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domingo, 5 de janeiro de 2014

DOMINGO É DIA DE AUDITORIA


 AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO

AS PALAVRAS

“O marketing é muito mais amplo que qualquer departamento, pois compreende todo o negócio.É o negócio inteiro olhado do ponto de vista dos seus resultados finais, isto é, do ponto de vista do consumidor.”(Peter Drucker)

Vôo Miami Viracopos (Campinas) se atrasou 15 horas. O corpo do comandante Rolim está dando voltas no túmulo até agora.

OBRIGADO, PREFEITO

1.   A casa estava alvoroçada: ele tinha de pegar o trem às cinco horas do dia seguinte e, bom mineiro,  queria estar bem cedo na estação para não perdê-lo.

“Não posso perder esse trem”

Desejo pensado, desejo atendido. Não conseguiu dormir. E o relógio ainda não marcava uma hora, ele já estava chegando. Chegou, acomodou-se em um banco e relaxou.

Relaxou tanto, que adormeceu. O sono começou leve, depois pegou pesado.  Tão pesado que o trem chegou pontualmente às cinco, foi embora e ele continuou ali, dormindo. Quando acordou, o trem tinha ido embora.

2.   Wellington, meu sogro; Dea, minha sogra; Lineu e Lelena,  tios da minha mulher, e por consequência, meus também. Vieram de Minas Gerais. Os sogros, de Arinos,  os tios de S. Gotardo. Eles  queriam ver  os fogos que marcariam a passagem do ano.

“Dizem que vai ser muito bonito.”

3.   Honestamente, eu não punha muita fé nisso. Não porque duvidasse das palavras do prefeito, a quem aprendi a admirar pelo trabalho que está fazendo. Acontece que estou  há 22 anos em Florianópolis, e já vi muitas promessas de boas festas que não foram cumpridas.

Uma delas acompanhei bem de perto. Formou-se uma comissão de alto nível para planejar uma festa à altura das que se realizam em setembro\outubro em Santa Catarina. A Prime, uma das melhores agências onde eu trabalhei, foi convidada para criar um plano de marketing para o evento. Fui escalado. Fiz, apresentei, o plano foi aprovado, com aplausos.

Mas não adiantou nada. Era mais uma festa fadada a não acontecer. E mais um plano que não seria realizado.

Por  isso, não participei do entusiasmo dos meus parentes em torno da festa de 2013\2014.

4.   Quatro horas da tarde, tio Lineu e tia Lelena arrastaram Déborah minha mulher. Não conseguiam conter sua ansiedade.

Vamos ver o que está acontecendo por lá.”

Voltaram aflitos.

O povo está chegando, se a gente não for logo, não sobrará lugar pra nós.”

Sete horas da noite a insistência deles venceu.

Andem logo, senão a gente não pega lugar.”

5.   Foram cinco horas de espera.

Cinco horas difíceis para alguém, como eu, que não curte Daniel e não acreditava que o show de fogos não aconteceria com o brilho prometido. Embora a grama fosse macia, bunda estava quadrada, de tanto me sentar nela.

Mas é preciso que eu faça justiça. Foi um Sacrifício, no que me diz respeito, amenizado pelo espetacular show de mulheres que para lá se dirigiram com a mesma intenção.

 

6.   Meia noite em ponto aconteceu. E foi espetacular, mordi a língua. Mais uma vez, o prefeito me surpreendeu, ao cumprir de novo a palavra dada.

Preciso reconhecer, desta vez eu e os parentes mineiros que estavam comigo não perdemos o trem.

 

7.   Tenho de agradecer em nome do Wellington, da Dea, dos tios Lineu\Lelena, de todos os mineiros, paulistas, gaúchos, paranaenses, dos brasileiros e estrangeiros em geral que acreditaram e foram até a Beira Mar Norte, pelo maravilhoso espetáculo

com que o prefeito nos premiou.

Obrigado, prefeito.

SAINDO DA ROTINA

 

1.   - Filho! Você precisa mudar. Disse a mãe do garoto.

 

- Mudar pra quê mãe? Eu estou super legal.

