Profissionais de mídia e veículo andam preocupados com robôs
planejadores e AdNetworks dotadas de premonição e velocidade.
Andam assombrados pela ideia de que precisam reinventar suas
competências e superar essa automação supostamente desleal. Não parecem,
entretanto, conscientes do verdadeiro problema que abala a profissão e sugere
tais mudanças.
No modelo de negócio da propaganda brasileira, agências geram
vendas e constroem marcas vencedoras para seus clientes, mas são curiosamente
remuneradas por outro serviço.
São os honorários de mídia, um percentual sobre o valor
investido na veiculação que paga a conta. É como vender música e cobrar pelo
iPod, mas ainda assim funciona. É um modelo que no Brasil faz a propaganda acontecer.
Fomenta a criatividade colocando a criação, o planejamento e a
mídia sob o mesmo teto e faz da nossa propaganda um case de sucesso global.
Entretanto, essa peculiaridade de sucesso esconde um problema sério para quem
planeja, compra e vende mídia no país.
Esse modelo de negócio vem prejudicando a inteligência e
desestimulando nossos profissionais de mídia e de veículo há anos. E a razão é
simples.
Os honorários de mídia não andam sozinhos, mas acompanhados de
um incentivo. Quanto mais uma agência coloca dinheiro em um determinando
veículo, quanto maior a sua fidelidade, maior a bonificação por volume que
recebe de volta.
Mas, se guiadas por essa
lógica conseguem se adequar às normas da propaganda brasileira e serem
rentáveis, por que então haveriam as agências de diversificar a estratégia de
mídia de seus clientes?
Se essa diversidade é perigosa, por que contratar e treinar
profissionais capazes de navegar num universo de mídia tão complexo como o de
hoje? Por que investir em pessoas que compreendem pesquisas e vêm oportunidades
em novos mercados se, fazendo isso, engatilham uma arma apontada para o próprio
pé?
Um dos fenômenos dessas contradições é a
"juniorização" das equipes. O termo é comum entre executivos de
veículo, pois são obrigados a vender seu peixe para profissionais de mídia cada
vez mais novos e inexperientes.
Ser novo não é problema. Mas inexperiente sim. Esses jovens
desconhecem a diversidade de meios e veículos brasileiros. Os diretores de
mídia que, por sua vez, não incentivam essa diversidade, acabam delegando aos
inexperientes a tarefa fundamental de atender os contatos de veículo e negociar
oportunidades.
O resultado são recepções lotadas de contatos desprestigiados,
incompreendidos e insatisfeitos com a profissão. Não é de se estranhar que cada
vez mais os negócios são fechados diretamente com os clientes sem o
conhecimento das agências.
Também não é de se estranhar que a equipe comercial dos veículos
vem ficando cada vez mais enxutas e sem o suporte de um departamento de marketing.
A baixa remuneração desses profissionais é outro exemplo da míope conveniência
de subestimar a importância dessas pessoas.
São elas tão responsáveis pelo sucesso de uma campanha quanto o
material criativo, mas ainda assim são tratadas como profissionais que
autorizam a mídia, enviam PIs e entendem de excel.
Nem parecem os gestores da verba do cliente ou os responsáveis
pela estratégia que sustenta uma campanha de sucesso. Naturalmente, não há
muita gente interessada em ser mídia ou veículo assim.
Verdade inconveniente: trabalhamos em um mercado no qual a
relação entre veículos e agências é baseada na omissão e na defesa de
interesses totalmente distintos.
Sustentamos um comportamento que mantém o mercado tão restrito
quanto as opções de mídia de décadas atrás, quando um programa dominical e uma
revista de circulação nacional eram o suficiente para a propaganda acontecer.
Na Midialinks [http://www.midialinks.com.br], uma rede de
negócios de mídia que tem como principal objetivo colocar os profissionais e
empresas do mercado publicitário em contato direto, abraçamos otimistas com
nossos usuários a missão de solucionar os problemas citados acima.
Criamos um ambiente para veículos e agências de qualquer região
do país e porte trocarem informações, adquirirem conhecimento e visibilidade.
Para a pessoa de mídia preocupada com o futuro da profissão,
conhecer o Grupo de Mídia de seu estado ou o próprio Grupo de Mídia de São
Paulo [http://www.gm.org.br/], que transfere 46 anos de experiência por meio
livros, cursos, viagens e certificações é também um dever.
Não há outra solução para os problemas aqui citados senão a
formação e a capacitação das equipes de mídia. Se o conhecimento e o acesso a
informação forem prioridades, o resultado em vendas de uma campanha, a música
que os anunciantes querem ouvir, será o verdadeiro valor das agência e veículos
brasileiros. (Artigo encaminhado ao Adnews por Fábio Walker, profissional de
mídia e fundador da Midialinks)
FLORIPA
DISCUTIRÁ MARKETING DIGITAL
Dia 06 de
dezembro, Florianópolis sediará o RD Summit, evento que vai apresentar e discutir as
melhores práticas do mercado em marketing digital.
