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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

BRIC VAI SUPERAR ESTADOS UNIDOS


 Os gastos com propaganda no Bric (grupo formado por Brasil, China, Índia e Rússia) irá superar o montante gasto nos Estados Unidos, principal mercado global, até 2014. É o que garante o estudo Reaching the connected consumer: Best practices in advertising effectiveness — Alcançando o consumidor conectado. Melhores práticas em eficácia publicitária, em tradução livre —, realizado pela  PricewaterhouseCoopers.
Segundo o estudo, Índia, China e Brasil estão passando pelo mesmo tipo de transformação econômica que nações como Coréia do Sul e Japão experimentaram após a Segunda Guerra Mundial. A diferença é que eles estão conseguindo crescer mais rapidamente e em uma escala muito maior, principalmente porque a tecnologia está impulsionando o livre fluxo de informações e ideias.
O Brasil, que é hoje o sexto maior mercado da publicidade no mundo, vivenciou, na última década, o crescimento da classe média — 52% da população no país entrou na classe média, um salto de 36% em relação a última década. “É um crescimento de 8% ao ano. Isso significa que, a cada ano, milhões de potenciais novos consumidores entraram para a classe média, criando praticamente um novo mercado consumidor nessa classe para as empresas”, destaca Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil.
Em 2011, os Estados Unidos gastaram mais US$ 135 bilhões com propaganda, seguido da região da Ásia/Pacífico, com mais de US$ 130 bi. Na América Latina, ano passado, foram gastos US$ 40 bi. (Propmark)

 PORTAL DE AGENDAMENTO DE SERVIÇOS DE SAÚDE



Com 2,6 milhões de habitantes e uma grande demanda do Entorno na área de saúde, o Distrito Federal ganha, a partir do dia 18, um portal de serviços médicos completo, inédito em Brasília e grátis para os pacientes. Trata-se do MyDocBook (
www.maydocbook.com.br), uma agenda médica on line inteligente, que permitirá aos pacientes agendar consulta de forma rápida, além de se manter no site todo o histórico, criando uma caderneta-saúde, disponível para que os profissionais envolvidos acompanhem a evolução dos atendimentos e o bem-estar do paciente.

“O MyDocBook funcionará em versão beta nos dois meses iniciais (setembro e outubro), fase em que todos conhecerão e utilizarão suas funcionalidades. Durante essa etapa, os desenvolvedores colherão as impressões dos públicos em relação à ferrament a e as oportunidades de melhorias, entre outras sugestões”, explica Benedito Silva, CEO e fundador do projeto. Já em novembro será lançada a versão 1.0, que trará novas funcionalidades, e médicos e estabelecimentos de saúde serão convidados a aderirem aos planos disponíveis.

Para a população em geral, a utilização do portal será gratuita. A vantagem inicial do paciente é que ele prescindirá de pagar ligações telefônicas para agendamento de consulta, obterá informação antecipada sobre o profissional de saúde e disporá de registro histórico para auto-acompanhar sua evolução nos atendimentos. O portal pretende oferecer também o Programa Viva Saúde, serviço exclusivo para as pessoas que precisam de consultas médicas, não têm plano de saúde e utilizam  o SUS.

Para os médicos, estabelecimentos e planos de saúde, a contratação se dará a partir da versão 1.0, que trará novas funcionalidades, além de que médicos e estabelecimentos de saúde serão convidados a aderirem aos planos disponíveis. Os profissionais terão à disposição diferentes modalidades de contratação, de acordo com o plano que melhor se adequar a suas exigências. “Em termos práticos, trata-se de uma ferramenta auxiliar na gestão estratégica do consultório e clínica, capaz de proporcionar maior controle, informação, otimização de custos e interação com o paciente”.

Com o MyDocBook, médicos e provedores de saúde publicarão sua agenda de consultas; controlarão a evolução dos agendamentos; acompanharão a opinião dos pacientes acerca dos serviços prestados; contarão com canais de relacionamento com o paciente (SMS e Chat); terão mais visibilidade na rede, à medida que seus serviços serão recomendados e comentados; interagirão com outros colegas para discutir diferentes assuntos; e acessarão relatórios.