 

- Sei! Você ta legal é para se dar mal na vida. Depois que você acabou o colégio você não quer saber de mais nada.

 

Agora fica aí o dia inteiro dentro desse quarto só comendo e dormindo.

 

Essa semana você ficou dormindo na segunda, ficou dormindo na terça, na quarta, na quinta e hoje que é sexta feira, você só saiu do quarto para ir ao banheiro. Ficou dormindo o dia inteirinho. Eu não sei como você aguenta?

 

Quero só ver o que você vai fazer na semana que vem. Desabafou a mulher.

 

- Pode ficar tranqüila, mãe. Na semana que vem eu vou fazer um lance diferente.

 

- Vai?

 

- Vou!...Quero sair dessa rotina.

 

- Que bacana filho! O que você vai fazer?

 

- Vou dormir na sala. (Edilson Rodrigues Silva)

 

2.   O Código do Marketing, de Stephen Brown não é um livro fácil de encontrar. Eu mesmo só topei com ele na Feira do Livro depois de muitas tentativas nas mais diversas livrarias, inclusive as online. Tinha sido me recomendado pelo Júlio Pimentel com tamanho entusiasmo que não desisti.

 

Isso aconteceu outro dia, de sorte que ainda não tive tempo de lê-lo por inteiro. Mas até aqui está valendo a pena.

 

3.   O Código do Marketing começa relatando uma palestra das professora Emer Aherne  sobre Dan Brown e o seu O Código Da Vinci.

 

Calma, não vou contar o fim do livro, nem descrevê-lo. Seria uma sacanagem com você e não quero cometer isso. 

 

Com sua licença, porém, me detenho em um trecho da palestra da professora Emer Aherme, porque de alguma forma diz respeito a um assunto que tenho tratado aqui.

 

4.   Ela fala de quatro segredos responsáveis pelo sucesso de Don Brown:

 

“O primeiro é o entretenimento, o ingrediente-chave. Apesar de todas as suas falhas literárias, O Código Da Vinci é muito bom de ler, uma verdadeira montanha russa. É uma história inesquecível e maravilhosa, carregada de emoções, que não se consegue largar no meio.Representa a economia do entretenimento de nossos dias, a expectativa do que vem a seguir, tudo o que é veloz, agressivo e está na moda.”

 

5.   Pulo o segundo e o terceiro segredo pra você ter a oportunidade de descobri-los. Mas, em respeito ao assunto que quero tratar hoje, não posso deixar de relatar o quarto:

“A quarta e última, a controvérsia, foi fundamental.

Não há nada como a controvérsia para atrair a atenção, ainda mais no mundo de abundantes semelhanças de nossos dias. Há tantas marcas, todas funcionalmente indistinguíveis, todas competentemente comercializadas, todas lutando pelo olhar do consumidor, que fica muito difícil destacar-se da multidão. O clamor comercial hoje é ensurdecedor, e a controvérsia ajuda a vencer a cacofonia. A desaprovação oficial do Vaticano foi o melhor que Brown poderia ter esperado. A ira da Opus Dei, os protestos de historiadores desconhecidos e os processos propostos por autores ultrajados que alegavam ter Dan roubado suas ideias, tudo ajudou a vender as mercadoria. Madona vem fazendo a mesma coisa há anos. Eminem é igualmente um praticante dessa doutrina.”

 

6.   A cada vez melhor revista Negócios da Comunicação, dirigida pelo meu ídolo Audálio Dantas, trouxe, em sua edição mais recente (número 69), matéria sob o título

Os limites da

Criação                   

em que o repórter Lucas Vasques entrevista vários criativos da publicidade. Todos, com a mesma queixa: o politicamente correto impõe obstáculos intransponíveis, que prejudicam o trabalho deles.

