Pesquisar este blog

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

VAREJO CONHECE O CLIENTE ?

LEIA TAMBÉM:

. Smartwath 2 terá duas versões

. Animação e Cidadania no Carnaval da Globo

. Afinal, a criação pertence apenas ao publicitário?

. Oportunidades

. Eventos

. Astronomia está cada vez mais colaborativa

 

O VAREJO CONHECE O CLIENTE DELE?

(Artigo encaminhado ao Adnews por Marcelo Murin, administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto)

Atualmente muito se fala sobre a relevância da “propriedade intelectual”, e acredito que podemos também fazer um paralelo com sua importância para o varejo na questão de conhecer ou não seu cliente.

Sim, torna-se parte da “propriedade intelectual” do varejo, todo o conhecimento que ele possa ter ou adquirir de seus clientes, no que se refere a perfil socioeconômico, demográfico, de consumo, interesses, e tantos outros, uma vez que estas informações podem e devem ser utilizadas para estabelecer um relacionamento contínuo e duradouro com os mesmos.

Em um mercado com a concorrência cada dia mais intensa, onde se compete entre categorias diferentes, varejos diferenciados, lojas físicas contra lojas virtuais, e na realidade todos estão buscando sua participação nos bolsos dos consumidores, diria que é de extrema relevância conhecer seu cliente. E por que é importante conhecê-lo?

O processo de vendas não se dá apenas no momento da compra, isso já faz parte do passado. Por isso, torna-se cada dia mais importante trabalharmos fortemente com o que conhecemos de pré-venda e pós-venda.

E para tanto, é fundamental conhecer seu cliente e ter uma boa base de informações sobre os mesmos, dessa maneira poder estar sempre em contato oferecendo serviços diferenciados e gerar fidelidade.

Por isso faço uma pergunta: atualmente é possível perceber este trabalhado diferenciado no Brasil? Acredito que estamos caminhando nesta direção, mas ainda bem distantes de alcançarmos resultados positivos no trabalho efetivo da pré-venda e do pós-venda, de uma forma geral.

Pouquíssimas empresas de varejo realizam ações promocionais, apenas para citar um exemplo de atividade a ser realizada direcionada a um determinado público de seu banco de clientes que tenha interesses específicos, ou até mesmo possa efetivar uma ação em conjunto com um fornecedor para divulgar uma marcar onde seus clientes sejam target.

Perdem-se grandes oportunidades na manutenção do relacionamento. Quantos e quantos clientes não migram de lojas de varejo por não terem recebido a devida atenção, ou simplesmente por desleixo no pós-venda?

Obviamente que a comunicação com o cliente deve ser sempre medida de acordo com o perfil do público que se está falando, mas este é um outro assunto.

O importante aqui e que gostaria de deixar claro, é que todos sabem e dizem que seus clientes são a “peça” mais importante da engrenagem de seus negócios, mas aí vem a pergunta: o varejo realmente conhece seu cliente? E se conhece, o que está fazendo para retê-lo?

Investir no conhecimento do seu consumidor e em ações que garantam a perenidade do mesmo junto de sua loja no varejo é garantir a perpetuação de seu negócio. Pense nisso!

SMARTWATCH 2 TERÁ DUAS VERSÕES


Apesar do SmartWatch 2 não ter proporcionado grandes mudanças para o mercado de acessórios eletrônicos, este ano ele terá uma edição mais do que especial. Em março, a Sony irá homenagear a Copa com uma nova versão do gadget.

Em referência ao Brasil, País sede do evento, o relógio virá com uma pulseira verde e amarela. Porém, não se sabe se a “Fifa Edition” chegará às lojas brasileiras, e a especulação é que o dispositivo chegue primeiro ao Reino Unido.

O acessório tem resistência à água, bateria com ótima duração e é compatível com qualquer celular Android nas versões 4.0 em diante. Sua tela tem 1,6 polegadas, com resolução de 220 x 176 pixels.

Para quem não gostar da versão especial, o SmartWatch 2 também lançará uma edição com uma pulseira de metal. Além disso, ele pode ser encontrado em seu modelo original, com a pulseira preta. (Redação Adnews via techtudo)

ANIMAÇÃO E CIDADANIA NO CARNAVAL DA GLOBO

(Fontes: João Veiga e Melina Nascimento | Approach Comunicação Integrada | Portal da Comunicação)


A Globo entra em ritmo de carnaval com uma série de ações que vão deixar a folia do carioca ainda mais animada e consciente.

