Pesquisar este blog

sábado, 9 de fevereiro de 2013

PLATAFORMA DIGITAL AUMENTA LEITURA DE JORNAIS


 Embora nunca tenha se lido tanto jornal no mundo e sua audiência na internet esteja em alta, apenas 2,2% das receitas globais de publicidade dos jornais vêm da internet e o share publicitário do impresso permanece em queda. Falta engajamento com o leitor, o novo desafio do meio para os próximos anos. Um estudo da Wan-Ifra (World Association of Newspapers and News Publishers, ou Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias) revelou que nunca se leu tanto jornal no mundo, hábito impulsionado pelas plataformas digitais.

Mais da metade da população adulta mundial lê jornais: mais de 2,5 bilhões de pessoas leem os impressos e mais de 600 milhões os leem em plataformas digitais — computadores, iPads, smartphones. São mais leitores do que o total de usuários de internet no mundo (2,2 bilhões). Dentre os que leem jornais na internet, cerca de 500 milhões também leem jornais impressos.
O setor de jornais movimentou mundialmente — considerando receitas de circulação e publicidade — US$ 200 bilhões no ano passado, sendo que cerca de metade vem de circulação. A circulação global dos jornais cresceu 1,1% entre 2010 e 2011, e continua a crescer na Ásia e no Oriente Médio, embora se mantenha em sensível queda na Europa, na América do Norte e na América Latina, de acordo com o estudo.

IVC
 
Um levantamento recente do IVC (Instituto Verificador de Circulação) no Brasil revelou que, por aqui, o meio jornal teve crescimento médio de 2,3% de circulação durante o primeiro semestre de 2012. Se comparada a cinco anos atrás, a circulação do segmento cresceu 4,2% em 2011. O levantamento da Wan-Ifra também constatou o decrescente investimento publicitário no meio jornal (impresso) em todo o mundo e que essa perda não foi compensada por eventuais novos investimentos nas versões digitais dos jornais.

A receita publicitária dos impressos somou US$ 76 bilhões em 2011 — cerca de 20% do mercado publicitário total. Há cinco anos, eram US$ 128 bilhões. Os Estados Unidos foram responsáveis por 72% da queda. Apenas 2,2% das receitas totais com publicidade vieram dos meios digitais. Os dados foram apresentados por Larry Kilman, presidente da Wan-Ifra, durante o Congresso Mundial de Jornais, em Kiev, que reuniu as principais lideranças do meio na semana passada.

O estudo compilou dados de circulação de jornais de mais de 150 países e de investimento publicitário em cerca de 90, e é considerado representativo da performance de 90% da indústria global. “É inquestionável: os jornais fazem parte da essência da nossa sociedade. Nossa indústria é mais forte do que se imagina. Ao mesmo tempo, os jornais precisam se transformar para se manterem como os observadores dos fatos e principalmente os principais provedores de informação confiável. Nosso problema não é audiência. Nosso desafio é encontrar modelos de negócios que funcionem na era digital”, comentou.

Cobrança

 A receita no meio digital não vem apresentando crescimento porque, segundo explica Kilman, não há “intensidade” na conexão das pessoas com a leitura de jornais online. A falta de intensidade na leitura de notícias na internet também contribui negativamente para o interesse do consumidor em pagar por conteúdo na web. O estudo levantou que as pessoas passam pouco tempo em sites de jornais e visitam menos páginas do que se estivessem lendo a edição impressa.

O ocasional alto volume de visitantes de sites de jornais não se converte em tráfego regular e o foco da maioria dos jornais tem sido criar mecanismos para ampliar o uso online. Um dos problemas apontados pelo estudo é que no ambiente digital os portais ainda são pobres — embora vários já apresentem versões mais interessantes em mobile e em tablets. “Esse é o grande desafio dos editores de jornais daqui para a frente: encontrar maneiras de engajar mais os leitores no ambiente digital. Ampliar frequência e intensidade de visitas. Ampliar  experiência digital, o que certamente aumentará o retorno financeiro”, acredita Kilman.