E concordam: por causa disso, a propaganda ficou muito chata. Transcrevo trecho das declarações de Ricardo D. Paoliello, redator sênior da Agnelo Pacheco:

.. o humor é mal interpretado. Está provado que o humor, na propaganda, é o responsável pelos maiores índices de recall. De que propaganda engraçada você se lembra neste exato momento?  Talvez a dos Postos Ipiranga e aquela... como é mesmo o nome do produto? Os clientes estão pagando caro por esse medo. Estão gastando mais dinheiro porque perdem recall. Houve um emburrecimento da linguagem. A computação disfarça as ideias pouco criativas, a falta de roteiros inteligentes.”

7.   Deus me livre colocar em cheque as palavras dos criativos, mas serão os clientes os únicos culpados ou está faltando coragem pra eles? Não sei quantas vezes vi esse filme na minha longa carreira profissional. E posso garantir: não esperem uma mudança espontânea dos clientes. Nem a ajuda do atendimento. Eles estão na zona do conforto e é preciso arrancá-los de lá, tirá-los da rotina.

Acordá-los da soneca no quarto e não permitir que durmam na sala. Pra isso, bastam vontade e talento.

Toda vez que a criação partiu para enfrentar a acomodação, saiu vencedora. E pode ser assim agora.

 

E aí, prefeito? Vai permitir que continuem emporcalhando Florianópolis ou assinar o Cidade Limpa?

 

DINHEIRO JOGADO FORA

 

Impressionante o número de peças impressas ilegíveis veiculadas ultimamente, por culpa dos clientes, das agências e por preguiça ou incompetência da criação.

 

Segue uma pequena amostra:

 

. Prefeitura de S. Paulo

Título:

Você tem 460 motivos

Para ser mais feliz em  2014

 

O  layout é confuso, e o texto ilegível.

 

. Governo de Santa Catarina

Título:

Um recanto de águas

termais a l hora de um

pedacinho da Áustria

 

Impossível ler o texto.

 

. Schin

Título:

Chegou

Schin.

E o laranja

é a cor

oficial.

Uma nova embalagem.

Uma nova marca.

Uma invasão laranja.

 

Estão querendo dizer que a Schin vem misturada com a laranja? É isso mesmo?

Anúncio que além de ter uma linguagem antiga, desinforma.

 

. Tam

Título:

Faça sua viagem

ser inesquecível

antes mesmo

de fechar o negócio.

 

Como? Para ficar sabendo só se ligar pra Tam, porque ler o texto nem com o uso de lente especial.

 

. Vários anunciantes

Título:

O Instituto Tomie Ohtake é um dos

maiores promotores da vids cultural

de São Paulo. E a sua empresa

pode assinar embaixo.

 

Se depender do texto que vem em seguida ninguém vai assinar nada, simplesmente porque não dá pra ler.

 

 

. Relógios

Orient, Mont Blanc, Skagen e Jaguar capricharam: fizeram questão de sujar as páginas dos jornais com enormes borrões que devem chamar de anúncio.

        . Eletrobras

        Título:

         A estrela do nosso Natal

         brilha o ano inteiro.

         Veja se adivinha que raio de estrelas é esse, porque

         o diretor de arte caprichou: meteu um corpo de texto

         invisível.

 

         . Cassol

         Título:

          Chegou

          maior

          novidade

          da Ilha.

          Nova Cassol Centerlar

          agora na SC 401.

          Se você sentiu falta do A no título vai sentir mais

          falta ainda do texto, que é simplesmente invisível.

         

          . Itaú

          Nenhum anunciante joga tanto dinheiro fora.

          Todo dia o Itaú  publica no topo da página dos

           principais jornais do país, anúncio de noventa

           centímetros de coluna dizendo

           Não abra mão deste

           presente de fim de ano.

           e com um texto que não diz nada, porque

          composto em um corpo tão pequenininho que

          ninguém conseguew ler. Nem com lupa.

 

           . Vários anunciantes

           Título:

            Apresentamos o veículo do ano em 2014,

            na preferência de quem dá maior valor a vida.

            Vírgula demais, crase de menos e uma

            reprodução horrorosa.

           

            A questão é: você pagaria por esses anúncios?

             eu não!

            

            MAS TEVE EXCEÇÕES

            Apenas duas, mas em um deserto desses, já é

            alguma coisa:

           1ª.: Anúncio da Assembleia Legislativa de Santa 

           Catarina.