Somente o profissional (ou sua secretária, desde que tenha acesso) poderá alterar qualquer informação da agenda . No caso em que o profissional não puder atender em horário ou data marcada em sua agenda, poderá acessá-la e fazer o cancelamento. Nesse caso, se os horários selecionados para cancelamento já estiverem sido agendados por algum usuário, o sistema alertará o profissional, e se o profissional confirmar a operação, o sistema solicitará que ele (ou sua secretária) estabeleça contato telefônico com o usuário para informar a alteração.

Tudo isso com absoluta privacidade, pois a segurança dos dados e informações dos usuários e clientes contarão com plataforma certificada pelas mais importantes autoridades de segurança do mundo. No primeiro ano, a operação comercial será limitada ao Distrito Federal, com a finalidade de consolidar a atuação do serviço e fortalecer relacionamentos com clientes, o que não excluirá a oportunidade de alvos de outras praças acessarem ou utilizarem o serviço, haja vista se tratar de um portal.

O portal MyDocBook (
www.mydocbook.com.br) é a primeira agenda médica online gratuita e inteligente em Brasília. Um portal que permite aos pacientes a reservarem consultas médicas e a criarem uma caderneta-saúde, por meio de agendamento online de serviços de saúde, com dispositivo de busca e agendamento de consultas médicas e odontológicas, e de gerenciamento dessas funcionalidades. Trata-se de um sistema eletrônico de agendamento online com a proposta de ser a forma mais fácil e rápida para encontrar e agendar serviços médicos e odontológicos (especialmente consultas), e gerenciar o histórico de atendimentos, bem como oferecer ao consumidor, ao médico, ao dentista e às operadoras de planos de saúde uma interface de comunicação que os auxiliem no consumo e na entrega dos serviços. Para o consumidor/paciente o portal se constitui em um serviço gratuito, qu e permite a busca e a marcação de consultas médicas e odontológicas diretamente na web, sem custos adicionais de chamada telefônica, e possibilita a interação com o médico, a oportunidade de o usuário manter o histórico dos atendimentos que realiza, além de avaliar os serviços realizados e recomendá-los na rede.Fontes: Flávio Resende e Ray Cunha | Proativa Comunicação | Portal da Comunicação  

MULHERES MAIS VULNERÁVEIS
(Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP)As mulheres e meninas representam atualmente 72% do total de pessoas que vivem em condições de extrema pobreza no mundo. Em função disso e da combinação de uma série de outros fatores socioeconômicos e culturais, elas representam hoje as maiores vítimas de desastres provocados por eventos climáticos extremos, como inundações e furacões.
Os dados foram apresentados pela médica e antropóloga mexicana Úrsula Oswald Spring durante o workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres na América do Sul – O que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre os extremos?”, realizado em agosto pela FAPESP, em São Paulo.
Professora da Universidade Nacional Autônoma do México, a pesquisadora mexicana, que é membro do IPCC, explica em entrevista concedida à Agência FAPESP as razões e quais ações são necessárias para diminuir a vulnerabilidade das mulheres e meninas aos impactos das mudanças climáticas.
Agência FAPESPQuais são os grupos humanos mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas globais?

Úrsula Oswald Spring – Primeiro, as mulheres e meninas. Em segundo lugar, os grupos indígenas refugiados em comunidades com línguas e culturas diferentes das suas. E em terceiro todas as pessoas que vivem em cidades em pobreza extrema, em zonas de alto risco e de violência, sem apoio governamental, ilegais, sem emprego e expostas às intempéries climáticas. Coincidentemente, esses três grupos humanos também são os mais discriminados. Há um problema de discriminação estrutural e uma combinação catastrófica de fatores socioeconômicos, ambientais e culturais que potencializam as vulnerabilidades desses três grupos humanos aos impactos das mudanças climáticas.
Agência FAPESPO que torna as mulheres e meninas mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas?