O encontro, que acontece
no Centrosul Convention Center é promovido pelaResultados Digitais, e contará com grandes nomes
nacionais como Martha Gabriel, Silvia Bassi e Fabio Ricotta. Eric Santos, CEO da Resultados Digitais, afirma que o RD Summit será
voltado para empresas de todo o País que busquem resultados reais para seus
negócios.
“Nosso objetivo não é
apresentar tendências de um futuro distante, mas, sim, mostrar o que de fato as
empresas de diversos tamanhos estão fazendo para melhorar seus resultados
utilizando o marketing digital. A ideia é que os palestrantes mostrem exemplos
concretos e viáveis para inspirar outras empresas”, afirmou Eric.
O evento, que
será uma espécie de extensão do trabalho de educação que a Resultados Digitais
realiza on-line, vai apresentar uma visão completa de
estratégias em marketing digital, debatendo temas como: SEO, e-mail marketing,
produção de conteúdo, automação de marketing, estratégias de geração de Leads, interação entre marketing e vendas, otimização
de conversão, entre outros.
No total, serão quatro
palestras e seis painéis. O RD Summit tem início às 8h45 e a programação se
estende até o início da noite, encerrando com um happy hour denetworking entre
os participantes.
As inscrições podem ser feitas
pelo site. (Promoview)
UM SENSOR QUE RECONHECE ATÉ PÊNIS
A revista FastCompany descobriu um fato curioso a respeito
da nova geração do Kinect, lançada, com o Xbox One.
Os jornalistas da publicação testavam o produto, quando de
repente se deram conta que o sensor infravermelho do aparelho é tão potente que
consegue identificar até mesmo um pênis, mesmo que a pessoa esteja vestida.
“Por mais absurdo que esse problema possa soar, os videogames têm
uma história desenhada em torno da sexualidade – o que, devemos concordar, é
uma preocupação válida em plataformas que crianças de cinco anos podem
interagir com pessoas de 50 anos”, comenta o jornalista. (Redação
Adnews, com
informações do Olhar
Digital)
WORLD BUSINESS SHOW TEM MAIS DE 80 MARCAS
Mais do que uma feira de negócios,
aWorld Business Show pretende ser uma amostra das
potencialidades econômicas de Santa Catarina.
O evento, que compõe a
programação do ‘Aventura pelos Mares do Mundo’, acontece até o dia 01
de dezembroi , na Vila da Regata, em Itajaí.
Até o encerramento da feira
multissetorial, cerca de 300 mil pessoas devem passar pelos estandes que estão expostos no hall de acesso à Vila da Aventura. AWorld Business Show conta com representantes
do setor náutico, turismo, lazer, entretenimento, pesca, portuário, construção
civil e o consumidor final.
Mais
de 80 marcas estão expondo seus produtos em um ambiente de cinco mil m². Segundo
o diretor da atração, Jean Gern, 80% dos expositores são catarinenses. Por
isso, a feira apresenta, principalmente, os pilares do desenvolvimento
econômico estadual.
“O
objetivo da feira são os negócios entre empresas e o consumidor final. É uma
grande oportunidade para atingir o público, capitalizar negócios e desenvolver
uma rede de relacionamentos” diz Gern.
Além dos estandes, o evento
também conta com um espaço para palestras e workshops. A feira pode ser visitada diariamente das
12h às 22h, gratuitamente.
(Promoview)
INSTAGRAM CHEGA AO
WINDOWS PHONE
Finalmente
o Instagram, rede social de compartilhamento de fotos com mais de 150 milhões
de usuários em todo mundo, tem uma versão de aplicativo oficial disponível para
os usuários de Nokia Lumia com Windows Phone 8.
Como
muitos outros aplicativos, a versão para Windows Phone também tem a opção de
Live Tile que exibe atualizações diretamente na tela inicial. Com tradução para
12 idiomas diferentes, inclusive o português do Brasil, o aplicativo Instagram
Beta faz parte dos anúncios do Nokia World 2013. (Redação
Adnews)
ANUNCIANTES TÊM DIFICULDADE DE MEDIR RETORNO DE PATROCÍNIO
Patrocínios e marketing de eventos são atividades comuns e em
crescimento, mas profissionais do marketing dos Estados Unidos estão
enfrentando dificuldades na hora de mensurar qual a eficácia dessas práticas na
exposição de marcas, indica um estudo realizado pela ANA (Associação Nacional
dos Anunciantes).
O órgão questionou 78 empresas envolvidas em iniciativas
específicas de patrocínio e marketing de eventos, incluindo aquelas que medem o
retorno dessas atividades, e descobriu que, para 70% delas, a necessidade de
validar os resultados desses investimentos aumentou.
O relatório, porém, aponta que 38% dos entrevistados não estão
satisfeitos com a habilidade da empresa em medir o ROI (Return Over
Investiment) das iniciativas de patrocínio. Uma quantidade parecida (33%) disse
sentir a mesma coisa quanto ao ROO (Return Over Operation).