Além de apoiar diversas festas nas ruas e nos salões, a emissora inicia a veiculação de uma campanha educativa que tem como objetivo chamar a atenção do público para três temas cotidianos fundamentais que ficam ainda mais evidentes durante o carnaval.

E eles surgem por meio de marchinhas irresistíveis: “Marcha do xixi”, “Se beber não dirija” e “Não jogue lixo na rua”, entoadas em três filmes por integrantes dos mais tradicionais blocos do Rio de Janeiro.

O primeiro lembra que xixi não deve ser feito em qualquer canto. Já “Se beb er não dirija” alerta o público sobre a combinação perigosa de álcool e volante, dando a dica: “Deixa o carro descansando em casa/ E vai pra rua/ De busão/ Bem tranquilo.”

E o filme “Não jogue lixo na rua”, por sua vez, frisa que o espaço público não é lugar de sujeira, mas de bloco, beijo e festa. Carioca que é carioca – e no Rio, durante o carnaval, todos são cariocas –, ao mesmo tempo em que se diverte, nunca vai deixar de cuidar da Cidade Maravilhosa, do bem-estar de seus companheiros de folia e, claro, de sua própria saúde.

Para a gravação foram convidados 24 blocos que, vindos de diferentes regiões do Rio de Janeiro, falam a mesma língua dos foliões: Empolga às 9, Mulheres de Chico, Bangalafumenga, Orquestra Voadora, Barbas, Escravos de Mauá, Bola Preta, Suvaco do Cristo, Bloco de Segunda, Céu na Terra, Quizomba, Monobloco, Meu Bem, Volto Já!, Sargento Pimenta, Ansiedade, Bloco da Preta, Que Merda É Essa?!, Banda de Ipanema, Fogo e Paixão, Simpatia É Quase Amor, Tim oneiros, Cacique de Ramos, Gigantes da Lira e Carmelitas.

No Quiosque da Globo

A campanha vai além das telas de televisão. Vários desses blocos passarão, entre fevereiro e março, pelo Quiosque da Globo, na Praia de Copacabana.

Mais do que cair na folia e cantar as marchinhas, o público vai receber kits da campanha, estar com artistas do elenco da TV Globo e poder botar em prática todas as dicas de cidadania que as canções não deixarão ninguém esquecer.

“A Globo apoia diversas festas de Carnaval – seja nos blocos de rua, no Sambódromo ou nos bailes –, mas nos unimos aos blocos que nasceram no Rio, se relacionam com os cariocas e fazem parte da história da cidade.

E queremos envolver as pessoas que querem curtir um Carnaval seguro e mais limpo na cidade”, afirma André Dias, diretor de Projetos Especiais da Globo.

O Quiosque da Globo já vem desde janeiro se firmando com um dos grandes points do pré-carnaval no Rio. Os blocos da Sebastiana (Associaç ão Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro) vêm ensaiando no local e levando muita música e diversão às areias cariocas.

Até dia 23, sempre às tardes de domingo, Quiosque da Globo recebe ainda os blocos Meu Bem, Volto Já, Escravos da Mauá, Bloco das Carmelitas, Simpatia É Quase Amor, Bloco do Barbas e Bloco Virtual.

As atrações anteriores foram Gigantes da Lira, Bloco da Ansiedade, Bloco de Segunda, Que Merda É Essa?! e Suvaco do Cristo.

Carnaval na Cidade das Artes

Em parceria com a Globo, a Fundação Cidade das Artes também antecipa a folia de carnaval e realiza amanhã, 1 de fevereiro, um grande baile ao som do show da tradicional Banda do Cordão do Bola Preta.

A festa acontece entre 18:00 e 20:00, com entrada gratuita. Formado por instrumentos de sopro (tuba, trombone e trompete), percussão e um cantor, o grupo leva ao local toda a alegria do bom carnaval de rua do Rio de Janeiro por meio das mais variadas músicas do cancioneiro carnavalesco.

O Carnaval na Cidade das Artes, que terá ainda mais música, leituras e palestras relacionadas à festividade, acontece aos sábados até 22 de fevereiro.

Mais carnaval

O apoio ao carnaval carioca não para por aí. A Globo estará presente no Baile da Sebastiana (fevereiro), na final do Concurso de Marchinhas (fevereiro), nos Bailes do Rio (março) e em dois eventos que jogam confete no segundo semestre: os debates do Desenrolando a Serpentina (outubro) e a final do Concurso Rei Momo e Rainha (novembro). Outras ações serão divulgadas em breve.