Úrsula Oswald Spring – Mundialmente, elas representam 72% dos pobres extremos e, sem recursos financeiros, é muito difícil enfrentar os impactos dos eventos climáticos extremos. Além disso, as mulheres foram educadas a cuidar dos outros e, por isso, assumimos o papel de “mãe de todos”. Esse processo, que chamo de teoria das representações sociais, também nos torna mais vulneráveis, porque temos o papel de proteger primeiramente os outros, para depois nos preocuparmos conosco. Por trás de tudo isso também persiste há milhares de anos um sistema político excludente, reforçado por todas as crenças religiosas, denominado sistema patriarcal, que preceitua a autoridade de um ser – o homem –, resultando em muita violência, exclusão e discriminação contra as mulheres. O capitalismo, por sua vez, se aproveitou do sistema patriarcal e construiu um sistema vertical, excludente, autoritário e violento, que permitiu que hoje 1,2 mil homens comandem a metade de todo o planeta e que as mulheres tivessem pouco poder de decisão e de veto em questões que lhes afetam diretamente.
Agência FAPESPDiante desta realidade, o que é preciso fazer para diminuir a vulnerabilidade das mulheres e meninas aos impactos dos eventos climáticos extremos?

Úrsula Oswald Spring – Não vale a pena destruir, por exemplo, essa capacidade das mulheres em querer ser a mãe de todos. Mas é necessário treiná-las para que esse processo de cuidar dos outros seja mais eficiente e que não seja realizado ao custo de sua própria vida, mas que possa beneficiar todo um conjunto de pessoas, incluindo ela e suas filhas. E isto implica em mais condições para que possam ter maior poder de decisão.
Agência FAPESPComo seria possível realizar esse processo?

Úrsula Oswald Spring – Sobretudo, possibilitando o maior acesso das mulheres à educação. De acordo com o Banco Mundial, todo país islâmico que investe na educação de suas mulheres aumenta imediatamente 1% de seu PIB. Outra ação é dar mais visibilidade ao trabalho das mulheres, que muitas vezes não é valorizado. Nos Estados Unidos o trabalho feminino representa 38% do PIB. É preciso dar visibilidade a essa participação econômica das mulheres. Alem disso, são necessárias leis que garantam maior equidade e participação das mulheres em todos os processos decisórios. Teríamos que usar sistemas de cotas para mulheres para reverter a discriminação, que seria um passo para garantir maior equidade. As catástrofes e os desastres provocados pelos eventos climáticos extremos irão ajudar no processo de dar maior poder às mulheres.
Agência FAPESPDe que maneira?

Úrsula Oswald Spring – No México, por exemplo, a produção campesina está nas mãos dos homens. Mas está passando para as mãos das mulheres, porque os homens migraram para os Estados Unidos em busca de emprego. Na nova condição de chefes de família, elas estão tendo que tomar decisões sobre as mais variadas questões. Nós precisamos ajudá-las nesse processo de “empoderamento”, possibilitando que elas tenham acesso a tecnologias sustentáveis, que lhes permitam, por exemplo, se proteger dos riscos de desastres causados pelos eventos climáticos extremos.
Agência FAPESPAlém da questão do “empoderamento”, que é um processo que demanda longo prazo, que ações mais urgentes devem ser tomadas para preparar as mulheres para enfrentar os eventos climáticos extremos?

Úrsula Oswald Spring – É preciso possibilitar e treinar as mulheres para que em um momento de perigo iminente, por exemplo, elas tenham o direito de sair de casa. Muitas comunidades proíbem que uma mulher saia de casa se não está acompanhada por um homem. Isso é uma discriminação e uma forma de controle que é preciso superar com leis de equidade de gênero. Além disso, é preciso treinar mulheres para aprender a nadar, a correr, a trepar em uma árvore, e permitir que possam usar uma roupa mais adequada para realizar essas atividades. Eu assisti os Jogos Olímpicos de Londres e me chamou a atenção a vestimenta das atletas da natação e de corrida da Arábia Saudita. Apesar de estarem vestidas de forma diferente das atletas de outros países, ao menos elas vestiam uma calça que lhes permitia correr, sem infringir os códigos religiosos. Esse é um tipo de ação que poderíamos socializar. Poderíamos aproveitar os Jogos Olímpicos para promover em todos os países islâmicos esse tipo de ação, e dar cursos de natação e de corrida para as mulheres.
Agência FAPESPDentre os três grupos humanos que a senhora aponta como os mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, qual apresenta maior resiliência?

Úrsula Oswald Spring – Só os indígenas têm a capacidade adquirida ao longo de milhares de anos de administrar situações muito difíceis sem contar com ajuda internacional, nacional ou estatal, mas sim sozinhos. Eles se adaptaram às mudanças climáticas e cultivaram durante milhares de anos e da mesma maneira vegetais, como batatas, resistentes à seca, ao frio e ao calor, e desenvolveram sistemas muito eficientes e baratos de irrigação e fertilização da terra. É preciso aproveitar esses conhecimentos tradicionais e vinculá-los às tecnologias modernas para nos adaptarmos às mudanças climáticas. Mas estamos perdendo esses conhecimentos tradicionais porque a última geração de indígenas que ainda detêm esses conhecimentos, que são jovens, já passou pela escola, fala outras línguas que não a materna e está perdendo sua cultura indígena. Se não fizermos nada, vamos perder mundialmente esses conhecimentos tradicionais que permitiriam desenvolver soluções locais para enfrentar as mudanças climáticas.
Agência FAPESPQue iniciativas existem hoje para promover essa aproximação de conhecimentos tradicionais com os científicos?

Úrsula Oswald Spring – No México, por exemplo, foi criada a Universidade Campesina do Sul. Lá são integrados grupos locais, que são constituídos hoje basicamente por mulheres – há 20 anos eram formados, em sua maioria, por homens –, e com base nas necessidades desses grupos nós disseminamos um processo de educação baseado no método de Paulo Freire, em que eles aprendem a partir de sua própria realidade.
Agência FAPESPO que é ensinado na Universidade Campesina do Sul?

Úrsula Oswald Spring – Um dos temas com os quais trabalhamos é agricultura orgânica, ensinando as mulheres a trabalhar com hortas familiares, para garantir seus próprios alimentos e de sua família. Outro tema é o manejo de água. Há muita água não potável, como a utilizada para lavar as mãos, por exemplo, que é muito fácil de tratar e que pode ser utilizada junto com dejetos orgânicos de sanitários secos como melhoradores de solo para ajudar a recuperar a fertilidade natural do solo. Outro tema ao qual temos nos dedicado é o da medicina alternativa. A medicina moderna é muito cara e a maior parte das pessoas não tem recursos para utilizar o sistema de saúde. Em função disso, estamos criando modos de integrar a medicina tradicional mexicana, que utiliza ervas e métodos tradicionais de cura, como vapores, com a medicina moderna. É um conjunto de ações voltadas para potencializar o uso dos conhecimentos científico e tradicional e tentar buscar soluções para enfrentar coletivamente problemas das mais variadas ordens, como o das mudanças climáticas. Porque não são grandes obras que protegem as pessoas de uma catástrofe provocada por um evento climático extremo, como uma inundação, mas sim pequenas obras, contanto que sejam muito eficientes.
Agência FAPESPNa opinião da senhora, como será possível enfrentar os riscos das mudanças climáticas em escala mundial, em um momento em que diversos países passam por graves crises econômicas e têm problemas mais urgentes para resolver?

Úrsula Oswald Spring – Há condições de grande incerteza em relação às mudanças climáticas porque, além das crises econômicas, grande parte das pessoas no mundo nunca presenciou uma situação de desastre causado por um evento climático extremo. Mas se algumas pessoas ainda não passaram por uma situação dessas, é preciso justamente pensar em maneiras de se preparar para enfrentar os eventos climáticos extremos, que ocorrerão com maior frequência nos próximos anos. E uma das formas de se fazer isso é descentralizando a gestão dos riscos das mudanças climáticas, levando em contas as condições próprias de cada região. O problema climático na Amazônia, por exemplo, não é o mesmo que ocorre na parte alta dos Andes. Os tipos de manejos nessas regiões são muito diferentes. Por isso, os países precisam descentralizar as ações. A gestão dos riscos de mudanças climáticas pelos países irá depender de uma boa gestão local. Os primeiros 10 minutos de uma situação de risco, como uma inundação ou deslizamento, são cruciais e não há ajuda internacional que possa socorrer. Por isso, é preciso investir fortemente em prevenção e treinamento em nível local para enfrentar os riscos de um evento climático extremo.

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