressaltou. “Faziam a defesa da democracia, mas de um ponto de vista elitista e liberal. Isso não impediu que abrissem espaço para pensadores comunistas, como Astrogildo Pereira.”

Em 1943, o Brasil havia decidido entrar na Segunda Guerra ao lado dos Aliados. O Estado Novo agonizava e a terceira fase da Revista do Brasil chegava ao fim. “O objetivo pelo qual a publicação vinha lutando desde 1938 havia se cumprido”, analisou a historiadora.

No ano seguinte, Chateaubriand relançou mais uma vez a marca, desta vez totalmente descaracterizada. “Ele tentou transformá-la em uma concorrente da revista Seleções, mas foi um fracasso que durou poucos meses”..

Há ainda uma quinta e última fase, entre 1984 e 1990, em que a revista esteve sob o comando do então vice-governador do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro. Esse período, no entanto, não foi abordado na pesquisa de Luca.

“É outro momento da história do país, em que o universo acadêmico está mais desenvolvido, já existia pós-graduação e revistas científicas. Além disso, nessa quinta fase, a revista é mais um projeto político do que um projeto da intelectualidade”, explicou a historiadora.

A pesquisa durou sete anos e teve como fonte, além das edições da revista, as cartas e memórias dos colaboradores que por ela passaram. Atualmente, Luca se dedica ao Projeto Temático "A circulação transatlântica dos impressos: a globalização da cultura no século XIX", financiado pela FAPESP e coordenado pela professora Marcia Azevedo de Abreu, do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.

V Congresso aborda aprimoramento humano e tecnológico

(Daniel Milani Dotoli no Propmark) - As novas tecnologias e as novas fronteiras da mídia é o tema da comissão que Luiz Fernando Vieira, presidente do Grupo de Mídia de São Paulo e sócio e vice-presidente de mídia da Africa, irá comandar no 5º Congresso da Indústria da Comunicação. O relator será Daniel Chalfon, sócio, vp e diretor de mídia da Loducca.

Vieira lembra que o Brasil é um país em desenvolvimento e que nessa década começa a acelerar ainda mais esse processo. “Ainda apresentamos números abaixo da expectativa. Mas estamos na porteira dos dois grandes eventos esportivos, fora outros como o Rio +20 e até a Jornada Mundial da Juventude Católica, que deve reunir cerca de três milhões de pessoas no Rio de Janeiro em 2013”, lembra. “Com isso, automaticamente, o país começa a se direcionar para taxas de crescimento maiores. O discurso da nova classe média brasileira, por exemplo, já deixou de ser discurso e é realidade. E isso mexe com todos os mercados, impulsionando tecnologia e as mídias, tema de nossa comissão”, completa.

Sobre o tamanho do mercado de mídia, disse Vieira:. “Hoje estamos na casa dos R$ 40 bilhões. A previsão é que em 2016 esse mercado represente R$ 70 bilhões, sendo R$ 60 bi de investimentos em mídia e R$ 10 de produção, aproximadamente. E essa verba irá passar pela mão do profissional de mídia, que terá que ter qualidade para gerir esse investimento”.

Segundo Vieira, grande parte dos profissionais da área tem hoje apenas a formação acadêmica. “O que é muito básico para a realidade que vivemos e em que estamos entrando”, ressalta. Ele diz que isso fez com que o Grupo de Mídia de São Paulo investisse em um curso básico mais prático, ministrado por alguns dos principais mídias das maiores agências do país, e agora, com outros mais avançados, cujo objetivo é a certificação do profissional. Hoje já temos mais de 500 profissionais nessas condições.”

O segundo ponto será o desenvolvimento e melhoria das ferramentas. “Hoje há trabalhos com softwares bem modernos, temos um nível muito bom de investimento em pesquisas, mas todo esse ferramental terá que ser atualizado a partir do momento em que falamos em novas tecnologias”, explica Vieira. Um dos aspectos que o executivo visa quando fala em atualização é em relação a um afinamento da aferição de merchandising em televisão. “Hoje fica mais difícil ainda, com o product placement cada vez mais comum. Dou um exemplo: uma cena de novela, na qual aparecem duas pessoas conversando e um computador da Apple na mesa; será que aquilo é uma mídia paga ou colocaram qualquer computador no cenário e o editor de imagem não apagou o símbolo da empresa?”, indaga, dizendo que há dois anos estão testando critérios para se chegar a uma aferição compatível com a realidade. “E com a internet esse monitoramento se torna cada vez mais complexo. Um comercial de um refrigerante no site do Big Brother Brasil. Para qual dos meios do bolo publicitário contabilizamos a verba? A internet, por estar no site do BBB? Ou para a TV, já que o site do BBB e o comercial estão lá apenas porque o programa da TV fechou essa marca como cotista?”, completa.

Já o terceiro ponto a ser abordado é o das regulamentações que têm relação com o modelo de negócio brasileiro. Ainda não têm todos seus aspectos definidos, mas deve passar inclusive por redes sociais como Facebook e Twitter, que cada vez mais aproximam suas atuações à de um veículo de mídia – mas não exercem modelos de publicidade semelhante.

Um mosteiro de 400 anos!

(ZENIT.org) - A comunidade das dominicanas de clausura do mosteiro de Santa Catalina, em Córdoba, Argentina, está divulgando as comemorações dos 400 anos da fundação do primeiro mosteiro contemplativo do país.

As celebrações começam no próximo dia 31 de maio, festa da Visitação de Maria, e vão até 2 de julho de 2013.

A CNBB e o julgamento das Comunidades Quilombolas

(ZENIT.org) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, diante do eminente julgamento, pelo STF, da questão da garantia da propriedade das terras secularmente ocupadas pelos Quilombolas emitiu nota onde afirma, entre outras coisas:

“Diante do iminente julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da Ação Direta de Inconstitucionalidade, que questiona a titulação de terras quilombolas pela União, como determina o Decreto 4887/2003, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil vem ratificar seu apoio à manutenção do referido Decreto, assegurando o atual processo de reconhecimento, demarcação e titulação das terras quilombolas.”

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