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sábado, 28 de abril de 2012

AFINAL, O QUE É BRANDING?


Muito cuidado quando se lê o termo “branding” por aí. De cada dez empresas que usam esse bonito termo no seu nome, quatro são organizações de pesquisa, quatro são agências de design, uma provavelmente não sabe o que diz e talvez apenas uma trabalhe efetivamente com branding. Lembrando que a pesquisa de mercado e o design podem ser, e geralmente são, importantes etapas desse processo, mas construção de marca é um conceito um pouco mais amplo. Papo reto!

Branding nada mais é do que uma postura empresarial, ou uma filosofia de gestão, que coloca a marca no centro de todas as decisões da organização. Lembrando que a marca vai muito além daquele símbolo no topo da sua loja, ou aquele logo no canto superior esquerdo de seu site.

A sua marca é o sentimento que seus consumidores têm por você. É composta por dezenas de elementos: nome, símbolo, slogan, mascote, fama, tradição, história, jingle e embalagem, dentre outros. Nosso desafio, como donos de marcas, é como calibrar todos esses elementos, no sentido de que todos estejam devidamente alinhados.

E o significado estratégico de se fazer uma devida gestão de sua marca torna-se um dos desafios mais vitais no atual contexto empresarial. Seja qual for a indústria, tipo de cliente, segmento de mercado ou país de atuação, as estratégias de branding devem ser cada vez mais encaradas como um dos passos mais importantes no processo de gestão de uma empresa.

Basicamente, ele prega que as interferências sobre uma marca devem ser cuidadosamente planejadas e executadas, e as ações bem ou mal sucedidas são automaticamente sentidas e refletidas na imagem que uma marca tem na mente do consumidor. E todos os passos que sua empresa dá devem sempre levar em conta resultados de longo prazo, pois uma marca não constrói em semanas, ou em seis meses. Ela se consolida em anos e décadas de trabalho consistente.

Puxando a brasa para o nosso contexto brasileiro, vemos que pouquíssimas marcas praticam o branding em sua forma mais plena. A forte concorrência e uma exigência cada vez maior dos consumidores no País, forçando os empresários a não insistirem em uma identidade única por muito tempo. De seis em seis meses, elas adquirem uma cara nova, um posicionamento novo e associações novas.

Todos esses movimentos até podem ser muito bem intencionados logicamente, mas vão ao contrário do que prega o branding. Todo mundo quer ver resultados rápidos, claro, mas geralmente não funcionam na mesma velocidade e ansiedade que o mercado responde.

O branding prega que tudo comunica a sua marca. Por exemplo, a cor que você pinta os caminhões de sua empresa; a forma como seus funcionários se vestem; o jeito que sua recepcionista atende o telefone; o que você conversa sobre a empresa com seu colega durante um chope. Ou seja, absolutamente tudo comunica a sua marca.

Quer entender mais de branding e mergulhar no fascinante, promissor e viciante mundo das marcas? Capacite-se! (Texto de Marcos Hiller).

O papel dos sistemas energéticos no judô

(Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP) – O conhecimento sobre a contribuição dos sistemas energéticos do corpo humano no fornecimento da energia requerida por um atleta para a prática de um esporte pode contribuir para seu treinamento e aumentar sua aptidão física.

Ao utilizar um equipamento portátil, que permite ao atleta se movimentar sem ter fios ligando-o a um computador, pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram determinar a contribuição dos diferentes sistemas energéticos durante o treinamento de judô.

Os resultados da pesquisa, realizada com apoio da FAPESP, foram publicados no Journal of Visualized Documents, de acesso aberto, que se autointitula o “primeiro videojornal científico”. E ganharam destaque no site da revista Science.

Os pesquisadores avaliaram por meio de um analisador de gases portátil e por telemetria, além de coletas de sangue para dosagem de lactato, a contribuição dos sistemas energéticos durante a execução de técnicas de braço, quadril e pernas utilizadas no judô para projeção do adversário na luta em pé, por cerca de 20 atletas de faixas marrom e preta que praticam o esporte há mais de dez anos e que participam de competições estaduais e nacionais.

As análises revelaram que a contribuição do sistema de fosfagênios (substratos estocados na musculatura e prontamente disponíveis para serem degradados e transferir energia para contração muscular) é crucial para os atletas. E que a participação do sistema aeróbio (que depende do consumo de oxigênio para converter alimento em energia) é maior do que o esperado.

