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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

INGLESAS DE OLHO NAS OLIMPIADAS NO BRASIL...


 Uma missão criativa de agências britânicas está no Brasil em busca de parcerias com empresas locais, visando os Jogos Olímpicos 2016. Uma apresentação para companhias do país foi realizada em São Paulo sobre as experiências boas e ruins das Olimpíadas de Londres, como o engajamento de alguns patrocinadores e a letargia de outros em ativar o patrocínio ao evento.


De acordo com Paul Bainsfair, diretor geral da IPA (Institute of Practitioners in Advertising, associação das agências de publicidade e marketing do Reino Unido), companhias de publicidade inglesas querem dividir experiências dos Jogos de Londres e, futuramente, estabelecer laços comerciais. 

 “Tivemos diálogo com Pequim em 2008 e agora nos parece uma boa ideia dividir o conhecimento das Olimpíadas localmente”, disse, em entrevista aopropmark. “Representamos pequenas agências e gigantes internacionais, como o grupo WPP. Há empresas independentes que desejam entender um pouco mais o mercado local e somente vindo é que podemos ver como é esse mercado”, explicou.

 Luiz Lara, presidente da Abap - uma das organizadoras do evento, em parceria com o UK Trade & Investment —, classificou como positiva a aproximação dos ingleses. “Eles têm uma indústria com forte alicerce na criatividade. Saber da experiência dessas companhias com os Jogos no quesito ativação de marcas pode ser muito bom para as empresas do país”.

 A expectativa da entidade é que os negócios relacionados à Rio 2016 gerem um “dinheiro novo” para o país, o que deve representar um crescimento de 10% para a indústria publicitária nos três anos a partir da Copa do Mundo.

 Entre os executivos que visitam o país estão Ben Kay, CEO da RKCR/Y&R; Nigel Vaz, vice-presidente da SapientNitro; Nicola Mendelsohn, chairman executiva e sócia da Karmarama;Andrew Humphries, fundador da The Bakery; e Paul Simonet, diretor de estratégia daImagination.

 Pela primeira vez no Brasil, Ben Kay reuniu-se com o time da Y&R Brasil. Nos Jogos de Londres, sua agência foi responsável por ativar o patrocínio do banco Lloyds, considerado um dos apoiadores mais bem-sucedidos do evento.

 A unidade brasileira atende parte da conta de Bradesco, patrocinador da Rio 2016, e Kay acredita ser possível dividir know-how. “Passamos cinco anos ajudando o Lloyds a ativar seu patrocínio, assim como ajudamos a BBC. Lidamos com pontos positivos e negativos e podemos agora trabalhar com o Bradesco, o cliente da Y&R no Brasil”, afirmou.

 Estão previstos encontros com empresas cariocas pensando nas Olimpíadas de Rio 2016 e briefing com autoridades locais. A visita das companhias faz parte da temporada UKBrasil, de promoção do Reino Unido em diversas áreas e que se encerra em março. (Propmark)

 .... MAS OS VAREJISTAS DE LONDRES NÃO GOSTARAM DOS RESULTADOS

Ao ser sede de uma edição dos Jogos Olímpicos, o que uma cidade espera além dos esportes é ser inundada por uma grande movimentação financeira devido ao alto número de turistas que certamente irão consumir. No entanto, a edição de 2012 provou que nem sempre é isso que acontece.


 Segundo um levantamento da British Retail Consortium (BRC) e da KPMG, as vendas no comércio londrino caíram 0,4% em agosto, mês da competição, frente ao mesmo mês de 2011.


Embora aguardasse um aumento agressivo nas vendas, o varejo só ficou mais movimentado no setor de comidas e bebidas, enquanto a venda online foi a que apresentou a maior redução de desempenho. Segundo Stephen Robertson, diretor geral do BRC, não há nenhuma evidência de que as Olimpíadas irão beneficiar as vendas no varejo.

“Está claro que o interesse de todos estava nos Jogos, fazendo com que fossem pouco às compras, especialmente para produtos de maior valor agregado”, afirmou o executivo à mídia local.

Agosto tradicionalmente é um mês fraco nas vendas britânicas, mas os varejistas estavam confiantes que os Jogos Olímpicos trouxessem um boom para seu fluxo de caixa. Entretanto, o engajamento do público se ateve aos esportes, e não às compras. Ainda assim, a esperança do mercado está nas vendas após o verão, já pensando na preparação das festas de fim de ano.

Mesmo com a queda na média de consumo, os patrocinadores dos Jogos Olímpicos se deram bem. A Procter & Gamble anunciou que espera uma evolução de US$ 500 milhões nas vendas em solo britânico durante o período do campeonato, enquanto a Adidas tem como expectativa um aumento de 250% em comparação com as Olimpíadas de 2008. O desempenho esportivo também afetou o comércio para a Cycle Surgery, uma vez que a boa campanha do time de ciclistas fez a rede de bicicletarias alcançar um recorde de vendas. (Propmark, com informações do Advertising Age)

“ONDE CENTRAR O FOCO¿"


 

 Muito tem se discutido sobre o futuro da propaganda desde o surgimento das chamadas novas mídias. Frequentemente apresentado como um desafio a ser superado, o atual cenário e seus desdobramentos foram discutidos durante a 26ª edição do Fórum de Debates promovido pela  Associação dos Profissionais de Propaganda. Para Marcello Serpa, sócio e diretor geral de criação da AlmapBBDO, no entanto, a ansiedade sobre o futuro do mercado supera, de maneira errônea, a preocupação com o presente.

“A ideia tradicional de ‘pegar o bonde’ dos acontecimentos e rapidamente reagir a eles vai na contramão dos bons resultados, porque o tal bonde virou um trem bala. O futuro está longe, vale lembrar. O presente é mais desafiador”, declarou Serpa ao citar exemplos como o Orkut e o Second Life (ambiente virtual que possibilitava a simulação do cotidiano real e dos relacionamentos), que causaram enorme entusiasmo e hoje são obsoletos. “Muitas empresas nos procuraram para entrar no Second Life. O motivo era simples: todo mundo estava falando daquilo”.

A declaração serve como dica aos atuais profissionais do mercado, tema que moveu o debate, do qual ainda participaram Luiz Lara, da Lew’Lara\TBWA e presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), e Luiz Fernando Vieira, sócio e vice-presidente de mídia da Africa.

 O encontro contou ainda com a presença do presidente da APP, Ênio Vergeiro, e de Renato Pereira, diretor executivo de relações com o mercado da Rede Globo e membro da diretoria da APP, que foi o mediador. “O bom profissional é o curioso, aquele que não se prende ao briefing no papel”, salientou Lara sobre o assunto.

 A integração entre as áreas também foi bastante destacada por todos os participantes. “O profissional de mídia é cada vez mais relevante, assim como a equipe de criação é peça-chave para o anunciante. Nos últimos anos, o atendimento foi um pouco relegado, mas é a partir das relações desenvolvidas por ele que se constrói o perfil do cliente. Muitos simplificam e afirmam que este profissional é um consultor. No entanto, embora ambos analisem o cenário, apenas o atendimento apresenta soluções”, disse Lara.

 “Eu diria que ele é o pivô do processo. Ele controla o jogo”, completou Serpa. Para esses profissionais foi criado o Grupo de Atendimento, com lançamento oficial programado para o dia 5 de março, em São Paulo. O órgão, que tem Marcelo Passos, da Africa, como presidente, e Márcio Oliveira, da Lew’Lara, como vice, foi apresentado ao público no evento.

A aliança entre os departamentos da agência acompanha os contornos desse novo e desejado profissional, um ser híbrido, que consegue transitar pelo universo multiplataforma com desenvoltura e conhecimento, colecionando funções de maneira natural. “Europa e Estados Unidos ainda optam pela segmentação. Por isso digo que as empresas brasileiras estão à frente”, afirmou Lara. O Fórum de Debates faz parte do calendário comemorativo dos 75 anos da APP, completos em 2013. A entidade também se prepara para o lançamento de um livro, em abril. (Propmark)

 NIKE JÁ NÃO PATROCINA PISTORIUS

 A Nike anunciou a suspensão do seu contrato de patrocínio para o atleta sul-africano Oscar Pistorius. O corredor é suspeito de ter matado a própria namorada a tiros. Em comunicado oficial, a empresa informou a suspensão, mas preferiu não comentar o caso. "Acreditamos que Oscar Pistorius tenha direito ao julgamento e continuaremos a monitorar a situação de perto", afirma a nota.


Pistorius é um dos mais conhecidos e premiados atletas paralímpicos da atualidade. O sul-africano fez história nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 ao se tornar o primeiro com pernas amputadas a disputar a competição — ele utiliza próteses de fibra de carbono, o que fez com que fosse apelidado de "Blade Runner".

 O caso já havia motivado a Nike a tirar do ar uma peça que comparava Pistor a uma bala pronta para ser disparada. A empresa avaliou que o anúncio, hospedado no site do atleta, causaria mal estar devido ao fato de que a modelo Reeva Steenkamp, namorada do sul-africano, foi morta a tiros.

 LIBERDADE, AINDA A PRINCIPAL PREOCUPAÇÃO DO MERCADO

 A Associação Brasileira de Agências de Publicidade reuniu seus integrantes para novas discussões em torno das conclusões levantadas durante o V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, realizado em maio deste ano, além de lançar um livro de 308 páginas que trazem os anais do encontro. Na ocasião, líderes da entidade encabeçada pelo presidente Luiz Lara analisaram o andamento das principais questões debatidas durante o evento, bem como a evolução das conclusões, sob responsabilidade da CCI (Comissão de Continuidade e Implementação), liderada por Orlando Marques.

“Creio que saímos muito mais fortes após a realização do V Congresso. É hora de aproveitarmos para desenvolver nosso mercado de forma ainda mais efetiva, com ética, pertinência e linguagem criativa adequada, sem esquecer que a essência é sempre a qualidade. Caberá a cada um de nós, que somos líderes, construirmos juntos o nosso destino”, analisou Lara.

Ao início das ponderações sobre a evolução das questões desde o V Congresso, foi concluído que um dos temas mais discutidos durante as duas últimas edições do evento continua sendo o de maior preocupação e relevância. “Trouxemos o Nobel da Paz Kofi Annan para falar sobre liberdade de expressão no IV Congresso e, quando começamos a pensar no V, vimos que essa continuava sendo a principal preocupação do mercado — e convidamos Desmond Tutu, outro Nobel da Paz, para a abertura.

Agora, conversando com presidentes de outras entidades e amigos do mercado, vemos que o assunto continua nos preocupando — ilustrado por casos recentes como a censura ao Estadão e o que aconteceu com o Google e seu presidente, Fábio Coelho. Como nos ensinaram Annan e o Tutu, esse é um assunto do qual não podemos descuidar nunca, como publicitários, como homens de comunicação e como cidadãos. O preço da liberdade é a eterna vigilância e p ForCom vai continuar tratando desse assunto e discutindo a censura, a liberdade de expressão comercial e o bullying à publicidade”, reforçou Dalton Pastore, presidente do ForCom (Fórum Permanente da Indústria da Comunicação).

Segundo Marques, as teses levantadas durante as 13 comissões foram divididas em grupos baseados em facilidade de execução e prioridade, com cinco delas já ganhando estágio avançado até o momento. “A possibilidade de se implementar via Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) a tabela dos veículos, por exemplo, está praticamente acertada, em fase de organização para ser anunciada no início de janeiro. Também já estamos no fim da redação da carta discutida na comissão Profissão do Futuro, com a ESPM assumindo a responsabilidade de gerar o documento e compartilhar com todos nós.

Sobre propriedade intelectual, o doutor Paulo Gomes (consultor jurídico da Abap) já escreveu um texto inicial e o manual de melhores práticas está praticamente pronto. Quanto aos indicadores de sustentabilidade sugeridos em outra comissão, já temos pronta uma carta apresentando às agências, de forma didática, como implantá-los. Sobre a comunicação one-to-one, a tese já foi transformada em projeto de lei (PL 4060), tramitando no congresso e sob acompanhamento do ministro Milton Monti”, explica o presidente do CCI.

Sobre a última questão, Monti — que esteve à frente da comissão “Comunicação one-to-one: personalização versus publicidade” e preside a Frente Parlamentar de Comunicação — enfatizou a necessidade, por parte do mercado, de acompanhar o processo com grande atenção e proximidade. “A liberdade de expressão é um tema extremamente abrangente e volátil. Nosso projeto tem como meta garantir a liberdade de expressão, comercial e, ao mesmo tempo, preservar a individualidade e privacidade do cidadão. O Ministério da Justiça prepara um projeto extremamente restritivo no que diz respeito às liberdades de utilização dessas ferramentas sociais voltadas à comunicação via internet.

É importante que todas as entidades vinculadas ao tema estejam vigilantes, atentas para que essa tramitação possa acontecer dentro dos preceitos fundamentais estabelecidos na nossa propostas e longe daqueles pensados, infelizmente, pelo Ministério”, avalia Monti. “Hoje atuamos no sentido de alertar, elucidar, motivar e convencer nossos colegas sobre a importância da publicidade privada no país, que é irmã siamesa da liberdade de expressão e da democracia, porque não teremos liberdade de imprensa se não tivermos uma publicidade firme, que dê autonomia irrestrita ao editorial dos veículos. Infelizmente vemos, no Congresso Nacional, alguns colegas seduzidos por uma mensagem fácil e equivocadamente vista como politicamente correta, que na verdade vai contra a liberdade. Existe um viés ideológico que tem como intenção asfixiar essa liberdade por meio da publicidade e é nossa missão lutar contra ele”, conclui o deputado. (Propmark)

 CONAR NOTIFICA GILLETE

O Conar informou ter notificado a Gillette sobre as denúncias feitas contra a campanha publicitária da marca que estimula a depilação masculina. O órgão decidiu por abrir o processo contra a Gillette, marca da Procter & Gamble, após ter recebido reclamações. Até a terça-feira (19), cerca de 15 queixas haviam sido enviadas ao Conar questionando o que chamavam de conteúdo discriminatório da propaganda.

Segundo o Conar, a empresa receberia a notificação entre a terça e a quarta. Em nota, porém, a Gillette informou que ainda não recebeu qualquer comunicado do órgão regulador.

 No filme da campanha, a apresentadora Sabrina Sato e as gêmeas do nado sincronizado, Bia e Branca, afirmam que quem ainda não raspou o peito não está pronto para "se dar bem no Carnaval". O trio, então, entra em contato para pedir ajuda au cantor sul-coreano Psy, que confirma sua vinda ao Brasil. O tema da estratégia, aproveitando o hit do astro asiático, é "Quero ver raspar!".

O teor da campanha motivou reclamações nas redes sociais. Vários usuários do Twitter e do Facebook manifestaram repúdio à ação, afirmando que se tratava de conteúdo discriminatório contra homens peludos.

 

Em sua nota, a Gillette informa que "oferece soluções para remoção de pelos e, por isso, é natural que o tema depilação masculina seja abordado em suas campanhas". Ainda de acordo com o comunicado, na ação, "a marca tratou o tema de maneira  irreverente, focando na preferência das mulheres por homens depilados e em momento algum teve a intenção de desrespeitar qualquer consumidor".

Segundo o regulamento do Conar, a Gillette tem 10 dias para enviar sua defesa contados a partir do dia em que receber a notificação. A assessoria de imprensa do órgão informou que o processo deve ser julgado no final de março ou no começo de abril. Até a decisão, a campanha pode circular sem restrições.

 DESPEDIDA DO PAPA VAI PARA A TV

(Zenit.org) - Em seu último dia de pontificado, Bento XVI será filmado ao vivo durante as últimas horas de permanência no Vaticano. Mons. Edoardo Maria Viganó, diretor do Centro Televisivo Vaticano (CTV), explica que o embarque do papa no helicóptero que o levará a Castel Gandolfo “será um momento histórico”. O CTV preparou ainda 26 câmeras para acompanhar o conclave e a apresentação do futuro pontífice. 

PROCURA-SE A PRÓXIMA GERAÇÃO DE DJs

Abertas as inscrições para a segunda edição do Burn Studios Residency, competição internacional de DJs promovida pela marca Burn Energy Drink, que levará um brasileiro para um workshop em maio, em Ibiza, com Solomun, Steve Lawler e Maceo Plex e ainda concorrer a uma residência na ilha espanhola durante o verão europeu. Para participar, o DJ deve inscrever seu mix até as 21h (horário de Brasília) de 18 de março, através da internet, na plataforma MixCloud, disponível em www.mixcloud.com/burnstudiosresidency.  Para saber mais, visite: swww.institutococacolabrasil.com.br e www.cocacolabrasil.com.br.

 

JUSTIÇA MANTÉM PROIBIÇÃO DO USO DA IMAGEM DE SILVIO SANTOS PELA BAND

A 6ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo, julgou, em definitivo, o agravo de instrumento no qual o apresentador Silvio Santos já havia obtido liminarmente a decisão que impedia a TV Bandeirantes de utilizar das suas imagens, sons e características pessoais, inclusive imitações e caricaturas, além da vedação à perseguição, cerco e constrangimento à participação em seus programas e da aproximação de seus profissionais, com a intenção de entrevistas e captação de imagens, em um raio de cem metros. Com esta decisão está mantida a proibição que foi imposta à TV Bandeirantes, estando reconhecida a ilegalidade da utilização e exploração das imagens na exibição do último programa Pânico na Band, devendo a emissora responder com a multa de R$ 100.000,00 cada vez que violar a decisão judicial.
DICA: DAS TREVAS À LUZ DA PALAVRA

Encantada e inspirada pela leitura de A Cena da Origem, a tradução da Gênese pelo poeta concreto Haroldo de Campos, a artista plástica Edith Derdyk compôs a instalação Arcada que será aberta ao público no próximo dia 22 na Funarte em São Paulo. A mostra busca apontar a relação entre a origem do verbo e o aparecimento da luz, questão expressa desde os primeiros versos bíblicos escritos em aramaico/hebrew arcaico e presente nos mitos da criação de distintas tradições religiosas.

“O projeto nasceu a partir da minha leitura sobre os métodos de tradução de uma língua originária. É a tradução da Gênese, mas o trabalho não tem nada a ver com a bíblia e sim com a instauração da palavra em estado de poesia. Baseada na descrição do poeta Haroldo de Campos da linguagem semítica, da palavra quando nasce como instância poética, eu vi similaridades com o meu trabalho. E a partir daí eu criei a primeira exposição chamada Dia 1, em 2010, na Galeria Virgílio. E agora o meu trabalho está se centrando no segundo dia da criação que tem a ver com a origem da palavra, da luz e da escuridão”, conta Edith.

Representando a luz proveniente da palavra e as trevas de onde ela surge, a instalação é composta por centenas de fios pretos que ligam uma placa presa ao teto a outra que pende sobre um vão de 30 centímetros por onde escapa a luz. A obra cria a impressão de que o cubo negro que é composto pelos fios é suspenso pela luz ou a oprime, segundo a leitura que se queira fazer.

“A pessoa quando entrar no espaço vai ter uma fresta de luz embaixo com uma massa escura por cima. Você não sabe quem está segurando quem. O meu trabalho sempre acaba falando dessa inversão; do leve e do pesado, do equilíbrio e do desequilíbrio, da simplicidade e da complexidade. O trabalho quando pronto terá uma simplicidade porque é um volume preto suspenso no ar com uma luz no chão. Toda essa complexidade da construção, toda essa matemática da matéria, a força da linha… Essa construção para criar o efeito poético é o que me interessa”, diz.

Percebendo a complexidade do projeto, Edith buscou se aprofundar na pesquisa sobre a origem da palavra em seu estado poético e suas intersecções entre escrita e desenho, entre linguagem verbal e visual. Com o apoio do Centro de Cultura Judaica (CCJ), a artista plástica esteve em Jerusalém aonde realizou estudos sobre o tema.

“Depois que eu fiz a primeira exposição, eu fiz uma mesa de discussão sobre esse assunto e convidei o Jacopo Crivelli, que é o curador desta exposição, a Noemi Jaffe, que é uma pessoa ligada à literatura, e a Georgia Kyriakakis, que é minha amiga e foi minha companheira de atelier por muitos anos. Então eu tinha o crítico, a linguista e poeta e a artista plástica discutindo o tema e nos demos conta de que era muito extenso. Então decidi viajar para Jerusalém, ganhei uma bolsa do Centro de Cultura Judaica e passei seis semanas, sendo quatro delas em um monastério maronita dentro da cidade velha onde eu fui pesquisar a palavra. A palavra prometida, a reza, a repetição, a palavra no corpo, a palavra escrita, a palavra originária em todas as religiões monoteístas. Lá eu descobri que a linguagem semítica, a linguagem arcaica, é totalmente poética, mítica e não tem nada a ver com o discurso teológico fechado de hoje. A linguagem de hoje é fechada é dogmática e não deixa muito espaço para interpretação”, diz ela.

Para completar essa experiência, no Brasil, participou de uma residência na Biblioteca do CCJ e dessa experiência nasceu a série Tábula, que faz parte da mostra. Tábula é composta pela primeira página da Gênesis de diversas bíblias em diferentes idiomas e edições que, sobrepostas, constroem um texto ilegível de onde por vezes escapam algumas palavras que se deixam ler. “De repente uma palavra aparece como uma fresta de luz, tal como a luz da instalação. Então acabei criando dois paralelos da construção da escuridão e o que sobra é a luz”, diz a artista.

Arcada- Edith Derdyk
Quando: de 22 de fevereiro a 02 de abril de 2013
Onde: Funarte – Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elísios São Paulo
Quanto: entrada gratuita

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