Apenas 20% disseram estar muito ou completamente satisfeitos com
a capacidade de medição de retorno dessas iniciativas, mas a
maioria – mais precisamente dois terços dos
entrevistados – afirma estar apenas um pouco satisfeito com os
métodos atuais.
O estudo coloca em evidência alguns aspectos que explicam a
insatisfação dos profissionais de marketing americanos.
Apenas metade dos entrevistados disse ter tentado checar os
números gerados pelo patrocínio de forma isolada, sem considerar outras ações
de marketing em curso.
Além disso, 25% dos entrevistados disse não ter conseguido
colher, analisar ou usar informações sobre resultados na hora de decidir sobre
patrocínio ou marketing de eventos.
As três principais ferramentas usadas para medir a efetividade
dessas iniciativas – a exposição de mídia gerada, o movimento das
redes sociais e a percepção de marca – foram citadas por 70% das
empresas participantes.
"Organizações procurando patrocínio devem saber da
importância de não somente oferecer benefícios, mas se tornar uma verdadeira
parceira de seus patrocinadores e trabalhar com eles para estabelecer,atingir e
medir objetivos claros", diz Bob Liodice, presidente da ANA.
"Uma melhor habilidade para medir o retorno vai acelerar o
crescimento e gerar mais oportunidades", completa.
Crescimento
Apesar das dificuldades em medir o retorno, o investimento em
patrocínio deve crescer nos próximos anos, aponta uma projeção do
eMarketer.
O instituto de pesquisas afirma que será investido US$ 1,9
bilhão em conteúdo patrocinado neste ano, um aumento de mais de 24% em relação
a 2012. Em 2017, o investimento superará a casa dos US$ 3,2 bilhões.
UMA VISÃO ABRANGENTE E APROFUNDADA DA NANOTOXICOLOGIA
|
(Texto de José Tadeu
Arantes, distribuído pela Agência FAPESP) – Com mais de 400 páginas, distribuídas por 17 capítulos,
cada qual abordando em profundidade um aspecto da nanotoxicologia, o livro Nanotoxicology – Materials,
Methodologies, and Assessments disponibiliza
o que há de mais avançado na área e suas contribuições originais.
Fruto
de discussões que se estenderam por mais de uma década, a obra é um trabalho
coletivo de 54 pesquisadores, sob a coordenação de Nelson Durán e Oswaldo
Alves, do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), e de Silvia Guterres, da Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O prefácio, o sumário e abstracts dos capítulos podem ser acessados em http://link.springer.com/book/10.1007/978-1-4614-8993-1.
Oswaldo
Alves falou sobre o livro à Agência FAPESP.
Agência FAPESP – Quando
surgiu a ideia que resultou no livro?
Oswaldo
Alves – A ideia desse livro surgiu há muito tempo. Em 2002, iniciamos
discussões que tratavam dos eventuais riscos das nanotecnologias para o meio
ambiente e o homem. Essas discussões eram, na verdade, muito difíceis, pois
tanto na academia quanto em vários setores do governo havia uma espécie de
apreensão de que as pessoas tivessem receio das nanotecnologias.
Apesar
disso, ratificávamos, em várias instâncias, a necessidade de que fosse
abordado esse aspecto crucial para o desenvolvimento das nanotecnologias.
Nosso
pensamento foi mais e mais reforçado após participarmos das conferências
Nanosafe, em Grenoble, na França, e, principalmente, como delegado
brasileiro, na OECD Conference on Potential Environmental Benefits of
Nanotechnology: Fostering Safe Innovation-Led Growth, promovida pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, em
julho de 2009.
Além
disso, os laboratórios de Química do Estado Sólido (LQES) e de Química
Biológica (LQB), ambos do Instituto de Química da Unicamp, vinham, há mais de
10 anos, trabalhando com os diferentes aspectos ligados à interação de
nanoestruturas com biossistemas, dentro da perspectiva da nanotoxicologia, em
cooperação com mais de 20 laboratórios, em sua maioria ligados às Ciências
Biológicas.
Agência FAPESP – Como
foram articuladas as colaborações de tantos pesquisadores?
Alves – Em 2011, o Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou um edital que possibilitou a criação da
Rede de Nanotoxicologia de Compostos Nanoestruturados – Citotoxicidade e
Genotoxicidade de Produtos com Potencial Industrial (CigeNanotox), baseada no
Instituto de Química da Unicamp e coordenada pelo professor Nelson Durán e
por mim, com participação da Faculdade Metrocamp, da Universidade de
Sorocaba, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Unicamp, da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da UFRGS.
Um
dos produtos propostos pela Rede, além do desenvolvimento de protocolos e
métodos, publicações em revistas especializadas, participação em congressos
internacionais e depósito de patentes, entre outros, foi a publicação de um
livro que tratasse da área emergente da nanotoxicologia.
Fizemos
uma proposta para a editora Springer, que prontamente a aceitou. A partir
desse momento, foi desenvolvida pelos editores toda a atividade editorial,
com a revisão dos textos pelos pares, autorização para uso de imagens e
figuras e revisão final dos originais. Destaque-se neste processo a
participação ativa de pós-doutores e estudantes de pós-graduação, muitos dos
quais participaram como coautores em vários capítulos, com
pesquisadores/professores sêniores.