Para 76% dos jornais, o retorno financeiro através da publicidade que as plataformas digitais representam no máximo a 10%. Para 24% deles, vai a 50%. Já quando se fala em vendas e assinaturas online, o retorno das plataformas digitais representa, para 76% dos jornais participantes do estudo, até no máximo 10% da receita, sendo que para 5% chega a 50% e para outros 5% ultrapassa 5%.

“Os consumidores de jornalismo digital dedicam menos tempo à leitura e visitam menos páginas nas plataformas digitais que nas edições em papel. Diante disso, a conclusão é a de que as empresas jornalísticas têm muita margem para aumentar as receitas digitais por meio de novas formas de potencializar a experiência do usuário”, diz Ricardo Pedreira, diretor executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais).

Game

O iPad é considerado um “game changer” no jogo da leitura de jornais no mundo digital. A Wan-Ifra incluiu em seu estudo dados do Pew Research Centre e da The Economist que revelam que 11% dos adultos norte-americanos possuem tablets e que 53% dos usuários consomem notícias através deles diariamente. Um em cada três usuários de tablets afirmam que passam mais tempo consumindo notícias em relação ao que dedicavam antes de possuírem os devices. Ao mesmo tempo, 14% dos usuários pagam por conteúdo e 59% afirmam que o tablet substitui a experiência da leitura do jornal e das revistas impressos. (Propmark)

FLEXIBILIDADE, COMPETÊNCIA EMOCIONAL
Vemos a liderança como um fenômeno de como homens e mulheres guiam outras pessoas através da adversidade, da incerteza, da necessidade, dos transtornos, da transformação, da transição, da recuperação, dos novos começos e de outros significativos desafios.

 Vemos também que a liderança é um estudo de pessoas que triunfam sobre formidáveis dificuldades, que tomam a iniciativa diante da inércia, que confrontam a ordem estabelecida, que mobilizam pessoas e instituições para enfrentar grandes resistências. É ainda o estudo de como homens e mulheres, em tempos de imobilismo e de acomodação, desenvolvem a flexibilidade para despertar todos para novas possibilidades.

A flexibilidade é uma competência emocional que compõe 2/3 das competências necessárias para conseguirmos êxito em nossas vidas. Liderança, desafio e flexibilidade estão intrinsicamente ligados.

 A revista Você S/A, na sua edição 165 de março de 2012, aponta as competências que as empresas mais buscam nos candidatos. A flexibilidade é a mais requisitada seguida da boa comunicação, liderança, alta energia e pensamento estratégico. Esta capacidade de adaptação se torna fundamental no atual cenário de negócios, onde as empresas percebem a necessidade de adequação frente às constantes mutações. Passa a ser uma competência imprescindível na composição das equipes profissionais.

 Quando Raul Seixas compôs: “Prefiro ser essa Metamorfose Ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo” retratou bem a importância que a flexibilidade exerce sobre o desenvolvimento humano.

 Flexibilidade é uma palavra que vem do latim tardio “flexibilitare” e significa, em seu sentido mais amplo, capacidade de adaptação, seja a situações voláteis ou na superação de obstáculos.

 Os líderes adaptáveis são capazes de lidar com várias demandas simultaneamente sem perder seu foco ou energia, e sentem-se à vontade com as ambiguidades inevitáveis da vida organizacional. Podem ser flexíveis na adaptação aos novos desafios, ágeis na adequação à mudança contínua e maleáveis em suas ideias diante de novas informações ou realidades.

 Esses indivíduos são abertos a reflexões sobre novas ideias, sendo também favoráveis a alterações que propiciem melhorias. Não descartam ajustes estratégicos ou novos rumos, desde que passem pelo crivo coerente da análise apoiada na flexibilidade. Afinal, ser flexível não é desfazer-se dos questionamentos ou avaliações muitas vezes indispensáveis na tomada de decisões que implicam no cumprimento das atividades.