“Quando se tem um melhor conhecimento do que ocorre com o atleta ao realizar determinadas ações em sua modalidade, é possível direcionar de maneira mais adequada o treinamento, realizando alguns ajustes fisiológicos e elaborando uma dieta específica para que ele atinja os objetivos almejados”, disse Emerson Franchini, professor da EEFE da USP e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

O pesquisador realizou doutorado com Bolsa da FAPESP e além de ser professor da USP também treina atletas da seleção brasileira de judô. Entre eles estão Leandro Guilheiro, medalhista olímpico e primeiro colocado no ranking internacional na categoria até 81 quilos; Tiago Camilo, sétimo no ranking até 90 quilos; e Rafael Silva, quarto colocado mundialmente na categoria acima de 100 quilos.

Franchini explica que o organismo humano possui três sistemas energéticos, sendo um oxidativo (que depende de oxigênio) e dois sistemas anaeróbios (que independem de oxigênio) – divididos em sistema glicolítico e sistema de fosfagênios –, que convertem alimento em energia.

“Os estímulos físicos realizados nos treinamentos esportivos têm o objetivo, basicamente, de melhorar o funcionamento de um ou mais desses sistemas, possibilitando aumentar o ritmo de transferência de energia – para que o atleta consiga realizar ações mais intensas – ou aumentar o estoque de energia – para que ele consiga manter a intensidade de um exercício por um período mais prolongado, dependendo da modalidade esportiva praticada”, explicou.

No caso do judô, segundo o pesquisador, é necessária a combinação das duas estratégias, uma vez que a aplicação das técnicas na luta depende de uma intensidade física bastante elevada por um período muito curto de tempo.

“Se o atleta consegue transferir energia mais rapidamente em uma luta de judô, ele é capaz de realizar uma ação mais potente e, provavelmente, tem mais chance de obter sucesso na execução de um golpe”, disse Franchini.

“Por outro lado, em uma competição em que o atleta pode chegar a seis ou sete lutas em um único dia, com cinco minutos de duração cada, sem considerar a possibilidade de prorrogação, é importante que ele também tenha uma capacidade elevada de manter a repetição do exercício”, disse.

De acordo com Franchini, é difícil fazer comparações entre o gasto calórico de um atleta do judô com o de outras modalidades esportivas, porque isto depende da intensidade do exercício e ainda há poucos dados sobre o gasto calórico em ações competitivas.

Entretanto, em comparação com outras modalidades de artes marciais, como o taekwondo, o pesquisador estima que o gasto energético de um atleta de judô seja maior em função da duração das lutas e da intensidade das ações.

“Em uma luta de judô, a todo momento há disputas de pegada, ações de puxar e empurrar o oponente e as paralisações são mais curtas. Já em outras modalidades, muitas vezes o atleta mantém uma distância intermediária entre ele e o oponente e as ações são de intensidade mais reduzida”, comparou.

Um dos indicadores utilizados pelos pesquisadores para avaliar a intensidade das ações nas lutas de artes marciais é a relação esforço-pausa. Enquanto uma luta de taekwondo é caracterizada por esforços de, em média, 8 a 10 segundos, com 60 segundos de ações menos intensas, no judô os atletas realizam esforços de cerca de 20 segundos, seguidos de 10 segundos de intervalo. “Isso também acaba resultando em algumas diferenças em termos de demanda energética”, disse Franchini.

Segundo os pesquisadores, o modelo que o grupo da USP utilizou para avaliar o gasto energético de atletas de judô já foi utilizado para estimar a contribuição dos sistemas energéticos em outras modalidades esportivas.

Com base na avaliação, os cientistas pretendem realizar alguns ajustes fisiológicos no treinamento de atletas de judô e comparar essas adaptações com outros métodos de treinamento já adotados pelos esportistas em suas rotinas normais de exercícios.

“Com base na compreensão mais clara do que ocorre com o organismo do atleta no momento em que ele treina, será possível desenvolver protocolos de treinamento mais eficientes do que os que existem hoje para melhorar a aptidão física”, disse Franchini. (O artigo Determining the contribution of the energy systems during execise, de Franchini e outros, pode ser lido e visualizado no Journal of Visualized Experiments em www.jove.com/video/3413/determining-the-contribution-of-the-energy-systems-during-exercise?access=ybyomkk0).



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