Agência FAPESP – Este
livro é uma iniciativa pioneira em nanotoxicologia?
Alves – Certamente existem outras obras que
tratam do assunto. Porém, o número é pequeno. Dada a abrangência, o estágio
das discussões sobre o tema e a forma como os assuntos foram tratados, não
temos dúvida em considerar nosso livro uma contribuição pioneira e muito
oportuna.
Além
da apresentação atualizada da literatura internacional de alta qualidade,
acrescentamos desenvolvimentos metodológicos, resultados obtidos e reflexões
oriundas dos diferentes laboratórios que compõem a Rede CigeNanotox e
colaboradores.
Agência FAPESP – Existe
hoje um grande interesse no uso de nanopartículas como vetores de drogas
farmacêuticas com atuação bastante específica. Em que estágio estão as
pesquisas na área?
Alves – Sem dúvida, é um campo que desperta
grandes expectativas. Para serem utilizadas como vetores de fármacos, as
nanopartículas são funcionalizadas com diferentes grupos, que as dotam de
novas propriedades, como solubilidade, reatividade, capacidade de transferir
energia e, até mesmo, reconhecimento de eventuais células que apresentem “mau
funcionamento”, como as células cancerígenas.
Apesar
de muitos avanços terem sido feitos, tanto em experimentos in vitroquanto in vivo, ainda são muito
poucos os sistemas que já venceram todas as fases de testes para atingir o
mercado.
Existem
muitas dúvidas sobre como esses sistemas de fato funcionam, principalmente
quanto ao reconhecimento e à interação das nanopartículas com as diferentes
proteínas, mas já há vários sistemas candidatos em avaliação nas agências
europeias e na FDA [Food and Drug Administration] norte-americana,
especialmente focando o tratamento dos tipos mais agressivos de câncer.
Agência FAPESP – Quais
são os nanomateriais mais promissores nesse caso?
Alves – Em termos de materiais, têm sido muito
estudadas as partículas de ouro, as sílicas mesoporosas, as nanopartículas
magnéticas e, com resultados mais concretos, as técnicas de encapsulamento de
fármacos por nanopartículas lipídicas. Como disse, existe muita discussão
sobre como essas partículas atuam; no entanto, as pesquisas trabalham com a
perspectiva de obter sistemas que sejam capazes de ir exatamente “ao ponto”.
Ou seja: atingir somente os alvos biológicos de interesse, mediante o
reconhecimento e a alta seletividade.
Agência FAPESP – Esses
vetores podem apresentar efeitos colaterais importantes?
Alves – Uma das características dos
nanomateriais é o fato de suas propriedades serem geralmente aviltadas,
quando comparados com seus similares na escala macro. Assim, muitas vezes,
conseguimos o mesmo resultado em termos de propriedades com quantidades
muitíssimo menores.
Espera-se
que, no caso dos fármacos, por exemplo, sua transformação em nanopartículas
possa vir a evitar efeitos colaterais importantes, uma vez que seriam usadas
quantidades bem menores do princípio ativo e se atingiria somente o “alvo”
responsável pela doença.
Porém,
esses aspectos têm de ser comprovados por meio de muitos e longos estudos
multidisciplinares, uma vez que várias enfermidades são, na verdade,
resultados de diversos fatores atuando de forma sinergística ou cooperativa.
Outro
aspecto que deve ser considerado, e sobre ele já existem resultados muito bem
descritos na literatura, são os fenômenos de biodistribuição. As
nanopartículas penetram no organismo, por exemplo, pelas vias respiratórias e,
em função de seu tamanho, morfologia e mesmo funcionalização, acabam por se
concentrar nos rins ou pâncreas. Vê-se claramente que muita ciência nova
ainda terá que ser feita.
Agência FAPESP – Quais
são os principais riscos envolvidos no trabalho com nanomateriais?
Alves – Eles são, em essência, os mesmos que
os organismos internacionais e nacionais, responsáveis pela saúde dos
trabalhadores, apontam no trabalho com produtos químicos.
Acrescentaríamos,
aqui, especificidades relacionadas com o tamanho das partículas, que, quando
no estado sólido, na forma de pós, requerem instalações com controle rigoroso
do ambiente, manipulações em bancadas especiais, equipadas com sistemas de
exaustão altamente eficientes, além de equipamentos de proteção pessoal, como
luvas, óculos etc.
Alguns
organismos internacionais, como o Ineris, na França, vêm testando os diversos
materiais utilizados para a fabricação de luvas e filtros individuais, para
diferentes tipos de atividades em nanotecnologia. Vale destacar que, concomitantemente
ao crescimento do número de produtos que utilizam as nanotecnologias, cresce
também uma indústria de segurança visando a sua manipulação no ambiente
industrial.