 Cada vez mais esses profissionais são procurados pelas empresas, pois se tratam de indivíduos que realmente agregam valor, devido a sua postura receptiva a mudanças. São esses os indivíduos capazes de rever posições, conceitos, planejamentos, estratégias e atitudes.

 Geralmente dotados de senso harmônico, possuem características que viabilizam o alcance da excelência nos processos e procedimentos necessários a qualquer equipe e empresa. Visam atingir alto desempenho pondo em prática o verbo flexibilizar. Todos trabalham melhor quando aceitam a mudança. Afinal, os bocejos da rotina simplesmente nada tem a ver com o desempenho dos flexíveis. (Texto de Wilson Mileris Autor do livro O Click do Êxito, editado pela Ediouro e co-autor dos livros Gigantes da Motivação e Gigantes da Liderança. Detalhes: www.mileris.com.br)

PARA QUEM É FANÁTICO POR ESPORTES

Chega ao mercado um aplicativo gratuito para iPhone e iPad que traz toda a programação esportiva dos principais bares do Brasil. O Baresportes está sendo lançado em português e os usuários podem fazer a busca dos locais que irão passar os esportes por meio de diversos filtros: cidade, bairro, esporte, time, data, preço, tipo de cozinha e especialidade da casa.

 Além disso, com o programa, os usuários podem criar uma página pessoal com seus bares, times ou esportes preferidos, montar um calendário com sua programação, compartilhar com os amigos nas redes sociais e ranquear os bares mais confiáveis.

Já os bares cadastrados terão as suas informações divulgadas, a possibilidade de lançar cupons promocionais, e encontrar novas opções de transmissões dentro da programação esportiva completa que o app fornece. No Brasil, o aplicativo já conta com bares em 26 cidades e, na capital paulista, por exemplo, os usuários já podem encontrar mais de 50 opções de bares cadastrados.

 Segundo os idealizadores do projeto, Mario Di Pierro e Murilo Santo André, a principal missão do Baresportes é facilitar a vida daqueles que gostam de assistir jogos fora de casa e aumentar o fluxo de pessoas nos bares que os transmitem.

 Para saber mais informações sobre o app e programações dos esportes acesse o site www.baresportes.com.br e baixe o aplicativo gratuito na Apple Store.  

A FRATERNIDADE E O DIREITO 

(Entrevista com  Munir Curi, presidente da Comissão executiva do Congresso Direito e Fraternidade, concedida a Lincon Soares de Siqueira e distribuída pela Zenit.org) - A Fraternidade como instrumento de transformação sócia  foi o tema do II Congresso Nacional Direito e Fraternidade, realizado em Vargem Grande Paulista, na Mariapolis Ginetta.

O congresso aprofundou a Fraternidade como categoria juridica e reuniu participantes que vieram de todo o Brasil: advogados, promotores, desembargadores, promotor, defensor público, oficial de justiça, profissionais da administração pública, além de uma marcante representação do mundo acadêmico.

Essa “iniciativa surgiu de um grupo de juristas de todo o mundo, preocupados com a humanização na distribuição da Justiça e que tem como base a exata dimensão do Direito”, relatou à ZENIT o Dr. Munir Curi, presidente da Comissão executiva do Congresso Direito e Fraternidade na entrevista que se segue.

ZENIT: De onde surgiu essa iniciativa e quem a leva adiante?

Dr. Munir: Essa iniciativa surgiu de um grupo de juristas de todo o mundo, preocupados com a humanização na distribuição da Justiça e que tem como base a exata dimensão do Direito. Estávamos na ocasião no início do século XXI, e, fundamentados em princípios de grandes pensadores, desde Voltaire, passando por Gandhi, Martin Luther King e Chiara Lubich entre outros, passamos a propor a ênfase no princípio da fraternidade da Revolução Francesa, princípio esse relegado em detrimento da liberdade e igualdade.

Um grupo de juristas de todo o Brasil, sediado em quase todos os  estados, se reúne com frequência com a finalidade de aprofundar o princípio, discutir as mais graves questões que os preocupa, e, à luz da fraternidade, encaminhar as desejadas soluções. Afora isso, realizamos seminários, congressos, regionais, nacionais e internacionais, com a mesma finalidade.

ZENIT: Quais foram as propostas do Congresso Direito e Fraternidade? 

Dr. Munir: Não poderia dizer quais foram as propostas, mas sim quais foram as conclusões, pois foram todas extraídas na assembleia do congresso. Após dois dias de discussões e esclarecimentos, podemos concluir: 1) a constituição de uma comissão técnicocientífica coordenada pelo Núcleo Direito e Fraternidade da Universidade Federal de Santa Catarina, na pessoa da prof. Josiane Rose Petry Veronese, constituída por profissionais altamente qualificados de vários estados da federação, e que tem como missão colaborar com pesquisas e estudos a nível nacional e internacional, que possam solidificar essa verdadeira cultura que é a categoria jurídica da fraternidade. Categoria esta que não é nova, pois desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o país possui um preâmbulo da Carta que prevê essa meta a ser alcançada – a fraternidade.

ZENIT: Como foi a participação no evento? Nomes importantes do Direito participaram?

Dr. Munir: Além das importantes autoridades presentes na abertura do congresso, entre as quais representantes da presidência do Tribunal de Justiça, da Escola Paulista da Magistratura, da presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público, participaram de todo o congresso o Exmo. Sr. Procurador Geral de Justiça de Sergipe, a Exma. Sra. Desembargadora vice-presidente do Tribunal Eleitoral do Amazonas, promovendo sensíveis transformações na vida acadêmica de seus estados, bem como na própria estrutura do Ministério Público, com a finalidade de inserir a fraternidade como aspecto vital para a respectivas carreiras.

ZENIT: O Direito pode ser elemento de fraternidade entre os seres humanos?

Dr. Munir: Não temos dúvida que “sim”, pois a fraternidade vem sendo disseminada como verdadeira inundação na distribuição da Justiça. Mencionamos, a esse propósito, algumas decisões do Supremo Tribunal Federal, sentenças judiciais, e mesmo a proposta do “capitalismo humanista” que se anuncia no país. No trabalho cotidiano de juízes, promotores de justiça e advogados, a fraternidade vem ganhando significativo realce como regra de pacificação das partes litigantes e equilíbrio na distribuição da Justiça.

ZENIT: Há algum perigo de que o Direito seja visto como arma dos grandes contra os pequenos?

Dr. Munir: Esse é realmente um perigo que a sociedade enfrenta nos dias de hoje, haja vista a possibilidade dos “grandes” possuírem o poder aquisitivo para a constituição dos bons advogados, em prejuízo dos “pequenos” que são destituídos de tal privilégio. No entanto, se o profissional está imbuído do princípio humanista da fraternidade e que tende a ser uma cultura no meio jurídico, desde a proposição da ação pelo advogado, imbuído pela fraternidade, ao parecer do promotor de justiça, fundamentado na fraternidade, até a sentença do juiz, amparado na fraternidade, haverá o desejado equilíbrio no encaminhamento do pedido até final decisão com o amparo da síntese – “fazer ao outro o que gostaria que fosse feito a mim mesmo”.

ZENIT: Como fugir da espiral do ódio, na qual os homens usam do direito para se atacarem sem fim, acarretando mais guerras e brigas do que concórdia e paz?

Dr. Munir: A presente pergunta merece ser colocada numa panorâmica internacional e nacional, considerando o terrorismo que apavora povos e nações e a violência galopante que surpreende e choca a todos nós. Porém, essa crescente espiral somente pode ser bloqueada se o Direito for alimentado pela fraternidade, ou seja, não por uma ingênua e paternalista postura no seu enfrentamento, mas através da implementação de políticas públicas que previnam a violência desde a infância e a juventude, até à devida e justa aplicação da pena aos adultos criminosos. O Brasil possui muitas e  boas leis,trata-se agora de aplicá-las por profissionais que não se limitem à mera interpretação literal das mesmas, mas que sejam imbuídos da sua interpretação finalística – o bem comum.