           Título:

           Quem ama, não deixa

           a esperança ir embora.

           Layout inteligente completa e dá mais sentido ainda

           ao título.

         

           . JK Iguatemi

            Título:

             JK Iguatemi

            Completado com o nome de várias marcas

            sofisticadas.

            Página inteira, ilustrada com personagens que,

            por si só, falam a mesmas linguagem.

            O governo federal não se cansa de pisar na bola.

            E nem assim a oposição acorda.           

 

“INGLATERRA  PRENDE 3.500 TORCEDORES POR ANO

Para conter hooligans, Inglaterra prende 3.500 torcedores por ano

TORCIDAS


Promotor britânico diz que é possível acabar com desordem se isso for prioridade

LEANDRO COLON DE LONDRES

As autoridades inglesas prenderam 46 mil torcedores de futebol nos últimos 13 anos por atos de violência. Das prisões, 55% ocorreram fora dos estádios, e 45%, dentro.

É o que mostra levantamento da Folha em dados do governo britânico sobre punições desde 2000, quando foi criada a lei que endureceu o controle dos "hooligans".

Essa parte violenta da torcida inglesa era uma das mais temidas do mundo do futebol até um passado recente. As coisas mudaram e os números talvez indiquem o porquê.

Com a lei, foram estabelecidas condutas passíveis de prisão, como desordem pública e violenta, abuso de álcool e invasão de gramado.

As autoridades locais receberam aval para banir os arruaceiros dos estádios, por prazos que variam de três a dez anos, dentro e fora da Inglaterra --os passaportes são confiscados em dia de jogos.

Na última temporada, por exemplo, 2.451 pessoas cumpriam ordem de não entrar nos estádios, sendo que 471 receberam a punição durante o ano (139 na Premier League, a elite do futebol inglês).

Em entrevista à Folha, o promotor Nick Hawkins, chefe da equipe da Procuradoria britânica que investiga violência no futebol, comemora os resultados alcançados.

"Nos últimos dez anos, tivemos uma significativa redução da violência nos estádios. Eu acho que vários fatores contribuíram para isso."

Segundo ele, o segredo é identificar, prender, processar e banir quem aterroriza o mundo do futebol.

"Nós também tivemos muitos problemas, quando não tínhamos apoio da força da lei, mas, se isso é uma prioridade do país, do clube, seja no Brasil ou na Inglaterra, é possível acabar com a desordem", afirma Hawkins.

Ele não sabia que o total de presos era de 46 mil, uma média de 3.500 por temporada em todas as divisões --como na terceira, em que 231 foram detidos no último ano.

"Não tinha essa informação porque nem todas as prisões viram acusações, mas o dado não me surpreende."

O combate à violência na Inglaterra tem sido usado como modelo no debate sobre o tema no Brasil, rotineiramente palco de cenas de brigas entre torcedores.

A mais recente ocorreu em Joinville, no jogo entre Atlético-PR e Vasco pela última rodada do Brasileiro. Até agora, 23 foram presos por causa da pancadaria no estádio.

LÍDERES DO RANKING

Os dados do governo mostram, por exemplo, que torcedores de Manchester United, Newcastle e Manchester City lideram o ranking de prisões nas últimas três temporadas da Premier League.

Dos detidos desde 2000, 18 mil provocaram algum tipo de desordem pública, 13.400 abusaram do uso de álcool, 4.800 causaram comportamento considerado violento e 3.000 mil tentaram invadir o gramado --os demais causaram outros tipos de delitos.

Em seus relatórios anuais, as autoridades destacam que as prisões representam menos de 1% dos torcedores que compram ingressos, ou uma prisão a cada 14 mil.

O dado pode parecer pequeno, mas é justamente a aplicação da lei, prendendo a minoria violenta, que transformou os estádios ingleses num ambiente seguro.

"A maioria dos torcedores não quer a violência, se comporta bem e considera bem-vinda a punição", ressaltou o promotor Nick Hawkins”. (Folha de S. Paulo)

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