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terça-feira, 12 de julho de 2011

SOBRE UMA NOITE EM PARIS


Leia também: Uma Academia Cheia de Vídeos
SUICÍDIO LITERÁRIO
(Se trm algo que me deixa feliz é ler algo talentoso escrito por um jovem. Como este texto do Nicolas David, estudante de jornalismo da Unisul Pedra Branca e menor aprendiz no jornal Diário Catarinense, que, como não sou egoísta, divido com você)
- Moça, tem uma caneta que você possa me emprestar?
- Tem, mas acho que não funciona.
- Ah! Ta, já devolvo (ou não).
 Alguém aí tem a audácia de dizer que Jô Soares, Rubem Fonseca ou qualquer outro desses medíocres escritores são bons como foi o seu Hemingway? Nunca li Hemingway, Woody Allen deve ter lido. Quem é louco que atire a primeira pedra. Ou melhor, elogie os velhinhos por meio de metáforas e outras baboseiras que os autores usam para fazer a única coisa que sabem: escrever. Imortais! Por que são lembrados os imortais? Por que são esquecidos os mortais? Talvez porque ninguém goste de elogiar um concorrente.
 Não sei se aquela questão ali tem relação com a hipocrisia humana. Não sei mesmo. Acho que não. É um descuido, como dizem os jovens um vacilo. Agora, te parece leitor, que sou um velho. Felizmente a nossa comunicação permite te enganar, pois você nem pode me questionar. Creio, entretanto, que sou mesmo um velho. Mas até mesmo os jovens são velhos na época em que vivem.
 Memórias são memórias. Woody Allen não está fora da casinha quando projeta a cabeça de seu personagem central sob uma perspectiva nostálgica. Gil Pender deu muito certo, certamente, ele representa o subconsciente dos velhinhos que já foram e que ainda vão as salas de cinema para prestigiar Midnight in Paris.
Dizem que a grama do nosso vizinho é mais verde, então o passado dos nossos avôs era melhor. Impressiona o fato de que eles pensavam assim, na época em que pensavam. A personagem Adriana ratifica essa ideia quando sai da Paris dos anos 20, onde Gil Pender estava vislumbrado, e vai à Belle Époque, num passado ainda mais distante e para ela agradável. Lautrec viajou para onde mais tarde?
 Meia Noite em Paris acende uma discussão irritante e que me faz entender o motivo pelo qual os escritores querem conversar com o leitor. É caro leitor pra cá, amigo leitor pra lá. Quanta pretensão a desses escritores. Isso está errado. Os bons autores são aqueles que já morreram. Alguns políticos mortos, também são bastante elogiados, como o ditador, eu disse ditador Getúlio Vargas, um sujeito de impecável atuação política. Quero ver o que vão falar do Collor e do impeachment, talvez, será inocentado.
 Zelda Fitzgerald era uma bêbada chata e inferior; Hemingway um sujeitinho soberba que pensava saber de tudo; Picasso me lembrou Hitler, foi bom ele ter falado somente em uma língua que eu não identifiquei, assim não ouvi se quer uma baboseira. Barato leitor, você que ignorantemente – essa variação não existe – insiste em ler essas linhas deve pensar que eu invejo os meus colegas. Sim, algum problema? Vocês não podem usar isso contra mim. Porque eu morri. Acabei de morrer. Escrevi mil páginas. O livro se chama Já ouvi falar de mim, o conteúdo é podre. Mas meu plano dará certo. Acabei de subir na ponte Hercílio Luz e ela caiu com o peso do meu talento, morri.
 Agora, sou famoso e um dos melhores escritores da minha época. Se estivesse vivo seria presidente da Academia Brasileira de Letras, facilmente. Estaria junto de Jô Soares, Rubem Fonseca, Luis Fernando Veríssimo, esses fraquinhos que sobrevivem aos dias de hoje.
 Meia Noite em Paris deu tão certo quanto o meu suicídio. Deu tão certo quanto minha primeira crítica de filme. Diga-se de passagem, ela está carregada de erros, mas também é a melhor crítica, pois quando tomei aquela caneta eu me concedi a liberdade de interpretar a obra. Assista ao filme, até porque Woody Allen também já morreu. Acabou de morrer. Faz três minutos, está aqui do meu lado. Eu contei para ele que quando vivo meu lema era o seguinte: quero nesse maldito curto período de vida que tenho, falar com perfeição sobre tudo e sobre todos. Sei que não vai dar tempo, mas me tranquiliza o fato de estar cada vez mais próximo.
 Woody Allen bateu no meu ombro e sorriu debochadamente. Como eu morri antes dele, ele me contou que leu a manchete de diversos jornais, entre eles The New York Times. Havia uma foto minha e da Hercílio. Um paralelo entre a minha história e do monumento bem cuidado da nossa bela e nada Santa Catarina. “estavam te elogiando muito, você conseguiu”. Claro que eu consegui. Morto o Itamar Franco até criou o plano real até então uma obra de Fernando Henrique Cardoso que agora só atua em documentários. Aproveitando o ensejo assistirei a narração de FHC no documentário Quebrando Tabus.
 Sim contemporâneos we can! Podemos legalizar a maconha ou lutar por isso, podemos casar homossexuais, falar mal dos mortos, eleger mulheres para a presidência da república, arrastar greves por meses, ouvir o Luan Santana em detrimento a Cole Porter e também viajar no tempo que não volta mais. Boêmios e boêmias um brinde ao dia de hoje e a nossa época tão saudosa para quem viverá amanhã na época chata e sem ponte Hercílio Luz.
 NO AR O SITE DA FESTA DO INCANTO TRENTINO
Já está disponível o Site Oficial da XIX Incanto Trentino 2011. Endereço: www.incantotrentino.com.br.

 A ESCOLA DO MUNDO
Jamais alguém considerou a possibilidade de ENCICLOPÉDIAS seculares serem rapidamente superadas e colocadas fora de combate por uma enciclopédia que só existe no mundo digital, e escrita pela contribuição desinteressada e voluntária de milhares de cidadãos do mundo. Assim nasceu a WIKIPEDIA há pouco mais de 10 anos e colocou todas as demais a nocaute.
De certa forma, o mesmo começa a acontecer no território do ensino. O nascimento de uma escola que não pretende e nem vai acabar com todas as demais escolas do mundo, mas seguramente vai mudar a maneira das demais escolas ensinarem, de seus professores darem aulas, e dos alunos aprenderem.
O pressuposto é que existe conhecimentos que são básicos e universais independentes de país e língua, e que poderiam e deveriam ficar disponíveis no ambiente digital, da forma mais acessível, inteligente, lúdica e motivadora possível, para que os alunos pudessem recorrer a esses conhecimentos a qualquer momento, sem o constrangimento de “perguntar e perguntar” a quantidade de vezes que fosse necessária para verdadeiramente aprenderem, e apreenderem. ESSA ESCOLA EXISTE! E ACABA DE COMPLETAR 5 ANOS!
SALMAN KHAN, analista financeiro, 34 anos, a pedido da tia, começou a dar aulas particulares e a distância para 3 primos que revelavam grande dificuldade. Como existia a incompatibilidade de horários, passou a postar as aulas/vídeos no YOUTUBE para que seus primos pudessem assistir a qualquer hora e rever quantas vezes fosse necessário. Os amigos dos primos ficaram sabendo e viraram “bicões” das aulas de SALMAN. E contaram para outros “bicões”. Em pouco mais de 2 anos os vídeos foram acessados por 40 milhões de jovens, a notícia chegou aos ouvidos de BILL e MELINDA GATES, que decidiram apoiar SALMAN na criação da  KHAN ACADEMY. Uma das “10 MELHORES IDEIAS QUE PODEM MUDAR O MUNDO”.
Hoje a KHAN ACADEMY disponibiliza mais de 2.200 vídeos, tem um acesso diário de mais de 200 mil estudantes de diferentes países, cobre todo o currículo escolar até o ensino médio – MATEMÁTICA, QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA – e todo o conteúdo está sendo traduzido, inicialmente, para 10 línguas.
O sonho de SALMAN e sua KHAN ACADEMY, apoiado por BILL e MELINDA GATES: “quero que isso seja uma realidade para 6,9 bilhões de estudantes”. Ou seja, todos nós, terráqueos.
Vai matar as demais escolas? Não, claro que não; vai facilitar e possibilitar que cada uma das escolas, dentro de suas características, se aprimore e ofereça o específico, o exclusivo, o personalizado ou tribalizado em função das especificidades de seu alunato. Mas, vão ter de mudar. Vão ter que rever sua missão, daqui para frente. (MadiaMundoMarketinjg)

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