ZENIT: Quais são as próximas atividades e propostas do projeto para 2013?

Dr. Munir: É difícil estabelecer prioridades, visto que todas as propostas são importantes, mas poderíamos afirmar que a realização de jornadas regionais visando a irradiação da cultura da fraternidade é uma das metas. Também a difusão dessa cultura através das pesquisas e estudos da comissão técnicocientífica liderada pela Universidade de Santa Catarina. Igualmente, o desejo dessa mesma universidade em disponibilizar seus trabalhos a outras universidades, podendo exemplificar a possível interlocução com a Universidade Federal do Amazonas. Utilizar todos os meios midiáticos e as redes sociais para penetrar no meio acadêmico e profissional, também pretende ser um dos recursos para disseminar  a fraternidade no meio jurídico, e, desta forma, colaborar para a construção da paz social.

GOOGLE ENTRA NO MOBILE

 Em 2013, será a primeira vez que as buscas do Google vindas de dispositivos móveis ultrapassarão as feitas via desktop. E o gigante de buscas já iniciou sua empreitada para que anunciantes e agências entendam o potencial do segmento.

 No Brasil, onde há 27 milhões de smartphones, o mercado é visto como de enorme potencial. “O mercado mobile é global. As mesmas tendências estão acontecendo em todos os países”, afirma Peter Fernandez, diretor de mobile e social do Google para a América Latina. O executivo chegou ao país há dois anos, após a startup em que atuava, a Admob, criada no Vale do Silício, ser adquirida pelo Google em 2009. Nesta entrevista, Fernandez fala dos rumos do segmento nos principais mercados do mundo.

 Mercado local

“O mindset padrão no Brasil é que estamos muito atrasados em matéria de tecnologia, de celulares, do segmento de mobile como um todo. Mas realmente não é assim. O mercado mobile é um mercado global. As empresas que vendem celulares são as mesmas em todos os países. Apple, Samsung, Motorola, LG e algumas outras: são elas inovando para o mundo inteiro. Por isso, exatamente as mesmas tendências estão acontecendo em todos os países. Creio que no Brasil, agora, em matéria de tecnologia, estamos um ano e meio atrás dos Estados Unidos. Mas estamos acelerando mais rápido que eles. Se você observar a penetração de celular hoje no Brasil, verá que é maior que a de celulares na Alemanha há um ano. Ela chegou a 13% de penetração e, um ano depois, o Brasil alcançou o mesmo índice.”

 Dispositivos

“Os devices são cada vez mais poderosos e há várias razões para isso. A Apple foi quem inventou o smartphone real. Havia antes alguns modelos, com acesso WAP, que ainda existem, mas a navegação é pouco dinâmica. A Apple realmente inventou o primeiro smartphone porque deu a ele um browser completo e, por isso, os aparelhos hoje são como um computador. Mas ela ficou com a parte mais high-end do mercado. O Android é basicamente um sistema aberto, ou seja, qualquer fabricante pode utilizar. E há alguns players que fazem também aparelhos super high-end, como Samsung e seu aparelho Galaxy SIII. É o único que está realmente tirando market share do iPhone. Mas, depois, há outros, como HTC e LG, com portfólio grande, que dividem-se entre o high-end, mas também tentam capturar o segmento do mercado menos sofisticado. De qualquer forma, há todas essas empresas concorrendo entre si para vender smartphones para todo mundo.”

 Consumo de dados

“As operadoras não podem mais contar com crescimento de planos de voz. Basicamente, todas as pessoas do país já têm uma linha telefônica e as empresas estão procurando outras formas de crescer. Venda de smartphones e de planos de dados são o modo principal pelo qual estão conseguindo crescimento de receita. Ao mesmo tempo, porque estão todas concorrendo entre si, o preço cai devido à abundância de oferta. Estamos vendo os preços diminuírem e os planos ficando mais acessíveis. Há sempre quem diga que temos uma base majoritariamente de pré-pago e que, por isso, não há força de consumo de dados. Mas isso não é verdade. A TIM, por exemplo, permite que planos pré-pagos deem acesso à internet. É fácil e barato.”

 Ceticismo

“Realmente, o mercado de publicidade brasileiro é cético. Mas há cada vez mais pessoas muito visíveis no mercado dizendo que já é hora de abrir os olhos para mobile. Empresas como F.biz e Pontomobi mostram que há cada vez mais players disputando a liderança do segmento porque ele já é obviamente importante. Não é opinião, é fato, mas falta o amplo entendimento disso. O preço das ações de Google, Facebook e outras depende, agora, muito da percepção de qual será a estratégia mobile dessas empresas. Até Wall Street já acredita que mobile é superimportante. A questão é somente uma falta de entendimento. É por isso que estamos investindo tanto em programas para ajudar o ecossistema a correr atrás da realidade. Dados que lançamos sobre o segmento é para evidenciar que a importância de mobile deixou de ser opiniosa e hoje ela é fato.”

Brasil x EUA

“Até nos Estados Unidos é superfrustrante o entendimento das agências de publicidade sobre o quão estratégico mobile é. Muitas empresas norte-americanas não compreendem ainda. Mas o número no Brasil das que não acreditam ainda é maior. Porque há menos coisas ocorrendo no ecossistema ainda. E quando me refiro à ecossistema quero dizer a existência de criadores de aplicativos, agências entendendo a importância de mobile, desenvolvendo campanhas para seus clientes e comprando mídia mobile, além de anunciantes não só entendendo o valor estratégico do segmento, mas desenvolvendo proposta de valor distinta para mobile. Tudo é uma questão de desenvolvimento do ecossistema, que aqui ainda está em processo de aprimoramento.”

 Buscas

“Hoje, 15% das buscas de Google Brasil são em mobile. Mas globalmente é bem maior. Neste ano, no mundo todo, pela primeira vez, o Google terá mais pesquisas vindas de dispositivos móveis que de desktops. Há seis meses, tivemos o primeiro país a ter mais de 50% das pesquisas vindas de mobile, o Japão. O iPhone foi lançado em 2007. Há cinco anos e meio, quando você saía da sua casa para ir visitar um amigo, você tinha que ir para google.maps.com e imprimir o trajeto. Ninguém imagina esse comportamento hoje e tal realidade é como um passado distante. E isso foi há cinco anos! Tão pouco tempo depois, o Google terá mais pesquisas vindas de celular do que de computador.”

 Crescimento
“As tendências são para todos os mercados. Fundamentalmente, não há diferença entre Brasil e Japão. Dentro de alguns anos, todo o país terá 100% de penetração de smartphones. Ninguém pode prever quantos anos exatamente isso demorará para ocorrer, mas será muito mais rápido do que imaginamos. O progresso não é linear. Se olhar nos gráficos de penetração de celular no mundo, há uma curva exponencial. Se algo demorou um ano para ocorrer, o próximo fato em mobile não levará um ano, mas seis meses. E o desenvolvimento tem sido sempre assim, exponencialmente. Todos os dados mostram isso de forma clara.”

 Potencialidades

“Em muitas empresas, existe a percepção de que mobile não gera impacto nas vendas. Do lado de branding, já é bem-aceito pelas grandes marcas que mobile é um canal fortíssimo, por vários motivos. O potencial de interação com um anúncio em mobile é muito maior do que em um computador. O mobile permite muitas funcionalidades, há resposta em tempo real a movimentos, há experiências e a possibilidade de explorar a tela sensível ao toque. Do outro lado, para anunciantes que se preocupam com geração de receita, existe uma percepção de que mobile não dá certo. Mas realmente não é isso. Há várias ações que anunciantes do país têm que fazer para observar que o ROI existe. Casos que já vi: anunciante faz campanha em mobile mandando usuários para um site desktop. E depois reclama que ninguém compra o produto ofertado! Não é que não funciona, é que a experiência que se está dando para o usuário não é adequada.”

 Geração de negócio
“Na outra ponta, há vários exemplos de empresas com experiências bem-sucedidas. Um caso no Brasil é a Netshoes.  Basicamente, eles disseram para nós: sempre que alguém estiver pesquisando no Google sobre qualquer produto e esse usuário estiver localizado a 0.5 km de um shopping, inferimos que ele está, na verdade, dentro de um shopping, comparando preços. Talvez esse usuário esteja dentro da loja Centauro, checando se o produto está mais barato na internet. Neste caso, Netshoes quer mostrar um anúncio, com uma oferta, dizendo “temos esse produto com 10% de desconto”. Dessa forma, eles receberam CTR superalto, bem mais do que a média de desktop, porque o usuário estava definitivamente no momento da compra. As implicações disso são enormes. A Netshoes está conseguindo capturar compras que o usuário quer fazer no mundo real com uma estratégia mobile. Neste ano, 10% da sua receita virão de compras feitas via dispositivos móveis.”

 Mundo ideal

“Nosso mundo ideal é que 100% das empresas tenham, não somente site mobile, que funciona bem, mas também proposta de valor bem pensada para o segmento. Todas as companhias de viagem deveriam oferecer produtos um tanto diferentes sabendo que o comportamento de compra de última hora é muito forte no mobile. Não dá para simplesmente adaptar o que você faz na internet para smartphone porque há diferença comportamental no uso dos devices. E seus consumidores, que estão fazendo buscas no mobile, têm demandas diferentes de quando estão no desktop.”

 Futuro
“Nos anos 1990, houve muitas empresas que falharam porque foram desestabilizadas pela internet. As lojas de música falharam. Mas também em varejo há vários exemplos de empresas que foram desbancadas pelo e-commerce, com o surgimento de companhias como Amazon, com serviços mais convenientes e mais baratos na internet. Exatamente a mesma coisa está acontecendo agora, só que o que ocorre com mobile é dez vezes maior do que o que houve com a internet. Só há dois bilhões de pessoas acessando a internet e os outros cinco bilhões irão começar no futuro próximo, mas o farão a partir do celular. O consumidor vai cada vez mais escolher quem oferece um serviço eficiente em mobile e as que se adaptarem terão sucesso. Por isso, não me preocupo: vamos chegar no mundo ideal que projetamos.”

 Evangelização
“Fazemos um trabalho extenso de evangelização nas agências. É importante grifar que minha equipe não funciona como uma força de vendas para mobile. Na verdade, as equipes que cuidam de setores específicos, como varejo, são responsáveis por visitar o cliente, resolver seus problemas, dar apoio à campanha, independentemente da plataforma. Temos a mesma solução para agências. Há, por exemplo, a equipe que cuida de todas as empresas do grupo WPP. Nossa evangelização existe na forma com que eu e minha equipe educamos as outras que cuidam do dia a dia com agências e clientes. Ainda fazemos webinars, workshops e palestramos em grandes eventos onde há empresas de publicidade. Temos ainda iniciativas como prover informação: no ano passado, lançamos a pesquisa 'Our Mobile Planet' no Brasil e criamos um site com dados sobre o segmento.”

 Próxima onda
“Há uma onda que chamamos de 'wearable computing'. Muitas pessoas hoje estão utilizando o iPod Nano como relógio e, na internet, há empresas vendendo pulseiras para se utilizar o aparelho dessa forma. Sem a Apple ter essa intenção, há pessoas fazendo uso dessa 'tecnologia vestível' e, na verdade, muitas das fabricantes de celular estão empenhadas em desenvolver relógios que sejam não somente celular, mas que funcione como um computador pequeno. Google Glasses, por exemplo, segue a mesma lógica de 'wearable computing'. Realmente, achamos que a próxima tendência de mobile será isso: computação como extensão do corpo. Os celulares já são um tanto assim: eles estão conosco 24 horas. É um relacionamento simbiótico. Progressivamente, os devices estarão cada vez mais próximos do corpo humano."
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário