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domingo, 27 de janeiro de 2013

DOMINGO É DIA DE AUDITORIA


 

AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO

 

AS PALAVRAS

 

“Há um número tão avassalador de inovações e de conhecimento vindo de todos os lados que, por mais que você esteja fazendo hoje, está atrás.” (Nizan Guanaes)

 

MUITO IMPORTANTE

 

Todo profissional com qqualquer envolvimento em comunicação, sobretudo os jornalistas, os professores e os estudaantes de jornalismo precisam ler As Armas da Persuasão, de Robert Cialdini, editora Sextante.

 

Recomendo, especialmente, o capítulo 4, “Aprovação Social.”

 

E ELE CONTINUA RINDO

 

Lula ganhou o premio Algemas de Ouro, como o mais corrupto do ano, em concurso realizado no Facebook pelo Movimento 31 de Julho Contra s Corrupção e a Impunidade.

 

Ele viu o resultado, comparou com os números oferecidos pelo IBOPE no quesito preferido para voltar à presidência da República,e gargalhou, feliz.

 

Colaboração da minha amiga Eliana Haesbaert:

 

Paradoxo clarissimo para quem leu Cem Anos de Solidao, e entende da alma Latina.

 

 “Na Venezuela quem manda é um morto.

 Na Coréia do Norte quem manda é o filho do morto.

 Em Cuba quem manda é o irmão do morto.

 Na Argentina quem manda é a mulher do morto.

 No Brasil quem manda é um que se finge de morto.

 E no Maranhão tem um cara que se recusa a morrer.”

 

UMA LÁSTIMA

 

O pessoal de criação começou o ano com o  pé esquerdo. Despejou na mídia comerciais horríveis. Depois destaques:

Para a rede mineira Insinuante, que botou no ar um excelente comercial; e para a Sky, que consegue ser pior em cada novo comercial que veicula.

 

TREPATION

 

A Associação das Prostitutas Profissionais de Belo Horizonte anuncia para o mês que vem um curso de inglês para as que atuam no setor. Diz que é preciso prepará-las para receber os gringos que visitarão Minas por ocasião da Copa do Mundo

 

QUE PAÍS É ESTE¿

 

Um é condenado pela Justiça, dá uma banana pra ela e assume o posto de deputado federal. Outro, também condenado, sai da cadeia e vai festejar a lua de mel em luxuoso hotel do nordeste.

Outro condenado por ter assassinado alguém, sai da cadeia, mata ex-mulher, apresenta-se à Justiça, confessa o crime e é libertado.

 

RECEBI DO MEU AMIGO LAUDELINO JOSÉ SARDÁ:

 

9 HORAS DE CONVIVÊNCIA

                   DENTRO DE UM HOSPITAL

                                                                                   Por L.J.SARDÁ

 

            A funcionária Maria diz à paciente que seu problema se resolve no primeiro andar. Mauro, do primeiro andar, devolve a paciente ao  térreo, onde Maria orienta o doente a novamente subir os dois lances de degraus empinados. Novamente devolvida, a negra Lourdes não suporta a balbúrdia e grita: “não sou palhaça”. O chefe, do térreo, que lia jornal em pé, aproxima-se: “mas é aqui mesmo!”.

            Os nomes acima e embaixo são fictícios, mas retratam este e outros episódios reais vivenciados durante nove horas dentro do Hospital Celso Ramos. Um senhor, 75 anos, estava na sala de atendimento havia seis horas, aguardando para ser chamado pelo médico. “Mas estou aqui no hospital desde as 21 horas de ontem; vim do oeste”. No banco, uma senhora resolve esticar-se para minimizar a fadiga da viagem e da insônia, soltando a cabeça no colo do filho.

            A morena Elizete não tem sorte. Chega de Itajaí para marcar uma consulta com especialista.

            - Só amanhã, senhora, surpreende a atendente.

            - Mas eu vim de Itajaí só pra isso, moça?

            - Lamento; cumpro ordem.

            Elizete guarda a carteira do SUS e de cabeça baixa afasta-se do guichê, expressando sua cólera nos pingos de lágrimas. O jovem João, sentado bem próximo, observa: “a tecnologia ainda não chegou ao hospital”. Sim, a internação depende das altas de doentes.

- Nós temos a maior da boa vontade, mas não podemos fazer milagre, reage um funcionário, sem esconder melancolia diante dos embaraços que só têm uma explicação: gestão decadente.

            O quarto foi liberado. “Ei, você pode subir e se apresentar no segundo andar”. Já passa das 11 horas e entro no quarto 14, onde um cidadão geme com  dor nos pés, cujos ossos se  esmigalharam em um acidente. O sofrimento o impediu de fechar os olhos durante a madrugada, mesmo com o frescor ensejado pelo forte vento que transpõe a janela, carregando junto a poeira armazenada nas aberturas.

            A servidora entra no quarto e coloca sobre a mesa duas bandejas de almoço. A irmã do paciente aflito não esconde o vazio no estômago ao farejar a refeição.

            - A senhora pode ficar com a minha bandeja. Vou passar por uma microcirurgia e preciso estou em jejum desde às 23 horas de ontem, disse-lhe.

            - Mas por que então eles trouxeram comida para o senhor?

            - Certamente porque ignoram a minha cirurgia.

            - Eu ia sair para comer alguma coisa, mas o guarda não deixaria eu retornar.

            - Como assim?

            - Saiu não entra mais.

            - Mas seu irmão não pode ficar sozinho.

            - Pois é.

            A enfermeira entra o quarto com uma maca e me entrega uma semi-camisola. Coloquei-a e no impulso para deitar-me na maca, chega um enfermeiro:

            - Houve engano. É o paciente do outro quarto.

            Limitei-me a comprimir os ombros e alongar a espera.

            - Senhora, a cirurgia estava programada para às 13 horas e já são 14, indaguei a enfermeira.

            - Lamento, senhor, mas é o centro cirúrgico que manda.

            - Mas a senhora não acha que eu deveria ser comunicado, até para me acalmar?

            A enfermeira concorda, enrugando-se e condensando os lábios, deixando transparecer que a comunicação com o centro cirúrgico é caótica.

            Posto-me à porta do quarto e nisso aproxima-se uma enfermeira, passiva de conversa.

            - Não estaria faltando organização neste hospital?, pergunto.

            Ela admite esboçando sorriso melancólico. E avança com exemplo:

            - Este rapaz que está internado nesse quarto, em frente, tem 15 anos e foi internado dias antes do natal. Foi treze vezes levado ao centro cirúrgico para uma operação simples no braço e retornou 13 vezes. Anteontem, finalmente, ele foi operado.

            - Por quê 13 vezes?

            - Não sei; só o centro cirúrgico pode explicar.

            Passa das 14 horas e sou levado em maca para o centro cirúrgico, onde a equipe de médicos e enfermeiros me recepciona com entusiasmo, embora eu não esconda apreensão.

            Retorno ao quarto antes das 15 horas e a enfermeira, atenciosa, observa que a noite estará boa para se dormir. O vento batia forte e a abertura da janela precisou ser reduzida.

            Tento dormir, mas portas batem a cada cinco minutos, por força do vento ou de pessoas que não se preocupam com o silêncio imprescindível a um ambiente hospitalar. De repente, uma voz em altos decibéis: “João, estão chegando mais dois pacientes”. O aviso foi de uma enfermeira que preferiu acordar todos os quartos a ter que andar 20 metros para falar só ao João.

            Duas bandejas de janta são colocadas sobre a mesa e, agora, ofereço-a à esposa do paciente, que acabara de chegar para substituir a cunhada.

            - O senhor não vai comer?

            - Não, senhora, eu já vou para casa.

            - Mas não vai dormir aqui? A sua cirurgia não foi hoje?

            - Sim, mas foi simples e não preciso ficar hospitalizado.

            - Posso lhe fazer uma pergunta?

            - Claro.

            - Se foi uma cirurgia simples por que precisou ficar no quarto? Há tanta gente lá embaixo na fila esperando internação!

            Calo-me. Não sei explicar. Na verdade, eu estava nesse hospital porque era o único a dispor de equipamento necessário à cirurgia e que o atendimento só poderia ser pelo SUS. Aplausível a medida de reservar os hospitais públicos aos pacientes do SUS.

            O Hospital Celso Ramos tem uma boa estrutura, apesar de alguns setores estarem sucateados e conta com uma equipe de funcionários, enfermeiros e médicos dispostos, mas há um grave problema: gestão ineficiente, corporativa e improdutiva. Sente-se em toda a instituição a ausência de conceito de hospital, organicidade e de autoridade. Parece existir uma conivência generalizada com os erros; aparenta-se uma epidemia de desordem. É preciso profissionalizar os hospitais, acabando-se com cargos comissionados e instituindo-se uma política de pessoal para valorizar a competência e a qualidade.

            Em 1976, o então governador Antônio Carlos Konder Reis enfrentava sérios problemas na maioria dos hospitais de Santa Catarina e logo identificou a causa: má gestão. Convocou um grupo de freiras para assumir várias unidades. A qualidade da gestão pode não ter sido ótima, mas o governo resgatou a autoridade em cada um dos hospitais. E a velha e surrada pergunta continua: o médico deve administrar hospital?      

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