USP DE S. CARLOS SELECIONA PROFESSORES
O
Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Escola de Engenharia
de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) está com inscrições
abertas, até 12 de janeiro, para o concurso que busca preencher uma vaga de
professor doutor na área de Eletrônica e Processamento de Sinais.
O aprovado no concurso será contratado em
regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP), com salário de
R$ 9.184,94, e ministrará as disciplinas Processamento Digital de Sinais,
Aplicação de Processamento Digital de Sinais, Instrumentação Eletrônica I e
Circuitos Eletrônicos II.
O programa do concurso envolve assuntos
relacionados a sinais e sistemas discretos, filtros digitais, periodograma,
circuitos detectores de pico, entre outros.
O processo de seleção inclui duas fases. Na
primeira, os candidatos serão submetidos a uma prova escrita dissertativa,
que terá duração de cinco horas e, somente os que obtiverem nota igual ou
superior a 7, passarão para a segunda fase.
A segunda etapa da seleção consiste no
julgamento do memorial com prova pública de arguição e prova didática. O julgamento
do memorial deverá refletir o mérito do candidato em relação às atividades e
titulações e a prova didática versará sobre o programa da área de
conhecimento exigido, podendo o candidato usar o material didático que julgar
necessário.
As inscrições são recebidas pessoalmente, por
procuração ou por correspondência, pelo Serviço de Assistência aos Colegiados
da Escola de Engenharia de São Carlos, que fica na Avenida Trabalhador
São-carlense, 400, em São Carlos (SP).
Concurso de Química
O Instituto de Química de São Carlos, também
da USP, está com inscrições abertas – até 11 de dezembro – para o concurso
que busca preencher uma vaga de professor doutor no Departamento de Química e
Física Molecular.
O docente ministrará as disciplinas de química
de alimentos e análise sensorial, será contratado em RDIDP e receberá
remuneração mensal de R$ 9.184,94.
O concurso será realizado em duas fases. A
primeira envolve a realização de uma prova escrita que será baseada em um dos
pontos do programa. Somente os candidatos que obtiverem nota maior ou igual a
7,0 estarão habilitados para a segunda fase.
A segunda fase será composta pelo julgamento
do memorial com prova pública de arguição e prova didática. O julgamento do
memorial terá peso 5,0 e deverá avaliar o mérito do candidato em suas
produções, atividades e títulos obtidos.
A prova didática (peso 3,0) será pública e o
candidato terá de 40 a 60 minutos para expor, com o material que julgar
necessário, um dos temas da área de conhecimento que será sorteado com 24
horas de antecedência.
As inscrições devem ser feitas, pessoalmente
ou por procuração, na assistência acadêmica do IQSC, que fica na Av.
Trabalhador São-Carlense, nº 400, em São Carlos.
O edital pode ser acessado emhttp://www.iqsc.usp.br/iqsc/administracao/acad/assistacad/arquivos/editaldeabertura.pdf
Já o edital do concurso para a vaga da Escola
de Engenharia de São Carlos pode ser conferido no site http://www.eesc.usp.br/portaleesc/index.php?option=com_content&view=article&id=1223:edital-70-2013-professor-doutor-engenharia-eletrica-e-de-computacao-abertura-de-concurso&catid=84&I
INSCRIÇÕES
ABERTAS NO CDTN
O
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) está com inscrições
abertas para o programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia das
Radiações, Minerais e Materiais.
O
programa oferece 34 vagas para o mestrado e 20 para o doutorado, divididas em
quatro áreas de concentração: radiações, minerais e meio ambiente, materiais
e reatores nucleares. A escolha da área deve ser feita no ato da inscrição.
Os
candidatos às vagas do mestrado realizarão uma prova de conhecimentos
técnicos e devem comprovar proficiência em inglês. Os aprovados na primeira
fase serão convocados para a etapa seguinte, que consiste na análise do Curriculum vitae, do
histórico escolar e do projeto de dissertação e uma entrevista pessoal.
Para
o curso de mestrado, que tem duração mínima de 12 e máxima de 24 meses, as
inscrições terminam no dia 22 de novembro.
O
processo seletivo dos candidatos ao doutorado inclui, primeiro, a análise do
currículo, histórico escolar e comprovação de proficiência em inglês. Os
aprovados deverão entregar o projeto de tese para análise da comissão e
também serão entrevistados.
A
duração mínima do curso de doutorado é de 24 meses e, a máxima, de 48 meses.
As inscrições se estendem até 24 de janeiro de 2014.
A
documentação para se inscrever nos cursos deverá ser entregue pessoalmente ou
enviada pelo correio para a Avenida Presidente Antônio Carlos, 6627, no
campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte,
Minas Gerais.
DECIFRANDO OS SEGREDOS DA GENÉTICA
|
(Texto de Claudia Izique, distrribuído pela Agência
FAPESP) – Doenças genéticas atingem entre 2% e 3%
das crianças nascidas de pais sadios. Um “erro” em um único gene, mutações
inesperadas ou genes que, de acordo com o ambiente, aumentam nossa
predisposição a doenças complexas podem resultar em mais de 20 mil condições
como distrofias musculares, mal de Parkinson, Alzheimer, cardiopatias,
autismo, nanismo, entre outras.
O Centro de Pesquisa sobre o Genoma
Humano e Células Tronco (HUG-CELL, da sigla em inglês), um dos
Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, já
identificou mais de uma dúzia de genes responsáveis por algumas dessas doenças,
desenvolveu testes para 45 delas e, por meio de aconselhamento genético,
permite que milhares de famílias planejem a sua prole.
Essa
trajetória de pesquisa e de atendimento à população começou há pouco mais de
dez anos, quando a investigação do mecanismo genético desencadeador de
doenças exigia, além de muita pesquisa, uma certa dose de sorte: identificada
uma família com pelo menos seis indivíduos afetados, os pesquisadores
extraíam o DNA – molécula com cerca de 2 metros de comprimento e 2 nanômetros
de espessura – de células de cada uma dessas pessoas, separavam-no em pedaços
por meio de eletroforese, transportavam esses pedaços para filmes
fotográficos e imprimiam os fragmentos em acetato antes de, meio às cegas,
iniciar a investigação de seus milhões de pares de base.
“Era
como chegar a uma cidade sobre a qual não se tinha qualquer informação e
tentar localizar uma casa específica”, costuma comparar Mayana Zatz,
coordenadora do Centro, sediado no Instituto de Biociências (IB) da
Universidade de São Paulo (USP).
Entre
1995 e 1997, ciência e sorte ajudaram a equipe do IB, coordenada por Zatz, a
identificar dois genes ligados a uma forma grave de Distrofia de Cintura e a
uma mutação genética no cromossomo 21, responsável por uma cegueira
progressiva conhecida como síndrome de Knoblock, que acometia membros de uma
família do município de Euclides da Cunha, no estado da Bahia.
A
descoberta, realizada no âmbito do Projeto Temático Correlações
gene-fenótipo: a nossa contribuição ao projeto genoma humano, apoiado pela FAPESP, foi das primeiras
contribuições do Brasil ao Projeto Genoma Humano (PGH), iniciativa
internacional que sequenciou cerca de 21 mil genes que codificam as proteínas
em seres humanos, entre 1990 e 2003 (leia mais em http://revistapesquisa.fapesp.br/1997/07/01/usp-identifica-novos-genes-causadores-de-doencas/). Reunidas em um banco de dados, essas
informações foram disponibilizadas a pesquisadores de todo o mundo como uma
espécie de “lista de endereços” da investigação genética.
Pouco
antes da conclusão do Projeto Genoma, e já antecipando as perspectivas que se
abririam para a biologia molecular, os pesquisadores do IB propuseram a
constituição de um CEPID para o estudo do Genoma Humano, aprovado no primeiro
edital do Programa lançado pela FAPESP. O objetivo era o de mapear e
identificar novos genes relacionados a doenças e entender a variabilidade das
doenças genéticas. “Descobrimos mais de uma dúzia de genes”, lembra Zatz.
A
função dos genes
A
descoberta de um gene representa um grande avanço no conhecimento dos
mecanismos do organismo, mas não se traduz, imediatamente, na cura de uma
doença. Identificado o gene, o passo seguinte é descobrir o que ele faz,
quais mutações ou erros são responsáveis por uma doença genética ou
malformação e qual o seu impacto clínico.
“A
ausência da proteína distrofina no músculo, por exemplo, leva a uma doença
genética, a distrofia muscular. Quando se descobre o gene que produz a
distrofina, já se sabe que aquele gene é importante na função normal do
músculo. Ou seja: a partir da doença, acabamos encontrando a função do gene.”
A
equipe de pesquisadores descobriu, por exemplo, que o gene VAPB, presente no
cromossomo 20 – que codifica a proteína homônima envolvida no transporte de substâncias
no interior da célula –, está relacionado a três tipos distintos de doenças
degenerativas nos neurônios motores: atrofia espinhal progressiva tardia,
esclerose lateral amiotrófica (ELA) e uma de suas variantes atípicas, a ELA8.
Eles encontraram alterações no gene que codifica a proteína VAPB em dezenas
de indivíduos de sete famílias, todos portadores de uma dessas três doenças,
e suspeitam hoje que uma deficiência na quantidade dessa proteína causa a
morte de neurônios motores.
Os
resultados da pesquisa foram publicados na revista American Journal of Human
Genetics, em novembro de 2004, em artigo citado mais de 300 vezes. As investigações seguem seu
curso, agora com a utilização de células-tronco em modelos animais (leia
mais emhttp://revistapesquisa.fapesp.br/2004/10/01/uma-mutacao-tres-doencas/).
Nova
doença em Serrinha dos Pintos
Muitas
vezes o gene relacionado à doença pode ficar “escondido” numa família por
várias gerações. Só se manifesta em dose dupla, ou seja, para ser afetada, a
pessoa precisa receber uma cópia defeituosa de sua mãe e outra de seu pai.
Foi o que ocorreu na pesquisa realizada pelo CEPID sobre um conjunto de
sintomas que confinava à cadeira de rodas 26 pessoas, todos aparentados,
moradores de Serrinha dos Pintos, munícipio rural com pouco mais de 4 mil
habitantes, no Rio Grande do Norte.
Os
pesquisadores constataram tratar-se de uma nova doença neurodegenerativa, que
batizaram com o nome de síndrome de Spoan (de Spastic paraplegia, optic atrophy
and neuropathy) e descreveram em artigo publicado em Annals of Neurology.
A
equipe acaba de descobrir qual é o gene responsável pela doença: sabe que ele
se encontra em uma região do cromossomo 11 onde existem pelo menos 143 genes,
dentre os quais 96 eram fortes candidatos, por serem ativados em tecido
nervoso. “Determinar qual deles está por trás da síndrome de Spoan não foi
tarefa fácil”, afirma Zatz. O difícil, agora, é entender como ele atua (leia
mais em http://revistapesquisa.fapesp.br/2005/07/01/spoan-uma-nova-doenca/).
Descoberto
o gene responsável pela Spoan, talvez seja possível desenvolver um teste
diagnóstico para identificar pessoas portadoras da doença e doentes sem
sintomas – mas com uma cópia anormal do gene e, portanto, potenciais
transmissores da mutação.
Planejando
a família
Entre
2000 e 2012, o Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano, sob a orientação de
Maria Rita Passos-Bueno, desenvolveu novos testes para 45 doenças genéticas,
além de um kit diagnóstico para autismo, já protegido por patente.
“Descobrimos
as mutações mais frequentes em nossa população e criamos testes específicos,
em vez de usar importados, compatíveis com outros grupos étnicos, mas que nem
sempre são adequados para os brasileiros.” Por meio desses testes é possível
identificar casais clinicamente normais em risco de virem a ter filhos com
doenças genéticas. “Damos a eles a possibilidade de planejar a prole”,
sublinha Zatz.
O
Centro adquiriu, com recursos da FAPESP, um equipamento que permitirá testar
milhares de mutações ao mesmo tempo e agilizar o diagnóstico de doenças como,
por exemplo, a fibrose cística, que envolve mais de 1.500 mutações num único
gene. Todos os testes podem ser realizados no CEPID e a equipe está
“brigando”, como diz Zatz, para que eles ganhem cobertura do Sistema Único de
Saúde (SUS).
O
aconselhamento genético é uma das missões deste CEPID desde a sua criação, em
2000. “Quando é identificada uma doença na família, é preciso verificar se há
risco de repetição”, justifica Zatz. No caso da Spoan, por exemplo, de
herança autossômica recessiva, homens e mulheres têm a mesma probabilidade de
apresentar a patologia. Mas a doença só se desenvolve em indivíduos nascidos
com duas cópias do gene associados à síndrome, herdadas do pai e da mãe
portadores da mesma mutação.
Os
pais não manifestam a síndrome – eles têm, em geral, apenas uma de duas
cópias do gene – mas podem transmiti-la. Trata-se de uma roleta-russa
biológica, cujos riscos aumentam quanto maior for o número de casamentos
dentro da própria família. É o caso da doença identificada em Serrinha dos
Pintos. Na época em que foi realizada a pesquisa, um em cada 250 habitantes
do município tinha Spoan e um em cada nove era potencialmente transmissor da
mutação para a prole.
O
aconselhamento envolve exames clínicos e genéticos, cálculo de risco de
ocorrência ou recorrência, orientação pré-natal para casais ou gestantes, entre
outros. “Atendemos, anualmente, 3.500 pessoas aproximadamente”, contabiliza
Zatz.
Pacientes in vitro
Em
2005, os pesquisadores se deram conta de que, para competir com as pesquisas
internacionais, teriam de incluir investigações com células-tronco no portfólio
de pesquisas do Centro.
A
primeira tarefa foi batalhar pela aprovação da Lei de Biossegurança, que,
promulgada em março de 2005, autorizou pesquisas com organismos geneticamente
modificados e com células-tronco embrionárias.
O
capítulo da lei referente ao uso de células-tronco para pesquisa foi
contestado sob o argumento de que feriria o artigo 5º da Constituição
Federal, que garante o direito à vida. Em 2008, o Supremo Tribunal Federal
(STF) arbitrou favoravelmente à pesquisa, depois de ouvir cientistas na
primeira audiência pública de sua história. “A partir daí, começamos a contar
com mais recursos para a investigação e pudemos oferecer alguma esperança às
famílias de doentes incuráveis”, afirma Zatz (leia mais em http://revistapesquisa.fapesp.br/2007/05/01/quando-comeca-a-vida/).
As
pesquisas são realizadas com células-tronco dos pacientes e testes com
modelos animais. “A partir de células-tronco dos pacientes, derivamos, em
laboratório, linhagens celulares que representam diferentes tecidos, como
ossos, cartilagem, gordura, músculo ou células nervosas. Essas linhagens são
nossos pacientes in vitro”,
diz.
Assim,
é possível estudar como uma mutação num determinado gene se expressa na
célula de um paciente, por que um tecido é mais afetado do que outro e por
que duas pessoas com a mesma mutação podem ter quadros tão diferentes. Os
pesquisadores podem testar inúmeras drogas e terapias gênicas para tentar corrigir
aquele defeito.
“Desde
que começamos essas pesquisas, coletamos linhagens de células-tronco de mais
de 500 pessoas de famílias afetadas”, contabiliza a coordenadora do CEPID.
Sete dessas linhagens celulares foram obtidas de quatro portadores de esclerose
lateral amiotrófica (ELA) – causada por alteração no gene VAPB, identificada
pela equipe do Centro – e de seus familiares sadios.
A
partir das células-tronco dos pacientes, foi estabelecida uma metodologia
para o desenvolvimento de linhagens de células-tronco pluripotentes induzidas
(IPS, da sigla em inglês) – o que permite a conversão de células adultas em
células pluripotentes, viabilizando seu uso como células-tronco embrionárias.
“A tecnologia valeu ao médico japonês Shinya Yamanaka o prêmio Nobel de
Medicina 2012”, lembra Zatz. Yamanaka dividiu a láurea com o inglês John
Bertrand Gurdon. “Já temos 40 linhagens de células IPS e estamos oferecendo
isso como serviço à comunidade”, acrescenta Zatz.
Outra
estratégia de pesquisa envolve a injeção de células-tronco em modelos animais
para a avaliação de efeitos clínicos. “Temos vários modelos de camundongos
para estudar a regeneração de músculos, modelos de ratos para pesquisa com
ossos e modelos de cães para o estudo de distrofias musculares”, descreve
Zatz.
Dois
dos cães golden retriever que carregam uma mutação genética que os impede de
produzir distrofina, proteína essencial à manutenção da integridade dos
músculos, são assintomáticos. Os pesquisadores trabalham com a hipótese de
que eles possuem genes ou mecanismos protetores que neutralizam o efeito
negativo da mutação e querem descobrir quais são (leia mais emhttp://genoma.ib.usp.br/?p=213).
Novas
fontes de células-tronco
A
equipe do Centro também desenvolve investigações com células-tronco visando a
terapia celular. Os pesquisadores identificaram novas fontes de
células-tronco mesenquimais – com potencial para formar vários tecidos, como
gordura, osso, cartilagem e músculo – na trompa de falópio e no músculo
orbicular do lábio, e que resultou em mais uma patente.
As
pesquisas revelaram ainda que o tecido do cordão umbilical – e não o sangue
do cordão – é rico em células-tronco mesenquimais. “Esse resultado, cuja
publicação já foi citada mais de cem vezes, tem uma aplicação prática
importante porque os bancos de cordão umbilical têm como rotina guardar o
sangue e descartar o tecido”, explica Mayana.
Em
estudos pré-clínicos, o grupo comparou o potencial de células-tronco
mesenquimais de diferentes fontes (tecido do cordão, trompa de falópio,
gordura e polpa dentária) na regeneração muscular e óssea em diferentes
modelos animais. Os resultados dessas pesquisas resultaram em 41 publicações
internacionais e duas patentes.
Em
2011, a equipe liderada por Mayana Zatz participou do segundo edital do
Programa CEPID da FAPESP. A proposta de constituição do Centro de Pesquisa
sobre o Genoma Humano e Células-Tronco foi aprovada e deverá consolidar a
experiência do grupo na investigação de doenças genéticas com uso de
células-tronco e incorporar novos temas de pesquisa.
Até
2024, o projeto vai comparar a variação do genoma e o funcionamento do
cérebro entre indivíduos brasileiros saudáveis com mais de 80 anos e um grupo
de pessoas com mais de 60 anos. Também desenvolverá kits para o diagnóstico
de doenças raras, estabelecerá parcerias com empresas startups de biotecnologia e implantará
programas de educação e difusão da Ciência.
FÓRUM MUNDIAL DE CIÊNCIAS
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Um
dos eventos internacionais mais importantes relacionado à ciência, tecnologia e
inovação ocorrerá no Rio de janeiro entre os
dias 24 e 27. Trata-se do Fórum Mundial
de Ciências 2013 (WSF, sigla em inglês), que pela primeira vez será realizado
fora de seu país sede, a Hungria.
Com o
tema Ciência para o Desenvolvimento Sustentável Global, o fórum terá a presença
de mais de 600 líderes mundiais de 120 países e buscará discutir as maneiras de
constituir sociedades mais inclusivas e sustentáveis.
A
presidente Dilma Rousseff, o presidente da Academia Húngara de Ciências, József
Pálinkás, e o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis,
deverão comparecer à cerimônia de abertura do evento.
O
uso da ciência para lidar com os recursos naturais, a plantação sustentável de
florestas e a integridade científica são alguns dos temas dos debates
programados. Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência (SBPC), coordenará a sessão de discussões sobre Os desafios da medicina
na velhice.
O evento é exclusivo para convidados,
mas haverá transmissão ao vivo pelo http://www.sciforum.hu/index.html
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