AFINAL A CRIAÇÃO PERTENCE APENAS AO PUBLICITÁRIO?

(Artigo encaminhado por Marina Pessoa, sócia e diretora da Famigerada Filmes)

Outro dia fuçando na internet me deparei com a descrição de “publicitário” em um site de orientação profissional para jovens que estão passando, assim como vários de nós outrora, pela obrigação (imposta por si ou pelos outros) de escolher a profissão em tão tenra idade.

Dizia o site – “O publicitário cria, realiza e divulga campanhas e peças publicitárias. Ele atua na elaboração de inovações. Para isso, pesquisa, faz a arte, escolhe a abordagem, cria os textos e... acompanha a produção.”

Fiz cortes desmesurados e propositalmente tendenciosos no texto original porque quero correr urgentemente para a pergunta inicial – quem produz não pode criar? E quem cria só acompanha?

Estamos vivendo um momento onde sobram especialistas e faltam generalistas em todos os lugares. É sabido que, por exemplo, o clínico-geral, o bom e velho médico da família, é uma espécie em extinção.

A molecada entra na faculdade já pensando na especialização que irão fazer e se esquecem de pensar nos efeitos da interação entre os múltiplos mecanismos do corpo. Buscam curar a doença, mas não exatamente deixar um indivíduo saudável.

Ao mesmo tempo em que a colaboração instantânea pelos meios digitais, o crowdsourcing e outras ferramentas extremamente baratas e funcionais permitem que profissionais de diferentes áreas, em diferentes lugares do mundo quebrem a cabeça e encontrem juntos as melhores soluções para um problema, a publicidade tradicional ainda tende a se utilizar de estruturas rígidas e em silos.

Já vi muita coisa acontecer na relação entre agência e produtora, desde momentos onde o cliente nem sequer pisou no set até interações que se iniciaram na fase do planejamento da comunicação.

Nesta segunda forma de trabalhar, já produzi e dirigi focando na resolução do problema de venda e verba do cliente, escrevi e adaptei roteiros para clientes diretos e agências e, sim, também já tive minhas ideias questionadas.

Pela minha experiência, essa segunda forma de agir é a que rende melhores resultados e menos retrabalho porque o processo fica mais inteligente ao se distribuir a responsabilidade pela resolução dos problemas. Além do que, quem colabora tende a ser mais engajado no processo.

E um time engajado num propósito único vai mais longe. Deixa de olhar apenas para sua parte e colabora no desejo de atingir a potencialidade máxima do resultado – um todo, acima de tudo, saudável.

OPORTUNIDADES

USP abre inscrições para novo mestrado em Turismo - A Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), na zona leste de São Paulo, está com inscrições abertas, até 28 de fevereiro, para o programa de pós-graduação – mestrado em Turismo. Há dez vagas.

O curso tem uma única área de concentração: desenvolvimento do turismo. Dentro dessa área, os alunos poderão desenvolver seus estudos em uma das duas linhas oferecidas: “Turismo: Conhecimento e Tendências”, que propõe o rompimento da perspectiva da divisão entre teoria e prática e o desenvolvimento de metodologias de avaliação do lazer e do turismo no país; e “Turismo: Processos e Inovação”, que pretende abordar competências e habilidades de análise voltadas para a compreensão da inovação em diversos setores do turismo.
A seleção dos candidatos será feita em três fases. A primeira é eliminatória e inclui a realização de um exame de proficiência em língua estrangeira, ficando a critério do candidato optar entre inglês, francês ou espanhol. O idioma escolhido deve ser indicado na ficha de inscrição.
A fase seguinte é composta por uma prova escrita de conhecimento teórico e de construção argumentativa. Ela deverá ser feita com base na bibliografia indicada e somente os candidatos que obtiverem nota superior ou igual a 7 estarão classificados.
A terceira etapa consiste na arguição oral do projeto de pesquisa e do currículo cadastrado na plataforma Lattes. A banca avaliará a proposta do projeto de pesquisa apresentado e sua articulação com o programa do curso e, por fim, decidirá sobre o ingresso do aluno.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo correio (Sedex), endereçada ao Serviço de Pós-Graduação da EACH/USP - Sala T03, Edifício I1, Rua Arlindo Bettio, 1000, São Paulo (SP), CEP 03828-000. No envelope deve contar a informação “Inscrição no Processo Seletivo 2014 – Mestrado em Turismo”.

. Unicamp seleciona professores de Sociologia e de História O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp) está com inscrições abertas para os concursos que selecionarão professores doutores para as áreas de Teoria Sociológica e História do Brasil.

Os selecionados podem ser contratados em regime de turno parcial (RTP), com remuneração mensal de R$ 1.592,14, mas a opção preferencial é para o regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP), com salário mensal de R$ 9.185,10.
Com inscrições abertas até 14 de fevereiro, a área de Teoria Sociológica busca um professor doutor para as disciplinas Sociologia de Durkheim, Sociologia de Marx e Sociologia de Weber. É desejável que o candidato tenha produção científica em Sociologia, Ciências Sociais ou áreas afins.
O Departamento de História aceita inscrições, até 21 de fevereiro, dos interessados em preencher a vaga de professor doutor na área de História do Brasil, para ministrar a disciplina História do Brasil II.
O curso tem como objetivo analisar a produção historiográfica sobre o século XIX no Brasil, com ênfase na relação entre as transformações políticas do período e a questão da organização das relações de trabalho (processo de crise e abolição da escravidão).
Para concorrer às vagas, os candidatos deverão realizar prova específica, de didática, de títulos e de arguição. A prova de títulos é a que tem maior peso na avaliação final e será baseada na análise do memorial elaborado e comprovado pelo candidato.
As inscrições serão recebidas na secretaria do IFCH, que fica Rua Cora Coralina, 100, na Cidade Universitária, em Campinas.

EVENTOS

7º Congresso Nacional de Serviço Social em Saúde A Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) promovem, entre os dias 9 e 11 de abril, o 7º Congresso Nacional de Serviço Social em Saúde (Conasss), em São José dos Campos.

Assistentes sociais e profissionais de saúde estarão reunidos no congresso que oferecerá capacitação e fortalecimento da ação profissional frente as demandas emergentes da sociedade contemporânea, promovendo uma reflexão sobre a atuação do assistente social na saúde e suas interfaces com os demais setores.
Conferências, mesas-redondas, sessão de pôsteres e minicursos estão programados para os três dias de congresso, que terá como tema "As repercussões da crise do capital nas políticas de saúde e as ações do serviço social nas efetivações do direito".
As inscrições devem ser feitas até 14 de março e os trabalhos podem ser submetidos na forma de resumos ou trabalhos completos até o dia 14 de fevereiro.
O evento será realizado no Centro de Convenções do Parque Tecnológico de São José dos Campos, situado na Estrada Doutor Altino Bondensan, 500, em São José dos Campos (SP).

. 20º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico - Abertas, até 3 de abril, as inscrições para o 20º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico, que ocorrerá entre os dias 8 e 10 de maio, na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.

Realizado pela Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), o evento abordará casos do cotidiano do traumatologista, como fraturas expostas, fraturas no idoso/osteoporose e tratamento de fraturas complexas.
Entre os convidados estrangeiros com presença confirmada estão David Templeman, da University of Minnesota, nos Estados Unidos, e Vilmos Vécsei, da Medical University Vienna, na Áustria.
Além das palestras, o evento prevê a apresentação de trabalhos científicos em forma de pôster. A data-limite para envio é 14 de março.
O congresso será realizado no Serrano Resort Convenções & SPA, localizado na Avenida das Hortências, 1480, em Gramado.
A programação completa e informação sobre inscrições estão disponíveis no www.traumaortopedico.med.br/index.php 

ASTRONOMIA ESTÁ CADA VEZ MAIS COLABORATIVA

(Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP)
O pesquisador paulista Dimitri Alexei Gadotti costuma passar acordado ao menos 100 noites intercaladas durante o ano, com os olhos voltados para monitores que mostram uma série de gráficos e imagens de objetos astronômicos capturados, em tempo real, por alguns dos maiores e mais potentes telescópios em operação no mundo.
Graduado em Física Teórica e Experimental e com mestrado, doutorado e pós-doutorado em Astronomia pela Universidade de São Paulo (USP) – os dois últimos com Bolsa da FAPESP –, Gadotti está entre os 25 astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) em Paranal, no Chile.
Para realizar seu trabalho de apoio às observações realizadas no conjunto de telescópios do Observatório Paranal, Gadotti permanece por períodos de uma semana a dez dias no complexo astronômico situado em uma montanha de 2,6 mil metros de altitude no meio do deserto do Atacama e a 130 km da cidade litorânea chilena de Antofagasta.
Semelhante a uma base militar, o Observatório funciona 24 horas por dia, ininterruptamente, com mais de 100 profissionais, entre astrônomos, engenheiros, físicos e técnicos de manutenção, trabalhando em turnos.
Os profissionais ficam hospedados na Residência Paranal – um sofisticado hotel construído nas dependências do Observatório, cujo projeto ganhou prêmios internacionais de arquitetura. A residência já foi até usada como locação de Quantum of Solace, o 22º filme do espião britânico James Bond.
Em entrevista concedida à Agência FAPESP durante visita realizada por jornalistas brasileiros às instalações do ESO no Chile, em novembro, Gadotti conta como se tornou astrônomo da instituição de pesquisa e sobre o trabalho que desempenha no Observatório. 
Agência FAPESP – Como o senhor se tornou astrônomo do ESO no Chile? 

Dimitri Alexei Gadotti – Fiz meu doutorado no IAG [Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP] com Bolsa da FAPESP e, durante minha pesquisa, fui duas vezes ao Chile para realizar observações nos telescópios do Observatório do ESO em La Silla, [a 600 quilômetros ao norte de Santiago].
Na primeira vez fiquei duas noites, e na segunda, seis. Depois de concluir o doutorado, realizei pós-doutorado no IAG, também com Bolsa da FAPESP, no Laboratório de Astrofísica de Marselha, na França, e no Instituto Max Planck de Astrofísica em Garching, perto de Munique, na Alemanha, onde fiquei por quatro anos.
Por coincidência, a sede do ESO na Alemanha fica na mesma rua do Instituto Max Planck de Astrofísica. Por essa razão, eu tive muito contato e sempre quis trabalhar no ESO, por ser uma instituição internacional de pesquisa e que faz astronomia de altíssimo impacto.
Por conta disso, eu me inscrevi em 2009 para o programa de fellowship do ESO e fui selecionado para ir ao Chile, onde fiquei por três anos e meio. Um pouco antes de terminar meu fellowship, candidatei-me a uma vaga na equipe de astrônomos do ESO no Chile, fui aprovado e em abril de 2013 comecei a fazer parte oficialmente da equipe.
Agência FAPESP  A equipe de astrônomos do Observatório do ESO em Paranal é composta por quantos integrantes? 

Gadotti – São cerca de 25 astrônomos. Há muito mais engenheiros do que astrônomos porque nós, astrônomos, só trabalhamos à noite, na operação dos telescópios. Já os engenheiros trabalham tanto à noite quanto de dia, fazendo a manutenção dos 16 instrumentos científicos acoplados aos telescópios.

Agência FAPESP  Quais são as responsabilidades de um membro da equipe de astrônomos do ESO? 

Gadotti – Dois terços do tempo de um membro da equipe de astrônomos do ESO devem ser dedicados ao trabalho no Observatório, que consiste, basicamente, em dar apoio às observações.
Temos que passar 105 noites por ano no observatório para executar os projetos de pesquisa aprovados pelo ESO a cada semestre. A cada noite selecionamos quais projetos serão realizados, dependendo das condições de observação e da prioridade de cada um deles.
Normalmente as observações são realizadas em bloco e intercaladas, mais ou menos, a cada duas horas. Durante as observações, temos de verificar se estão ocorrendo da forma esperada, se os dados fornecidos possuem a qualidade necessária e se há a ocorrência de algum imprevisto, por exemplo.
Se há algum problema durante as observações, precisamos tomar medidas.
Agência FAPESP  De que modo vocês atuam durante as observações? 

Gadotti – De duas formas. A primeira é no modo de serviço: o astrônomo que escreveu o projeto não está presente e, por isso, executamos as observações para ele.
A outra forma é no modo visitante: o astrônomo autor do projeto vem para cá para realizar as observações e ficamos à sua disposição para tirar dúvidas e ajudar no que for necessário, já que a operação dos telescópios é muito complexa.
Os astrônomos de fora do ESO não podem vir para cá e operá-los sozinhos.
Agência FAPESP  Além de dar apoio às observações, quais outras funções vocês desempenham? 

Gadotti – Cada membro da equipe de astrônomos do ESO é responsável por um dos 16 instrumentos científicos dos telescópios. Isso significa que temos de garantir, entre outras questões, que o instrumento opere de maneira adequada, que não percamos tempo por problemas técnicos e que os dados cheguem com a qualidade esperada.
Além disso, temos de pensar no que pode ser feito para melhorar o instrumento e zelar pela sua manutenção, de forma que não apresente problemas técnicos.
Agência FAPESP  Por qual instrumento você é responsável? 

Gadotti – Pelo Flames [sigla, em inglês, de Fibre Large Array Multi Element Spectrograph]. Esse instrumento é um espectrógrafo multiobjeto, que permite obter mais de 130 espectros [imagens] para 100 diferentes objetos de uma vez, e facilita a realização de estudos que precisam de muitos dados.
Hoje em dia, a maior parte da pesquisa em astronomia é feita do ponto de vista estatístico e existe muito erro envolvido por conta da própria natureza das observações.

Só conseguimos coletar alguns dos fótons que estão disponíveis no céu e temos de extrair deles uma quantidade enorme de informações. Como observamos no limite da tecnologia disponível para essa finalidade, há muitos “ruídos” eletrônicos, de tratamento dos dados e de postulação de hipóteses.
Por isso, é necessário aumentar o tamanho da amostra, do número de dados e de pontos de observação para reduzir esses ruídos e obter respostas muito mais robustas.
O Flames é fundamental para isso porque, em vez de fornecer um espectro para uma estrela, após uma hora de observação ele fornece mais de 130 espectros. Com um espectro não é possível fazer praticamente nada, mas com 130 pode-se responder a uma série de perguntas. Além disso, também otimiza o tempo de observação no telescópio.
Agência FAPESP  Que tipo de pesquisa astronômica o senhor realiza no ESO? 

Gadotti – Estudo a evolução de galáxias, principalmente do ponto de vista estrutural. O que faço é analisar imagens ou espectros de galáxias e a estrutura de galáxias, principalmente as das mais próximas da Terra, aquelas que podemos ver com mais detalhes.
Também estudo a cinemática [movimento] das estrelas na galáxia. A ideia é tentar entender como as galáxias evoluem no tempo, porque elas não são nada estáticas.
Vemos que há galáxias que possuem braços espirais e barras, por exemplo, que se desenvolvem e também afetam a vida da galáxia de maneira fundamental, produzindo novas estrelas e mudando a distribuição de massa dentro da galáxia.
A matéria escura que está ao redor da galáxia também influencia sua dinâmica e sua estrutura e nós ainda não sabemos o que é a matéria escura.
Dessa forma, podemos estudar um pouco a matéria escura, entender o que ela é por meio do que acontece na galáxia queestá dentro de um halo de matéria escura e esse halo influencia em suas dinâmica e na estrutura.
Obter respostas sobre o que é a matéria escura é importante não só do ponto de vista da Astronomia, mas também da Física. A matéria escura é uma partícula que os físicos também têm buscado e não encontraram. Ela representa um tópico da ciência hoje que é muito fundamental.
Agência FAPESP  Como são suas colaborações em pesquisa? 

Gadotti – Trabalho, fundamentalmente, em colaborações internacionais. Algumas iniciei durante o pós-doutorado na França e outras são mais recentes, como o Spitzer Survey of Stellar Structure in Galaxies (S4G), do qual sou um dos pesquisadores principais.
Essa colaboração começou em 2010, reúne um grupo de mais 40 pesquisadores do mundo inteiro e tem trazido resultados muito bons.
O que temos feito nesse projeto é obter imagens de todas as galáxias que estão dentro de um certo volume ao redor da nossa. Com essas imagens no infravermelho podemos estudar as estruturas dessas galáxias de maneira que não poderia ser feita antes.
O Sptizer é um telescópio espacial da Nasa [agência espacial dos Estados Unidos]. Eles me convidaram para fazer parte dessa colaboração por conta da pesquisa que faço com estruturas de galáxias.
No Chile, com os telescópios do ESO, também fazemos muitas investigações relacionadas a dinâmicas de galáxias.
Com o Flames, temos feito observações para estudar a dinâmica de diferentes regiões de uma galáxia para entender por que as galáxias são como são, por que apresentam as estruturas que vemos hoje e como essas estruturas se formam, se vão ficar para sempre aí ou vão desenvolver e se transformar em outras estruturas. E só é possível realizar esses estudos em colaboração.
Agência FAPESP  Quais as vantagens da realização de pesquisas astronômicas em colaboração? 

Gadotti – No caso do S4G, por exemplo, conseguimos mais de 600 horas de tempo de telescópio, algo dificilmente concedido para um ou dois astrônomos, por exemplo.
Para utilizar esse tempo de observação é preciso juntar forças, ter uma equipe bastante grande, capaz de explorar os dados de maneiras diferentes.
Ao juntar um grupo grande de especialistas em diversos aspectos, cada um deles pode usar os mesmos dados para responder a diferentes perguntas.
Com isso, é possível maximizar os resultados de um projeto e o tempo de utilização de um telescópio, que é bem caro. 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário